Prévia do material em texto
1 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL DIFERENCIAR ANSIOLÍTICO X SEDATIVO X HIPNÓTICO HIPNÓTICO • Induz e mantém o sono. É utilizado no dia a dia (benzodiazepínicos – clonazepam, diazepam; zolpidem). • Estado de consciência é semelhante, mas não idêntico, ao sono fisiológico, do qual o indivíduo é facilmente acordado. SEDATIVO • Induz calma e sonolência, diminui ansiedade e agitação. • Mínima: responde ao comando verbal, a função respiratória e cardiovascular não são afetadas, pode ter certa depressão cognitiva e da coordenação. • Moderada: depressão da consciência, mas responde aos comandos verbais, via aérea pérvia e função cardiovascular preservada. • Profunda: depressão da consciência, não pode ser facilmente acordado, responde após estímulo doloroso. Pode haver necessidade de assistência ventilatória, mas a função cardiovascular é preservada. ANSIOLÍTICO • Diminui ansiedade e tensão. • Pode ter efeito sedativo ou hipnótico. Para avaliar o nível de consciência tem-se as escalas de Ramsay e Richmond Agitation-Sedation Scale (RASS). ➔ ESCALA DE RAMSAY : pontua de 1 a 6, sendo que 1 corresponde a “acordado e ansioso ou inquieto ou violento” e 6 corresponde “sem resposta”. Na prática, uma das limitações reside sobretudo na sua pontuação “1” pois classifica da mesma forma diferentes condições como “ansioso” e “violento” e lidar com estes pacientes é completamente diferente. ESCALA DE RAMSAY PONTOS NÍVEL DE ATIVIDADE 1 Paciente ansioso, agitado ou impaciente 2 Paciente cooperativo, orientado e tranquilo 3 Paciente que responde somente ao comando verbal 4 Paciente que demonstra uma resposta ativa a um toque leve na glabela ou a um estímulo sonoro auditivo 5 Paciente que demonstra uma resposta débil a um toque leve na glabela ou a um estímulo sonoro auditivo 6 Paciente que não responde a um toque leve na glabela ou a um estímulo sonoro auditivo ➔ ESCALA DE RASS: pontua de -5 “sem resposta” a +4 “combativo, violento”. Contribui também para o diagnóstico de uma disfunção cerebral aguda com repercussões funcionais e risco de mortalidade, a Delirium. Quando se utiliza a RASS, o objetivo é manter o paciente num nível -2 “sedação leve: acorda rápido e mantém contato” e 0 “alerta calmo”, uma vez que o individuo nestas condições é muito mais suscetível de colaborar com seu tratamento, bem como existe uma maior facilidade de ser colocado em ventilação espontânea. ESCALA DE RASS PONTUAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO 4 Combativo Combativo, violento, risco para a equipe 3 Muito agitado Conduta agressiva, puxa ou remove tubos ou cateteres, agressivo verbalmente 2 Agitado Movimentos despropositados frequentes, briga com o ventilador 1 Inquieto Intranquilo, ansioso, sem movimentos vigorosos ou agressivos 0 Alerta e calmo Alerda, calmo -1 Sonolento Adormecido, facilmente despertável, mantém contato visual por mais de 10 segundos -2 Sedação leve Despertar precoce ao estímulo verbal, mantém contato visual por menos de 10 segundos -3 Sedação moderada Movimentos e abertura ocular ao estímulo verbal, mas sem contato visual -4 Sedação intensa Sem resposta ao estímulo verbal, mas apresenta movimentos ou abertura ocular ao toque -5 Não desperta Sem reposta a estímulo verbal ou físico Sedação e Hipnose / Anestésicos Ansiolítico (diminuir agitação psicomotora) < Sedativo (causa sonolência mas não põe para dormir) < Hipnose (induz ou mantém sono) Fo rç a 2 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL RELAÇÃO SEDAÇÃO/HIPNOSE, ANALGESIA E BLOQUEIO NEUROMUSCULAR ANESTESIA • A anestesia geral é um estado reversível de depressão do sistema nervoso central (SNC), causando perda de percepções e da resposta a estímulos. • A anestesia oferece cinco vantagens importantes para os pacientes submetidos a cirurgia e outros procedimentos: Sedação e diminuição