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EXAME FÍSICO GERAL

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1. O que compreende o exame físico geral? 
É o processo de examinar o corpo de um paciente para determinar a presença 
ou a ausência de problemas físicos. Compreende a inspeção (observar), 
palpação (sentir), ausculta (escutar) e percussão (produzir sons). 
 
2. Como ele é dividido? 
O exame físico pode ser dividido em duas etapas: exame físico geral, 
somatoscopia ou ectoscopia, por meio dos quais são obtidos dados gerais, 
independentemente dos vários sistemas orgânicos ou segmentos corporais; a 
segunda etapa corresponde ao exame dos diferentes sistemas e aparelhos, 
com metodologia própria. 
 
3. Quais condições são importantes para sua realização correta? 
Para um adequado exame físico constituem como preliminares os elementos: 
local adequado, iluminação correta e posição do paciente, ambiente silencioso. 
Além disso, a parte a ser examinada deve estar descoberta, sempre se 
respeitando o pudor do paciente. 
 
4. Quais os instrumentos devem dispor para realizá-lo? 
Estetoscópio, esfingmomanômetro, lanterna de bolso, abaixador de língua, fita 
métrica, termômetro, lupa, martelo de reflexos, agulha descartável e algodão, 
diapasão, rinoscópio, balança antropométrica com haste milimetrada, 
oftalmoscópio, otoscópio, anuscópio e espéculo vaginal. 
 
5. Qual é a sequência e o que é que devemos investigar neste exame? 
Avaliação do estado geral, avaliação do nível de consciência, fala e linguagem, 
avaliação do estado de hidratação, altura e outras medida antropométricas, 
peso, avaliação do estado de nutrição, desenvolvimento físico, fácies, atitude e 
decúbito preferido no leito, pele, mucosas e fâneros, tecido celular subcutâneo 
e panículo adiposo, musculatura, movimentos involuntários, enfisema 
subcutâneo, exame dos linfonodos, veias superficiais, circulação colateral, 
edema, temperatura corporal, postura ou atitude na posição de pé, biótipo ou 
tipo morfológico e marcha. 
 
1. Quais são as técnicas básicas do exame físico? 
Compreende a inspeção (observar), palpação (sentir), ausculta (escutar) e 
percussão (produzir sons). 
 
2. Como realizar uma boa inspeção? 
É a exploração feita a partir do sentido da visão. Investigam-se a superfície 
corporal, e as partes mais acessíveis das cavidades em contato com o exterior. 
A inspeção começa no momento em que se entra em contato com o paciente, 
realizando uma “inspeção geral”. A “inspeção direcionada” pode ser 
panorâmica ou localizada – pode ser efetuada a olho nu ou com auxílio de uma 
lupa. 
A inspeção exige uma boa iluminação, exposição adequada da região e uso 
ocasional de determinados instrumentos (lupa, oftalmoscópio) para melhorar o 
campo de visão e ter em mente as características normais da área a ser 
analisada. 
A inspeção deve ser realizada por partes, desnudando-se somente a região a 
ser examinada. Ela começa com a anamnese e continua durante todo o 
exame clínico. 
Avalia aspecto, cor, forma, tamanho e movimento das áreas corporais. 
 
3. Como fazer uma palpação correta? 
A palpação frequentemente confirma pontos observados durante a inspeção. A 
palpação recolhe dados através do tato e da pressão; o tato fornece 
informações de área mais superficiais, e a pressão de áreas mais profundas. 
Pela palpação percebem-se modificações de textura, temperatura, umidade, 
espessura, consistência, sensibilidade, volume, dureza, além da percepção de 
frêmito, elasticidade, reconhecimento de flutuação, crepitações, vibração, 
pulsação e verificação da existência de edema e vários outros fenômenos. 
 
4. Quais são as técnicas de palpação que existem? 
A técnica da palpação deve ser sistemática, com a abordagem tranquila e 
gentil. Recomenda -se que o examinador aqueça as mãos, friccionando 
uma contra a outra antes de iniciar qualquer palpação. 
Esse procedimento apresenta muitas variantes, que podem ser sistematizadas 
da seguinte maneira: 
• Palpação com a mão espalmada, em que se usa toda a palma de uma ou de 
ambas as mãos; 
• Palpação com uma das mãos superpondo-se uma à outra; 
• Palpação com a mão espalmada, em que se usam apenas as polpas digitais 
e a parte ventral dos dedos; 
• Palpação com a borda da mão; 
• Palpação usando-se o polegar e o indicador, em que se forma uma "pinça"; 
• Palpação com o dorso dos dedos ou das mãos. Esse procedimento é 
específico para avaliação da temperatura. 
 
