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Sedação Hipnose + analgesia, bloqueio neuromuscular não é obrigatório (indicado na UTI). A sedação, que consiste na diminuição do estado alerta ou vigília, apresenta amplo espectro, desde ansiólise até́ o estado de anestesia geral e pode ser empregada tanto no ato cirúrgico quanto em uma variedade de situações clinicas que vão desde controle de ansiedade e transtornos ansiosos, distúrbios motores, aumento do conforto e cooperação, crises convulsivas e controle de dor até trauma agudo com instabilidade cardiovascular, respiratória ou neurológica. A sedação é a depressão também controlada da consciência, que torna o paciente um pouco menos consciente de si mesmo e do ambiente. Nesse estado, os pacientes podem estar sonolentos, mas não inconscientes. Não sentirão a dor, mas estarão cientes, embora confusamente, do que está acontecendo ao seu redor. A resposta do paciente aos estímulos externos se torna limitada. Popularmente conhecidos como calmantes, os medicamentos sedativos possuem a propriedade de reduzir a ansiedade sem afetar, ou afetando pouco, as funções motoras e mentais dos pacientes. A sedação também possui indicações para procedimentos diagnósticos e terapêuticos em associação com anestesia local, também sendo indicada como adjuvante no cuidado paliativo. Tolerância → ciclagem de sedativos Dependência → crise de abstinência A sedação pode ser mínima, moderada ou profunda: - A sedação mínima é usada apenas para aliviar a ansiedade do paciente, que precede algumas intervenções médicas, com nenhum ou muito pouco efeito sobre a consciência do paciente. - A sedação moderada deprime um pouco a consciência, mas deixa o paciente capaz de responder a estímulos externos, táteis ou verbais. - Na sedação profunda, o paciente responde apenas a estímulos dolorosos fortes ou repetidos. Se a sedação for levada longe demais, o paciente pode ficar inconsciente. Leve: ansiólise + amnésia FÁRMACOS Benzodiazepínicos Os benzodiazepínicos são, comumente, administrados para sedação na UTI, pois eles proporcionam efeito ansiolítico e amnésia anterógrada. Além disso, em geral, são utilizados para prevenir ou tratar convulsões e sintomas de abstinência alcoólica. O midazolam causa menos depressão ventilatória e cardiovascular quando comparado com propofol. Entretanto, os benzodiazepínicos podem contribuir para o desenvolvimento de delirium na UTI, em especial nos pacientes idosos. Propofol O propofol tem propriedades farmacológicas, tais como início rápido e duração de ação relativamente curta, que é ideal para os pacientes na UTI com ventilação mecânica que necessitam de avaliação neurológica frequente. Isso também é útil no tratamento de convulsão e diminuição da pressão intracraniana. O propofol não tem efeitos analgésicos, sendo assim, pode ser necessária a utilização de um opióide em conjunto. Além disso, o propofol diminui a contratilidade miocárdica e RVS, por isso pode também ser a droga de escolha nos pacientes gravemente hipotensos. Devido a seus efeitos depressores respiratórios, o propofol deve ser utilizado para sedação somente em pacientes entubados ou para procedimento de sedação em pacientes não intubados na presença de anestesista. A preparação de propofol contém lecitina e tem elevado teor de gordura, assim os pacientes em uso de infusões por tempo prolongado devem ser monitorados quanto a hipertrigliceridemia e desenvolvimento de pancreatite. Para os pacientes na UTI em uso de nutrição parenteral total, a infusão do propofol necessita ser quantificada para quando houver a necessidade de cálculo calórico. A síndrome de infusão de propofol (SIP) é uma síndrome rara causada por disfunção mitocondrial e caracterizada por acidose metabólica, hipercalemia, rabdomiólise e infiltração gordurosa do fígado. As complicações cardíacas podem incluir sintomas inespecíficos, tais como bradicardia aguda refratária e bloqueio de ramo direito. É mais comum em crianças, mas fatores predisponentes incluem taxas de infusão acima de 5 mg/kg/h por mais de 48 horas em pacientes em estado crítico recebendo vasopressores ou glicocorticóides. O reconhecimento precoce da síndrome e a descontinuidade da infusão de propofol reduzem as taxas de morbidade e mortalidade, que podem ser acima de 80%. Receptores de α2-Agonistas O efeito sedativo da dexmedetomidina parece mais um estado de sono fisiológico do que os efeitos de outros sedativos. Na UTI, uma infusão de dexmedetomidina de 0,2 a 1,2 μg/kg/h pode ser começada sem a necessidade de uma dose inicial em bólus. A utilização de dexmedetomidina em adultos doentes em situação crítica reduz a duração da ventilação mecânica e permanência na UTI, comparado com os sedativos tradicionais tais como, propofol, midazolam e lorazepam. Receptor de