da ansiedade; Perda da consciência e amnésia; Relaxamento da musculatura esquelética; Supressão dos reflexos indesejados; Analgesia. • Como nenhum fármaco sozinho provoca todos os efeitos desejados, várias classes de fármacos são associadas para produzir uma anestesia ideal. FATORES DO PACIENTE NA SELEÇÃO DA ANESTESIA SITUAÇÃO DOS SISTEMAS ORGÂNICOS SISTEMA CARDIOVASCULAR • As anestésicos suprimem a função cardiovascular em graus variados. Consideração importante em pacientes com doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, disritmias, doença valvar e outros transtornos... • Pode ocorrer hipotensão durante a anestesia, resultando em baixa pressão de perfusão e lesão isquêmica dos tecidos. • O tratamento com fármacos vasoativos pode ser necessário. • Alguns anestésicos, como o halotano, sensibilizam o coração aos efeitos arritmogênicos dos simpaticomiméticos. SISTEMA RESPIRATÓRIO • A função respiratória deve ser considerada para todos os anestésicos. • Asma ou anormalidades na ventilação ou perfusão complicam o controle dos anestésicos inalatórios. • Os fármacos inalados deprimem a respiração, mas também atuam como broncodilatadores. • Os anestésicos IV e os opioides deprimem a respiração. Esses efeitos podem influenciar a ventilação e a oxigenação adequada durante e a pós a cirurgia. FÍGADO E RINS • Fígado e rins influenciam a distribuição de longo prazo e a depuração dos fármacos e são também alvos orgânicos para os efeitos tóxicos. • A liberação de flúor, bromo e outros metabolitos do hidrocarbonetos halogenados podem afetar esses órgãos, especialmente se forem acumulados com administrações repetidas e frequentes de anestésicos. SISTEMA NERVOSO • A presença de distúrbios neurológicos (epilepsia, miastenia grave, doença neuromuscular, circulação cerebral comprometida) influenciam a seleção do anestésico. GESTAÇÃO • Precauções especiais devem ser observadas quando anestésicos ou fármacos adjuvantes são administrados durante a gestação. 3 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL • Os efeitos na organogênese fetal são as principais preocupações no começo da gestação. • O uso temporário de óxido nitroso causa anemia plástica no feto. • Palato aberto ocorreu em fetos quando mulheres receberam benzodiazepínicos no início da gestação. Os benzodiazepínicos não devem ser utilizados durante o parto, pois resultam em hipotonia temporária e alteração da termorregulação do recém-nascido. USO SIMULTÂNEO DE FÁRMACOS • Fármacos adjuvantes múltiplos: é comum os pacientes receberem um ou mais destes pré-anestésicos: Bloqueador H2 (famotidina, ranitidina) → reduz acidez gástrica. Benzodiazepínicos (midazolam, diazepam) → acalma a ansiedade e facilita amnésia. Não opioides (paracetamo, celecoxibe) ou opioides (fentalina) → analgesia. Anti-histamínicos (difenidramina) → prevenir náuseas. Anticolinérgicos (glicopirrolato) → prevenir bradicardia e secreção de líquidos no trato respiratório. • A pré-medicação facilita a indução da anestesia e reduz a dosagem de anestésicos. • Contudo, os farmacos utilizados para esse fim também pode aumentar efeitos indesejáveis dos anestésicos (hipoventilação) e, quando coadministrados, podem produzir efeitos negativos não observados quando usados individualmente. • Uso simultâneo de outros fármacos: os pacientes podem tomar medicamentos para doenças subjacentes ou drogas de abuso que podem alterar a resposta aos anestésicos. Os alcoólatras apresentam elevados níveis de enzimas hepáticas que biotransformam anestésicos, e os adictos podem apresentar tolerância elevada aos opioides. ESTÁGIOS DE PROFUNDIDADE DA ANESTESIA 1. INDUÇÃO: tempo desde a administração de um anestésico potente até a instalação da anestesia efetiva. Depende do quão rápido a concentração efetiva de anestésico alcança o cérebro. Momento em que é feita a IOT. • Para adultos,normalmente