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Resumo AULA_Estado da Arte Instrumentos e Técnicas_Cláudia Mônica dos Santos e Karine Noronha. In: FORTI, V.; GUERRA, Y (Orgs). Serviço Social: Temas, Textos e Contextos. 4ª ed. Rio de Janeiro: Lumen

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Resumo para aula da Disciplina Instrumentos e técnicas de intervenção 
ESS/UNIRIO 
Docente: Silvana Marinho 
Novembro de 2019 
 
1 
 
TEXTO: O estado da arte sobre os instrumentos e técnicas na intervenção profissional do 
assistente social - uma perspectiva crítica 
Autoras: Cláudia Mônica dos Santos e Karine Noronha. In: FORTI, V.; GUERRA, Y (Orgs). 
Serviço Social: Temas, Textos e Contextos. 4ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2013 
 
Apresentação geral 
 Resultados de uma pesquisa que teve o objetivo de sistematizar o debate (crítico 
dialético) dos instrumentos e técnicas de intervenção 
 
 Achado: pouca produção que ofereça destaque ao tema dos instrumentos 
Buscou: 
- reconhecer os elementos constitutivos desse debate na produção do serviço social a partir de 
revisão bibliográfica 
- conhecer a concepção embutida no uso dos instrumentos e as habilidades e dificuldades no 
manuseio deles com base em entrevistas e grupos focais (profissionais da AS) 
 Em síntese: marcar os elementos fundamentais na concepção de instrumentos e 
técnicas 
 
 Alguns pressupostos básicos sobre o debate: 
O uso dos instrumentos está relacionado com as condições objetivas e subjetivas de trabalho, o 
tipo de demanda e sobretudo o domínio do que é a profissão a sua natureza seu objeto e seu 
âmbito de internação 
Três elementos centrais: 
1- reconhecer instrumentos e técnicas como um dos elementos constitutivos da dimensão 
técnico-operativa da profissão 
2- considerar a relação dialética indissociável das três dimensões constitutivas da 
profissão: teórico- metodológica ético-política e técnico-operativa 
3- negar a existência de uma neutralidade no uso dos instrumentos e técnicas 
 
Concepção de instrumentos e técnicas: 
 O instrumental é percebido como um conjunto articulado de instrumentos e técnicas que não 
deve ser visto de maneira isolada/ autonomizado, mas como uma unidade dialética, pois 
instrumentos e técnicas são relacionais 
 
 Instrumentos e técnicas: constituem e são constitutivas do modo de ser da profissão. 
Sua relação dialética é a capacidade própria da profissão 
 
- Instrumentos: potencializadores da ação profissional sob os quais a intervenção profissional 
pode objetivar suas finalidades 
Resumo para aula da Disciplina Instrumentos e técnicas de intervenção 
ESS/UNIRIO 
Docente: Silvana Marinho 
Novembro de 2019 
 
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- A técnica: associada à habilidade no uso do instrumento, uma qualidade atribuída aos 
instrumentos 
 
A não neutralidade 
A escolha dos instrumentos não é neutra: cumpre uma função técnica e operacional e uma 
função política ideológica. 
Há sempre um referencial teórico-metodológico e ético-político subjacente a escolha e a 
utilização dos instrumentos e técnicas. 
A própria técnica é uma manifestação do saber que também não é neutra, pois tem uma 
dimensão política comprometida com uma determinada prática social e uma forma de 
intervenção no mundo : Por meio de práticas libertadoras ou mantenedoras da Ordem 
 
Caráter histórico e dinâmico e teleológico 
- Se a instrumentalidade é sócio-histórica, os instrumentos são dinâmicos podendo ser 
construídos e reconstruídos na processualidade histórica da profissão, justamente para que 
possam ser coerentes com as finalidades da ação profissional ( essas finalidades guardam 
relação com as três dimensões constitutivas da profissão) 
- Eles são aprimorados pela técnica : face à dinamicidade da realidade e suas transformações 
Do ponto de vista teológico eles são relacionados a diversas intencionalidades: da profissão do 
profissional da instituição e da população 
 Portanto se faz importante que as assistentes sociais tenham consciência das finalidades 
da sua intervenção para o uso dos instrumentos 
 
