Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
• Odontologia – extração Bloqueio do n. alveolar inferior 1. Classificação Extração dentária 2. Preparo do paciente O animal deve estar em jejum. A antissepsia deve ser realizada previamente à injeção do anestésico local (gluconato de clorexidina a 0,12%). Como medicação pré-anestésica, administrou-se clorpromazina na dose de 1,0mg kg-1, VO e após 20 minutos, aplicou-se propofol na dose de 3,0mg kg-1, IV 3. Equipamento necessário Seringa de 1ml ou carpule, agulha (calibre 23 ou 25) ou uma agulha odontológica, e o agente anestésico ou o tubete anestésico. 4. Técnica anestésica Administra-se ropivacaína a 0,5% (0,5 a 2mg/kg) A agulha é inserida na face medial da mandíbula direita, aproximadamente 1,0cm rostral ao processo angular e 0,5cm dorsal à borda ventral da mandíbula, a fim de depositar o anestésico próximo à entrada do nervo alveolar inferior no forame mandibular 5. Vantagens Nesse bloqueio, não é possível entrar no forame, logo, o anestésico é injetado próximo a ele, difundindo-se pela região. A aplicação mais próxima possível do forame minimiza a possibilidade de anestesiar outras estruturas, como o nervo glossofaríngeo, responsável pela inervação da língua. O bloqueio do nervo alveolar mandibular proporciona anestesia da região dos dentes molares, pré-molares, caninos, incisivos, pele e mucosa da bochecha e lábio inferior da face direita da mandíbula, o que facilita qualquer procedimento nestes. 6. Desvantagens A proximidade do nervo alveolar inferior com o nervo lingual (ambos ramos do nervo mandibular) também pode acarretar a dessensibilização desse nervo. As principais complicações decorrentes do bloqueio do nervo consistem no trismo (dor muscular ou movimento limitado da boca, decorrente de injeção intramuscular no músculo pterigoideo medial) e paralisia facial transitória (introdução muito profunda da agulha, levando à anestesia do nervo facial). Uma outra complicação que pode ocorrer é a injeção intravascular do anestésico, causando taqui ou bradicardia e arritmias. • Anestesia epidural 1. Classificação É um segmento da anestesia regional, a qual é utilizada em procedimentos que envolvam os membros posteriores, região caudal, períneo e abdominais. 2. Preparo do paciente Como medicação pré anestésica (MPA), o animal recebe cetamina (5mg kg-1) associada ao midazolam (0,5mg kg-1), pela via intramuscular. Após 15 minutos, o propofol (4mg kg-1) é administrado, pela via intravenosa, e é realizada a intubação orotraqueal e o oxigênio é fornecido a 100% por meio de sistema sem reinalação de gases durante o período de manutenção anestésica. Subsequentemente, a infusão contínua de propofol (0,3mg kg-1 min-1) foi iniciada, diluído em solução salina 0,9%, na dose de 10mL kg-1 h-1, e administrado por meio de bomba de injeção de seringa. O paciente pode ser posicionado em decúbito esternal ou lateral. A pele é amplamente preparada como um campo para o acesso cirúrgico (é realizada a tricotomia e assepsia do local). 3. Equipamentos necessários Agulha 25-G de bisel padrão, seringa normal e de vidro e o fármaco 4. Técnica anestésica Com o auxílio de uma agulha a pele é perfurada e, após isto, os ligamentos supra- espinhal e interespinhoso são também perfurados, até quando uma perda súbita de resistência é sentida, quando o bisel atinge o ligamento flavo, estando dentro do espaço epidural no qual se deposita o fármaco. A correta localização da agulha no espaço epidural foi confirmada pela ausência de resistência à aplicação de ar com auxílio de uma seringa de vidro 5. Vantagens Baixo custo, a eficiência e a segurança, além de causar mínimos distúrbios bioquímicos e fisiológicos, proporcionando analgesia segura, eficaz e confiável 6. Desvantagens Apresentam complicações na anestesia raquidiana total, injeção subdural, hematoma epidural, abcesso epidural, hipotensão e bradicardia, depressão respiratória e déficits neurológicos. Além da possibilidade de ocorrer lesão direta nos nervos. • Bloqueio do plexo braquial 1. Classificação É um tipo de bloqueio realizado em pequenos animais submetidos a cirurgias dos membros torácicos promovendo interrupção da condução nervosa motora e sensorial. 2. Preparo do paciente É realizada a tricotomia e assepsia na face cranial da porção distal do membro torácico direito, seguindo da injeção de propofol para a indução anestésica. 