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SIMULADO ABERTO 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) Proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição. 2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 6. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO. 8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de prova nos 30 minutos que antecedem o término das provas. 1.o DIA RESOLUÇÕES ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA, com sua caligrafia usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase: Seja mais forte que a sua maior desculpa. ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 1 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Obs.: Confira a resolução das questões de sua versão. 19/5/2019 VERSÃO ���� VERSÃO ������ VERSÃO ���� VERSÃO � � 1 C C C C 2 A A A A 3 D D D D 4 B B B B 5 D D D D 6 A A B D 7 E C C D 8 A A B D 9 C C C C 10 A A D C 11 C E C A 12 D A C A 13 A A A C 14 A C C C 15 C A C D 16 A C C A 17 C A B D 18 C B A C 19 E C D A 20 D B C E 21 C C D B 22 C C D C 23 C E E C 24 B D A C 25 D C C B 26 A B D C 27 C C C A 28 E D B C 29 D A C A 30 D C C C 31 D B C A 32 C C E A 33 A C D C 34 C C A A 35 B C C C 36 C C A C 37 C A C B 38 C D C C 39 A D D E 40 D D A D 41 C C A D 42 B D C C 43 C D A C 44 B C A B 45 C E E E VERSÃO ���� VERSÃO ������ VERSÃO ���� VERSÃO � � 46 E A A B 47 B C D A 48 E B B A 49 B A D D 50 A E C B 51 A C C B 52 C A E C 53 B D D D 54 D A E D 55 B D E C 56 A B B C 57 C D E A 58 C B E C 59 B E A B 60 D E E B 61 B B C E 62 B D C E 63 D B D E 64 A A D D 65 B B B E 66 A B A B 67 D C D B 68 A C C D 69 D C D A 70 D D B D 71 B C A E 72 C C D B 73 D C A A 74 A D B C 75 E B B C 76 C A B D 77 C D D B 78 B D C A 79 E B C E 80 E D D E 81 E A B B 82 E E A D 83 E B A A 84 D E C E 85 C D B C 86 C E E D 87 B E B A 88 D E A D 89 A B E B 90 D A B C ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 12/04/2019 10:49 Página 2 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 3 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) Do Gun Owners Want Gun Control? By Jess Bidgood and Sabrina Tavernise Tom Galinat signed a letter to lawmakers, urging them to expand background checks for gun purchases. Mr. Galinat, 35, a farmer and hunter who owns nine guns, traveled last month from his home in Peacham, Vt., to Montpelier, the state capital, with a firm goal in mind: Convince lawmakers to enact a ban on high-capacity magazines. Jonathan Leach, 56, a policy analyst in Augusta, Me., and the owner of about 10 guns, testified before Maine legislators in favor of a bill to let judges order people deemed dangerous to surrender their firearms. Mr. Leach said he wanted to serve as a counterweight to gun rights enthusiasts he knew would speak against the idea. Disponı́vel em: <www.nytimes.com> Com base no texto, é correto afirmar que � Tom acredita que a aquisição de armas deve ser proibida. � os homens mencionados acham que armas são perigosas. � Tom e Jonathan concordam que haja controle de armas. � Jonathan critica aqueles que defendem o uso de armas. � Tom critica o anúncio de armas de fogo em revistas de grande alcance. Resolução Lê-se a informação em: “Convince lawmakers to enact a ban on high-capacity magazines.” e “...Jonathan Leach, 56, a policy analyst in Augusta, Me., and the owner of about 10 guns, testified before Maine legislators in favor of a bill to let judges order people deemed dangerous to surrender their firearms.” *to enact a ban = ordenar uma proibição *magazines = depósito, paiol *to surrender = entregar, devolver Resposta: C Putting the brakes on overeating By Stephen Ornes When people eat high-fat foods, the stomach sends a signal to the brain. The brain responds by releasing dopamine, a pleasure chemical. But eating too much fat can decrease the dopamine released after eating. As a result, people with this problem are more likely to become obese. A team of researchers from Yale University discovered that a fatty diet reduces the body’s production of a chemical called N-oleoylethanolamine. When the researchers injected this chemical into the guts of mice that had been fed lots of fat, the animals once again received pleasure from eating. And they stopped overeating. Although mice and people are vastly different, the new study suggests the strategy to restore the connection is worth investigating for people. Disponível em: <https://www.sciencenewsforstudents.org/article/putting-brakes- overeating (adaptado). Segundo o texto, � alimentos com alto teor de gordura, quando inge - ridos em demasia, fazem com que o nível de do pa - mina no organismo diminua, favorecendo a obe sidade. � o composto químico N-oleoiletanolamina, quando injetado em pessoas que consomem muitos ali - men tos ricos em gordura, reduz o risco de obe - sidade. QUESTÃO 01 QUESTÃO 02 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 3 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 4 � a ingestão de alimentos com elevados índices de gordura provoca uma sensação de saciedade nos indivíduos, dificultando o surgimento da obesidade. � o ato de injetar, em seres humanos. N-oleoileta - nolamina, uma substância química encontrada nas vísceras de ratos, impede o desenvolvimento da obesidade. � uma dieta rica em gorduras aumenta a produção de N-oleoiletanolamina, favorecendo a obesidade. Resolução Lê-se a informação no primeiro parágrafo do texto “When people eat high-fat foods, the stomach sends a signal to the brain. The brain responds by releasing dopamine, a pleasure chemical. But eating too much fat can decrease the dopamine released after eating.“ *to release = liberar Resposta: A The war song War war is stupid And people are stupid And love means nothing In some strange quarters War war is stupid And people are stupid And I heard them banging On hearts and fingers People fill the world With narrow confidence Like a child at birth A man with no defense What's mine is my own I won't give it to you No matter what you say No matter what you do Now we're fighting In our hearts Fighting in the street Won't somebody help me? Disponível em: <http://letras.mus.br> A música é uma forma de expressão artística e cul - tural e pode revelar diferentes formas de com preen - der o mundo. Na letra da canção do grupo Culture Club, entende-se que a guerra é o resultado da � brutalidade humana, porque os homens lutam pelo poder. � falta de diálogo, porque um lado nunca escuta o outro. � superpopulação mundial, porque esta gera fome e pobreza. � insensatez humana, porque as pessoas são individualistas. � ganância, porque as pessoas invejam o que é dos outros. Resolução Lê-se a informaçãoprincipalmente no seguinte trecho da canção: “What's mine is my own I won't give it to you No matter what you say No matter what you do” Resposta: D Koko: Gorilla who Mastered Sign Language dies in California “Koko – the gorilla known for her extraordinary mastery of sign language, and as the primary ambassador for her endangered species – passed away yesterday [Wednesday] morning in her sleep at the age of 46”, a Gorilla Foundation press release said. The gorilla, who was said to have an IQ of between 75 and 95, could understand 2,000 words of spoken English. The average IQ for humans on many tests is 100, and most people score somewhere between 85 and 115. Even though some scientists have cast doubt on the extent of the gorilla’s communicative skills, she was able to use sign language to convey thoughts and feelings. Disponível em: <https://www.bbc.com/> Baseando-se no texto sobre Koko, escolha a opção que melhor resume a ideia principal. � Koko, que foi a primeira embaixadora de espé - cies em extinção, faleceu aos 46 anos. � Koko, apesar de ser uma gorila, sabia comu - nicar-se por meio da linguagem de sinais. � Koko, que tinha um QI maior do que o de mui - tos humanos, podia entender e se expressar em inglês. QUESTÃO 03 QUESTÃO 04 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 4 � Koko, que conhecia mais de 2 mil palavras em inglês, era especialista na linguagem de sinais. � Koko, que era uma gorila com alto QI e alta capacidade de comunicação, conhecia diversas línguas. Resolução Lê-se no texto: “Even though some scientists have cast doubt on the extent of the gorilla’s communicative skills, she was able to use sign language to convey thoughts and feelings.