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Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros Exame clínico REVISÃO ANATOMOFISIOLÓGICA PROJEÇÕES DO CORAÇÃO E DOS GRANDES VASOS DA BASE NA REGIÃO ANTERIOR DO TÓRAX ✓ Ventrículo direito ocupa a maior parte da parede anterior ✓ Ventrículo esquerdo tem a ápice. Geralmente no 5º es- paço intercostal. ✓ Diâmetro do ictus cordis em decúbito dorsal pode chegar de 1 a 2,5 cm. Acima disso é evidência de hipertrofia do ventrículo esquerdo ou dilatação (pacientes com HAS e estenose aórtica. CÂMARAS, VALVAS E CIRCULAÇÃO CARDÍACA ✓ Valva tricúspide: atrioventricular direita. ✓ Valva mitral: atrioventricular esquerda. ✓ Valva aórtica e pulmonar são as semilunares ✓ O fechamento das valvas cardíacas origina as bulhas car- díacas (B1 e B2). ✓ Em adultos >40 anos, as bulhas diastólicas B3 e B4 são patológicas. Relação com insuficiência cardíaca e isque- mia miocárdica aguda. EVENTOS DO CICLO CARDÍACO ✓ Na sístole a valva aórtica fica aberta e a mitral fechada. ✓ Na diástole valva aórtica fechada e a mitral aberta. ✓ Durante a diástole, a pressão no átrio esquerdo repleto de sangue supera discretamente a pressão registrada no ventrículo es- querdo relaxado → sangue flui do AE para o VE. ✓ Du- rante a sístole, o VE começa a se contrair e a pressão ventri- cular supera ra- pidamente a pressão atrial esquerda, fe- chando, assim, a valva mitral. O fechamento da valva mi- tral produz a primeira bulha cardíaca B1. Ap. Cardiovascular Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros ✓ A pressão ventricular começa a cair à me- dida que o VE ejeta a maior parte do sangue em seu interior. Quando a pressão VE cai abaixo da pres- são aórtica, ocorre o fechamento da valva aórtica. O fe- chamento da valva aórtica produz a segunda bulha cardí- aca (B2), iniciando uma nova diástole. ✓ Na di- ástole, a pres- são ventricular esquerda conti- nua a cair e al- cança níveis in- feriores à pres- são atrial es- querda. Ocorre a abertura da valva mitral. É silencioso. É patológico quando audível, indica restrição à movimen- tação das válvulas cardíacas, como na estenose mitral. ✓ Após abertura da valva mitral, verifica-se um período de enchimento ventricular rápido, com fluxo de sangue do AE para o VE, no início da diástole. Em crianças e adultos jovens pode surgir uma terceira bulha cardíaca, B3, se- cundária à desaceleração rápida da coluna de sangue contra a parede ventricular. O achado de B3 em idosos, denomina às vezes “galope por B3”, costuma indicar uma alteração patológica da complacência ventricular. ✓ Finalmente, embora não seja audível com frequência em adultos normais, a quarta bulha cardíaca (B4) assinala a contração atrial. Ela procede imediatamente a B1 do ba- timento cardíaco seguinte e reflete uma alteração patológica na complacência ventricular. DOBRAMENTO DAS BULHAS CARDÍACAS DESDOBRRAMENTO DE B2 ✓ As pressões VD e a pressão arterial pulmonar são signifi- cativamente mais baixas que as pressões corresponden- tes do lado esquerdo ✓ Os eventos do lado direito ocorrem um pouco mais tarde que os do lado esquerdo. ✓ Em vez de uma bulha cardíaca única, é possível auscultar dois componentes distintos, o primeiro derivado do fe- chamento da valva aórtica do lado esquerdo (A2) e o se- gundo do fechamento no lado direito da valva pulmonar (P2). ✓ A segunda bulha (B2) tem dois componentes (A2 e P2). ✓ Inspiração → aumento do tempo de enchimento do co- ração direito → incrementa o volume sistólico ventricular direito + duração da ejeção ventricular direito → retarda o fechamento da valva pulmonar (P2), ocasionando o desdobramento de B2 em seus dois componentes audí- veis. Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros ✓ A2 dá para escutar em todo precórdio, mas P2 é suave e melhor auscultado entre o 2º e 3º espaço intercostais, próximo ao esterno. DESDOBRAMENTO DE B1 ✓ B1 também tem dois componentes. Um som mitral e um componente tricúspide mais tardio. ✓ Som mitral → hiperfonético → devido pressão elevado do lado esquerdo. Mais intenso. ✓ Componente tricúspide → mais suave → mais bem aus- cultado na borda esternal interior esquerda. ✓ Não varia com a respiração. SOPROS CARDÍACOS ✓ São produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo. ✓ Duram mais que as bulhas. ✓ Mecanismos formadores de sopro ➢ Aumento da velocidade da corrente sanguínea: sur- gem após exercício físico, anemia, hipertireoidismo e na síndrome febril. ➢ Diminuição da viscosidade sanguínea: sopros anêmi- cos ➢ Passagem do sangue através de uma zona estreitada. ➢ Passagem do sangue por um zona dilatada. ➢ Passagem do sangue por uma membrana de borda li- vre SÍSTOLE DIÁSTOLE Insuficiência Mitral – reg Estenose Mitral - est Insuficiência Tricúspide - reg Estenose Tricúspide - est Estenose Aórtica – est Insuficiência Aórtica - reg Estenose Pulmonar – est Insuficiência Pulmonar - reg CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DOS SOPROS ✓ Existem dois tipos de patologias valvares. A insuficiência e a estenose. ✓ Na insuficiência valvar ocorre falha de coaptação dos fo- lhetos das valvas causando regurgitação de sangue por ela. ✓ Na estenose existe estreitamento da abertura da valva, ocasionando aceleração e turbilhonamento do fluxo por ela. ✓ Em adultos e idosos é mais comum encontrarmos acome- timento nas valvas do lado esquerdo do coração. SOPROS SISTÓLICOS ✓ Sopros sistólicos de ejeção ➢ Causados por estenose da valva aórtica ou pulmonar ➢ As valvas vão abrir com dificuldade fazendo com que o sangue passe acelerado e turbilhonamento → so- pro. ➢ Intensidade variável → chamado de sopro em lo- sango ou diamante. ➢ Na prática encontramos mais estenose pulmonar em crianças, adolescentes e adultos jovens. ➢ A estenose aórtica é mais observada em adultos e ido- sos. ✓ Sopros sistólicos de regurgitação ➢ Causados pela insuficiência mitral ou tricúspide. ➢ Se há falha do coarctação das valvas, haverá sangue retornando para os átrios → fluxo regurgitante forma o sopro. ➢ Esse sopro é holossistólico e de intensidade mantida. ➢ Em poucos casos se escuta insuficiência na tricúspide. É mais comum o da mitral. SOPROS DIASTÓLICOS ✓ Sopros diastólicos em ruflar ➢ Estenose mitral ou tricúspide ➢ O fluxo para os ventrículos estará acelerado e turbu- lento. ➢ A estenose tricúspide é bastante rara. ➢ Estenose mitral no Brasil geralmente secundária aco- metimento por febre reumática. ✓ Sopros diastólicos aspirativos ➢ Insuficiência aórtica ou pulmonar ➢ As valvas estão fechadas mas a coarctação está defi- ciente, causando vazamento e refluxo de sangue para o ventrículo. ➢ Intensidade decrescente Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros ➢ Sopro da insuficiência pulmonar é mais raro. RELAÇÃO DOS ACHADOSNA AUSCULTA COM A PAREDE TORÁCICA ✓ Os locais da parede torácica em que se auscultam as bu- lhas e os sopros cardíacos ajudam a identificar a valva ou a câmara de que eles se originam. ✓ Bulhas e os sopros da valva mitral são preferencialmente auscultados no ápice cardíaco e em seu entorno. ✓ As ruídos da valva tricúspide são mais bem-auscultados na borda esternal inferior esquerda ou em sua proximi- dade. ✓ Os sopros da valva pulmonar são, em geral, mais bem auscultados no 2º e 3º espaço intercostais esquerdos, próximo ao esterno. ✓ Os sopros que se originam da valva aórtica podem ser auscultados em qualquer ponto, desde o 2º espaço inter- costal direito até o ápice. SISTEMA DE CONDUÇÃO ✓ O sistema de condução elétrico estimula e coordena a contração do músculo cardíaco. ✓ Nó sinusal → nó atrio- ventricular. Contração ocorre pri- meiro nos átrios e, depois, nos ventrículos. ✓ A contração do músculo liso cardíaco produz atividade elétrica, produzindo uma série de ondas no ECG. O ECG consiste em seis derivações dos membros no plano fron- tal (aVR, aVL, aVF, DI, DII e DIII) e seis derivações precor- diais ou torácicas no plano transverso (V1 a V6). ✓ Vetores elétricos que se aproximam de uma derivação causam uma deflexão positiva (para cima). ✓ Vetores elétricos que se afastam da derivação causam uma deflexão negativa (para baixo). ✓ Quando se equilibram, os vetores positivo e negativo são isoelétricos, aparecendo como uma linha reta. ✓ O complexo QRS, de tamanho maior, que corresponde à despolarização ventricular. ➢ Onda Q, deflexão para baixo causada pela despolari- zação septal. ➢ Onda R, deflexão para cima derivada da despolariza- ção ventricular. ➢ Onde S, deflexão para baixo após uma onda R. ✓ Onda T da repolarização ou recuperação ventricular. Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros CORAÇÃO COMO BOMBA ✓ Débito cardíaco: volume de sangue ejetado por cada ventrículo no período de um minuto. É o produto da fre- quência cardíaca pelo volume de ejeção. ✓ Pré-carga: carga que distende o músculo cardíaco antes da contração. A pré-carga ventricular direita aumenta com a elevação do retorno venoso para as câmaras car- díacas direitas. Insuficiência cardíaca aumenta a pré- carga (patológico), como também a inspiração e ativi- dade muscular (fisiológico). Reduz com a expiração (fisi- ológico), redução do débito ventricular esquerdo e a es- tease de sangue no leito capilar ou no sistema venoso. ✓ Contratilidade miocárdica: capacidade de encurtamento do músculo cardíaco diante de determinada carga. ✓ Pós-carga: grau de resistência vascular à contração ven- tricular. PULSOS ARTERIAIS E PRESSÃO ARTERIAL ✓ Fatores que influenciam a pressão arterial: ➢ Volume de ejeção ventricular esquerda ➢ Distensibilidade da aorta e dos grandes vasos ➢ Resistência vascular periférica ➢ Volume de sangue no sistema arterial. PRESSÃO VENOSA JUGULAR E PULSAÇÕES ✓ As alterações pressóricas no átrio direito durante a sís- tole e a diástole provocam oscilações de enchimento e esvaziamento nas veias jugulares. Referências: Porto, Celmo Celeno. Exame clínico / Celmo Celeno Porto, Arnaldo Lemos Porto. 8. ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2017. Bates - Propedêutica Médica - Lynn S. Bickley. 10ª Edição.
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