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Por: Thainara de Almeida | @dra.sorrisinho Introdução O traumatismo dental é muito comum durante infância e adolescência, podendo ocorrer em dentes decíduos ou permanentes constituindo um problema estético-funcional e psicológico no paciente. Essas lesões podem ser mínimas ou graves, sem apresentar sinais e sintomas clínicos, como também podem apresentar fraturas e deslocamentos dentais como ate avulsão do elemento. É importante que o dentista saiba avaliar a extensão do dano do traumatismo para melhor reabilitação, estabelecendo um bom plano de tratamento a fim de minimizar sequelas e preservando vitalidade pulpar. Tem maio prevalência no sexo masculino e a região mais acometida é a maxila, principalmente em dentes anteriores. Fatores Predisponentes O tipo de oclusão e a falta de proteção labial esta diretamente relacionada a isso. Pacientes classe II divisão 1 de Angle Classe 1 de Angle com sobressaliência da maxila Mordida aberta anterior, com protusão dos incisivos. Falta de selamento labial. É importante orientar a família para esses cuidados a fim de evitar certos traumatismos. Os lábios podem absorver o impacto do traumatismo, diminuindo as chances de fratura dental, transmitindo esse impacto para o periodonto. Como foi visto, as alterações de oclusão e musculatura são fatores predisponentes para o traumatismo, logo é necessária a prevenção da não instalação desses hábitos, que ao estarem já instalados e causarem alteração nesses pacientes, será preciso intervenção ortodôntica em alguns casos. Atendimento O prognóstico desse traumatismo dentário depende muito do pronto atendimento prestado ao paciente. Na maioria dos casos, é o primeiro contato da criança com o dentista podendo dificultar o atendimento, nesse caso o profissional deve transmitir segurança e tranquilidade durante o atendimento. Hábitos deletérios como chupeta e chupar dedo e paciente respirador bucal. Anamnese o Deve ser feita de forma reduzida, fazendo identificação do paciente. o Dados de saúde geral e alergias o Se o paciente faz uso de medicamentos e observar condição sistêmica da criança. o Se há histórico de traumas anteriores o Se paciente apresenta náuseas, vômito, cefaleia, amnésia e sangramento nasal que pode indicar ocorrência de traumatismo craniano e do SNC. o Relato completo do trauma Como? De que forma ocorreu o trauma, avaliando se a história coincide com lesões clinicas. Onde? Onde foi, areia/terra, cimento, grama, lama ou água. Para avaliar possíveis contaminações e se deve administrar medicamento. Estando atenta a validade da vacina contra tétano do paciente se ocorreu contaminação da lesão. Quando? Qual o tempo entre trauma e exame inicial, visto que isso vai interferir diretamente na escolha do tratamento. Exame Clínico Exame geral o Deve ser feito um exame geral, avaliando estruturas faciais e observar se há assimetrias e deslocamento. o Observar linha média em movimentos de abertura e fechamento da boca se há desvio ou não e em casos de danos na ATM encaminhar para CBMF. Exame no local o Promover a limpeza na região com soro fisiológico, agua ou sabão neutro. o Avaliar se há lesões cruentas (sangrentas), dilaceradas ou se há presença de corpo estranho. o Observar dente, extensão da fratura, se há exposição pulpar, deslocamento e alteração na oclusão. o Exame de palpação para sentir o grau de mobilidade do dente, a movimentação de estruturas ósseas no alvéolo, avaliar possível fratura radicular e no rebordo alveolar. Teste de Vitalidade Quando feito logo após o acidente são falíveis e duvidosos, após o trauma pode ter perda temporária da sensibilidade. Portanto, a falta de resposta ao teste de sensibilidade pulpar não é conclusiva de necrose pulpar em dentes traumatizados. o Exame de percussão é feito para testar sensibilidade dolorosa, com indicação de comprometimento das estruturas de suporte do dente. o Esse teste NÃO é indicado para decíduos, pois a dor provocada dificultará o atendimento da