“ *to cast doubt = lançar dúvidas, duvidar *to convey = transmitir Resposta: B Roman documents discovered We often think that the best information from the Roman world comes from Egypt, where the dryness preserves papyri. However, in Britain the reverse conditions occur. At Vindolanda – a Roman fort located two miles behind Hadrian’s Wall – the humidity preserved wooden writing tablets that were thrown into a bonfire when the fort was evacuated in CE 105. These wooden tablets were one of the most important discoveries made in Roman Britain in the 20th century. They were used not for grand writings but for memoranda and accounts, so they provide the best insight into life in the Roman army found anywhere in the world. One of the tablets says: Octavius to Candidus: “I need money. I have bought 5,000 bushels of grain, and unless you send me some money, I shall lose my deposit and be embarrassed”. (Disponível em: <http://www.archaeology.co.uk> (adaptado). Os documentos descobertos em Vindolanda � são papiros preservados pelo clima seco da região em que foram encontrados. � contêm informações sobre a evacuação do forte no ano 105 da Era Cristã. � preservam registros de disputas financeiras entre cidadãos comuns. � são registros em madeira, com informações preciosas sobre a vida no exército romano. � retratam a vida de soldados romanos, que viviam em um forte que foi incendiado no ano de 105. Resolução Os documentos descobertos em Vindolanda são registros em madeira, com informações precisas sobre a vida no exército romano. Lê-se no texto: “These wooden tablets were one of the most important discoveries made in Roman Britain in the 20th century. They were used not for grand writings but for memoranda and accounts, so they provide the best insight into life in the Roman army found anywhere in the world.” Resposta: D LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) Disponível em: <http://www.cobachbc.edu.mx/inicio/noticia/2015/mar/30/realizan- expo-carteles-sobre-el-medio-ambiente/>. Acesso em: 04 fev. 2019. QUESTÃO 05 QUESTÃO 01 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 5 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 5 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 6 O cartaz acima apresenta um uso muito particular do artigo masculino singular “el” junto com o subs - tantivo feminino “agua”. Marque a alternativa correta em que todas as palavras obedecem à mesma regra. � el área, el habitación, el águila. � el ave, el árbol, el habitación. � el águila, el área, el ave. � el habitación, el árbol, el ave. � el árbol, el ave, el acción. Resolução O substantivo feminino só levará artigo masculino quando a palavra começar com as letras “a” ou “há” tônicas. Os substantivos “habitación e acción” são femininos, porém a sílaba tônica está em “ción”. Já a palavra “árbol” é masculina em espanhol. A opção C é a única que segue a regra. Resposta: C La contemplación del horror, y aun la familiaridad y la complacencia en su trato, constituyen contrariamente uno de los rasgos más notables del carácter mexicano. Los Cristos ensangrentados de las iglesias pueblerinas, el humor macabro de ciertos encabezados de los diarios, los “velorios”, la costumbre de comer el 2 de noviembre panes y dulces que fingen huesos y calaveras, son hábitos, heredados de indios y españoles, inseparables de nuestro ser. Nuestro culto a la muerte es culto a la vida, del mismo modo que el amor, que es hambre de vida, es anhelo de muerte. El gusto por la autodestrucción no se deriva nada más de tendencias masoquistas, sino también de una cierta religiosidad. Fragmento de: El laberinto de la soledad. Octavio Paz, ed. FCE. 2000. pág. 26. Com base na leitura do fragmento acima, podemos traduzir a palavra “rasgos” como � característica, traço de um povo. � agressividade, força de um povo. � destruição, aniquilamento de um povo. � determinação, finalidade de um povo. � religiosidade, fé de um povo. Resolução Lê-se a resposta correta no trecho: “... de los rasgos más notables del carácter mexicano”. Resposta: A Muy Machos (Por Rosa Montero) Aunque no me gusta el fútbol, disfruté con la victoria de La Roja en Francia porque nos hacen mucha falta las alegrías. Eso sí, viendo los abrazos de los jugadores me quedé pensando en la sorprendente ausencia de homosexuales reconocidos entre ellos. ¡Y luego nos jactamos de que nuestra sociedad es tan tolerante y de que la homofobia ya no existe! De acuerdo: entonces, ¿dónde están los futbolistas gais? Según diversos estudios internacionales, el porcentaje de homosexuales se mantiene más o menos estable en todas las culturas y se mueve en una franja entre el 2% y el 7% de la población. Un puñado de dimensiones perfectamente visibles, diría yo. Repito, ¿dónde están? Una amiga me cuenta que, hará unos cuatro años, escuchó en el programa radiofónico Hablar por hablar a un hombre joven que salió al aire sin identificarse, aunque supongo que lo habría hecho antes, en el control, porque, si no, no le hubieran dado paso. Y dijo algo así: “Soy futbolista, soy homosexual, juego en Primera División y tengo que ocultar mi condición. Gano mucho dinero y soy muy desgraciado”. Suena arcaico y parece remitir a una realidad obsoleta y remota, pero debo decir que está ocurriendo cada día, que no sucede solo en España y que no se ciñe solo al fútbol. El deporte en general, ese poderoso espejo de las masas, está cubierto por un velo homofóbico. En los JJ. OO. de Pekín 2008, solo hubo 10 atletas declaradamente gais entre los 11.000 participantes. En los JJ. OO. de Londres 2012, 20 atletas entre 12.000. No se puede decir que la cosa progrese a velocidades supersónicas. Y, mientras La Roja jugaba tan virilmente en Francia, París se llenaba de manifestantes contra las bodas gais (como España en 2005). Me pregunto cuántas otras realidades damos por solucionadas, cuántos otros prejuicios solventados, sin que sea verdad en absoluto. Disponível em: <https://elpais.com/elpais/2013/04/01/opinion/1364825434_550442. html>. Acesso em: 04 fev. 2019. QUESTÃO 02 QUESTÃO 03 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 6 De acordocom o texto, a autora busca indicar � que a discriminação dentro do mundo dos esportes está diminuindo a cada 4 anos. � que franceses e espanhóis estão entre os povos mais preconceituosos da Europa Ocidental. � que a sociedade está mais tolerante e a homofobia quase já não existe. � que, sob a ideia de tolerância, ainda há muito preconceito contra homossexuais no mundo do esporte. � que cada vez mais atletas se declaram homos - sexuais por meio de entrevistas a grandes meios de comunicação. Resolução Lê-se a resposta correta no trecho: “Y, mientras La Roja jugaba tan virilmente en Francia, París se llenaba de manifestantes contra las bodas gais (como España en 2005). Me pregunto cuántas otras realidades damos por solucionadas, cuántos otros prejuicios solventados, sin que sea verdad en absoluto”. Resposta: D La Guerra Cristera en México En México la difícil relación entre la iglesia católica y el Estado, inicio a mediados del siglo XIX, con las Leyes de Reforma, promovidas por Benito Juárez; aunque desde la independencia de 1810 se presentaron algunos conflictos que fueron esporádicos durante la primera mitad del siglo XIX. El poder que la iglesia tenía representaba para el naciente estado mexicano, un obstáculo para fortalecerse. La iglesia era la única entidad de carácter nacional arraigada en el pueblo mexicano y ligada a él por relaciones económicas, ideológicas y morales como un organismo nacional, que lejos de debilitarse después de la independencia de 1810, fortaleció a sus instituciones como cofradías, seminarios, colegios, conventos de religiosos y religiosas, mismos que ejercían una influencia en la conciencia social e individual de los mexicanos. Por su parte en la constitución mexicana de 1917, establecía una serie de prohibiciones a la iglesia, que tenían como finalidad suprimir la intervención de ésta en la vida pública, por ejemplo, la participación del clero en política, su derecho a poseer bienes inmuebles e impedir el culto fuera de la iglesia, entre otras. La violencia estalló en agosto de 1926 en el pequeño poblado de Chalchihuites, Zacatecas, cuando un grupo de campesinos quisieron liberar al párroco del lugar. A partir de ese momento, la lucha se extendió por varios estados de la república, bajo la proclama de ¡Viva Santa María de Guadalupe! y ¡Viva Cristo Rey!, por lo que fueron llamados “Cristeros”. La Guerra Cristera fue una de las más sangrientas que ha tenido la Historia de México, se calcula que de 1926 a 1929, perdieron la vida más de 80 000 mexicanos. La resolución formal del conflicto se dio en junio de 1929, entre el gobierno de Emilio Portes Gil, el obispo Pascual Díaz y el arzobispo Ruiz y Flores. En este nuevo contexto la jerarquía de la Iglesia Católica inicia el proceso de canonización de los mártires de la guerra cristera, que culminó en el Gran Jubileo en mayo del 2000. Disponível em: <https://upaep.mx/museo/index.php?option=com_content&view= article&id=2:arte-popular-religioso&catid=8&Itemid=105>. Acesso em: 04 fev. 2019. Com base na leitura do texto, podemos afirmar que � a Igreja Católica era contra a independência do México e desejava voltar a fazer parte do Império espanhol. � o Estado mexicano não via com bons olhos a forte influência que a Igreja Católica possuía na vida dos mexicanos e na economia do país. � a Igreja Católica temia que o nascente Estado me - xicano voltasse às antigas práticas religiosas exis - tentes antes da chegada dos colonizadores ao país. � o povo mexicano já não aguentava a forte moral imposta pelos religiosos católicos e a influência destes na vida cotidiana da nação. � o Estado mexicano considerava que a educação dada por escolas católicas era de baixa qualidade e fora da nova realidade econômica, social e política do país. Resolução Lê-se a resposta correta no segundo parágrafo do texto. Resposta: B QUESTÃO 04 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 7 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 7 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 8 Disponível em: <http://blogjovemparauapebas.blogspot.com/2014/03/charge-do- dia.html>. Acesso em: 04 fev. 2019. A charge acima apresenta mudanças nas relações entre família e escola. O autor dos quadros busca realçar � a má formação do corpo docente atual em relação à formação recebida na década de 1960. � o medo que os professores sentem dos pais na atualidade. � que os pais de hoje são mais preocupados com a educação dos filhos e com a formação dos professores. � que os jovens de hoje são superprotegidos pelos pais, que, muitas vezes, não aceitam que seus filhos recebam qualquer tipo de reprovação. � a inimizade entre pais e professores. Resolução A expressão do garoto na imagem de 2013 já demonstra a falta de preocupação e a superproteção por parte dos pais. Resposta: D Questões de 06 a 45 Disponível em: <http://www.cida demarketing.com.br/marketing/wp- content/uploads/2019/03/mulher_carnaval.jpeg>. Acesso em: 18 mar. 2019. As campanhas desenvolvidas pelo