• Digitopressão, realizada com a polpa do polegar ou do indicador. Consiste na 
compressão de uma área com diferentes objetivos: pesquisar a existência de 
dor, avaliar a circulação cutânea, detectar se há edema; 
• Puntipressão, que consiste em comprimir com um objeto pontiagudo um 
ponto do corpo. É usada para avaliar a sensibilidade dolorosa e para analisar 
telangiectasias tipo aranha vascular; 
• Vitropressão, realizada com o auxílio de uma lâmina de vidro que é 
comprimida contra a pele, analisando-se a área através da própria lâmina. Sua 
principal aplicação é na distinção entre eritema de púrpura (no casode eritema, 
a vitropressão provoca o apagamento da vermelhidão e, no de púrpura, 
permanece a mancha); 
• Fricção com algodão, em que, com uma mecha de algodão, roça-se 
levemente um segmento cutâneo, procurando ver como o paciente o sente. É 
utilizada para avaliar sensibilidade cutânea; 
• Pesquisa de flutuação, em que se aplica o dedo indicador da mão esquerda 
sobre um lado da tumefação, enquanto o da outra mão, colocado no lado 
oposto, exerce sucessivas compressões perpendicularmente à superfície 
cutânea. Havendo líquido, a pressão determina um leve rechaço do dedo da 
mão esquerda, ao que se denomina flutuação; 
• Outro tipo de palpação bimanual combinada é a que se faz, por exemplo, no 
exame das glândulas salivares, quando o dedo indicador da mão direita é 
introduzido na boca, enquanto as polpas digitais dos outros dedos - exceto o 
polegar - da outra mão fazem a palpação externa na área de projeção da 
glândula; outro exemplo de palpação bimanual é o toque ginecológico 
combinado com a palpação da região suprapúbica. 
 
5. O que é percussão? 
A percussão baseia-se no seguinte princípio: ao se golpear um ponto qualquer 
do corpo, originam-se vibrações que têm características próprias quanto à 
intensidade, ao timbre e à tonalidade, dependendo da estrutura anatômica 
percutida. Ao se fazer a percussão, observa-se não só o som obtido, mas 
também a resistência oferecida pela região golpeada. 
 
6. Qual a técnica correta para percutir o paciente? 
A técnica da percussão sofreu uma série de variações no decorrer dos tempos; 
hoje, usa-se basicamente a percussão direta e a percussão digitodigital, e, em 
situações especiais, a punho-percussão, a percussão com a borda da mão e a 
percussão tipo piparote: 
A percussão direta é realizada golpeando-se diretamente, com as pontas dos 
dedos, a região-alvo. Para tal, os dedos permanecem fletidos na tentativa de 
imitar a forma de martelo, e os movimentos de golpear são feitos pela 
articulação do punho. O golpe é seco e rápido, não se descuidando de levantar 
sem retardo a mão que percute. Essa técnica é utilizada na percussão do tórax 
do lactente e das regiões sinusais do adulto. 
A percussão digitodigital é executada golpeando-se com a borda ungueal do 
dedo médio ou do indicador da mão direita a superfície dorsal da segunda 
falange do dedo médio ou do indicador da outra mão. Ao dedo que golpeia 
designa-se plexor, e o que recebe o golpe é o plexímetro. 
A mão que percute pode adotar duas posições, ou seja: 
• Todos os dedos, exceto o dedo médio, que procura imitar a forma de um 
martelo, ficam estendidos sem nenhum esforço; 
• O polegar e o indicador ficam semiestendidos, o mínimo e o anular são 
fletidos de tal modo que suas extremidades quase alcancem a palma da mão, 
enquanto o dedo médio procura adotar a forma de martelo; 
A movimentação da mão se fará apenas com a movimentação do punho. O 
cotovelo permanece fixo, fletido em ângulo de 90° com o braço em 
semiabdução. 
 
Em situações especiais, podem-se utilizaras seguintes técnicas de percussão: 
• Punho-percussão: mantendo-se a mão fechada, golpeia-se com a borda 
cubital a região em estudo e averigua-se se a manobra desperta sensação 
dolorosa; 
• Percussão com a borda da mão: os dedos ficam estendidos e unidos, 
golpeando-se a região desejada com a borda ulnar, procurando observar se a 
manobra provoca alguma sensação dolorosa; 
• Percussão por piparote: com uma das mãos o examinador golpeia o 
abdome com piparotes, enquanto a outra, espalmada na região contralateral, 
procura captar ondas líquidas chocando-se contra a parede abdominal. A 
percussão por piparote é usada na pesquisa de ascite. 
 