criança e não oferecerá dados seguros para auxiliar no diagnóstico. o O teste de percussão vertical avalia ocorrência de lesão apical, tanto apical quanto do ligamento periodontal apical. o O teste de percussão horizontal avalia danos ocorridos no ligamento periodontal lateral. Exame Radiográfico É muito importante em casos de traumatismo para visualizar as alterações. O que avalia? o Detecção de fraturas radiculares e alveolares o Extensão da fratura coronária o Reabsorções o Presença de corpos estranhos o Grau de deslocamento dental o Se há ausência do espaço do ligamento periodontal o Estágio de desenvolvimento radicular do permanente o Exposição pulpar o Acompanha dente traumatizado Tipos de radiografia: o A técnica preconizada é a periapical, por meio do método paralelismo. o A radiografia periapical modificada é indicada para dentes decíduos anteriores superiores Usando o filme para adulto e o paciente morde o filme levemente. Área de incidência: ponta do nariz (45°) Avalia imagem do dente afetado e germe do permanente. o A radiografia lateral de Fazzi é usada para casos de intrusão É uma técnica extrabucal Película na altura da comissura labial. Essa técnica auxilia na visualização vestibulopalatina, observando dente intruído e germe do permanente. o A radiografia oclusal pode avaliar a presença de fraturas radiculares e luxação lateral juntamente com a periapical. Análise Radiográfica Observação!!! Transluminação Essa técnica é usada para detecção de trincas de esmalte e visualização de mancha rósea que corresponde a reabsorção interna da câmara coronária. Contenção Sua utilização de contenção flexível e de curta duração Contenção rígida pode levar a anquilose Material: o Fios de aço inoxidável de até 0.016” 0.4 mm de diâmetro; o Linha de pesca de nylon 0.13 – 0.25mm o Serve para manter distância da gengiva e áreas proximais. Orientação ao final da consulta o Recomendável suspensão de hábitos de sucção o Suspender esportes de contato o Higiene com escova macia o Bochecho com gluconato de clorexidina 0,12% (ou aplicação com cotonete) 2x/dia por 1 semana o Cuidado ao se alimentar o Necessidade de acompanhamento Em dentes decíduos: coroa, raiz, canal radicular, câmara pulpar, germes Em dentes permanentes sucessores: grau de formação, posição, folículo, cripta óssea, osso alveolar circundante, espaço pericementário, lâmina dura. Lesões de Tecido Duro dos Dentes Trinca de Esmalte Fratura de Esmalte Fratura de esmalte e dentina sem exposição pulpar Fratura de esmalte e dentina com exposição pulpar Fratura corono-radicular sem exposição pulpar Fratura corono-radicular com exposição pulpar Fratura radicular Fratura alveolar Trinca de esmalte Achados clínicos • Fratura incompleta de esmalte sem perda de estrutura • Faz exame minucioso e transiluminação Achados radiográficos Nenhuma anormalidade, faz periapical. Tratamento e Acompanhamento Não é necessário Acompanha em caso de injuria Aplicação de flúor na região e cuidado na higienização Fratura de esmalte Achados clínicos Fratura completa de esmalte com perda de esmalte Dentina não exposta Dente apresenta mobilidade normal Dentes Permanentes o Ausência de sensibilidade ao teste de percussão. Se apresentar sensibilidade, deve avaliar se há ocorrência de lesão de luxação ou fratura radicular. o Testede sensibilidade pulpar normalmente positivo. Achados radiográficos • há perda de esmalte na periapical Tratamento Há 2 formas de intervenção: • Faz regularização das bordas de esmalte fraturada, eliminando arestas cortantes e dando estética ao dente. • Restauração com resina composta quando não houver condições estéticas para desgaste. Acompanhamento • Dentes decíduos → não é necessário, a menos que esteja associado a outras injúrias. • Dentes permanentes → 6-8 semanas, 1 ano Fratura de esmalte e dentina sem exposição Achados clínicos • Fratura envolvendo esmalte e dentina • Sem exposição pulpar • Mobilidade do dente normal • Verificar há quanto tempo a dentina está exposta, mais cedo a proteção = mais