Antagonista de N-Metil-D-Aspartato A infusão de quetamina (1 a 5 μg/kg/min) pode ser utilizada na UTI para limitar a tolerância a opioide e proporcionar analgesia sem depressão respiratória. A quetamina também é útil em pequenas doses em bólus (0,2 a 0,8 mg/kg IV) para pacientes que necessitam ser submetidos a breves procedimentos dolorosos (p. ex., troca de curativos em queimados). As propriedades simpaticomiméticas da quetamina estão associadas a melhor preservação da pressão arterial e frequência cardíaca, porém a quetamina ainda é um depressor direto do miocárdio e pode levar à hipotensão quando administrada em paciente com choque. HIPNÓTICOS Benzodiazepínicos: midazolam/dormonid 2-4h (+ potencial de apneia ou redução da ventilação), diazepam 80h (não usado para sedação, tempo de meia-vida muito longo, convulsão) → receptores GABA Convulsão: - 1º abre vias aéreas (jaw trust, chin lift) - 2º oxigênio - 3º diazepam Propofol/provive: 15min, cardiodepressor → hipotensão e aumento dos triglicerídeos Cetamina: dextro e levocetamina, analgesia e hipnose, efeitos simpáticos (aumenta PA e FC= aumenta PIC), alucinações e delírios, sialorréia. Dexmedetomidina: 2h, precedex, usa em crianças Etomidato: dose única, intubação, inibe a suprarrenal Ketodex: cetamina+dexmedetomidina ANALGESIA Cetamina Fentanil: opióide, 2h, 100x mais forte que morfina - Morfina: 4h, mais fraco → usa fentanil MANEJO DA SEDAÇÃO Durante a sedação, o uso de escalas favorece a obtenção da titulação adequada dos fármacos utilizados na sedação, evitando a sedação excessiva e o uso desnecessário de doses maiores. As escalas mais utilizadas são Ramsay, SAS e RASS. Ramsey: idealmente manter o paciente entre os níveis 3 e 4. Em casos de sedação profunda entre 5 e 6 1 Paciente ansioso, agitado, impaciente ou ambos. 2 Paciente cooperativo, orientado e tranquilo. 3 Paciente que responde somente ao comando verbal. 4 Paciente que demonstra resposta ativa a um toque leve na glabela ou a um estímulo sonoro auditivo. 5 Paciente que demonstra resposta débil a um toque leve na glabela ou a um estímulo sonoro auditivo. 6 Paciente que não responde aos mesmos estímulos dos itens 4 ou 5. Caiu em desuso pelo estímulo a dor SAS: entre 3 ou 4 7 Agitação perigosa Tenta retirar cateteres, TOT e sair do leito; agride a enfermagem 6 Muito agitado Não se acalma apesar de frequentes pedidos e explicações; requer restrição; morde o TOT 5 Agitado Ansioso e levemente agitado; tenta sentar-se; acalma com instruções verbais 4 Calmo e cooperativo Desperta facilmente; obedece a comandos 3 Sedado Mais difícil de ser acordado; acorda com estímulos verbais táteis, mas dorme logo após; obedece a comandos simples 2 Muito sedado Desperta com estímulos físicos mais intensos, mas não se comunica ou obedece a comandos; pode mover-se espontaneamente 1 Sem resposta Sem contato: resposta mínima ou ausente aos estímulos nociceptivos RASS: entre -2 e +1 +4 Agressivo Violento, perigoso +3 Muito agitado Conduta agressiva, remoção de tubos ou cateteres +2 Agitado Movimentos sem coordenação frequentes +1 Inquieto Ansioso, mas sem movimentos vigorosos ou agressivos 0 Alerta, calmo Alerta, calmo -1 Sonolento Não está totalmente alerta, mas tem o despertar sustentado ao som da voz (>10 segundos)-2 Sedação leve Acorda rapidamente e faz contato visual com o som da voz (<10 segundos) -3 Sedação moderada Movimento ou abertura dos olhos ao som da voz, mas sem contato visual -4 Sedação profunda Não responde ao som da voz, mas movimenta ou abre os olhos com estimulação física -5 Incapaz de ser despertado Não responde ao som da voz ou estímulo DESPERTAR DIÁRIO O protocolo de “despertar diário” é uma intervenção na qual o paciente têm infusão de sedativos suspensa e mantida até que acordem e possam obedecer a comandos simples, ou até ficarem agitados e desconfortáveis. Nesse momento, a sedação é religada, iniciando-se com metade da dose anterior e titulando-a até atingir o nível de sedação necessário. O uso dessa prática se associou a redução do tempo de ventilação mecânica e a internação hospitalar e em UTI. Por outro lado, diretrizes recentes sobre sedação têm articulado uma estratégia de manter o paciente constantemente sob sedação leve, que o permita manter-se acordado, calmo, apto a interagir com a equipe de saúde e com seus familiares, e inclusive disponível para mobilização e terapia ocupacional. Nesse cenário, o paciente deve ser mantido sob sedação leve, com menor dose de sedativo possível, e em constante reavaliação da dose, titulando-a para menor dose possível. Não é utilizado no covid. Dor na UTI: - Cirurgia - Patologia de base: trauma, clínico - Intubado - Sondas - Decúbito dolorido Antagonistas Flumazenil - Benzodiazepinicos Naloxone - Opióide
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