governo, em geral, buscam fazer uso de elementos apelativos, com frases de efeito, conhecidas como slogan, e recursos visuais, elementos esses que se somam na cons - trução do sentido. O cartaz acima, de uma campanha do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, funciona como � crítica a figurinos e adereços de carnaval que imi - tam traços físicos ou culturais de determinadas etnias, como as perucas afrodescendentes ou os cocares indígenas. � alerta a determinados foliões, que, com intuito de levar vantagem ou favorecimento sexual, acabam agin do de modo a constranger os demais ao seu redor. � condenação, no âmbito das igualdades de gênero e de etnia, da coisificação das mulheres negras no carnaval. � advertência à população feminina em geral, para que redobre a atenção no período ao qual o cartaz faz referência. � anúncio ao povo de que, com a publicação do ar - tigo 216 do código penal, o assédio sexual passa a ser crime no carnaval. QUESTÃO 05 QUESTÃO 06 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 8 Resolução Da esfera do carnaval, o cartaz transpõe o termo fan - tasia para a esfera sexual, em uma campanha contra práticas de abuso sexual no carnaval. Resposta: B Leia o texto a seguir: “Não é não”: empresa faz campanha contra o assédio no carnaval O objetivo é lembrar que o “não” de uma mulher deve sempre ser respeitado O carnaval está chegando e já passou da hora de saber que quando uma mulher fala “não” à paquera, ela realmente quer dizer “não”. No entanto, muitos homens ainda não entenderam o conceito de “não é não” e, para fixar bem a ideia antes da folia chegar, uma empresa resolveu fazer uma ação com os fun - cionários homens para conscientizar sobre o assédio. Disponível em: <https://deles.ig.com.br/mundo-masculino/2019- 02-28/nao-e-nao-campanha.html>. Acesso em: fev. 2019. Uma das propriedades do artigo é fazer com que outras classes de palavras se tornem substantivos. Tal fenômeno ocorre em � “o assédio”, na manchete da notícia, pois assédio é adjetivo. � “o objetivo”, no texto auxiliar, pois objetivo é verbo. � “o ‘não’”, no título auxiliar, pois não é advérbio. � “o carnaval”, no corpo da notícia, pois carnaval é adjetivo. � “o conceito”, no corpo do texto, pois conceito é adjetivo. Resolução A palavra não é um advérbio, mas ao usar o artigo antes, o advérbio passa pelo processo de derivação imprópria e se torna um substantivo. Resposta: C LEITE, Willian. Dona Anésia. Disponível em: <http://www.willtirando.com.br/anesia-277/>. Acesso em: 18 mar. 2019. Para construir o humor no quadrinho, o autor rompe as expectativas do leitor. Na narrativa, esse rom - pimento ocorre por meio da � divergência entre as posturas das personagens e a linguagem representada: as personagens as - sumem atitudes pesarosas, mas falas descon - traídas. � utilização de variantes linguísticas diferentes pelas personagens: o médico utiliza a linguagem formal e eufemística; a paciente, informal e chula. � inversão dos papéis demãe e filha: a filha apresenta comportamento de “degenerescência”, enquanto a mãe, de “desprendimento”. � convergência entre a resignação do médico e da paciente diante da falta de tratamento para o diagnóstico apresentado. � oposição entre a atitude submissa do médico e a negação da acompanhante de Dona Anésia ao tratamento proposto. QUESTÃO 07 QUESTÃO 08 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 9 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 9 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 10 Resolução O humor no quadrinho apresentado é gerado pela oposição entre a linguagem utilizada pelo médico, que faz uso de eufemismo para insinuar serem as atitudes da personagem sênior consequências de seu envelhecimento, e a linguagem utilizada por Dona Anésia, que fez uso de expressão chula (palavrão) em resposta ao pensamento do médico. Resposta: B A tirinha de Carlos Ruas utiliza, na construção do humor, uma função de linguagem evidente logo no questionamento feito no primeiro quadrinho. Ao mostrar suas personagens em busca de uma respos - ta, o autor reforça a presença da função � fática nas falas de Deus e Adão no último qua - drinho, uma vez que eles são, ao mesmo tempo, representações do passado e do futuro, e tentam manter contato entre si. � referencial na representação de Deus como um ser onisciente, uma vez que ele demonstra querer informar sobre a existência de seus clones nos quadrinhos que o cercam. � metalinguística, pois Adão consegue olhar para fora do quadrinho e referir-se a um outro qua - drinho que ele enxerga ao lado, em que há outro Adão e Deus. � poética na linguagem de Deus, pois apresenta nível formal e rebuscado, apropriando-se de jar gões próprios tanto da filosofia quanto da teolo gia. � referencial na representação de Adão como imperfeito, já que ele é facilmente ludibriado por seu criador quanto à existência de seus clones. Resolução Desde a primeira fala da personagem Adão, até o final da tirinha, o autor utiliza a função metalinguística na construção do humor. No primeiro quadrinho, a fala de Adão já faz uma referência ao próprio gênero desenvolvido: quadrinhos; no se gundo quadrinho, a persona gem se inclina para fora dos limites do quadro; e, no último, Deus tem a mesma atitude. Resposta: C Muito antes do advento do jornal, rádio, televisão e internet, havia notícias. Por volta de 3500 a.C., os sumérios desenvol - veram a escrita cuneiforme para gravar, em placas de argila, dados sobre a administração e as transações comerciais do governo. Mas era mais como um recibo do que um jornal, anotando números e produtos. Na Grécia Antiga, as notícias eram transmitidas à moda antiga: debatidas em plena rua, nas ágoras, grandes praças onde eram realizadas assembleias populares. Assim, toda a população – incluindo a porcentagem analfabeta – sabia o que estava acontecendo. Foi em 59 a.C., em Roma, que surgiu a precursora da imprensa moderna. Criada por ordem do então general Júlio César, a Acta Diurna Populi Romani (“Relatos Diários ao Povo de Roma”) era exposta em grandes placas de pedra ou metal, e fixada nos muros das principais praças e prédios públicos. QUESTÃO 09 QUESTÃO 10 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 10 Dessa forma, a população de todo império podia ler de graça sobre feitos militares, esportes, ciência, mortes e julgamentos. A Acta Diurna não era nada imparcial: como publicação oficial, não noticiava ca - sos negativos, as derrotas do Exército romano ou es cân dalos envolvendo pessoas públicas. Aventuras na História, setembro de 2018, p. 20. Os gêneros textuais podem ser caracterizados, dentre outros fatores, pelo seu interlo cutor e pelo seu ob - jetivo comunicativo. Analisando esses fatores, pode-se classificar o texto apresentado como � uma instrução, pois ensina algo por meio de ex - plicações detalhadas sobre um assunto es pe cífico para agradar ao leitor adulto e crítico. � uma resenha, pois apresenta uma produção in - telectual de forma crítica, utilizando argu men tos acessíveis para alcançar o leitor infanto-juvenil. � um resumo, pois promove o contato rápido do lei - tor com uma informação desconhecida para ins - tigar o interlocutor especialista em História Anti ga. � um artigo, pois informa o interlocutor sobre um assunto específico, de forma acessível, para alcançar um público leitor mais amplo. � sinopse, pois sintetiza as informações relevantes de uma obra de modo impessoal para entreter o leitor da Acta Diurna. Resolução O texto é um artigo publicado em revista de ampla circulação que tem por objetivo informar a um público leitor variado e amplo fatos diversos relacionados à História. Resposta: D D’ANGELO, Helô. Revista Cult. Edição 229, p. 14 (novembro 2017). O feminismo é um movimento social que propõe uma sociedade com igualdade de condições entre homens e mulheres. Um dos seus preceitos é incentivar a união entre as mulheres; assim, frases como “juntas somos fortes” tornaram-se bastante comuns entre as integrantes desse movimento. A forma como as personagens da tirinha manifestam esse desejo de união mostra uma atitude � irrefutável, uma vez que elas buscam encorajar outras mulheres a se unirem ao movimento feminista. � insignificante, visto que escrever frases não é o suficiente para encorajar as mulheres a se unirem. � desrespeitosa, já que as frases nas paredes do banheiro dificultam o trabalho de uma mulher. � inconsequente, uma vez que as frases escritas não representam o movimento feminista. � imprescindível, visto que se trata, para as mulhe - res, de uma luta importante, em que qualquer manifestação é válida. QUESTÃO 11 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 11 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 11 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 12 Resolução Frases como “mulheres unidas”, “juntas somos for - t es” escritas por mulheres nas paredes do banheiro, na verdade, dificultam o trabalho de outra mulher, faxineira, que, sozinha, terá de limpá-las. Portanto, a narrativa criada por Helô D’Angelo revela a incoe - rência da atitude das pichadoras. Resposta: C AMARAL, Tarsila do. Carnaval em Madureira (1924). Óleo sobre tela. Pinacoteca do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://pinacoteca.org.br/wp-content/uploads/2017/09/0011.jpg>. Acesso em: 18 mar. 2019. Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela per tence. Produzida na primeira metade do século XX, a tela Carnaval em Madureira capta um processo de � depreciação de temas nacionais. � miscigenação de elementos raciais. � sincretismo de repertório cultural. � crítica às políticas econômicas. � transgressão de valores religiosos. Resolução No quadro, Tarsila do Amaral retrata a Torre Eiffel, símbolo da modernidade francesa, no bairro de Madureira em pleno carnaval, além de inserir outros temas nacionais como a vegetação, os tipos huma - nos, o dirigível de Santos Dumont. Resposta: C Ao longo da história, os médicos tentaram de tudo para evitar a dor dos pa cientes. Apertaram nervos, pressionaram artérias, usaram ópio, álcool, hip nose, acupuntura, extratos de plantas. Cirurgias só eram feitas em último caso, pois tinham risco de morte elevado e causavam sofrimento brutal. Imagine amputar um braço sem anestesia; era preferível morrer. Isso só começou a mudar em 1772, quando o químico inglês Joseph Priestley descobriu o óxido nitroso. O gás relaxava o paciente e produzia uma in - controlável vontade de rir – daí o nome “gás hila - riante”. No século XIX, o físico inglês Michael Faraday viu que o éter tinha um efeito similar, e os dentistas pas saram a usar esse gás para extrair dentes. Em 1841, o médico americano Crawford Long realizou a primeira cirurgia usando éter como anestésico geral. Long retirou dois tumores da nuca de um paciente – que apagou e não viu nada. SZKLARZ, Eduardo e GARATTONI, Bruno. “O enigma da anestesia”. Superinteressante. Edição 399. Disponível em: <https://super.abril.com.br/saude/o-enigma-da-anestesia/>.Acesso em: 18 mar. 2019. Os textos apresentam recursos de coesão que per - mitem a articulação entre suas partes. Quanto à cons - trução do fragmento, o elemento destacado que anun cia o que ainda aparecerá na progressão textual é � “... os médicos tentaram de tudo”. � “Isso só começou a mudar”. � “... daí o nome ‘gás hilariante’”. � “... os dentistas passaram a usar esse gás”. � “... que apagou e não viu nada”. Resolução O pronome indefinido tudo refere-se ao que virá na progressão textual: “Apertaram nervos, pressio na - ram artérias, usaram ópio, álcool, hipnose, acu pun - tura, extratos de plantas”. Os demais elementos retomam o que veio anterior mente. Resposta: A QUESTÃO 12 QUESTÃO 13 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 12 As tirinhas costumam conter uma crítica sobre pro - blemas sociais contemporâneos. Para entendê-las, é necessário decodificar a mensagem, que, na tirinha, de nuncia � a possibilidade de se armar a população civil. � o interesse dos indivíduos pelas sessões de tiro ao alvo. � a preferência dos atiradores por alvos de uma única raça. � a prática de caça que permite um único tipo de alvo. � a incapacidade didática do palestrante. Resolução A tirinha denuncia a violência (“tiro ao alvo”) prati - cada contra seres predominantemente da mesma cor: negros. Segundo a mídia, a violência letal contra negros (pretos e pardos) é mais do que o dobro daquela contra brancos no País. Resposta: C Hispânica, 25% da Flórida foi ‘dona’ do estado há 200 anos Território ao sul do país foi vendido pela Coroa espanhola aos Estados Unidos em 1819 FLÓRIDA – “Se você andar por aí e der sorte, quem sabe até ouve alguém falando inglês”, brinca a vendedora Lisseth. Yes, ela ama os EUA, país que, após deixar sua combalida Venezuela natal, há quatro anos, deu-lhe bacon no café da manhã, marido e guarida. Pero calma lá: nada de publicar o sobrenome, ela pede. A recusa vem da falta de status legal na nova casa. Hoje, um em cada quatro moradores da Flórida são imigrantes de países de língua espanhola ou seus descendentes. O número fermentou: há uma década, eram um em cada seis na população total. O que muitos deles não desconfiavam, Lisseth inclusa, é que 200 anos atrás a sua origem hispânica constituía o “status legal” por aquelas bandas, e eram os americanos lá assentados os irregulares. BALOUSSIER, Anna Virginia. Folha de S.Paulo. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/02/hispanica-25-da- florida-foi-dona-do-estado-ha-200-anos.shtml>. Acesso em: 18 mar. 2019 (adaptado). O fragmento da reportagem apresenta comentários sobre a vida de Lisseth e a história do Estado da Flórida nos Estados Unidos. No título, o adjetivo hispânica foi usado para � exibir a origem de Lisseth, que hoje vive nos Esta - dos Unidos e veio da Venezuela buscar melhores condições de trabalho. � contrastar a vida de Lisseth, hoje, nos Estados Unidos, com a que tinha na Venezuela sem oportunidades. � mostrar que a Flórida, atual estado norte-ame - ricano, já pertenceu ao universo latino e assim foi caracterizada no texto. � trazer a informação de que apenas 25% do ter - ritório era espanhol e isso deve ficar evidente no artigo de Anna Virginia Baloussier. � apontar a localização do país, fato importante, considerando que Lisseth é da Venezuela, outro país hispano-americano. Resolução Hispânica é um adjetivo que denomina algo relativo ou pertencente à Espanha. De maneira popular o adjetivo é usado para se referir ao indivíduo latino- americano residente nos Estados Unidos. Na repor - tagem o termo foi usado para mostrar que a Flórida, hoje parte do país americano que expulsa esses descendentes de espanhóis, possui a mesma origem que essas pessoas. Resposta: C QUESTÃO 14 QUESTÃO 15 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 13 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 13 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 14 Texto 1 SPICEP. Disponível em: <httpp://sipcep.org.br/2018/04/19/meio- ambiente-campanha-de-conscientizacao-sobre-o-uso-de-canudos- plasticos/>. Acesso em: 3 mar. 2019. Texto 2 Água sua linda. Disponível em: <https://agua-sua- linda.tumbir.com/>. Acesso em: 3 mar. 2019. Os cartazes acima inserem-se numa campanha de grande adesão nacional contra o uso de canudos plásticos. Como textos publicitários, utilizam-se de ma neira expressiva da função conativa da linguagem porque têm por objetivo � informar sobre a importância da campanha contra o uso de canudos plásticos. � sensibilizar acerca das consequências poluentes do material para o ecossistema. � convencer o leitor a mudar o comportamento, a fim de preservar o meio ambiente. � manter diálogos com a sociedade, recorrendo à exploração da mensagem visual. � apresentar as consequências do uso do canudo para o ecossistema. Resolução Os textos com função conativa/apelativa possuem por objetivo a persua são/convencimento do leitor a fim de que mude seu comportamento, por meio, en - tre outras formas, de verbos no imperativo (recuse, peça). Resposta: C A mulher do fim do mundo Meu choro não é nada além de carnaval É lágrima de samba na ponta dos pés A multidão avança como vendaval Me joga na avenida que não sei qualé (...) Na avenida deixei lá A pele preta e a minha voz Na avenida deixei lá A minha fala, minha opinião A minha casa, minha solidão Joguei do alto do terceiro andar Quebrei a cara e me livrei Do resto dessa vida, Na avenida, dura até o fim Mulher do fim do mundo Eu sou e vou até o fim cantar COUTINHO, A. e FRÓES, R. “Mulher do fim do mundo”. Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/elza-soares/a- mulher-do-fim-do-mundo.html>. Acesso em: 13 mar. 2019. QUESTÃO 16 QUESTÃO 17 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 14 Na construção de um texto, diferentes procedimentos de linguagem podem ser utilizados para reforçar a ideia que se quer transmitir. Obedecendo a essa preocupação, Alice Coutinho e Romulo Fróes utilizam de maneira reiterada expressões como “deixei lá” e “na avenida” para � ressaltar sonoridades praticadas no samba. � separar realidades existenciais distintas. � buscar práticas políticas de cunho utópico. � criticar atos políticos de natureza estética. � destacar exemplos de precariedade cultural. Resolução A composição reitera expressões e termos como “deixei lá”, “na avenida”, “minha” com a intenção de destacar que a enunciadora, quando participa do Carnaval, isola, esquece sua vivência problemática e se entrega ao prazer de desfilar em uma escola de samba. Em outras palavras, ela separa duas reali - dades existenciais distintas. Resposta: B Texto 1 A origem dos jogos esportivos na cidade de Olím - pia é historicamente reportada ao ano de 776 a.C. Conta-se que um cidadão de Olímpia, Corobeu, ven - ceu a primeira disputa do que hoje seria denominado como atletismo, correndo uma distância de cerca de 190 metros, disputada contra seis outros homens. (...) Entre os esportes praticados nas olimpíadas estavam o pugilato, prática muito próxima ao boxe moderno, porém com regras bem distintas e bem mais sangrento; o pentatlo, que incluía corridas, lutas, arremesso de disco (...), saltos e arremesso de dar - dos; as corridas de bigas, disputadas no hipódromo; e, por fim, o sangrento pancrácio, que misturava o pugilato com a luta livre (hoje conhecida como greco- romana). Na maioria das vezes, as lutas do pancrácio resultavam no óbito de um dos oponentes, tamanha a violência empregada nos golpes. FERNANDES, Cláudio. “Origem dos Jogos Olímpicos”. Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/grega/origem-dos- jogos-olimpicos.htm>. Acesso em: 18 mar. 2019. Texto 2 Paris propõe quatro novos esportes para os Jogos Olímpicos de 2024, entre eles o “breakdance” O “breakdance” virará um esporte olímpico em 2024 se o Comitê Olímpico Internacional (COI) apoiar a inclusão de quatro esportes propostos pelos organizadores da Olimpíada de Paris. A comissão organizadora dos Jogos de 2024 dis - se, naquinta-feira (14/2/2019), que os quatro esportes – incluindo surfe, skate e escalada esportiva – refletem a identidade da capital francesa e ajudariam a levar os Jogos para as ruas, fora dos estádios. (...) REUTERS. “Paris propõe quatro novos esportes para os Jogos Olímpicos de 2024, entre eles o ‘breakdance’”. EsporteUol, 21 fev. 2019. Disponível em: https://esporte.uol.com.br/ultimas- noticias/reuters/2019/02/21/paris-propoe-novos-esportes-para-os- jogos-olimpicos-de-2024-entre-eles-o-breakdance.html>. Acesso em: 3 mar. 2019. Os dois textos relatam como eram os Jogos Olím - picos na Antiguidade Clássica e como serão em 2024. O confronto entre eles permite perceber que � o contraste entre a motivação grega e a nova pro - posta reflete a transformação identitária do pú - blico desse evento. � as novas modalidades de esporte têm por objetivo a aproximação com o público de camada social mais baixa. � a proposta para os Jogos de Paris é alterar os locais de alguns eventos esportivos para as ruas, a fim de incluir atletas de todas as classes. � o reconhecimento de modalidade menos clássicas nas Olimpíadas é uma crítica ao conservadorismo nos esportes. � os novos esportes continuam a promover modali - dades consagradas, distanciando-se das ativida - des populares. Resolução O trecho “refletem a identidade da capital francesa e ajudariam a levar os Jogos para as ruas, fora dos estádios”, assim como a menção a esportes como skate e “breakdance”, confirma a “transformação identitária do público” das Olimpíadas. Resposta: A QUESTÃO 18 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 15 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 15 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 16 Com personagens rasos, longa de Asghar Farhadi vai de nada a parte alguma Asghar Farhadi tem sido um cineasta de confiança do cinema europeu: nem genial, nem idiota, maneja habitualmente poucos personagens e se resolve com eles. De passagem pela Espanha, em Todos já sabem as coisas mudam um pouco: ele nos leva a uma pequena aldeia para a celebração de um casamento. Lá estão Laura (Penélope Cruz) e sua filha Irene, que vêm da Argentina, onde moram. Lá está uma pa - rentela em meio à qual nos perdemos: o pai de Laura, velho e irritadiço, a mãe, de poucas falas, e mais, muito mais, inclusive Paco (Javier Bardem) e sua mulher (Barbara Lennie). ARAUJO, Inácio. Guia Folha. Folha de S.Paulo. 21 fev. 2019. Disponível em: <https://guia.folha.uol.com.br/cinema/2019/02/com- personagens-rasos-longa-de-asghar-farhadi-vai-de-nada-a-parte- alguma.shtml>. Acesso em: 18 mar. 2019. O jornal Folha de S.Paulo apresentou uma crítica notadamente negativa sobre filme do conhecido diretor iraniano Asghar Farhadi, descrevendo suas locações, atores e enredo. No trecho “Lá estão Laura (Penélope Cruz) e sua filha Irene”, o termo destacado foi utilizado para estabelecer uma ligação com outro termo presente no texto, isto é, fazer referência � à Argentina, lugar de onde vieram as personagens e onde acontece a maior parte da trama. � à expressão apresentada no título “nada a parte alguma”, que retrata a falta de enredo do filme. � ao Irã, país de origem de Asghar Farhadi e que é um contraponto às conhecidas locações europeias. � à pequena aldeia em que é celebrado o casa - mento citado no primeiro parágrafo. � ao filme Todos já sabem, que foi gravado na Argentina, ainda que lembre uma vila europeia. Resolução Lá, advérbio de lugar, é usado para apontar o lugar onde acontece a maior parte da trama, uma pequena aldeia na Espanha em que o casamento é celebrado. Outro local apresentado é a Argentina, lugar de ori - gem da família que participa da celebração. Resposta: D Texto 1 Notícia de jornal Atentou contra a existência Num humilde barracão Joana de tal, por causa de um tal João Depois de medicada Retirou-se pro seu lar Aí a notícia carece de exatidão O lar não mais existe Ninguém volta ao que acabou Joana é mais uma mulata triste que errou Errou na dose Errou no amor Joana errou de João Ninguém notou Ninguém morou na dor que era o seu mal A dor da gente não sai no jornal BARBOSA, Haroldo. “Notícia de Jornal”. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/chico-buarque/292211/> Acesso em: 19 mar. 2019. Texto 2 Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava [no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Feitas e [morreu afogado. BANDEIRA, Manuel. Libertinagem. In: Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993, p. 214. QUESTÃO 19 QUESTÃO 20 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 16 O texto 1 é uma letra de música e o texto 2, um poe - ma. Apesar de pertencerem a gêneros diferentes, am - bos retratam � a violência rotineira a que estão submetidas as classes sociais menos favo re cidas. � finais trágicos para os que não conseguem con - viver com as dores do abandono amoroso. � a marginalização social em que vivem as per - sonagens, moradores de “humilde barracão” e “barracão sem número”. � notícias de jornal verídicas que omitiram a dor que levou os indivíduos ao ato infeliz. � tipos sem sobrenome, sem individualização, e problemas de uma determinada camada social. Resolução As personagens retratadas são descritas como per - ten centes a uma camada da sociedade que vive em condições precárias, notadamente pelo “humilde barracão” de Joana e a profissão e o “barracão sem número” de João Gostoso. Ambos são tipos sem sobrenome e atentam contra a própria vida. Resposta: C Somos nós Vocês dizem que não entendem Que barulho é esse que vem das ruas Que não sabem que voz é essa que caminha com pedras nas mãos em busca de justiça, porque não dizer, vingança. Dentro do castelo às custas da miséria humana Alega não entender a fúria que nasce dos sem causas, dos sem comidas e dos sem casas. O capitão do mato dispara com seu chicote A pólvora indigna dos tiranos Que se escondem por trás da cortina do lacrimogêneo, O CHICOTE ESTRALA, MAS ESSE POVO NÃO SE CALA. Quem grita somos nós, Os sem educação, os sem hospitais e sem segurança. (...) Os brancos indignados e os índios Cansados do cachimbo da paz. (...) Tenham medo sim, Somos nós, os famintos, Os que dormem na calçadas frias, Os escravos dos ônibus negreiros, Os assalariados esmagados no trem, Os que, na tua opinião, Não deviam ter nascido. VAZ, Sérgio. “Somos nós”. Disponível em: <https://www.revistaforum.com.br/sergio-vaz-quem-grita-somos- nos/>. Acesso em: 18 mar. 2019. Inspirado nos protestos que tomaram as grandes cidades do Brasil em julho de 2013, Sérgio Vaz com - pôs “Somos nós”, poema bastante inflamado. No trecho acima, retirado do referido texto, aparecem incongruências como “O capitão do mato dispara com seu chicote”, “Cansados do cachimbo da paz”, “escravos dos ônibus negreiros”, o que revela a � situação absurda da corrupção como dizimadora da confiança dos brasileiros em suas instituições. � falha do sistema educacional, que provoca na mul - tidão dificuldade de análise lógica de sua situação. � ironia do autor com relação à falta de sentido das pautas cobradas pelos reivindicadores. � consciência do momento presente como conti - nuidade de um problema com raízes históricas. � falta de cultura de imensa parcela da população incapacitada de entender sua conjuntura social. Resolução Sérgio Vaz fala do seu momento presente (os pro - testos de julho de 2013), misturando-o a fatos do passado histórico brasileiro (capitão do mato, cachim - bo da paz, ônibus [na verdade, navio] negreiro). Dessa forma, ele iguala a miserabilidade dos marginalizados de hoje às vítimas do processo de colonização e cons - trução de nossa sociedade: índios e negros. Assim, mostra consciência de que a crise social em que nos encontramos tem raízes no processo histórico de nossa civilização. Resposta: D QUESTÃO 21 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES– Página 17 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 17 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 18 Escorraçada de toda parte, vivendo esfomeada, tendo que subsistir sem morada certa, apunhalada aqui, estrangulada ali, não desejada em verdade a não ser por uns poucos loucos humanistas e revolu - cionários através da história, é ridículo se representar a Liberdade como uma mulher bela, um facho eterna - mente aceso na mão, os traços finos, a fisionomia tranquila e altiva. A Liberdade é um cachorro vira-lata. FERNANDES, Millôr. O Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 103. Millôr Fernandes foi desenhista, humorista, dramatur - go, escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Con - quistou notoriedade por suas colunas de humor grá fico em publicações como Veja, O Pasquim e Jor - nal do Brasil. Sua produção é crítica e irônica, como demonstrado no trecho acima, em que o autor satiriza � a personificação da Liberdade como cachorro vi - ra-lata. � o conceito de arte revolucionário dos humanistas. � o aspecto marginal da Liberdade como faminta e sem-teto. � representação clássica da Liberdade como uma mulher bela. � apreço dos revolucionários pelo conceito de liber - dade. Resolução Millôr Fernandes personifica a liberdade como um ser miserável e desprezado, representado por um cachor - ro vira-lata, ironizando a imagem convencional que se tem desse sentimento: uma bela mulher seguran - do um facho de luz. Resposta: D Texto 1 Intertexto Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro. Em seguida levaram alguns operários Mas não me importei com isso Eu também não era operário. Depois prenderam os miseráveis Mas não me importei com isso Porque eu não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados Mas como tenho meu emprego Também não me importei. Agora estão me levando Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém Ninguém se importa comigo. BRECHT, Bertolt. “Intertexto”. Disponível em: <http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/26-11- 2016/42196-poema-0/>. Acesso em: 19 mar. 2019. Texto 2 No caminho, com Maiakóvski Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada. COSTA, Eduardo Alves da. “No caminho com Maiakóvski”. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/autoria1.html>. Acesso em: 19 mar. 2019. QUESTÃO 22 QUESTÃO 23 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 18 Bertolt Brecht (Augsburg, Alemanha, 10 de fevereiro de 1898 – Berlim Leste, 14 de agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Eduardo Alves Costa, escritor e poeta brasileiro, nascido em Niterói em 1936, escreveu o poema “No caminho com Maiakóvski” na década de 1960. Apesar da distância espacial entre os dois escri - tores, a temática comum aos dois poemas é a � fragilidade nas relações sociais contemporâneas. � disparidade entre as classes sociais. � repulsa à empatia entre os seres humanos. � negligência como causadora da violência. � a omissão como perpetuadora da repressão. Resolução A violência instaurada no início dos poemas não encontra resistência por parte dos indivíduos. Isso provoca a continuidade desses atos, devido à omis - são dos que sofrem violência ou dos que estão cien - tes de que ela ocorre. Resposta: E Veja, 09 jan. 2019 – Disponível em: <https://abrilveja.files.wordpress.com/2019/01/arte-bullying.jpg? quality=70&strip=info&strip=info>. Acesso em: 19 mar. 2019. Infográficos são representações que reúnem ele - mentos gráficos e visuais para explicar uma infor ma - ção jornalística, técnica ou científica. O infográfico acima trata do bullying, informando que � essa prática altera a atividade de regiões cere brais. � o estudo utilizou um número pouco representa - tivo de jovens. � a preocupação excessiva é comum na fase da adolescência. � os mecanismos de recompensa provocam distúr - bios psíquicos. � a fadiga e a irritabilidade são um problema juve nil. Resolução Segundo o infográfico, os jovens que sofrem de bullying têm áreas do cérebro alteradas (caudado e putâmen), o que provoca mudanças de comporta - mento como ansiedade, preocupação excessiva, inquietação, fadiga e irritabilidade. Resposta: A Canto de Ossanha Coitado do homem que cai no canto de Ossanha, [traidor Coitado do homem que vai atrás de mandinga de [amor Va, vai, vai, vai, não vou Que eu não sou ninguém de ir em conversa de [esquecer A tristeza de um amor que passou Não, eu só vou se for pra ver uma estrela aparecer Na manhã de um novo amor Amigo senhor, saravá, Xangô me mandou lhe dizer Se é canto de Ossanha, não vá, que muito vai se [arrepender Pergunte ao seu Orixá, o amor só é bom se doer Pergunte ao seu Orixá, o amor só é bom se doer Vinícius de Moraes (Compositor) / Baden Powell (Compositor) / Elis Regina (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1966 / Álbum: 365. 137 PB / Lado A / Gênero musical: Samba. QUESTÃO 24 QUESTÃO 25 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 19 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 19 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 20 A letra de música mistura o português com o iorubá, língua usada por africanos escra vizados trazidos ao Brasil. Nessa composição, a incorporação desses ter - mos revela � a segregação de raça e cultura sofrida pelos des - cendentes de africanos. � crenças africanas mencionadas em rituais cató - licos. � a permanência da identidade africana como forma de resistência cultural. � o respeito pelos ritos africanos na autenticidade dessas manifestações. � a crítica à cultura africana presente na produção musical brasileira. Resolução A letra da canção tem termos de origem africana como mandinga, saravá e nomes de divindades dos cultos africanos, como Xangô e Ossanha. Resposta: C Texto 1 Salvador Dalí. A persistência da memória (1931). Bronze, tinta a óleo. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque. Texto 2 O termo surrealismo, cunhado por André Breton com base na ideia de “estado de fantasia superna - turalista” de Guillaume Apollinaire, traz um sentido de afastamento da realidade comum que o movi - mento de vanguarda celebra desde o primeiro ma - nifesto, de 1924. Nos termos de Breton, trata-se de “resolver a contradição até agora vigente entre sonho e realidade pela criação de uma realidade absoluta, uma suprarrealidade”. A importância do mundo oní - rico, do irracional e do inconsciente, anunciada no texto, se relaciona diretamente ao uso livre que os ar - tistas fazem do estudo de Sigmund Freud e da psica - nálise, permitindo a essa corrente estética explorar o imaginário e os impulsos ocultos da mente. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3650/surrealismo>. Acesso em: 19 mar. 2019. O texto teórico acima permite entender a maneira por meio da qual obras como A Persistência da Memória aboliram a lógica, substituindo-a pelo onírico. A proposta surrealista é também encontrada em � Tarsila do Amaral, O Mamoeiro (1925). Óleo sobre tela. Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros – USP, São Paulo. � Jackson Pollock, Número 5 (1948). Óleo sobre tela. Coleção particular. QUESTÃO 26 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 20 � Edvard Munch, A Separação (1896). Óleo sobre tela. Museu Munch, Oslo (Noruega). � René Magritte. O Império das Luzes (c. 1950-1954). Óleo sobre tela. Museus Reais de Belas Artes da Bélgica, Bruxelas. � Grant Wood, American Gothic (1930). Óleo sobre tela. Instituto de Arte de Chicago, Estados Unidos. Resolução O delírio, o onírico, a quebra surrealista da lógica convencional está na conciliação que O Império das Luzes faz, na mesma imagem, entre céuclaro na parte superior do quadro e ambiente noturno na parte inferior. Resposta: D ... E o pior na favela é o que as crianças presen - ciam. Todas crianças da favela sabem como é o corpo de uma mulher. Porque quando os casais que se embriagam brigam, a mulher, para não apanhar sai nua para a rua. Quando começa as brigas os favelados deixam seus afazeres para presenciar os bate-fundos. De modo que quando a mulher sai correndo nua é um verdadeiro espetaculo para o Zé Povinho. Depois começam os comentarios entre as crianças: – A Fernanda saiu nua quando o Armin estava lhe batendo. QUESTÃO 27 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 21 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 21 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 22 – Eu não vi. Ah! Que pena! – E que jeito é a mulher nua? E o outro para citar-lhe aproxima-lhe a boca do ouvido. E ecoa-se as gargalhadas estrepitosas. Tudo que é obseno pornografico o favelado aprende com rapidez. JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10.a ed., São Paulo: Ed. Ática, 2014, p. 45. Observação: manteve-se a grafia empregada pela autora. O texto acima foi retirado de Quarto de Despejo, diário em que Carolina Maria de Jesus relata seu cotidiano como favelada na década de 1950. Apesar de inspirar- se em seu dia a dia massacrante, a autora consegue inserir em sua obra efeitos linguísticos de ironia, como se vê no trecho em análise por meio � da utilização de comunicação direta no relato de conflitos pessoais. � do esforço de autodiferenciação em relação ao seu meio social. � da qualificação da cena de escândalo como um espetáculo para a ralé. � do uso de inúmeros desvios em relação à língua portuguesa. � da caracterização do ambiente com base em tra - ços realistas. Resolução Carolina Maria de Jesus qualifica como espetáculo a cena de escândalo que ocorre diante de sua porta. Trata-se de um efeito de sentido irônico, já que se sustenta no jogo de dizer literalmente algo (qualificar grandiosamente uma cena como espetá culo), deixan - do a entender exatamente o contrário (a cena na verdade é um acontecimento marcado por vulga - ridade). Resposta: C Os brancos não pensam muito adiante no futuro. Sempre estão preocupados demais com as coisas do momento. É por isso que eu gostaria que eles ou - vissem minhas palavras através dos desenhos que você fez delas; para que penetrem em suas mentes. Gostaria que, após tê-las compreendido, dissessem a si mesmos: “Os Yanomami são gente diferente de nós, e no entanto suas palavras são retas e claras. Agora entendemos o que eles pensam. São palavras verdadeiras! A floresta deles é bela e silenciosa. Eles ali foram criados e vivem sem preocupação desde o primeiro tempo. O pensamento deles segue caminhos outros que o da mercadoria. Eles querem viver como lhes apraz. Seu costume é diferente. Não têm peles de imagens, mas conhecem os espíritos xapiri* e seus cantos. Querem defender sua terra porque desejam continuar vivendo nela como antigamente. Assim se - ja! Se eles não a protegerem, seus filhos não terão lu - gar para viver felizes. Vão pensar que a seus pais de fato faltava inteligência, já que só terão deixado para eles uma terra nua e queimada, impregnada de fu - maças de epidemia e cortada por rios de águas sujas!” Nota *xapiri : espírito da floresta. KOPENAWA, Davi e ALBERT, Bruce. A queda do céu. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 64-65. Os povos sem escrita utilizam diversos recursos para manutenção e transmissão de conhecimento. A obra do xamã brasileiro transcrita pelo antropólogo francês indica a emergência de divulgação em meio gráfico dos saberes da tribo ianomâmi a fim de � incluir povos isolados na lógica do conhecimento escrito. � preservar a sua população e o território que ela habita. � fornecer dados do presente às próximas gerações humanas. � diminuir o domínio e a força do conhecimento gráfico. � registrar a equivalência da visão do mundo in - dígena e do civilizado. Resolução Segundo o autor do texto, a intenção da obra consis - te no registro do pensamento ianomâmi para que a população letrada das cidades possa ter consciência da necessidade de interromper a devastação da natureza e, assim, preservar a floresta amazônica e o conhecimento dos povos que nela habitam. Resposta: B QUESTÃO 28 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 22 A velha Sinhá não sabia mesmo o que se passava com o seu marido. Fora ele sempre de muito gênio, de palavras duras, de poucos agrados. Agora, porém, mudara de maneira esquisita. Via-o vociferar, crescer a voz para tudo, até para os bichos, até para as árvores. Não podia ser velhice, a idade abrandava o coração dos homens. Pobre da Marta que o pai não podia ver que não viesse com palavras de magoar até as pedras. Por ela não, que era um resto de gente só esperando a morte. Mas não podia se conformar com a sorte de sua filha. O que teria ela de menos que as outras? Não era uma moça feia, não era uma moça de fazer vergonha. E no entanto nunca apareceu rapaz algum que se engraçasse dela. Era triste, lá isto era. Desde pequena via aquela menina quieta para um canto e pensava que aquilo fosse até vantagem. A sua comadre Adriana lhe chamava a atenção: – Comadre, esta menina precisa ter mais vida. Não fazia questão. Moça era para viver dentro de casa, dar-se a respeito. E Marta foi crescendo e não mudou de gênio. Botara na escola do Pilar, aprendeu a ler, tinha um bom talhe de letra, sabia fazer o seu bordado, tirar o seu molde, coser um vestido. E não havia rapaz que parasse para puxar uma conversa. Havia moças mais feias, mais sem jeito, casadas desde que se puseram em ponto de casamento. Estava com mais de trinta anos e agora aparecera-lhe aquele nervoso, uma vontade desesperada de chorar que lhe metia medo. Coitada da filha. E depois ainda por cima o pai nem podia olhar para ela. Vinha com gritos, com despropósitos, com implicâncias. O que sucederia à sua filha, por que Deus não lhe dera uma sina mais branda?, pensava assim a velha Sinhá enquanto na tenda o mestre José Amaro batia sola. Aquele ofício era doentio. REGO, José Lins do. Fogo morto. 43.a ed., Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1994, p. 38. Grande parte dos romances brasileiros produzidos na primeira metade do século XX destaca a realidade cul - tural e social do país. O excerto acima segue essa pro - posta ao apresentar em seus recursos linguísticos � o diálogo entre personagens femininas de classes sociais distintas. � o ponto de interrogação como forma de evi den - ciar a fala da personagem. � a aproximação do discurso narrativo às inquie - tações da personagem feminina. � a quebra discursiva para diferenciar a situação entre as gerações de mulheres. � o encaixe de alegorias para mostrar a vida dura das mulheres nordestinas. Resolução A narrativa faz uso do discurso indireto livre para cap - tar o universo interior da personagem feminina. Essas preocupações ligam-se aos aspectos pessoais da filha de Sinhá e aos valores culturais do contexto. Resposta: C CAMPOS, Augusto de. “S.O.S.” (1983). Disponível em: <http://www.infoartsp.com.br/imgs/1a50e89568.jpg>.Acesso em: 10 mar. 2019. A partir das tecnologias de reprodução de imagem e da cultura das mídias do século XX, a poesia concreta tem utilizado aspectos visuais, verbais e sonoros no desenvolvimento de sentidos. Seguindo essa propos - ta estética, o texto de Augusto de Campos associa código verbal e imagético para representar o � movimento cíclico da vida moderna. � imprevisibilidade misteriosa da noite. � sentimento progressivo de solidão. � socorro imediato diante de catástrofes. � o narcisismo da sociedade pós-moderna. QUESTÃO 29 QUESTÃO 30 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 23 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 23 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 24 Resolução O poema de Augusto de Campos representa a cons - ciência da solidão humana no universo, em que se questionaaflitamente a condição do ser precário, isolado no cosmos. As palavras da imagem orde adas em linha formam esse texto: “ego eu Я ich io je yo I / sós pós nós / que faremos após? / sem sol sem mãe sem pai / na noite que anoitece / vagaremos sem voz/ silencioso / S.O.S.” Resposta: C “Faze aquilo para que és feito e conhece-te a ti mesmo”, eis um grande preceito amiúde citado em Platão. E cada um dos membros dessa proposição já nos aponta nosso dever, e traz em si o outro. Quem se aplicasse em fazer aquilo para que é feito perceberia que lhe é necessário adquirir antes de mais nada o conhecimento de si próprio e daquilo a que está apto. E quem se conhece não erra acerca de sua capa ci dade, porque se aprecia a si mesmo e procura melho rar, recusando as ocupações supérfluas, os pen sa mentos e os projetos inúteis. Da mesma forma que a loucura não se satisfaz ainda que cedamos a seus desejos, a sabedoria, sempre satisfeita com o presente, nunca se descompraz consigo mesma. A ponto de Epicuro considerar que nem a previdência nem a preocupação com o futuro são peculiares ao sábio. MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. Nova Cultural: São Paulo, 2004, p. 39. Na construção de um texto, inúmeros recursos lin - guís ticos são usados para a construção de sentido. No trecho acima, o uso da citação serve para o autor � expor sua concepção sobre a metafísica. � contrapor-lhe uma teoria filosófica. � argumentar sobre como se vive o presente. � descontruir uma definição preconceituosa. � narrar seu ponto de vista sobre o tempo. Resolução Ao citar Platão e Epicuro, Montaigne argumenta so - bre a arte de saber viver o presente, arte esta possível a partir do autoconhecimento, que, ao evitar desejos e projetos inúteis, dá lugar à sabedoria. Resposta: C Homo brasiliensis O homem É o único animal que joga no bicho. MENDES, Murilo. História do Brasil. In: ___________. Poesia completa & prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 187. Murilo Mendes, poeta brasileiro do Segundo Tempo Modernista (1930-1945), produziu textos com caracte - rísticas típicas do Primeiro Tempo (1922-1930), como o poema-piada acima. Nesse texto, o efeito de humor surge ao romper com a expectativa dada � pela definição lógica do homem como bicho. � pela formulação sentenciosa dos versos. � pelo apelo implícito a manifestações populares. � pela comparação irônica do homem ao animal. � pelo caráter universal proposto pelo título. Resolução A expressão latina do título do poema remete à classificação biológica das espécies e, portanto, gera uma expectativa de definição científica de caráter universal. Essa expectativa se rompe com a definição subsequente, que define o homem brasileiro como o único animal que joga no bicho (jogo de aposta popular brasileiro). Resposta: E SANTOS, Fabiano dos. Koizas da vida. Disponível em: <https://2.bp.blogspot.com/-j- vgdT_7Wtg/Wd2Z75WwASI/AAAAAAAAH68/XH8I8ihRz80rJvvG4rPt NzkQg5mGIawnACEwYBhgL/s1600/Charge_Dia_das_Crian%25C3% 25A7as_Fabiano_Cartunista-2017.png>. Acesso em: 11 mar. 2019. QUESTÃO 31 QUESTÃO 32 QUESTÃO 33 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 24 O cartum associa a linguagem visual à verbal para fa - zer uma referência a determinado contexto social. Po - de-se afirmar que Fabiano dos Santos utiliza per so nagens classificados como estereótipos para que eles indiquem � a idealização da vida em razão das datas come - morativas. � o ócio do brasileiro em consequência dos cons - tantes feriados. � o consumismo do povo em virtude do incentivo às compras. � a degradação da infância por causa do trabalho infantil. � o rebaixamento da criança que prefere o trabalho ao estudo. Resolução O fato de as crianças que trabalham não desejarem um brinquedo na data comemorativa (Dia das Crianças), mas férias, permite notar que a intenção do autor do cartum é criticar o trabalho infantil, que esgota fisicamente a criança e a expulsa daquilo que é próprio dessa faixa etária. Resposta: D A vida de gente pobre Padece, não tem artura A vida de gente rica Arregala e tem fartura. O rico levanta cedo Toma café com mistura O pobre bebe garapa Quase sempre sem doçura. O rico qué comê pexe No mercado ele procura O pobre agarra a vara E sai na noite às escura. A perna de moça rica É bonita e tem grossura Cambito de moça pobre Inda perde pra saracura. Quando gente pobre morre Vai gozá lá nas artura O rico vai pros quinto Fervendo na fervedura. LACERDA, Cláudio. “O pobre e o rico”. Disponível em: <http://www.terrabrasileira.com.br/folclore/g14-poesia.html>. Acesso em: 11 mar. 2019. A linguagem apresenta variantes conforme o contexto em que é aplicada. Considerando isso, Cláudio La - cerda utiliza um registro da fala do Brasil para reforçar o ponto de vista do eu lírico, em que se destacam � a marca de identidade do pobre no vocabulário e a contraposição com os costumes do rico. � a facilidade do rico na manutenção da ética e a submissão do pobre aos prazeres da vida. � a exclusão do pobre e o engrandecimento do rico com base na capacidade de comunicação. � a exaltação do rico por suas regalias e a exclusão da voz do pobre por sua ignorância. � a perenidade da linguagem idealizada do pobre e a rejeição à arrogância do rico. Resolução O vocabulário contribui para o eu lírico apresentar as diferenças sociais e físicas entre os ricos e os pobres. Resposta: A Lima Barreto era desse jeito, cheio de ironias, deboches, contradições e acertos, ideias fortes e recorrentes, idiossincrasias, angústias, sofrimentos. Um escritor que sempre viveu entre dois mundos, espaciais, culturais e sociais. Ainda menino perdeu a mãe, d. Amália, professora e diretora de escola, que lhe prometeu um futuro, mas o deixou muito cedo, por conta da tuberculose. Na infância, dividia o tempo entre a então erma ilha do Governador — local de residência de seu pai, almoxarife de duas colônias de alienados — e o colégio na capital. Depois da escola, atendendo ao sonho de João Henriques, que antes trabalhara como tipógrafo e queria um filho “doutor”, matriculou-se na Escola Politécnica, no centro borbulhante do Rio, mas jamais deixou de sofrer a dor da exclusão social. Uma foto rota o traz em meio aos colegas mais abonados — usando polainas e sapatos QUESTÃO 34 QUESTÃO 35 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 25 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 25 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 26 elegantes — e um tanto isolado. É o único eviden - temente negro, e mostra no terno desengonçado e na gravata com o nó frouxo um mundo de constran - gimentos. SCHWARCZ, Lília Moritz. Lima Barreto: triste visionário. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, p. 11. As características estilísticas de um texto permitem classificá-lo em determinado gênero. Analisando-se o excerto acima, percebe-se que a autora fez um tipo de exposição dos fatos de maneira predominantemente � argumentativa dos feitos literários de um reno - mado escritor. � controversa de fatos diversos da vida familiar de uma celebridade. � narrativa das particularidades da vida de uma personalidade. � ficcional de fatos da história renomada de um nome literário. � genérica da existência cotidiana de membros da sociedade. Resolução Nesse texto sobre Lima Barreto, há elementos ca - racterísticos da biografia, predominando a narração de fatos particulares desse escritor pré-mo dernista. Resposta: C Esse descaso alimentado pelos grupos de ati - vistas que se comunicam pela internet é responsável por mais de 7 mil casos de sarampo ocorridos em países europeus, nos quais a doença estava para desaparecer. Nasci num mundo sem vacinas. Tive sarampo, caxumba, catapora, rubéola e coqueluche, na época conhecidas como “doenças de infância”, espécie de tributo a ser pago por todos. Na escola e nas ruas, ouvíamos o som metálico das próteses mecânicas dos que sobreviviam à paralisia infantil. O menor sinal de febre e fraqueza nas pernas enlouquecia os pais. Quando fiz internatono Hospital das Clínicas, na década de 1960, faltavam vagas na enfermaria de tétano. No Hospital Emílio Ribas, havia uma enfer - maria para isolar os portadores de varíola, hoje erradicada do mundo. Na maturidade, entrei em coma e quase morri de febre amarela, pelo descuido ab - surdo de não renovar a vacina. Avançamos muito em uma geração. Hoje o Brasil é reconhecido como o país que organizou o maior programa de vacinações gratuitas do mundo. Pessoas que se negam a imunizar os filhos não têm a desculpa da falta de recursos. Os que alegam razões ideológicas assentadas em argumentos pseudocientíficos para não vaciná-los e os médicos que prescrevem vitaminas, extratos de plantas ou vacinas homeopáticas em lugar das que fazem parte do calendário do Ministério da Saúde devem responder criminalmente por expor as crian - ças ao risco de morte e a sociedade à disse minação de doenças quase extintas. VARELLA, Drauzio. “Sábios antivacinais”. Caderno Ilustrada. Folha de S.Paulo. 27 mai 2017, p. C8. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2017/05/188 7700-sabios-antivacinais.shtml>. Acesso em: 12 mar. 2019 (adaptado). Os gêneros textuais podem ser caracterizados, dentre outros fatores, por seus objetivos. Nesse sentido, o excerto acima é � um artigo de opinião, pois apresenta o tema sob um ponto de vista crítico e argumentativo. � uma alegoria, pois há uma série de metáforas encadeadas sobre o descuido com a saúde. � uma notícia, pois relata acontecimentos pontuais, bem como fatos cotidianos. � uma sinopse, pois sintetiza as informações relevantes de uma doutrina de modo objetivo. � uma crônica memorialista, pois aborda expe - riências pessoais vividas na infância. Resolução O texto de Drauzio Varella é um artigo de opinião sobre o descaso que alguns grupos têm com a pre - venção de moléstias. Esse descuido refere-se à exclu - são das vacinas, fato que traz graves consequências à sociedade. Resposta: A QUESTÃO 36 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 26 Qual a missão da arte? Originária da propensão erótica fora do amor, a arte é inútil, – inútil como o esplendor corado das pétalas sobre a fecundidade do ovário. Qual a missão das pétalas coradas? De que nos serve a primavera ser verde? As aves cantam. Que se aproveita do cantar das aves? A arte é uma consequência e não um preparativo. Nasce do entu - siasmo da vida, do vigor do sentimento, e o atesta. Agrada sempre, porque o entusiasmo é contagioso como o incêndio. A alma do poeta invade-nos. A poesia é a interpretação de sentimentos nossos. Não tem por fim agradar. POMPEIA, Raul. O ateneu. 12.a ed., São Paulo: Ática, 1990, p. 82. A analogia consiste num recurso argumentativo que estabelece relação de semelhança entre elementos distintos. Nesse trecho, o uso desse procedimento serve para o narrador � analisar a percepção da alma do poeta. � perscrutar a origem da criação artística. � expor sua visão sobre a arte e a poesia. � interpretar a relação da arte com a natureza. � refletir sobre novas possibilidades da obra de arte. Resolução O narrador vale-se da analogia, uma vez que emprega imagens que vão progressivamente demonstrando sua visão sobre a arte. Os trechos em que se nota a presença da comparação ou símile são os seguintes: “inútil como o esplendor corado das pétalas sobre a fecundidade do ovário” e “o entusiasmo é contagioso como o incêndio”. Resposta: C 527. Apego à opinião. — Uma pessoa se atém a uma opinião porque julga haver chegado a ela por si só; outra, porque a adquiriu com esforço e está orgulhosa de tê-la compreendido: ambas, portanto, por vaidade. NIETZSCHE, Friedrich W. Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres. Tradução, notas e posfácio: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 244. O texto acima é um aforismo, pois transmite uma máxima ou sentença que, em poucas palavras, explicita uma regra ou um princípio de alcance moral. O elemento gramatical que contribui para o caráter universal desse aforismo é � o uso de substantivos abstratos como vaidade e opinião. � a repetição de conectivos que indicam circuns - tância de causa (porque). � o emprego de verbos no presente do indicativo, como julga e está. � a utilização do verbo haver, em vez de ter, em “julga haver chegado”. � o fecho do texto, em que se encontra a conjunção portanto, introduzindo oração conclusiva. Resolução O elemento gramatical que permite a esse aforismo transmitir uma verdade geral e atemporal é a pre - sença de verbos no presente do indicativo, que dão um caráter sentencioso ao texto de Nietzsche. Resposta: C Entretanto, a rua lá fora povoava-se de um modo admirável. Construía-se mal, porém muito; surgiam chalés e casinhas da noite para o dia; subiam os aluguéis; as propriedades dobravam de valor. Montara-se uma fábrica de massas italianas e outra de velas, e os trabalhadores passavam de manhã e às Ave-Marias, e a maior parte deles ia comer à casa de pasto que João Romão arranjara aos fundos da sua venda. Abriram-se novas tavernas; nenhuma, porém, conseguia ser tão afreguesada como a dele. Nunca o seu negócio fora tão bem, nunca o finório vendera tanto; vendia mais agora, muito mais, que nos anos anteriores. Teve até de admitir caixeiros. As merca - dorias não lhe paravam nas prateleiras; o balcão estava cada vez mais lustroso, mais gasto. E o dinheiro a pingar, vintém por vintém, dentro da ga - veta, e a escorrer da gaveta para a burra, aos cin - quenta e aos cem mil-réis, e da burra para o banco, aos contos e aos contos. AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. QUESTÃO 38 QUESTÃO 39 QUESTÃO 37 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 27 ENEM_PROVA1_19_5_ALICE_2019 11/04/2019 17:03 Página 27 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 28 Em seu livro, Aluísio Azevedo mostra a evolução de seu personagem João Romão. Paralelo ao cres cimen - to deste personagem, o texto registra � o aumento da população sem que houvesse in - flação. � o endividamento do comércio devido ao emprés - timo bancário. � o número maior de vendeiros do que de consumi - dores. � o desenvolvimento socioeconômico da cidade. � uma economia pré-capitalista, próxima do es cambo. Resolução O texto menciona o crescimento da população e de moradias, enfatizando o comércio e o enriquecimento dos proprietários, representados nominalmente por João Romão. Nesse contexto, percebe-se o desen - volvimento socioeconômico do Rio de Janeiro no final do século XIX. Resposta: D Uma indecisão indiscreta o tornou consciente de novo que era o Primeiro de Maio, ele estava celebrando e não tinha o que fazer. Bom, primeiro decidiu ir na cidade pra assuntar alguma coisa. Mas podia seguir por aquela direção mesmo, era uma volta, mas assim passava na Estação da Luz dar um bom dia festivo aos companheiros trabalhadores. Chegou lá, gesticulou o bom dia festivo, mas não gostou porque os outros riram dele, bestas. Só que em seguida não encontrou nada na cidade, tudo fechado por causa do grande dia Primeiro de Maio. Pouca gente na rua. Deviam de estar almoçando já, pra chegar cedo no maravilhoso jogo de futebol escolhido pra celebrar o grande dia. Tinha mas era muito polícia, polícia em qualquer esquina, em qualquer porta cerrada de bar e de café, nas joalherias, quem pensava em roubar! nos bancos, nas casas de loteria. O 35 teve raiva dos polícias outra vez. ANDRADE, Mário de. Contos novos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012, p. 38. No trecho do conto “Primeiro de Maio”, o narrador onisciente apresenta ao leitor a voz interior da personagem 35 em � “bestas”. � “ir na cidade”. � “pra assuntar alguma coisa”. � “gesticulou o bom dia festivo”. � “O 35 teve raiva dos polícias outra vez”. Resolução A voz interior da personagem 35 se mistura com o discurso do narrador em “bestas”. Isso pode ser observado não só pelo contexto, que justifica a frase ofensiva da personagem, como também pelo em - prego da vírgula, que interrompe o discurso exclusivo do condutor do conto. Nas demais alternativas,
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