chance da manutenção da vitalidade pulpar. o Se caso paciente procurar o profissional muito tempo após o traumatismo, deve verificar a viabilidade pulpar e presença de lesão apical. o É mais comum nos ângulos mesiais dos incisivos superiores e acompanhado de lesões no tecido de suporte. Dentes Permanentes: • Ausência de sensibilidade à percussão. Se apresentar sensibilidade, avaliar quanto à possível ocorrência de lesão de luxação ou fratura radicular. • Teste de sensibilidade pulpar normalmente positivo. Tratamento • Colagem do fragmento, pode usar resina fluída e fazer uma ‘glaze’ com ataque ácido para obtenção de uma superfície lisa e brilhante. • Restauração com CIV ou Restauração com Resina composta o A restauração com CIV pode servir para paciente não-colaborativo. • Deve avaliar se há necessidade de proteção pulpar (CIV). o Faz proteção da dentina com material que tenha capacidade adesiva, como Hidróxido de Cálcio. Acompanhamento • Dentes decíduos → 8 semanas • Dentes permanentes → 6-8 semanas, 1 ano Fratura de esmalte e dentina com exposição Achados clínicos • A polpa exposta é sensível a estímulos térmicos ou durante a mastigação. o Se a exposição continuar por um período +30hrs pode ser instalada uma pulpite crônica • Deve verificar o tempo de exposição (Edema: pólipo pulpar) Achados radiográficos • Perda de esmalte e dentina • Recomenda-se: Periapical • Localização de fragmentos dentários: Se não foi encontrado e há lesões em tecido mole, radiografias do lábio e/ou da bochecha são indicadas para procurar fragmentos ou materiais estranhos. Tratamento A forma de tratamento vai ser classificada em dentes com vitalidade pulpar ou necrose pulpar e com rizogênese incompleta e completa. O dente com vitalidade pulpar e rizogênese incompleta deve conservar a polpa com pulpotomia. Relembrando... A pulpotomia faz a remoção de 3mm de tecido pulpar exposto com broca esférica diamantada, após a remoção faz aplicação tópica de uma medicação a base de corticoesteróide por 5min, faz lavagem com hipoclorito a 1%, aplica pasta de hidróxido de cálcio, aplica camada de ionômero de vidro sobre ela e restaura com resina. Dentes Permanentes: Imediato (polpa viva): • Rizogênese incompleta → Manter a vitalidade para que haja continuidade da rizogênese - Faz capeamento pulpar direto (micro exposições) - Ou Pulpotomia (pasta hid. Ca) + restauração. Observação! Nesse caso, se o dente fraturado também tiver sofrido intrusão, o tratamento endodôntico precoce pode ser considerado, ou seja, apicifcação ou revascularização. • Rizogênese completa → Manter a vitalidade pulpar - Capeamento pulpar direto (micro exposições) - Ou Pulpotomia (pasta hid. Ca) + restauração - Se precisar de retentor intraradicular: Tratamento endodôntico + restauração IMPORTANTE! Todo esforço deve ser realizado para preservar a vitalidade pulpar em ambos os dentes com rizogênese incompleta ou completa. Em dentes permanentes com rizogênese incompleta isso é de máxima importância para garantir a continuidade do desenvolvimento radicular e fechamento apical. A polpa de dentes permanentes com rizogênese incompleta apresenta uma considerável capacidade de reparo após exposições pulpares traumáticas, luxações e fraturas radiculares. Por isso, o tratamento endodôntico deve ser evitado até que exista evidência clínica ou radiográfica de necrose pulpar ou infecção periapical, nas consultas de acompanhamento. Exposições pulpares secundárias às lesões dentárias traumáticas respondem bem a terapias pulpares conservadoras, como capeamento pulpar, pulpotomia parcial, pulpotomia rasa e pulpotomia cervical, que mantêm a vitalidade pulpar e permitem a continuidade da formação radicular. Além disso, terapias emergentes demonstraram a capacidade de revascularizar/regenerar os dentes, criando condições que permitem o crescimento de tecido dentro dos canais radiculares de dentes permanentes com rizogênese incompleta e necrose pulpar. Dentes com formação incompleta que tenham sofrido intrusão e fratura de coroa