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22/10/2019 1 Citologia do Líquido seminal Morfologia � O aparelho reprodutor masculino é constituído por um conjunto de órgãos internos e externos. 22/10/2019 2 Morfologia Os órgãos reprodutores externos do homem são: � o escroto (envolve os testículos). � o pênis. Os órgãos reprodutores internos são: � os testículos (gônadas masculinas). � as glândulas acessórias (ou anexas): vesículas seminais, próstata, glândulas de Cowper. � as vias genitais (ou ductos genitais): epidídimo, canal deferente, uretra. 22/10/2019 3 Vesículas Seminais � Segregam o líquido seminal, que juntamente com o líquido prostático e espermatozoides, fará parte do esperma (cerca de 60% do volume total). � Este fluido contém frutose, fundamental na mobilização de energia indispensável à mobilidade dos espermatozoides; bicarbonato, para manter um pH alcalino que neutraliza a acidez na uretra; enzimas e prostaglandinas (hormonais). � O líquido seminal é conduzido até à uretra através dos canais deferentes. Próstata � Glândula acessória de maior dimensão, que segrega o líquido prostático diretamente para a uretra. � O liquido prostático é rico em citrato (nutriente para os espermatozoides) e enzimas anticoagulantes (fibrolisina), contribuindo com cerca de 30% do volume total do esperma. 22/10/2019 4 Glândulas de Cowper: � Também designadas por glândulas bulbo uretrais, mesmo antes da ejaculação segregam fluidos que perfazem os restantes 10% do volume total do esperma. Testículos � Constituídos por numerosos túbulos seminíferos, rodeados por várias camadas de tecido conjuntivo. � Os túbulos seminíferos são canais muito finos e enovelados, onde ocorre a espermatogênese. 22/10/2019 5 Túbulos Seminíferos No interior dos túbulos seminíferos podem-se distinguir dois tipos de células: � as células germinativas (precursoras dos espermatozoides) � as células de Sertoli, que auxiliam o processo de maturação das células germinativas, segregando substâncias fundamentais para a sua nutrição e diferenciação. Túbulos Seminíferos � Nos espaços entre os túbulos existem as células intersticiais, as células de Leydig, que produzem vários hormônios, entre os quais a testosterona responsável pelo aparecimento e manutenção dos caracteres sexuais secundários e pela formação dos espermatozoides 22/10/2019 6 Canais Deferentes � Ductos através dos quais o esperma passa, durante a ejaculação, devido à contração das suas paredes mucosas. � Os dois canais partem do escroto e rodeiam a bexiga urinária, unindo-se a um canal da vesícula seminal, formando um curto canal ejaculatório. Epidídimos � Cada testículo tem um. � São tubos altamente enrolados que comunicam com o respectivo canal deferente. � Durante cerca de 20 dias o esperma passa pelo epidídimo, permitindo a maturação dos espermatozoides que vão ganhando mobilidade e capacidade fecundativa. 22/10/2019 7 Uretra � Canal que permite a saída do sêmen para o exterior do corpo (comum ao aparelho urinário permite a saída da urina acumulada na bexiga). Espermatogênese � Transformação das espermatogônias em espermatozóides maduros. � Dura cerca de 48 dias para os humanos. � Este processo de maturação começa ainda na puberdade e se estende até a velhice. 22/10/2019 8 Espermatogênese � As espermatogônias que permanecem em repouso nos túbulos seminíferos desde o período fetal, começam a se multiplicar na fase de puberdade. � Após muitas divisões mitóticas, estas espermatogônias evoluem e se modificam, se transformando em espermatócitos primários. Espermatogênese � Em seguida cada espermatócito primário sofre uma divisão reducional (esta é a primeira divisão meiótica) originando dois espermatócitos secundários haplóides (23 cromossomos), que terão cerca de metade do tamanho dos primários. 22/10/2019 9 Espermatogênese � Os espermatócitos secundários sofrem outra divisão meiótica, dando origem a quatro espermátides haplóides, tendo cerca de metade do tamanho dos espermatócitos secundários. Espermiogênese � Estas espermátides irão, progressivamente, se transformando em espermatozóides maduros, através de um processo denominado “espermiogênese”, que é a fase final da espermatogênese. � Quando a espermiogênese termina, encerra-se também a fase de espermatogênese, os espermatozóides estão prontos e entram na luz dos túbulos seminíferos. 22/10/2019 10 Espermatozóide 22/10/2019 11 Líquido Seminal � É analisado para avaliações de casos de infertilidade e do estado de pós- vasectomia. 22/10/2019 12 � Para que o espermatozóide fertilize um óvulo, ele precisa de uma série de propriedades: formato adequado (oval), movimentos direcionados, reconhecer e aderir ao óvulo e, posteriormente, penetrar no seu interior para fertilizá-lo. � É fácil entender que o potencial de fertilização depende da integração de todas estas propriedades, que contribuem para sua competência. Espermograma � É o exame inicial, o mais importante e o principal parâmetro para avaliar a fertilidade masculina, embora não seja o único e nem o definitivo. � Muitos homens o consideram constrangedor, principalmente, quando num laboratório comum de análises clínicas, são convocados em voz alta pelas enfermeiras, na frente de outras pessoas, para se dirigirem à sala de coleta. � Muitos ainda se sentem indignados por considerarem que este exame estará avaliando a sua sexualidade, masculinidade ou potência sexual. 