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Leucoplasia x Ceratose Friccional

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 É definida como “uma placa ou mancha 
branca que não pode ser caracterizada 
clinicamente ou patologicamente como 
qualquer outra doença”. 
 O termo é estritamente clínico e não implica 
uma alteração tecidual histopatológica 
específica. 
 “Placa branca não destacável a raspagem 
e que não pode ser diagnosticado como 
qualquer outra alteração”. 
└ Lesões tais como líquen plano, morsicatio 
(o mordiscar crônico das bochechas), 
ceratose friccional, ceratose da bolsa de 
tabaco, estomatite nicotínica, 
leucoedema e nevo branco esponjoso 
devem ser excluídas antes que um 
diagnóstico clínico de leucoplasia possa 
ser feito. 
└ Como na maioria das lesões orais 
brancas, a coloração clínica resulta de 
um espessamento da camada de 
queratina, dando a aparência 
embranquecida. 
 Embora a leucoplasia não esteja associada 
a um diagnóstico histopatológico específico, 
é tipicamente considerada como uma lesão 
pré-cancerosa ou pré-maligna. 
INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA 
 O epitélio displásico ou o carcinoma 
francamente invasivo são encontrados em 
apenas 5% a 25% dos espécimes de biópsia 
de leucoplasia. 
 Últimos estudos sugerem um potencial de 
transformação maligna de 4% (risco estimado 
para todo para todo o período de vida). 
 Subtipos clínicos específicos estão 
associados a taxas com potenciais tão altos 
quanto 47%. 
 A leucoplasia é, de longe, a lesão oral pré-
cancerosa mais comum, representando 85% 
de tais lesões. 
 A prevalência mundial da leucoplasia tem 
sido estimada como algum valor dentro do 
intervalo de 1,5% a 4,3%. 
 Forte predileção em homens (70%). 
CAUSAS 
 A causa da leucoplasia permanece 
desconhecida, embora existam várias 
hipóteses. 
 Tabaco: 
└ Aparece mais intimamente associado ao 
desenvolvimento da leucoplasia. 
└ Mais de 80% dos pacientes com 
leucoplasia são tabagistas. 
└ Tabagistas inveterados apresentam 
números maiores de lesões e lesões 
maiores do que os que fumam pouco, 
especialmente após vários anos de uso 
de tabaco. 
 Álcool: 
└ Pessoas que utilizam excessivamente 
enxaguatórios bucais com teor alcoólico 
de mais de 25% podem ter placas 
mucosas jugais acinzentadas, porém 
essas não são consideradas leucoplasias 
verdadeiras. 
 Sanguinária: 
└ Pessoas que utilizam dentifrícios ou 
enxaguatórios bucais contendo o extrato 
da erva sanguinária podem desenvolver 
leucoplasia verdadeira. 
└ Esse tipo de leucoplasia (ceratose 
associada à sanguinária) é geralmente 
localizado no vestíbulo da maxila ou 
sobre a mucosa alveolar da maxila. 
└ Mais de 80% dos indivíduos com 
leucoplasia vestibular ou alveolar maxilar 
apresentam história de utilização de 
produtos que contêm sanguinária. 
└ O epitélio afetado pode exibir displasia 
idêntica à observada em outras 
leucoplasias, embora o potencial para 
desenvolvimento de câncer seja incerto. 
 
 Radiação ultravioleta: 
└ A radiação ultravioleta é aceita como 
um fator causal da leucoplasia de 
vermelhão de lábio inferior. 
 Microrganismos: 
└ Vários microrganismos têm sido 
envolvidos na origem da leucoplasia: o 
Treponema pallidum, a Candida albicans 
(leucoplasia por cândida e hiperplasia 
por cândida). 
 Trauma: 
└ Várias lesões ceratóticas, que até 
recentemente tinham sido vistas como 
variantes da leucoplasia, são atualmente 
consideradas como não-pré-
cancerígenas. 
└ Além disso, a irritação mecânica crônica 
pode produzir uma lesão branca com 
superfície ceratótica áspera 
denominada ceratose friccional. 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 A leucoplasia geralmente afeta pessoas com 
idade acima dos 40 anos. 
 A prevalência aumenta rapidamente com a 
idade, especialmente para os homens. 
 Predileção: vermelhão do lábio, mucosa 
jugal e gengiva. 
└ Lesões na língua, vermelhão do lábio e 
soalho de boca, contudo, contribuem 
com mais de 90% daquelas que exibem 
displasia ou carcinoma. 
 Leucoplasia fina ou branda: 
└ Surgem como placas levemente elevadas 
cinzentas ou branco-acinzentadas, que 
podem parecer um tanto translúcidas, 
fissuradas ou enrugadas, e que são 
tipicamente macias e planas. 
└ Apresentam bordas bem demarcadas, 
porém, ocasionalmente, misturam-se de 
forma gradual à mucosa normal. 
└ Raramente demonstra displasia na 
biópsia e pode desaparecer ou 
continuar inalterada. 
 