é induzida com um fármaco IV como propofol, produzindo inconsciência em 30 a 40 segundos. • Podem ser administrados inalação adicional e/ou fármacos IV para produzir a profundidade desejada da anestesia. Isso em geral inclui um bloqueador neuromuscular IV, como rocurônio, vecurônio ou succinilcolina, para facilitar a intubação traqueal e o relaxamento muscular). • Para crianças sem acesso IV, fármacos não pungentes, como o sevoflurano, são inalados para induzir anestesia geral. Hipnótico/sedativo + opioide + BNM 2. MANUTENÇÃO: assegura anestesia sustentada. • Após administrar o anestésico, os sinais vitais e a resposta a estímulos são monitorados continuamente para balancear a quantidade de fármaco inalado e/ou infundido com a profundidade da anestesia. • Comumente, a manutenção é feita com anestésicos voláteis que oferecem um bom controle da profundidade da anestesia. • Opioides como a fentalina são usados para analgesia junto com anestésicos inalatórios, pois estes últimos não são bons analgésicos. • A infusão IV de vários fármacos pode ser usada durante a fase de manutenção. Opioides (fentalina) + anestésicos inalatórios e/ou intravenosos 4 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL 3. RECUPERAÇÃO: tempo desde a interrupção do anestésico até o retorno da consciência e dos reflexos. É, essencialmente, o reverso da indução e depende da velocidade com que o anestésico difunde do cérebro. • No pós-op, a mistura anestésica é retirada, e o paciente monitorado até o retorno à consciência. • Se o bloqueador neuromuscular não foi totalmente biotransformado, pode ser usado um fármaco reversor. • O paciente é monitorado para assegurar completa recuperação, com funções fisiológicas normais (respiração espontânea, pressão arterial e frequência cardíaca aceitáveis, reflexos intactos e sem reações atrasadas, como depressão respiratória). Neostigmina/edrofônio (reverte os BNMs) e Naloxona (reverte o opioide) 4. PROFUNDIDADE DA ANESTESIA: é o grau ao qual o SNC é deprimido. • A profundidade da anestesia tem quatro estágios sequenciais caracterizados por depressão crescente do SNC, na medida em que o anestésico acumula no cérebro: ESTÁGIO 1 - ANALGESIA (PERDA DA SENSAÇÃO DE DOR): Resulta da interferência na transmissão sensorial no trato espinotalâmico; o paciente fica sonolento; Amnésia e redução da percepção da dor ocorrem à medida que se aproxima do estágio 2. ESTÁGIO 2 – EXCITAÇÃO (COMPORTAMENTO AGRESSIVO): O paciente apresenta delírio e possivelmente comportamento combativo. Ocorre aumento e irregularidade na pressão arterial e na respiração, bem como risco de laringoespasmo. Para diminuir ou eliminar este estágio, são administrados fármacos de ação rápida, IV, antes de administrar anestesia por inalação. ESTÁGIO 3 – ANESTESIA CIRÚRGICA (ESTÁGIO IDEAL PARA A CIRURGIA): há perda gradual do tônus muscular e dos reflexos conforme o SNC vai sendo deprimido. Ocorre respiração regular e relaxamento dos músculos esqueléticos com eventual perda dos movimentos espontâneos. Monitoração cuidadosa é necessária para evitar o avanço indesejado ao estágio 4. ESTÁGIO 4 – PARALISIA BULBAR: ocorre grave depressão da respiração e dos centros vasomotores. Ventilação e/ou circulação devem receber atenção, para prevenir a morte. MEDICAMENTOS UTILIZADOS + FUNÇÃO • HIPNÓTICOS: inconsciência e amnésia. • OPIOIDES: analgesia (dor) e proteção contra reflexos autonômicos. • BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES (BNM): IMOBILIDADE. • FÁRMACOS ADJUVANTES: controle da PA, FC e tratamento de intercorrências. Anestésicos inalatórios Opioides (IV) Não opioides (IV) Hipnóticos BNMs Halotano (+ potente) Enflurano Isoflurano Sevoflurano Desflurano Morfina Fentanil Alfentanil Sufentanil Remifentanil Barbitúricos Benzodiazepínicos Cetamina Tiopental Diazepam Midazolam Etomidato Propofol Rocurônio Vecurônio