associada (lesões traumáticas combinadas) têm maior risco de necrose pulpar e infecção e, por isso, nestes casos o tratamento endodôntico imediato ou precoce pode ser considerado. Outros tipos de tratamento em dentes com desenvolvimento radicular incompleto podem envolver apicificação ou técnicas de revascularização/revitalização do espaço pulpar. Tratamento Tardio em permanente (necrose pulpar): • Rizogênese incompleta - Tratamento endodôntico: Apicificação (Hid. Ca) ou revascularização + restauração - Fechamento do ápice pode demorar até 18 meses. Quando fechar o ápice realizar a obturação com guta percha. • Rizogênese completa → Tratamento endodôntico + restauração Tratamento Decíduos: Imediato (polpa viva) • Boa quantidade de remanescente coronário → Pulpotomia (pasta de hid Ca) + CIV + resina • Pouco remanescente coronoário → Tratamento endodôntico + pino + coroa Tardio (necrose pulpar) • Boa quantidade de remanescente coronário → Tratamento endodôntico + restauração • Pouco remanescente coronoário → Tratamento endodôntico + pino + coroa Acompanhamento • Dentes decíduos → 1 semana, 8 semanas, 1 ano • Dentes permanentes → 6-8 semanas, 3 meses, 6 meses, 1 ano Fratura corono-radicular Achados clínicos • Apresenta direcionamento da linha de fratura no sentido oblíquo. o Envolvendo esmalte, dentina e cemento. • Pode haver ou não exposição pulpar Achados radiográficos • A extensão apical da fratura geralmente não está visível • É realizada a radiografia periapical • É preciso fazer 2 radiografias adicionais com diferentes angulações verticais e/ou horizontais para não ter erro ao interpretar linha da fratura. Tratamento Dente permanente: Quanto há exposição pulpar os procedimentos relatados anteriormente devem ser realizados. Quando o traumatismo se estende em direção a cervical ate 2mm ou 3mm abaixo do nível da gengiva (Linha de fratura está subgengival) pode fazer tratamento adotados nos casos de fratura de esmalte e dentina com ou sem exposição com o cuidado no tecido gengival durante a restauração. Em alguns casos: • Alterativa 1: se necessário realizar cirurgia de aumento de coroa clínica (periodontia) + Restauração • Alterativa 2: Tracionamento ortodôntico para ter acesso ao final da fratura + Restauração Dente Decíduo Geralmente tem exposição pulpar e fratura em vários pedaços. Não se indica a osteotomia ou a tração ortodôntica devido a perda de osso de suporte nesses dentes Quanto mais longitudinal for a fratura mais difícil será de conservar. • Faz a remoção do fragmento fraturado e avaliar se a coroa pode ser restaurada. • Se é restaurável: - Sem exposição pulpar: proteção pulpar + restauração - Com exposição pulpar: trat. Endodôntico + restauração • Se nãoé restaurável: exodontia Acompanhamento • Dentes decíduos → se o dente for mantido 1 semana, 8 semanas, 1 ano • Dentes permanentes → 6-8 semanas, 3 meses, 6 meses, 1 ano, anualmente por pelo menos 5 anos Fratura Radicular Achados clínicos • Extrusão do fragmento cervical da raiz. • Dente apresenta mobilidade • Presença de sangramento via sulco gengival • Fratura localizada geralmente no terço médio ou apical da raiz. Achados radiográficos • Faz radiografia periapical e oclusal • Duas radiografias adicionais com diferentes angulações verticais e/ou horizontais para identificar linha da fratura Tratamento Há 4 tipos de reparação: Depósito de tecido calcificado Interposição de tecido conjuntivo fibroso Interposição do osso alveolar Interposição de tecido granulação Atendimento imediato • Dentes permanentes Sem deslocamento do fragmento coronário o nenhum tratamento é necessário. 