 Leucoplasia espessa ou homogênea: 
└ Para os tabagistas que não reduzem 
seus hábitos, cerca de dois terços destas 
lesões aumentam lateralmente de forma 
lenta, tornam-se mais espessas e 
adquirem uma aparência branca 
marcante. 
└ A mucosa afetada pode assumir uma 
consistência de couro à palpação e as 
fissuras podem ser mais profundas e mais 
numerosas. 
└ A maioria das lesões espessas e lisas 
permanece indefinidamente nesse 
estágio. Algumas, aproximadamente um 
terço, regridem ou desaparecem. 
 
 Leucoplasia nodular ou granular: 
└ Lesões tornam-se mais intensas e 
desenvolvem irregularidades maiores na 
superfície. 
 
 Leucoplasia verruciforme ou verrucosa: 
└ Lesões apresentam projeções agudas ou 
embotadas. 
 
 Leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP): 
└ Leucoplasia de alto risco. 
└ É caracterizada pelo desenvolvimento 
de múltiplas placas ceratóticas com 
projeções de superfície ásperas. 
└ As múltiplas placas da LVP tendem a se 
disseminar lentamente e envolver outros 
sítios da mucosa oral. 
└ A LVP exibe um crescimento persistente, 
que ao final do processo torna-se de 
natureza exofítica e verrucosa. 
└ À medida que as lesões progridem, 
podem passar por um estágio no qual 
são indistinguíveis de um carcinoma 
verrucoso. 
└ Mas posteriormente, com frequência 
desenvolvem alterações displásicas e se 
transformam em um carcinoma de células 
escamosas (período de 8 anos após o 
diagnóstico inicial de LVP). 
└ A LVP é incomum entre as variantes da 
leucoplasia por possuir uma forte 
predileção pelo gênero feminino (1:4 
razão homem-mulher) e pela associação 
mínima com o uso de tabaco. 
 
 Eritroplasias: 
└ Algumas lesões, ao final desse processo, 
demonstram manchas disseminadas de 
coloração avermelhada, denominadas 
eritroplasias. 
└ Tais áreas representam geralmente sítios 
nos quais as células epiteliais são tão 
imaturas ou atróficas que não têm mais a 
capacidade de produzir ceratina. 
└ Essa lesão, com a mistura de áreas 
brancas e vermelhas, denominada 
eritroleucoplasia ou leucoplasia 
mosqueada, representa um padrão de 
leucoplasia que frequentemente revela 
displasia avançada na biópsia. 
 
 OBS: várias lesões leucoplásicas representam 
uma mistura das fases ou subtipos 
previamente mencionados e, por isso, é 
importante realizar a biópsia no sítio lesional 
com o maior potencial de conter células 
displásicas. 
 Os sítios para obtenção da biópsia devem 
ser provenientes de áreas com aparência 
lesional clínica que sejam o mais similares 
possível às observadas na região de lesões 
eritroleucoplásicas. 
 A avaliação clínica criteriosa com uma 
biópsia convencional direcionada 
permanece como o melhor e mais preciso 
método de avaliação das lesões 
leucoplásicas orais. 
 
 
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
 A leucoplasia é caracterizada pela camada 
espessada de ceratina do epitélio de 
superfície (hiperceratose), com ou sem 
espessamento da camada espinhosa 
(acantose). 
 A camada de ceratina pode consistir em 
paraceratina (hiperparaceratose), 
ortoceratina (hiperortoceratose) ou uma 
combinação de ambas. 
 