Succinilcolina Pancurônio Atracúrio ASPECTOS FARMACOLÓGICOS E USO CLÍNICO BENZODIAZEPÍNICOS AÇÃO Atuam na redução da ansiedade e agressão; sedação e indução do sono; redução do tônus muscular e da coordenação e possuem efeitos anticonvulsivantes. • Fármacos ansiolíticos: diazepam, lorazepam (também usado como sedativo-hipnótico), bromazepam, alprazolam. • Fármacos sedativo-hipnóticos: flurazepam, nitrazepam. • Fármacos pré-anestésicos e hipnóticos: midazolam. • Fármacos anticonvulsivantes: clonazepam (Rivotril®). FARMACOCINÉTICA • Altamente lipossolúveis; • Atravessam a BHE, barreira placentária e leite materno; • Administração VO; • Agem principalmente no SNC, aumentando as concentrações de GABA; 5 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL • Metabolismo hepático. MECANISMO DE AÇÃO Potencializam a ação do GABA: os BZDs se ligam ao receptor GABA-a e facilitam a ligação do GABA com seu receptor (necessita da presença de GABA) resultando na hiperpolarização da célula. Dessa forma, o neurônio fica mais resistente ao processo de despolarização, diminuindo a atividade neuronal. USO TERAPÊUTICO Ansiolítico, pré-anestésico, sedativo-hipnótico, anticonvulsivante, tratamento das síndromes de abstinência de álcool (se usar BZD e voltar a beber, o indivíduo pode ter uma grave depressão), relaxante muscular, tratamento de pesadelos (suprime a fase de sono REM). EFEITOS ADVERSOS • Sonolência, confusão mental e incoordenação motora, vertigem. • Tolerância e dependência. • Irregularidades menstruais (incluindo anovulação). • Risco de teratogênese (evitar em gestantes até o 4º mês). • A super dosagem ou uso concomitante com álcool pode provocar depressão respiratória, cardíaca e hipotensão. • Letargia, ataxia, hipotensão postural → cuidado com pacientes idosos (maior risco de queda). • Causa amnésia anterógrada, na qual o paciente vai esquecer de tudo relacionado a cirurgia. CONTRAINDICAÇÕES Hepatopatia, insuficiência respiratória grave e glaucoma de ângulo aberto, ANTÍDOTO Flumazenil (utilizado em superdosagens) → antagonista, ata competitivamente, inibindo o complexo receptor GABA benzodiazepínico no SNC. MIDAZOLAM • Principal sedativo. • Inicio de ação rápido: 2-5 min. • Duração do efeito: 15-30 min. • Indicação: indução da anestesia e/ou sedação. • Apresentação: 3ml/15mg. FARMACODINÂMICA CONTRAINDICAÇÕES VANTAGENS DESVANTAGENS - Aumenta a inibição neural centralmente mediada pelo GABA. - Sedação, amnésia, delirium. - Redução do débito cardíaco, da FR, do volume corrente, da apneia. - Propriedade relaxante muscular. - Glaucoma de ângulo fechado. - Hipotensão (choque). - Ótima sedação e amnésia anterógrada. - Neuro proteção. - Ação rápida, duração curta. - Mantém hipnose porque dá para usar em bomba de infusão. - Hipotensão e depressão respiratória. - Despertar prolongado ou imprevisível na insuficiência renal, insuficiência hepática ou em idosos (dificuldade de metabolização). PROPOFOL • Classe: anestésico geral (opioide). • Primeira escolha para a indução da anestesia geral e sedação. • Rápido início de ação e meia-vida curta. • Inicio de ação: 15-45s. • Duração do efeito: 3-10 min. • Via de administração: EV • Forma farmacêutica/apresentação: solução injetável (emulsão aquosa) em 10mg/ml ou 20mg/ml. • Uso: sedação para procedimentos (indução e manutenção de anestesia geral, ventilação mecânica, sedação consciente para procedimentos cirúrgicos e diagnósticos) e anticonvulsivante, diminui a pressão intracraniana. OBS: a retirada da medicação deve ser de forma lenta e gradativa para evitar ação excitatória brusca (efeito rebote) Sintomas da retirada abrupta dos BZD (síndrome da abstinência): • Confusão mental; • Ansiedade rebote; • Visão turva; • Insônia de rebote; • Diarreia; • Perda de peso; • Perda de apetite - limitar o tratamentode 4-6 semanas. Não utilizar em pacientes com choque e