2. Com deslocamento reposicionar os fragmentos + imobilização com contenção flexível, em fraturas no terço apical e médio = 4 semanas, já em fratura do terço cervical = até 4 meses. Dente decíduo Sem deslocamento nenhum tratamento é necessário. Com deslocamento (sem grande mobilidade) Deixar o fragmento coronário para reposicionamento espontâneo. Com deslocamento (com grande mobilidade) Opção A: Extrair somente o fragmento coronário (fragmento apical deve ser deixado para ser reabsorvido ou removido posteriormente, pois há risco de lesar o germe do permanente). Opção B: Reposicionar o fragmento + contenção flexível por 4 semanas Atendimento tardio • Dentes permanentes Quanto ocorre a necrose pulpar deve-se realizar o tratamento endodôntico até a linha de fratura. Dentes decíduos Se há necrose pulpar ou não foi possível reposicionar os fragmentos imediatamente está indicada a exodontia (extrair somente o fragmento coronário). Observação!!! Quando a fratura são do tipo longitudinal o fracasso do tratamento está relacionado a grande extensão de linha da fratura, dificultando a possibilidade de reparo, bem como a imobilização. Indicado Exodontia (decíduos e permanentes) Acompanhamento • Dentes permanentes → 4 semanas, 6-8 semanas, 4 meses, 6 meses, 1 ano e anualmente por 5 anos. • Dentes decíduos → 1 semana, 4 semanas, 8 semanas, 1 ano. Acompanhamento adicional aos 6 anos de idade é indicado para monitorar a erupção do dente permanente. Fratura Alveolar Achados clínicos • É uma fratura envolvendo o osso alveolar; • Observa-se mobilidade e deslocamento do segmento com diversos dentes em movimento ao mesmo tempo; • Presença de alteração oclusal em decorrência do desalinhamento do alvéolo fraturado. Achados radiográficos • Radiografias em angulações diferentes • Radiografia panorâmica • Observa-se linhas de fratura Tratamento • Estabilização + contenção (4 semanas) • Suturas Crianças pequenas são submetidas a anestesia geral Acompanhamento • Dentes permanentes → C+R: 4 semanas, 6-8 semanas, 4 meses, 6 meses, 1 anos e 5 anos. • Dentes decíduos → 1 semana, 4 semanas, 8 Semanas, 1 ano, aos 6 anos. Lesões dos Tecido de Suporte do dente Concussão Subluxação Luxação extrusiva Luxação lateral Intrusão Avulsão dentária Concussão Achados clínicos • É uma pequena lesão das estruturas de suporte do dente traumatizado • Ausência de mobilidade e sem deslocamento anormal do dente no alvéolo. Ao fazer esse exame e o dente apresentar mobilidade, é outra lesão. • O dente pode se apresentar ligeiramente sensível à percussão vertical e horizontal; • Não há hemorragia no sulco da gengiva marginal. • Normalmente, nesses casos, existe a manutenção da vitalidade pulpar. Achado Radiográfico Sem alteração na radiografia periapical Tratamento Nenhum tratamento é necessário Pode lavar a região com soro e periogard se houver laceração de lábio. Se paciente estiver apresentando dor na região, pode prescrever analgésico. Acompanhamento • Dentes permanentes → 4 semanas, 1 ano. • Dentes decíduos → 1 semana, 8 semanas. Subluxação A intensidade do traumatismo nesse caso leva a uma lesão das estruturas de suporte com ruptura de algumas fibras do ligamento periodontal. Achados clínicos • o dente pode apresentar pequeno grau de mobilidade, mas sem deslocamento; • Sensibilidade ao toque ou percussão; • Pode haver hemorragia no sulco gengival (sinal patognomônico, ou seja, característico dessa lesão). A diferença entre concussão e subluxação está ligada a esse sinal patognomônico. Durante essa avaliação, observar se há o aparecimento de fístula (necrose). Dentes Permanentes: • Testes de vitalidade podem ser inicialmente negativos, indicando dano pulpar transitório. • É necessário monitorar a resposta pulpar até que seja possível estabelecer um diagnóstico definitivo da condição pulpar, se há necrose ou não. Achados Radiográficos Sem alteração Fazer acompanhamento Tratamento Não é necessário tratamento Em permanentes: Usa uma contenção flexível para estabilizar o elemento dentário e proporcionar conforto ao paciente pode ser indicada por até 2 semanas. Em decíduos Nenhum tratamento é necessário Observação Instrução aos pais/paciente sobre ter alimentação pastosa e boa higiene bucal principalmente nos primeiros 10 dias em que as fibras da membrana periodontal estarão se recuperando. Usar periogard 2x por dia em 7 dias. Realizar higienização com escova macia, em casos de não utilizar escovas, pode