Síntese da revisão bibliográfica sobre a concepção dos instrumentos e técnicas: 
 São elementos da dimensão técnico-operativa da profissão = parte constitutiva do instrumental 
de intervenção, constituindo uma relação de unidade na diversidade, sendo os instrumentos 
potencializadores das intencionalidades teórico-políticas para a efetivação da ação 
 São elementos direcionados ao alcance de finalidade 
 São produtos da ação humana o que lhes confere um caráter histórico 
 
Os instrumentos da nossa herança intelectual e cultural e o debate em torno deles 
Há um uso decrescente dos seguintes instrumentos: 
1. entrevista/encaminhamento/ visita domiciliar institucional 
2. reunião/ grupo /sala de espera 
3. relatório/ parecer/ evolução 
Estado da arte: Entrevista / VD / grupo / parecer técnico 
 
Resumo para aula da Disciplina Instrumentos e técnicas de intervenção 
ESS/UNIRIO 
Docente: Silvana Marinho 
Novembro de 2019 
 
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Entrevista: 
- Aproximação com as condições de vida da população (material e espiritual): 
Envolve aspectos sociais políticos ideológicos culturais e afetivos e religiosos 
- Objetivo: Conhecer para intervir / compreender e dar respostas profissionais 
- Signos: conhecimento mútuo; ampliação da consciência; questões do cotidiano 
Estímulo à reflexão (mútua) 
Reflexão sobre a inserção na sociedade 
 
 Entrevista enquanto instrumento que responde a uma finalidade: deve extrapolar uma 
concepção que a reduz ao mero encaminhamento, apoio, aconselhamento e catarse 
 
Três cuidados: (finalidades/ habilidades/ética) 
 consciência da intencionalidade do uso da entrevista - dimensão ético-política 
 uso da linguagem - habilidades ( comunicação e observação) 
 postura democrática ( não realizar perguntas desnecessárias /constrangedoras / que induzam 
as respostas - postura que não cerceie a cosmovisão ou policie os comportamentos - questões 
de cor/raça/gênero/religião/sexualidade) Privacidade e sigilo 
 
- Do ponto de vista ético-político no processo de escolha da entrevista deve-se explicá-la a 
população, seus objetivos, o trabalho da instituição e o trabalho do serviço social 
Nota: isso permite nos distanciarmos uma de relação tutelar, autoritária, burocrática, tecnicista 
das protoformas da profissão. 
- Do ponto de vista das habilidades: linguagem 
Observação: percepção dos silêncios, dos desvios de assunto, dos constrangimentos, de uma 
manifestação de dor/tristeza/emoção - dar sentido a essas dimensões e interpretar o que podem 
indicar 
- Priorizar perguntas subjetivas e não perguntas fechadas/objetivas sim/não, pois não se trata de 
um instrumento inquisitório 
 Nota: Roteiro semi-aberto 
- “Escuta Silenciosa”: sucedida de sumarização/sistematização da sua compreensão e com 
devolutiva à população usuária de modo à reflexão/confirmação 
 Nota: Eu diria Escuta Atenciosa/Qualificada/Ativa 
- Postura: problematização, reflexão e crítica do saber trazido pela população e não mera 
supervalorização 
Nota: Fazer as devidas mediações com o conteúdo da fala, que é carregada de senso comum, 
esterótipos, preconceitos (não sacralizar: compreender as determinações que as subjazem) 
 
 
 
Resumo para aula da Disciplina Instrumentos e técnicas de intervenção 
ESS/UNIRIO 
Docente: Silvana Marinho 
Novembro de 2019 
 
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VD 
- Historicamente controle inquérito social: Comprovar relatos e fatos/ educar e disciplinar 
- Instrumento mais polêmico - Não há convergências 
 De um lado: invasivo antidemocrático de fiscalização da vida do usuário devendo ser usada 
com extrema cautela ou abolida 
De outro lado: dependendo da finalidade das habilidades, não se trata de uma prática policialesca 
ou antiética. Pode ter como objetivo conhecer as condições de vida dos sujeitos e apreensão 
do cotidiano das relações 
- Aprofundamento do conhecimento de uma determinada realidade, subsídios para intervenção 
profissional, para tomada de decisões, parecer. 
- Áreas de intervenção: saúde / violência / infância e juventude / sóciojuridico 
- Alguns cuidados: 
planejamento / objetivos- intencionalidade / roteiro / agendamento / explicar ao usuário o motivo 
da VD edo registro e ter seu consentimento / combinar se será em conjunto (outro membro da 
família) 
Atenção/cautela no “como” realizar a VD – Ex: Denúncias de Violência 
 