hipotensão. Se o paciente apresentar hipotensão após administração do midazolam, fazer reposição volêmica (soro fisiológico) e avaliar até ele estabilizar. FARMACODINÂMICA • Depressão do SNC. • Dose-dependente por aumento da ação GABAérgica. • Redução da FC, DC, ventilação e miocárdica. Podem usar em bomba de infusão e manter o paciente em hipnose por mais tempo – tanto o propofol quanto o midazolam. Em caso de internação com VM, pode começar com manutenção de midazolam, mas depois trocar pelo propofol para fazer o desmame, pois o propofol é mais “seguro” e com um retorno mais rápido nessa situação. 6 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL CONTRAINDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS VANTAGENS DESVANTAGENS - Crianças menores de 3 anos; - Alergia a ovo (lecitina do ovo); - Alergia a soja (óleo de soja); - Paciente com TGC alto e hipertrigliceridemia. - Dor no local da injeção; - Hipotensão; - Queda da FC (depressor cardíaco intrínseco ICC); - Parada respiratória transitória durante a indução da anestesia; - Enjôo, vômito e cefaleia durante a fase de recuperação da anestesia; - Fasciculações musculares, movimentos espontâneos. - Pneumoproteção + neuroproteção; - Não causa náuseas; - Início de ação imediato; - Despertar rápido. - Mantém hipnose porque dá para usar em bomba de infusão. - Hipotensor; - Necessita de uma via de administração exclusiva; - Não produz analgesia; - Causa queda da PA por fazer vasodilatação sistêmica; - Causa depressão respiratória (período de apneia). Paciente desidratado, em choque, com cetoacidose diabética NÃO usar Propofol. ETOMIDATO • Classe: hipnótico. • Ação curta. • Início da ação: 15-30s. • Duração do efeito: 3-12 min. • Uso: indução da anestesia geral; intervenções de curta duração (10 min), procedimentos diagnósticos e intervenções realizadas em ambulatório. • Via de administração: EV. • Apresentação: ampola de 10mL contendo 2mg/ml (total: 20mg). A dose total não deve exceder o total de 3 ampolas (30mL). FARMACODINÂMICA CONTRAINDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS VANTAGENS - Potencializa a ação do GABAa; - Afeta pouco a PA; - Redução do volume corrente e da FR, podendo ocasionar apneia; - Redução da adrenoesteroidogênese. - Hipersensibilidade ao Etomidato; - Choque séptico; - Insuficiência adrenal - Dor no local da aplicação; - Náuseas e vômitos; - Supressão adrenal; - Diminuição dos níveis de cortisol e aldosterona; - Discinesia, mioclonia. Possui efeito pequeno ou nulo sobre o coração e a circulação → é utilizado somente em pacientes com doença ou disfunção cardiovascular - Estabilidade hemodinâmica (usada em pacientes desidratados, hipovolêmicos); - Diminui o consumo de O2 pelo cérebro; - Mantém a perfusão cerebral – neuroprotetor. Usado em pacientes com instabilidade hemodinâmica – hipotensão/choque CETAMINA (QUETAMINA) • Classe: anestésico geral. • Primeira droga de escolha em casos de hipotensão/choque. • Rápido início de ação e meia-vida curta; • Início da ação: 30-45s; • Duração do efeito: 10-20min. • Uso: sedação para procedimentos de pequeno porte; anestésico único em intervenções diagnósticas e cirúrgicas que não necessitam de relaxamento muscular; indução de anestesia, previamente à administração de outros anestésicos gerais; potente broncodilatador (benéfico em pacientes com choque hipovolêmico ou cardiogênico e em asmáticos). Anestesia dissociativa – induz um estado dissociativo, no qual o paciente fica inconsciente mas pode parecer acordado e não sente dor. Essa anestesia dissociativa promove sedação, amnésia e imobilidade. • Apresentação: ampola 500mg/10mL (50mg/mL). • Via de administração: intravenoso ou intramuscular. Não causam hipotensão o etomidato e a quetamina. Pode ser usado de forma mais tranquila, principalmente em chocados, enquanto o midazolam e propofol precisa tomar cuidado. Se