usar gaze umidecida com água oxigenada. Acompanhamento Em alguns casos esse dente pode apresentar necrose pulpar, observar aparecimento de fístula e dente escurecido. Pode surgir reabsorção internas e externas Em permanentes: indica-se realizar endodontia em caso de rizogênese completa, se estiver com rizogênese incompleta a recuperação vascular do tecido pulpar é favorável, devendo acompanhar clinicorradiográfico. Em decíduos faz acompanhamento Dente pode apresentar anquilose, que é a fusão do cimento e/ou dentina com o osso alveolar, provocando a perda do ligamento periodontal. Essa anquilose em dentes permanentes deixa o dente submerso abaixo do plano oclusal. • Nos casos de necrose, tanto em decíduos quanto em permanente deve fazer o tratamento pulpar. É muito comum o escurecimento da coroa devido ao sangramento, pedir para os pais avaliarem a cor voltar ao normal. Nenhum tratamento é necessário a menos que haja lesão periapical e/ou fístula Em casos de necrose, o dente não vai clarear, sendo assim um rognóstico ruim. Suspender hábitos de chupeta e dedo. • Dentes permanentes → 2 semanas, 3 meses, 6 meses, 1 ano. Dentes decíduos → 1 Semana, 8 Semanas Luxação Extrusiva Ocorre quando o dente sofre um deslocamento parcial ao longo eixo do dente, nesse caso sendo maior o aparecimento de reabsorção radicular externa. Por que tem maior chance? Pois houve um rompimento do ligamento periodontal e como o dente é deslocado para fora do alvéolo, ocorre essa reabsorção. Achados clínicos • O dente parece alongado, crescido. • Esse dente apresenta mobilidade aumentada • Provavelmente dentes permanentes não respondem aos testes de sensibilidade pulpar. Achados radiográficos • Há um aumento no espaço do ligamento periodontal apical. • O dente não está encaixado no alvéolo e parece alongado. Tratamento IMEDIATO Permanente: Anestesiar, depois reposicionar do dente inserindo-o delicadamente no alvéolo e estabilizar o dente por 2 semanas usandocontenção flexível (se houver fratura óssea prolongar por 4 semanas). Decíduo: Extrusão leve (<3 mm): Anestesiar, reposicionar cuidadosamente e estabilizar o dente por 2 semanas usando contenção flexível OU deixar que o dente se alinhe de forma espontânea. Extrusão grande (>3 mm): indicado exodontia. TARDIO Permanente: Não é possível reposicionar devido à presença de coágulo formado, que vai dificultar esse reposicionamento. Se houver mobilidade pode-se tentar fazer uma contenção para recuperar fibras periodontais. • Caso atrapalhe a oclusão pode realizar um desgaste incisivo ou na palatina para diminuir o impacto ao reimplantar. • Realizar testes de vitalidade. Decíduo: Não é possível reposicionar devido à presença de coágulo. Em dentes decíduos o coágulo pode pressionar o germe, causando malformações. Se houver mobilidade pode-se tentar conter e caso atrapalhe a oclusão realizar desgaste como dito anteriormente. Acompanhamento • Dentes permanentes → 2 semanas, 4 semanas, 6-8 semanas, 3 meses, 6 meses, 1 ano, anualmente por 5 anos. • Dentes decíduos → 1 Semana, 8 Semanas, 1 ano. Luxação lateral O dente é deslocado no sentido lingual ou vestibular, ficando imóvel nessa posição. Essa lesão pode vim acompanhada de uma fratura no rebordo alveolar. Achados clínicos • Geralmente há fratura alveolar Achados radiográficos • Espaço do ligamento periodontal pode estar aumentado. • Observar direção de onde esta sendo radiografado. Tratamento Dentes permanentes: Anestesia; • Apalpar a gengiva para sentir o ápice do dente; • Para redução dessa luxação, é realizado um pequeno movimento de extrusão do dente e recoloca em posição original. Após redução, faz uma manobra de pressão bidigital vestibular e lingual sobre o contorno alveolar. • Contenção flexível por 4 semanas; • Rizogênese completa: provavelmente haverá necrose Tratamento endodôntico (evitar reabsorção) • Rizogênese incompleta: pode haver revascularização espontânea. Se houver necrose Tratamento endodôntico. Dente Decíduo: Se não houver interferências oclusais: deixar que o