Grupo 
Pressuposto básico: De uma prática disciplinadora a uma prática em direção aos princípios CEP 
Três abordagens na produção do serviço 
 Primeira abordagem: 
A importância de uma discussão teórica profunda sobre grupos e sobre as práticas grupais 
vinculadas aos movimentos populares e de massa – análise critico-dialética 
Reconhecer as classes sociais na sua dinamicidade 
Grupo é pensado em seu próprio movimento, como espaço de tensões, atravessado por pelos 
processos históricos de dominação e exploração 
Superar as referências psi e dinâmica de grupo 
 
 Segunda abordagem 
Como trabalho socioeducativo: espaço potencial para expressão do projeto ético-político 
 Uma estrutura de vínculos e relações 
Informação e comunicação em direitos de cidadania 
É preciso enxergar sua totalidade: dimensão subjetiva e a estrutura social 
Dimensão histórica: O grupo é espaço contraditório por estar inserido numa sociedade 
capitalista tendo uma série de determinações e também por expressar possibilidades históricas: 
construção de estratégias de resistência e ação contra hegemônica 
Exige clareza da intencionalidade, dos objetivos e da tarefa do/a assistente social como 
facilitadora 
Prática interdisciplinar: dada a complexidade dos conteúdos 
Resumo para aula da Disciplina Instrumentos e técnicas de intervenção 
ESS/UNIRIO 
Docente: Silvana Marinho 
Novembro de 2019 
 
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 Terceira abordagem 
Universalização de questões – caráter coletivo de demandas e questões 
Experiências democráticas horizontais (capacitação, organização e realização de controle social) 
Sobre o sofrimento interno e social: reflexão crítica sobre a temática e as relações sociais 
hegemônicas 
Reflexão final: Ana Maria Vasconcelos - Objeto: QS 
Objetivos: compreender a realidade social para agir sobre ela, decifrando a realidade e agindo 
coletivamente – distanciando-se de uma busca isolada para problemas encarados de ordem 
comportamental, moral, psi ou material como nas protoformas SS 
 
Parecer técnico 
- Subsidiar decisões (judiciais/médicas); concessão de benefícios; inclusão em programas e 
serviços 
Enquanto uma opinião técnica sobre determinada situação ele é precedido de um estudo social 
exame/análise da situação social apresentada a opinar – exige: conhecimento sólido sobre a 
matéria, competência técnica e teórico-metodológica, compromisso ético-político de modo a 
estar consistente e bem fundamentado 
Envolve outros instrumentos: entrevista, observação, VD e documentação 
O ES tb deve ser precedido da reflexão sobre as intencionalidades/finalidades 
Instrumento de poder: deve ser direcionado à garantia e efetivação de direitos distanciando-se 
do ethos fiscalizador 
 
Conclusões 
 Instrumentos: possibilitam a materialização do projeto ético-político 
 
Entrevista/grupo e VD: 
 Signos 
- Conhecimento e reflexão - mutualidade entre AS e população usuária. 
- Reflexão e crítica das relações sociais hegemônicas e suas determinações e das questões do 
cotidiano 
- Aproximação da realidade e do contexto social da população 
- Coleta e reunião de informações sobre realidade e as situações 
- Socialização de informações e discussão de direitos 
- Mobilização e organização da sociedade civil 
- Trabalho interdisciplinar 
- Agir democrático 
 
 
 
Resumo para aula da Disciplina Instrumentos e técnicas de intervenção 
ESS/UNIRIO 
Docente: Silvana Marinho 
Novembro de 2019 
 
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 Habilidades nos usos dos instrumentos: 
Escuta, observação, comunicação, linguagem, escrita, a capacidade técnica, conhecimento da 
temática e dos direitos, mediações, relações entre o particular e o geral 
 Manuseio requer compreensão do sentido social da ação e seu significado no 
contexto/cotidiano que intervém 
 
 Angústias: 
Respostas oferecidas 
Entrevista/VD e Grupo, diante dos limites sócio institucionais, são impostos e não permitem a 
liberdade da população usuária participar ou não 
Pensar os fins para buscar os meios adequados ao alcance das finalidades reais. Dar 
objetividade à intencionalidade da intervenção