usa bomba de infusão pode ter complicação = não é escolha pra hipnose. Ao mantém a hipnose. + segura de que a quetamina, é droga de escolha pra induzir a hipnose e ISR!! 7 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL CONTRAINDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS CONSIDERAÇÕES - Hipertensão intracraniana; - CC grave; - Acidente vascular cerebral; - Doença cardiovascular grave; - Infarto do miocárdio recente; - Hipertensão grave; - Massa ou hemorragia intracerebral; traumatismo cerebral. - Hipertensão; aumento dos batimentos cardíacos. - Confusão mental, delírio, estado de sonho, excitação, alucinação, comportamento irracional, imagens vividas. - Cardiodepressor intrínseco. - Anestesia dissociativa (inconsciente mas parece estar acordado). • Antagonista NMDA (função opioide); • Pró-adrenérgico. Não deve ser usado como agente único nas intervenções cirúrgicas ou diagnósticas da faringe, laringe ou árvore brônquica (os reflexos laringofaríngeos permanecem ativos). Usada em pacientes desidratados, hipovolêmicos – é uma droga estável para o sistema cardiovascular. DEXMEDETOMIDINA • Classe: sedativo (agonista alfa-2 adrenérgico central). • Uso: sedação em pacientes (com e sem ventilação mecânica) durante o tratamento intensivo (na UTI, salas de cirurgia ou para procedimentos diagnósticos); agitação psicomotora. • Apresentação: solução injetável: 100mcg/mL. • Via de administração: EV. CONTRAINDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS VANTAGENS - Hipersensibilidade a qualquer excipiente da fórmula. - Hipovolemia. - Doença de nó sinusal. - Não indicados para < 18 anos. - Necessário ajuste de doses em hepatopatas. - Náuseas, vômito. - Hipotensão. - Bradicardia. - Anemia. - Febre - Pode causar crise hipertensiva. - Não causa depressão respiratória. - Efeito sedativo, analgésico, simpaticolítico. - Sedativo de curta duração. - Diminui o tempo de intubação do paciente. - Tem efeito ansiolítico e analgésico (indicado no desmame da VM). Usar em paciente com baixa saturação – por não deprimir o sistema respiratório. BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES SUCCINILCOLINA • Classe: bloqueador despolarizante. • Ação ultrarrápida e transitória. • Início da ação: 30-45s. • Duração do efeito: 4-10 min. • Uso: bloqueio neuromuscular (IOT), adjuvante da anestesia geral. • Apresentação: ampola de 100mg/100mL ou de 500mg/10mL. • Via de administração: EV e IM. CONTRAINDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS CONSIDERAÇÕES - História familiar de hipertermia maligna. - Miopatia com elevação de CPK (trauma/queimadura); - Hipersensibilidade a succinilcolina e seus componentes. - Lesão no neurônio superior motor. - Distúrbios da pseudocolinesterase plasmática. - Dor muscular. - Depressão respiratória. - Hipertermia maligna. É irreversível com drogas (não possui antídotos), por ser bloqueador despolarizante. Deve ser evitada em pacientes com queimaduras, lesões musculares por esmagamento, lesão da coluna vertebral, doença neuromuscular, insuficiência renal ou lesão ocular possivelmente penetrante. Não precisa usar o opioide porque já é analgésico. 8 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL ROCURÔNIO • Classe: bloqueador não despolarizante (competitivo). • Ação mais duradoura. • Início da ação: 45-60s. • Duração do efeito: 30-45 min. • Uso: bloqueador neuromuscular, adjuvante de anestesia geral (IOT). • Apresentação: solução injetável de 50mg/mL (10mg/mL) • Via de administração: EV (injeção única ou infusão contínua) FARMACODINÂMICA CONTRAINDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS - Liga-se, competitivamente, a receptores colinérgicos (placa motora), antagonizando a ação da ACh. - Raramente causa reação alérgica. - Fraqueza muscular e apneia. - Hipersensibilidadeao rocurônio ou algum componente. - Insuficiência hepática