22/10/2019 13 Espermograma � A coleta do material pode ser uma situação embaraçosa que gera ansiedade e nervosismo e, por isso, muitas vezes, pode haver uma repercussão negativa nos resultados. � Mesmo em condições ideais, os resultados podem ser variáveis, hora melhor, hora pior. � Nem sempre um único exame garante sua conclusão, sendo necessário a repetição por mais uma ou duas vezes em intervalos de pelo menos 15 dias. � É importante que o paciente escolha um laboratório de excelência que siga todas as recomendações internacionais para a análise do sêmen. Caso contrário, o exame poderá ser incompleto e inconclusivo. Colheita � Coletar as amostras em recipientes estéreis. � Mínimo de 3 dias de abstinência sexual. � Sempre que possível – amostra deve ser colhida em laboratório – senão, manter em temperatura ambiente e entregar em até em uma hora no laboratório. � Anotar a hora da coleta 22/10/2019 14 Avaliação � Volume � Viscosidade � pH � Contagem � Motilidade � Morfologia Volume � Normal: 1,5 a 5 ml. � Medição em recipiente graduado. 22/10/2019 15 Viscosidade � Pode ser determinada durante o despejo no tubo. � Se normal: gotejará e não se aglutinará. � Resultados: Expressos segundo uma classificação que vai de 0(aquosa) a 4(em forma de gel). � Qualquer aparência anormal também deve ser registrada nesse momento. pH � Ligeiramente alcalino: 7,3 e 8,3. � Medido com uso de fita medidora de pH. 22/10/2019 16 Contagem � Quantidade de espermatozóides no sêmen � Normal: 20 a 160 milhões/mL � Limítrofes: 10 a 20 milhões/mL � Contagem em câmara de Neubauer – dilui-se a amostra em 1:20 e conta-se o número de espermatozóides. Contagem � Câmara de Neubauer 22/10/2019 17 Motilidade � A motilidade é classificada em: MP (motilidade progressiva – que produz deslocamento), NP (não progressiva – sem deslocamento) e imóveis (parados). � Os espermatozoides com motilidade progressiva são considerados os melhores por terem a maior chance de fertilizar o óvulo. � Os espermatozoides com motilidade não progressiva têm menor chance de fertilização. Motilidade � O Grupo A (progressivo linear rápido) é considerado o melhor por ter a maior chance de fertilizar o óvulo e deve estar presente na proporção de 25% da concentração total. � O Grupo B (progressivo linear lento ou não linear) devem ser maior ou igual a 32%. � O Grupo C (motilidade não progressiva) tem menorchance de fertilização, mas, ainda assim, tem chance. � São considerados "espermatozóides móveis totais" o somatório dos grupos A, B e C ( A+B+C) que devem totalizar maior ou igual a 40%. � O Grupo D é totalmente imóvel e incapaz de fertilizar o óvulo. 22/10/2019 18 Morfologia � A infertilidade pode ser causada por espermatozóides que não têm motilidade suficiente. � Também pode ser causada por espermatozóides morfologicamente incapazes de fertilizar. � Observa-se a morfologia em amostras coradas e examinadas em imersão. Morfologia � Pelos critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde) a morfologia de Kruger deve ser igual ou maior a 4%. � Os espermatozóides com a cabeça em formato oval e com a parte intermediária e cauda perfeitas, são os que têm maior chance de fertilização. 22/10/2019 19 Morfologia � Técnica de Krüger (morfologia estrita) consiste em uma análise detalhada das características dos espermatozóides após coloração específica, sob aumento de 1500 vezes. � A análise morfológica é considerada normal quando mais de 4% dos espermatozóides analisados mostram-se normais pelos critérios de Krüger. Morfologia 22/10/2019 20 Morfologia 22/10/2019 21 Morfologia Resultados 22/10/2019 22 Resultados Alterações no espermograma � Processos infecciosos, DST´s, caxumba, irradiação, drogas, problemas hormonais, alterações anatômicas e doenças congênitas como a microdeleção do cromossomo Y e a Síndrome de Klinefelter (XXY). � Ausência do ducto deferente (uma das causas mais comuns é a doença genética que tem o nome de Fibrose Cística), a vasectomia, as infecções, e os traumatismos. Todos podem obstruir o trajeto. 22/10/2019 23 Alterações no espermograma � A infecção genital pode ser um fator importante de infertilidade masculina e podem ser identificadas no espermograma . � As bactérias mais freqüentes, que podem comprometer a fertilidade do homem, são: Escherichia coli, os Micoplasmas, em especial o Ureaplasma urealyticum, e a Chlamydia trachomatis. � O diagnóstico pode ser complementado com outros exames laboratoriais. Em alguns casos, a ultra-sonografia da próstata, transretal ou pélvica, pode auxiliar no diagnóstico de infecção crônica da próstata e vesículas seminais. Outros exames � Processamento Seminal / Capacitação Espermática: � É uma complementação do espermograma quando o resultado do exame for discretamente abaixo do normal. � Este processo separa os espermatozóides de melhor motilidade. Ao final deste processo, dependendo da concentração final dos espermatozódes recuperados poderá ser definida a melhor opção de tratamento para o casal: inseminação artificial intra-uterina ou fertilização in vitro.
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