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Propriedades das resinas compostas As técnicas das restaurações foram desenvolvidas com base nas propriedades das resinas e do substrato dentinários, por isso é tão importante entendermos as propriedades das resinas compostas. Polimerização → Reação química que transforma pequenas moléculas em uma grande cadeia polimérica. Obs: a polimerização acontece tanto com as resinas fotoativadas quanto com as quimicamente ativadas A transformação de pequenas moléculas em uma grande cadeia de moléculas ocorre através de pontes de ligações químicas. Essa união promovida pelas pontes faz com que a resina sofra um processo de “encolhimento” devido a contração de polimerização, que não é muito legal, porém sempre acontece. Ao longo dos anos as pontes de ligações vão sendo quebradas devido a penetração de água no interior da resina -o oxigênio da água reage com a ponte de ligação, quebrando-a - provando que a resina tem um prazo de validade de mais ou menos 10 na cav. Bucal. Contração (volumétrica) → Densificação dentro de um sistema polimérico sem perda apreciável de massa (+ou- 3%). A união das ligações químicas faz com que a resina sofra um processo de contração que vai gerar um encolhimento (perda do volume). Esse processo de encolhimento é muito ruim, porém sempre vai acontecer. Não existe nenhuma técnica que elimina a contração de polimerização, porém existem técnicas que suavizam os efeitos da contração de polimerização Deformação → Distorção de um sólido sob carga (desgaste, fratura), ocorrendo perda de massa. Tanto o esmalte quanto a dentina sofrem deformação sob carga, entretanto acontece uma deformação diferente entre o esmalte e a resina composta o que é muito maléfico para a longevidade da restauração. A resina sofre uma deformação muito maior do que o esmalte, e se o sistema adesivo for mal feito a resina vai acabar descolando no momento da deformação. Concluindo: a resina sofre uma deformação maior que o esmalte e o sistema adesivo acaba descolando se não for bem feito. Além disso, a resina desgasta primeiro no processo mastigatório por ser mais frágil do que o esmalte Coeficiente de expansão térmica → Alteração dimensional sob variações térmicas. Tudo que você coloca no calor aumenta de volume (expansão) e tudo que você coloca no frio diminui de volume (contração) Esmalte e dentina: 11,4 e 8,3 mm/mm Cx10 baixo coeficiente de expansão térmico Resina composta: 25 a 68 mm/mm Cx10 alto coeficiente de expansão térmico: a resina sofre diminuição de volume no frio e expansão no calor Conclusão: o dente sofre menor contração –diminuição- de volume do que a resina composta, levando o sistema adesivo a uma fadiga Expansão higroscópica → Aumento de volume por sorpção de água A resina permite a penetração de água no meio dela pois não é hermeticamente fechada; então em contato com a água ela vai absorvê-la e aumentar um pouco o seu volume. A quantidade de matriz orgânica (BISGMA) da resina interfere no seu aumento de volume: as resinas que possuem mais matriz orgânica, como as resinas flow, absorvem mais agua do que as que possuem menos matriz orgânica e mais mariz inorgânica (carga), como as nanohibridas Concluindo: as resinas aumentam mais de volume -absorverem agua- dependendo da quantidade de carga; as que possuem mais matriz orgânica (BISGMA) absorvem mais água do que aquelas que possuem mais matriz inorgânica. As resinas com vidro não absorvem água Conversão → Os valores de grau de conversão de 50 a 70% são alcançados à temperatura ambiente A resina mole é composta de monômeros e quando é ela polimerizada fica composta de polímeros, ficando dura. Porém ela não é 100% polimerizada, no meio dela ainda ficam alguns monômeros livres. Se utilizarmos um fotopolimerizador ruim, ela vai sofrer menos polimerização ainda Módulo de elasticidade da estrutura dental e materiais (Gpa) A resina possui um modelo de elasticidade -capacidade de ficar elástica- diferente do dente Esmalte: 50,0 precisa de uma força mastigatória de 50 gigapascal para começar a deformar Dentina: 12,0 a 19,0 a dentina primária precisa de menos força para deformar do que a dentina esclerosada, que é mais dura e necessita de mais força para se deformar Camada híbrida: 08,0 a 09,7 Resina flow: 03,6 a 07,6 necessita e uma força pequena para a ua deformação uma vez que possui uma baixa viscosidade Compômero: 07,4 Resina micropartículas: 05,4 a 11,9 Resina convencional: 07,5 a 20,8 essa diferença se dá porque existem resinas de boa qualidade e de má qualidade que suportam menos as forças mastigatórias Resina híbrida: 10,6 a 27,4: algumas resinas precisam de uma força de apenas 10,6 gigapascal para se deformar; se comparado com o dente percebemos que quem sofre com isso é o sistema adesivo que fican o meio deles Contração de polimerização Relembrando: o processo de polimerização são as moléculas se unindo umas às outras através de cadeias polimerizadas; Ocorre 3 fases durante o processo de polimerização Fase pré gel → A resina se apresenta em estado viscoso onde os monômeros ainda se movem. A alteração volumétrica é compensada pelo escoamento contínuo do material, uma vez que, ainda possuem monômeros. Enquanto a resina está endurecendo ainda apresenta uma elasticidade/escoamento e seus monômeros ainda se movimentam. O processo de contração é compensado por esse escoamento que ainda existe Durante essa fase a resina não ainda não puxa/faz força na parede, pois ainda tem um escoamento devido aos monômeros livres Azul: resina composta Laranja: parede da cavidade Fase ponto de gel → Limite entre a fase pré gel e a fase pós gel A partir dessa fase não existe mais a fluidez ou escoamento da resina não é capaz de compensar a contração. Começa a ocorrer uma força da resina “puxando” a parede cavitária Como o processo de polimerização já está adiantado não existe mais os monômeros livres que promoviam a elasticidade da resina Fase pós gel → Pior fase de polimerização da resina porque agora ela vai contrair de qualquer forma, pois não existe técnica que impeça a contração da resina, então ela vai acontecer. Não há escoamento da resina composta; e a força determinada pelo stress de contração pode ser maior que a força adesiva, “deslocando” a restauração por falha do sistema adesivo; ou pode acontecer de tal força determinada pelo stress de contração não ser maior que a força adesiva. Nesse caso, a restauração permanece em posição, mas a massa de resina fica sobre tensão deslocamento da restauração por falha do sistema adesivo força do stress de contração não é maior que o sistema adesiva Conclusão → Concluímos então que a fase pós gel é a pior fase e temos que dar um jeito de melhorá-la. → Concluímos também que a fase pré-gel é aquela em que a resina sofre menos estresse; assim, verificamos a necessidade de alongar o tempo desta fase para o sucesso da restauração. → Se gastarmos mais tempo na fase pré gel e diminuirmos o tempo da fase de pós gel, menos estresse a restauração vais sofrer.