severa. - Fraqueza muscular esquelética. ATRACÚRIO • Besilato de Atracúrio. • Uso: bloqueador neuromuscular (cirurgia, UTI, IOT). Adjuvante da anestesia geral. • Apresentação: solução injetável de 10mg/mL. • Via de administração: EV. CISATRACÚRIO • Besilato de Cisatracúrio. • Uso: bloqueio neuromuscular, adjuvante de anestesia geral (IOT); UTI, ventilação mecânica. • Apresentação: solução injetável de 2mg/mL (ampolas com 5 ou 10mL).. • Via de administração: EV. CONTRAINDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS - Hipersensibilidade ao Atracúrio ou seus componentes. - Atividade anormal da colinesterase plasmática. - Não recomendado o uso em crianças menores de 1 ano - Hipotensão. - Broncoespasmo. - Urticária. CONTRAINDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS - Hipersensibilidade ao cisatracúrio/Atracúrio ou seus componentes. - Bradicardia - Hipotensão É reversível com drogas (Sugammadex) – Inibidores da acetilcolinesterase (neostigmina, fisostigmina). Por ser duradouro, permite um ajuste do ventilador sem a entrada espontânea do paciente. Começar pelo opioide porque ele não interfere na respiração (por isso o BNM tem que ser o último, já que interfere e causa apneia). Não é obrigatório usar o BNM para intubação. Vantagem de usar: paralisar os reflexos. Desvantagem: se não consegue intubar, pode ser que o paciente morra já que você induziu a apneia com ele porque o paciente parou de respirar. Tem que saber ventilar com máscara para salvar. O rd em d e us o opioide sedativos BNMs 9 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL MANEJO DA SEDAÇÃO E HIPNOSE PROCEDIMENTOS CURTOS (INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL) • Procedimento que visa estabelecer o controle definitivo da via aérea. • É comumente realizado em pacientes nas unidades de emergência, UTI e salas de cirurgia. • Principais indicações: Procedimentos e cirurgias. Impossibilidade de manter via aérea pérvia. Insuficiência respiratória aguda grave e refratária. Hipóxia e/ou hipercapnia (↑CO2 no sangue). Escala de Coma de Glasgow (GCS) ≤ 8. Instabilidade hemodinâmica grave ou parada cardiorrespiratória. Antecipação de piora em pacientes queimados ou em pacientes com visível desconforto respiratório que poderão entrar em fadiga da musculatura respiratória. • Contraindicação: A única contraindicação absoluta é transecção de traqueia. OS 7 OS DA INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL Se assegurar de que a intubação ocorra sem erros de equipamento e ainda prever se será difícil. Deve durar menos que 5 min e é sistematizado em: avaliação, check-list de material, monitorização, preparo de drogas e acesso venoso. Para facilitar, podemos usar o mnemônico: STOP-MAID. S: sucção – deixe o aspirador pronto; T: teste todos os equipamentos necessários (de preferência, mais de 1 pessoa); O: oxigênio pronto para a pré-oxigenação; P: posicione tudo na mesa para facilitar o procedimento (coloque o tubo em formato anatômico – vírgula); M: monitorize o paciente com cardioscópio e oxímetro de pulso; A: avalie a via aérea do paciente; I : IV – deixe sempre um acesso pérvio periférico com jelco 18; D: drogas para utilização – escolher e preparar as drogas. • A avaliação da via aérea do paciente pode ser feia pela técnica LEMON ou pela classificação de Mallampati (durante a intubação). Se for observado via aérea difícil, solicitar o kit de via aérea difícil e já pensar em possíveis complicações – devendo sempre ter um plano alternativo em mente. L: look externally (edemas, traumas faciais, desvio traqueal); E: evaluate (332) = 3 dedos de abertura bucal, 3 dedos entre o mento e o hióide, 2 dedos entre o hioide e a cartilagem tireóidea. M: Mallampati (visualização da orofaringe). DROGAS UTILIZADAS 1. Agente de indução; 2. Agente para manutenção da anestesia; 3. Agente bloqueador neuromuscular de ação rápida. 