dente se reposicione espontaneamente. Em caso de • Deslocamento severo: Exodontia OU o dente pode ser gentilmente reposicionado, por meio de pressão digital vestibular e palatina/lingual simultaneamente, sob anestesia local → contenção por 4 semanas. IMPORTANTE!!! Muito importante acompanhar a presença de necrose nesses dentes com rizogênese incompleta ou completa, já que o desenvolvimento radicular é um fator importante para o surgimento da necrose após luxação extrusiva. Logo, se há necrose, faz endodontia imediata para evitar reabsorção externa. Acompanhamento Pode haver descoloração no dente, lesão periapical, anquilose, necrose, reabsorção radicular externa. • Dentes permanentes → 2 semanas, 4 semanas, 6-8 semanas, 6 meses, 1 ano, anualmente por 5 anos. • Dentes decíduos → 1 Semanas, 4 semanas, 8 Semanas, 6 meses, 1 ano Luxação Intrusiva A intrusão pode ser parcial ou total, havendo compressão ou fratura do processo alveolar na região do ápice do dente intruído. Achados clínicos • Dente deslocado apicalmente • Dente imóvel • O dente pode não responder aos testes de sensibilidade pulpar. • A região fica edemaciada no momento, mas após regressão do edema da para avaliar intrusão. Achados radiográficos • Faz radiografia oclusal modificada e lateral • Espaço do ligamento periodontal pode estar ausente, dando a impressão que o dente está grudado no osso. Tratamento Dentes permanentes Rizogênese incompleta • Aguardar reposicionamento espontâneo do dente (4 semanas). • Se não reerupcionar fazer tracionamento ortodôntico • Se houver sinais de necrose pulpar ou reabsorção externa inflamatória nas consultas de acompanhamento, o tratamento endodôntico deve ser iniciado assim que a posição do dente permitir. Rizogênese completa • Intrusão menor que 3 mm → Aguardar reposicionamento espontâneo. Se não reerupcionar após 8 semanas faz reposicionamento cirúrgico + contenção flexível por 4 semanas. • Intrusão de 3-7 mm → reposicionamento cirúrgico + contenção flexível por 4 semanas. • A polpa provavelmente sofrerá necrose → Tratamento endodôntico Dente Decíduo: Aguardar reposicionamento espontâneo do dente, independente da direção de deslocamento. • A melhora espontânea na posição do dente intruído geralmente ocorre dentro de 6 meses. Em alguns casos, isso pode levar 1 ano. Faz um exame de palpação cuidadoso no fundo do sulco para verificar possibilidade de fratura da tábua óssea vestibular pelo impacto da intrusão do ápice do dente. Acompanhamento •É ideal a remoção dos hábitos de sucção •Dentes permanentes → 2 semanas, 4 semanas, 6-8 semanas, 6 meses, 1 ano, anualmente por 5 anos. • Dentes decíduos → 1 Semana, 8 Semanas, 6 meses, 1 ano, aos 6 anos. Protocolo Importante! Caso o decíduo lesione o permanente, ele deve ser removido. Isso geralmente ocorre quando o dente intrui em direção palatina. A curvatura do ápice do dente decíduo é mais para vestibular e a do germe é mais por palatino, isso ajuda, na maioria das vezes, a não lesionar o dente sofre algum trauma. Avulsão É o deslocamento total ou desarticulação completa do dente fora do alvéolo. Achados clínicos • Dente completamente fora do alvéolo. Achados radiográficos • Se o dente não foi encontrado, deve-se realizar radiografia periapical para verificar se houve intrusão. Tratamento Dentes permanentes • É indicado fazer reimplante imediado, podendo ser feito por qualquer pessoa no local do acidente em ate 15min. • Se passar mais tempo, deve-se avaliar viabilidade do dente. AVALIAR • Grau de formação radicular do dente (ápice aberto ou fechado); • Condição das células do ligamento periodontal, que geralmente começam a degenerar em 15 a 30min após lesão • Meio de armazenamento, sendo preferível em ambiente úmido como soro fisiológico, leite ou saliva. • Tempo extraalveolar não pode exceder 1h, caso contrário será inviável o reimplante mesmo que tenha sido estocado corretamente. Dente reimplantado antes da chegada do paciente à clínica 1. Limpe a área com água, soro ou clorexidina. 