 Algumas leucoplasias demonstram 
hiperceratose de superfície porém atrofia ou 
adelgaçamento do epitélio subjacente. 
 Números variáveis de células da inflamação 
crônica são observados no interior do 
tecido conjuntivo subjacente. 
 Na leucoplasia verrucosa: 
└ Apresenta projeções de superfície 
papilares ou pontiagudas, espessura de 
ceratina variável e cristas epiteliais 
amplas e embotadas. 
└ Pode ser difícil diferenciá-lade um 
carcinoma verrucoso em estágio inicial. 
 Na leucoplasia verrucosa proliferativa: 
└ Mostra uma aparência microscópica 
variável, dependendo do estágio das 
lesões. 
└ Em estágio inicial surgem como uma 
hiperceratose benigna que é 
indistinguível de outras lesões 
leucoplásicas simples. 
└ Com o passar do tempo, a condição 
progride para uma proliferação papilar 
exofítica que é similar às lesões 
localizadas da leucoplasia verrucosa 
(hiperplasia verrucosa). 
└ Nos estágios mais avançados, essa 
proliferação papilar exibe crescimento 
para o interior do conjuntivo, de um 
epitélio escamoso bem diferenciado com 
cristas epiteliais amplas e embotadas; 
esse epitélio demonstra invasão para o 
interior da lâmina própria subjacente 
(indistinguível do carcinoma verrucoso). 
└ Nos estágios finais, o epitélio que invade 
torna-se menos diferenciado, 
transformando-se em um carcinoma de 
células escamosas plenamente 
desenvolvido. 
 Devido à aparência clínica e 
histopatológica variável da LVP, uma 
correlação cuidadosa entre os achados 
clínicos e microscópicos é necessária para o 
diagnóstico. 
 A maioria das lesões leucoplásicas não 
demonstra displasia na biópsia. 
└ A evidência de displasia epitelial é 
encontrada somente em 5% a 25% dos 
casos se todos os sítios orais forem 
considerados. 
└ Quando presentes, essas alterações 
displásicas tipicamente iniciam-se nas 
porções basal e parabasal do epitélio. 
└ Quanto mais displásico o epitélio se 
torna, mais as alterações epiteliais 
atípicas se estendem para envolver a 
espessura total do epitélio. 
 Alterações displásicas das células epiteliais 
displásicas: 
└ Células e núcleos aumentados 
└ Nucléolos grandes e proeminentes 
└ Relação núcleo-citoplasma aumentada 
└ Núcleos hipercromáticos (coloração 
excessivamente escura) 
└ Células e núcleos pleomórficos (com 
formato anormal) 
└ Disceratose (ceratinização prematura de 
células individuais) 
└ Atividade mitótica aumentada (número 
excessivo de mitoses) 
└ Figuras de mitose anormais (mitoses 
tripolares, mitoses em formato de estrela 
ou figuras de mitose acima da camada 
basal) 
└ Cristas epiteliais em formato bulbar ou em 
forma de gota de orvalho 
└ Perda da polarização (falta de 
maturação progressiva em direção à 
superfície epitelial) 
└ Pérolas de ceratina ou epiteliais 
(agrupamentos focais arredondados de 
células ceratinizadas organizadas em 
camadas concêntricas) 
└ Perda da coesão típica entre as células 
epiteliais 
 Gravidade ou intensidade da displasia: 
└ Displasia epitelial leve: refere-se a 
alterações limitadas principalmente às 
camadas basal e parabasal 
 
└ Displasia epitelial moderada: denota 
envolvimento da camada basal à 
porção média da camada espinhosa. 
 
└ Displasia epitelial severa: demonstra 
alterações desde a camada basal até 
um nível acima da porção média do 
epitélio. 
 
└ OBS: algumas vezes a displasia poderá 
ser observada estendendo-se para 
dentro do ducto de uma glândula salivar 
menor, especialmente em lesões de 
soalho de boca. 
 Carcinoma in situ: 
└ Quando toda a espessura do epitélio 
está envolvida, o termo carcinoma in situ 
é utilizado. 
└ É definido como células epiteliais 
displásicas que se estendem da camada 
basal à superfície da mucosa (alteração 
da “superfície a base”). 
└ Pode ou não haver uma fina camada de 
ceratina sobre a superfície. 
└ O epitélio pode ser hiperplásico ou 
atrófico. 
 
TRATAMENTO 
 O primeiro passo no tratamento é chegar a 
um diagnóstico histopatológico definitivo. 
 A realização de uma biópsia é mandatória 
e guiará o curso do tratamento. 
└ O tecido obtido pela biópsia deve ser 
retirado das áreas de envolvimento 
clinicamente mais “severas”. 
└ Diante de lesões extensas ou múltiplas, 
várias biópsias podem ser necessárias. 
 As leucoplasias que estejam exibindo 
displasia epitelial moderada ou um quadro 
mais grave justificam a sua destruição ou 
remoção completa, se isso for possível. 
 A conduta diante das leucoplasias exibindo 
alterações menos graves é guiada pelo 
tamanho da lesão e pela resposta a 
medidas mais conservadoras, tais como o fim 
do hábito de fumar. 
 A remoção completa pode ser realizada 
com igual eficiência pela excisão cirúrgica, 
eletrocauterização, criocirurgia ou ablação 
por laser. 
 Um acompanhamento de longa duração 
após a remoção é extremamente importante, 
uma vez que as recidivas são frequentes e 
também porque outras leucoplasias podem 
se desenvolver. 
 Prognósticos das leucoplasias 
 Malignização: 
└ Leucoplasias com displasias leves: 1-7% 
└ Leucoplasias com displasias severas: 4-
15%. 
└ Carcinoma in situ e microinvasor: 18-47%. 
 Ceratose irritativa - irritação mecânica 
crônica. 
 Placa branca não destacável a raspagem e 
associoda a trauma crônico de baixa 
intensidade. 
 Resposta hiperplásica normal (similar a um 
calo na pele). 
 São prontamente reversíveis após a 
eliminação do trauma. 
 Ceratoses do rebordo alveolar, envolvendo 
a papila retromolar ou a crista de um 
rebordo alveolar edêntulo, representam 
outra forma de ceratose friccional causada 
pela função mastigatória ou trauma da 
dentadura. 
 A ceratose friccional deve ser diferenciada 
do grupo das lesões orais pré-cancerígenas.

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