10 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL O: obstruction (traumas, epiglotites e abcessos); N: neck mobility (flexão, extensão, colar cervical). deve-se manter uma fração de inspiração de oxigênio (FiO2) de 100% durante 3-5 minutos. Com isso, consegue-se uma apneia de 3-5 minutos antes que a saturação de oxigênio caia para <90%. • Isso permite que aumente a reserva de oxigênio e prolonguem o intervalo antes que ocorra dessaturação importante da hemoglobina (<90%). Logo, deve-se utilizar uma máscara que oferte O2 a 100% sem ventilar o paciente. vem gradativamente caindo em desuso, porque dá a ideia de que a administração de drogas como Fentanil e lidocaína é indispensável. Hoje, a indicação para o Fentanil é para pacientes com emergências hipertensivas, como na dissecção aguda de aorta e hipertensão intracraniana. • As duas principais drogas indicadas são Fentanil (1-3 mcg/kg) e a lidocaína (1,5 mg/mg). Elas devem ser administradas 3 minutos antes da passagem do tubo, se houver indicação. primeiro realiza a indução e depois a paralisia. É administrada uma droga hipnótica, seguida de um bloqueador neuromuscular (na maioria das vezes succinilcolina), em bólus e de forma rápida. • O BNM otimiza a ISR (intubação de sequência rápida), sendo indispensável e minimiza os riscos de aspiração e hipotensão. • As 4 principais drogas utilizadas para a indução são: quetamina, etomidado, propofol e midazolam. • Essas 4 drogas podem ser classificadas quanto a ação no estado hemodinâmico do paciente: Cardio positivas (aumentam a pressão e a frequência cardíaca) → quetamina. Cardio estáveis → Etomidato. Cardio negativas (hipotensão e bradicardia) → propofol e midazolam. DROGA VANTAGENS DESVANTAGENS CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS/RELATIVAS PRECAUÇÃO FENTANIL Efeito rápido Hipotensão Risco de rigidez muscular Hipersensibilidade o Fentanil Infundir em 1-2 min ETOMIDATO Efeito rápido e curto Não influencia na hemodinâmica Não causa depressão miocárdica Reduz limiar convulsivo Hipersensibilidade ao etomiato (geralmente relato de convulsões prévias como uso do medicamento) Atentar para o risco de insuficiência adrenal QUETAMINA Bom para instabilidade hemodinâmica Efeito broncodilatador Disforia e alucinações Cardiopatia isquêmica Emergência hipertensiva Dissecção aguda de aorta HIC Infundir em 1 min (diminui chance de depressão respiratória) 11 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES TERAPÊUTICAS II P5 | 2021.1 MEDICINA UNIT AL MIDAZOLAM Início de ação lento e curto Não influencia na pressão intracraniana (PIC) Efeito anticonvulsivante Depressão respiratória Depressão cardiovascular Hipersensibilidade ao midazolam Hipotensão e depressão respiratória Insuficiência cardíaca Infundir em 30 segundos SUCCINIL- COLINA Efeito rápido e curto Fasciculações Risco de hipertermia maligna Trismo Risco de paralisia prolongada Rabdomiólise Hipercalemia Insuficiência renal Hipertensão intracraniana (HIC) e hipertensão intraocular (HIO) Administrar sem diluição e em bolus deve-se posicionar o paciente em decúbito dorsal com 30º de inclinação no dorso, em posição de “sniff” (coxim na região occipital + hiperextensão do pescoço, se não houver contraindicação para tal). O objetivo é alinhar os eixos oral, laríngeo e faríngeo do paciente. hora de passar o tubo. fixar o tubo com esparadrapo. É necessária a realização de uma radiografia de tórax para verificar a posição do tubo ou evidenciar alguma complicação. Além disso, deve-se lembrar de colocar o paciente em VM e se manter toda a monitoração OBS: ficar atento à ocorrência de hipotensão, que é um evento comum após a intubação, seja pelos efeitos das drogas usadas na indução ou após o início da ventilação mecânica, haja vista a diminuição do retorno venoso.Fontes: Farmacologia Ilustrada, resumo da Maira Canuto