7. O que se encontra com a percussão? 
Os sons obtidos à percussão são classificados da da seguinte maneira: 
• Som maciço: é o que se obtém ao percutir regiões desprovidas de ar (na 
coxa, no rúvel do fígado, do coração e do baço); 
• Som submaciço: constitui uma variação do som maciço. A existência de ar em 
quantidade restrita lhe concede características peculiares; 
• Som timpânico: é o que se consegue percutindo sobre os intestinos ou no 
espaço de Traube (fundo do estômago) ou qualquer área que contenha ar, 
recoberta por uma membrana flexível; 
• Som claro pulmonar: é o que se obtém quando se golpeia o tórax normal. 
Depende da existência de ar dentro dos alvéolos e demais estruturas 
pulmonares. 
 
8. O que se deve auscultar? 
A ausculta consiste em ouvir os sons produzidos pelo corpo. Em sua maioria, 
os ruídos corporais são muito suaves e devem ser canalizados através de um 
estetoscópio para serem avaliados. 
 
9. Como se ausculta? Quais são os seus detalhes? 
Para uma boa ausculta, deve-se obedecer às seguintes normas: 
• Ambiente de ausculta: ambiente silencioso é condição indispensável para 
permitir uma boa ausculta. Os ruídos cardíacos e broncopulmonares são de 
pequena intensidade e, para ouvi-los, é necessário completo silêncio. 
Conversas, barulhos produzidos por veículos ou outras máquinas 
impossibilitam a realização de uma boa ausculta. Quando um estudante está 
auscultando, o restante do grupo deve guardar absoluto silêncio; 
• Posição do paciente e do examinador: o médico e o paciente devem colocar-
se comodamente no momento da ausculta. A posição habitual do paciente para 
a ausculta do coração é o decúbito dorsal com a cabeça apoiada ou não em 
um travesseiro. O paciente sentado com o tórax ligeiramente inclinado para 
frente ou em decúbito lateral esquerdo são outras posições para se auscultar 
melhor sons cardíacos específicos. Nas três posições, o examinador fica em 
pé, à direita do paciente. Para se auscultarem os ruídos respiratórios, o 
paciente mantém-se sentado, um pouco inclinado para frente. O examinador 
posiciona-se à direita do paciente, durante a ausculta anterior, e à esquerda, 
durante a ausculta posterior. A posição mais frequente do paciente para a 
ausculta do abdome é o decúbito dorsal, com o examinador em pé, à direita 
dele. 
 
 
 
 
10. Qual a importância do olfato no exame físico? 
O olfato não tem a mesma importância da inspeção, palpação, percussão e 
ausculta; entretanto, algumas vezes, a percepção de um determinado odor 
pode fornecer um indício diagnóstico. Normalmente, mesmo pessoas 
saudáveis e razoavelmente limpas exalam um odor levemente desagradável. 
Em determinadas doenças, no entanto, odores diferentes são eliminados em 
decorrência da secreção de certas substâncias; por exemplo, o hálito da 
pessoa que ingeriu bebida alcoólica é característico; os pacientes com 
cetoacidose diabética eliminam um odor que lembra o de acetona; no coma 
hepático, o hálito tem odor fétido; e nos pacientes com uremia, há hálito com 
cheiro de urina. 
 
11. Qual o significado psicológico para o paciente do exame físico? 
Não se pode esquecer, durante o exame clínico, do significado psicológico do 
exame físico. Para o paciente, as técnicas que usamos para identificar 
alterações anatômicas ou funcionais contêm outro componente, este muitas 
vezes esquecido pelo médico. Desse modo, na inspeção está incluído o ato de 
olhar; na palpação e na percussão, o de tocar, e, na ausculta, o de escutar. Se 
estivermos conscientes do significado psicológico das técnicas semióticas, 
iremos verificar que isso reforça a relação médico-paciente pela proximidade 
que se estabelece com o paciente. É necessário, portanto, compreender que 
inspecionar e olhar são indissociáveis, enquanto palpar e tocar são 
procedimentos que se complementam. A síntese desse duplo significado do 
exame físico é mais bem compreendida se nos lembrarmos do que os 
pacientes querem expressar quando nos dizem: "Doutor, estou em suas mãos!" 
Essa expressão tem duplo sentido: o paciente espera que de nossas mãos saia 
uma prescrição ou um ato cirúrgico capaz de livrá-lo de um padecimento, assim 
como a nós está entregando sua vida, permitindo-nos decidir o que é melhor 
para ele.

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