3. Equipamentos necessários Agulha hipodérmica 22G, uma seringa e o anestésico local. - Gel acústico* 4. Técnica anestésica Bloqueio às cegas: a agulha é introduzida na região conhecida como “vazio torácico”, em sentido craniomedial à articulação escápulo-umeral, paralela à coluna vertebral em direção à junção costocondral, sendo administrado o fármaco anestésico à medida que a agulha é removida. Bloqueio guiado por ultrassom: o animal é posicionado em decúbito dorsal com o membro a ser bloqueado abduzido 90° em relação ao corpo, e o contralateral aduzido. Então é aplicado sobre a pele uma moderada quantidade de gel acústico para posterior obtenção das imagens ultrassonográficas das raízes nervosas do plexo braquial pelo acesso axilar. Quando identificada, é então inserida “em plano” o anestésico local, craniomedial a articulação do ombro e depois avançada em direção caudal 5. Vantagens O auxílio da ultrassonografia na anestesiologia pode garantir um posicionamento da agulha mais preciso e ainda monitorar a dispersão do anestésico local em tempo real, melhorando a eficácia dos bloqueios, diminuindo o tempo de procedimento e possibilitando bloqueios de sucesso com doses anestésicas reduzidas. Diminuição do estresse cirúrgico, diminuição das taxas de mortalidade e morbidade em comparação a anestesia geral, pouca ou nenhuma necessidade de intubação traqueal, são algumas vantagens de um modo geral da técnica. 6. Desvantagens No bloqueio às cegas, o bloqueio pode ser incompleto de todos os feixes nervosos, dificuldade no acesso em animais obesos e aumento dos riscos de lesão arterial e nervosa além de poder ser necessário a administração de uma segunda dose do anestésico local e óbito ocasionado pela administração intratorácica acidental. Potenciais complicações como laceração de estruturas vasculares relevantes, ou trauma iatrogênico de nervos. • Anestesia por tumescência 1. Classificação Consiste na anestesia regional da pele e do tecido subcutâneo, com infiltração de grandes volumes de anestésico local diluídos, permitindo que amplas áreas de tecido possam ser bloqueadas 2. Preparo do paciente O paciente é a jejum alimentar de 12 horas e hídrico de duas horas. sendo utilizado como medicação pré-anestésica (MPA) a meperidina, na dose de 4 mg.kg-1 IM. Foi realizada a tricotomia do membro torácico direito para a cateterização da veia cefálica. A indução anestésica é feita com propofol (5 mg.kg-1) seguida da intubação orotraqueal e a manutenção anestésica com isoflurano, em concentração suficiente para manter o animal em plano anestésico cirúrgico 3. Equipamentos Seringa de 10 ml, a cânula de Klein e um equipo acoplado a solução tumescente, agulha hipodérmica 40 x 12 mm 4. Técnica anestésica Utiliza-se uma cânula de Klein com 2,0 mm x 14 cm, para realizar a infiltração da solução tumesceste. Para a aplicação, é conectada à cânula uma torneira de três vias, que foi conectada a uma seringa de 10 mL e a um equipo de soro que conduziu a solução tumescente. A solução é composta por 210 mL de solução de ringer lactato, 40 mL de lidocaína a 2% sem vasoconstritor e 0,5 mL de adrenalina. A solução a ser infiltrada é preparada em um frasco contendo solução de ringer com lactato refrigerado. Por se tratar de um material de ponta romba, foi utilizado, uma agulha hipodérmica 40 x 12 mm, para fazer uma pequena incisão facilitando a introdução da cânula no espaço subcutâneo.O gato é posicionado em decúbito dorsal no momento da aplicação e começando pela região torácica, avançando para a região abdominal e por fim termina na região inguinal, sendo a infusão da solução concomitante com o avanço da cânula. 5. Vantagens Diminui o sangramento durante a cirurgia e a necessidade de transfusões sanguíneas no transoperatório, além de causar satisfatória e prolongada analgesia trans e pós- operatória. Outra característica importante é a capacidade de promover efeito antibacteriano diminuindo os níveis de infecção no pós-operatório. 6. Desvantagens Pode causar necrose da pele, comprometimento do retalho cirúrgico, hematomas e deformidade da região a ser removida possível disseminação de células tumorais (no caso de mastectomia) • Anestesia peribulbar 1. Classificação Caracterizada pela redução do fluxo ocular pulsátil por alterações do calibre vascular mediadas farmacologicamente, por compressão da vasculatura pelo volume anestésico administrado na órbita ou por elevação da pressão intraocular, associada à redução da pressão de perfusão 2. Preparo do paciente O animal deve apresentar jejum de seis horas, de alimentos sólido e líquido. E como MPA é administrado clorpromazina (1,0 mg/kg VO). Passados 20 minutos promove- se indução com propofol (3,0 mg/kg EV), apenas para facilitar a realização do bloqueio anestésico. A antissepsia é feita no local com polivinil-pirrolidona em solução fisiológica a 0,9%. 3. Equipamentos Seringa de 1,0 mL e agulha hipodérmica de 13 x 3,8 mm em forma de “L” e o anestésico. 4. Técnica anestésica Após a administração do propofol, é realizado o bloqueio peribulbar com ropivacaína a 0,5% (1,0 mg/kg). O anestésico é administrado na porção superior da cavidade orbitária em direção ao fórnice na posição súpero-mediana. 5. Vantagens Promove imobilidade absoluta, baixa pressão intraocular, diminuição do sangramento e abolição do reflexo oculocardíaco. 6. Desvantagens Pode ocorre complicações em estruturas adjacentes em decorrência das injeções errôneas dos anestésicos, como apneia (decorrente da deposição de anestésico no espaço subaracnóideo), anestesia do SNC (devido a injeção intra-neural) e edema pulmonar. Além disso, pode ainda ocorre prurido, blefarospasmo, quemose devido ao bloqueio peribulbar.
Compartilhar