2. Verifique a posição do dente reimplantado clínica e radiograficamente. 3. Mantenha o dente no local. 4. Administre anestesia local se necessária, de preferência sem vasoconstritor. 5. Se o dente foi reimplantado no alvéolo errado ou rotacionado, reposicione o dente corretamente até 48 horas após o trauma. 6. Estabilize o dente por 2 semanas com contenção flexível. Em caso de fratura alveolar ou óssea associada, uma contenção mais rígida é indicada e deve ser mantida por cerca de 4 semanas. 7. Suture as lacerações gengivais, sempre que presentes. 8. Administre antibiótico sistêmico. 9. Verifique a proteção do paciente contra o tétano. 10. Forneça as instruções aos pacientes. 11. Realize o acompanhamento. 12. Rizogênese completa: Inicie o tratamento endodôntico dentro de 2 semanas após o reimplante. Rizogênese incompleta: aguardar revascularização pulpar ou realizar tratamento endodôntico assim que for identificada a necrose e infecção pulpar. Dente em armazenamento fisiológico ou não. Tempo extra alveolar < 60 min 1. Lave o dente com soro fisiológico corrente segurando-o pela coroa e deixe no soro. 2. Efetue a anestesia local, preferivelmente sem vasoconstritor. 3. Lave o alvéolo com solução salina removendo o coágulo. 4. Examineo alvéolo. Se houver fratura de parede alveolar, reposicione-a com um instrumento adequado. 5. Reimplante o dente lentamente, com ligeira pressão digital. 6. Verifique a posição do dente reimplantado clínica e radiograficamente. 7. Realize contenção flexível por até 2 semanas. 8. Suture as lacerações gengivais, sempre que presentes. 9. Administre antibiótico sistêmico. 10. Verifique a proteção do paciente contra o tétano. 11. Forneça as instruções ao paciente. 12. Realize o acompanhamento. 13. Rizogênese completa: Inicie o tratamento endodôntico dentro de 2 semanas após o reimplante. Rizogênese incompleta: aguardar revascularização pulpar ou realizar tratamento endodôntico assim que for identificada a necrose e infecção pulpar. Tempo extra alveolar > 60 min • Prognóstico desfavorável • Ligamento periodontal necrosado • Objetivo: reabilitar o dente por razões estéticas, funcionais e psicológicas, a manutenção do contorno do osso alveolar. • Prognóstico esperado é de anquilose e reabsorção radicular com eventual perda do elemento dentário. • Portanto, reimplantar um dente permanente é quase sempre a melhor decisão, mesmo quando o tempo extra alveolar for maior do que 60 minutos. 1. Remova os detritos soltos e qualquer contaminação visível agitando o dente na solução de armazenamento ou com uma gaze embebida em soro fisiológico. Deixe o dente no soro. 2. Efetue a anestesia local, preferivelmente sem vasoconstritor. 3. Lave o alvéolo com soro fisiológico para remoção de coágulo sanguíneo. 4. Examine o alvéolo. Se houver fratura de parede alveolar, reposicione-a com um instrumento adequado. 5. Reimplante o dente lentamente com uma ligeira pressão digital. 6. Verifique a posição do dente reimplantado clínica e radiograficamente. 7. Suture as lacerações gengivais, sempre que presentes. 8. Estabilize o dente por 2 semanas com contenção flexível. 9. Prescreva antibiótico sistêmico; 10. Verifique a proteção do paciente contra o tétano; 11. Forneça as instruções ao paciente. 12. Realize acompanhamento. 13. Rizogênese completa: Inicie o tratamento endodôntico dentro de 2 semanas após o reimplante. Rizogênese incompleta: aguardar revascularização pulpar ou realizar tratamento endodôntico assim que for identificada a necrose e infecção pulpar. Importante! Reimplantar um dente permanente é sempre a melhor decisão, mesmo que o tempo extra alveolar por maior que 1h. Tratamento Dente Decíduo Não é recomendado o reimplante de dente decíduo avulsionado devido a série de procedimentos que tem que ser feito para reimplantar. • Sobrecarga significativa de tratamentos (reimplante, a colocação e remoção da contenção, o tratamento do canal radicular) • A criança tem risco de aspiração do dente. Acompanhamento • Dentes permanentes → 2 semanas, 4 semanas, 6-8 semanas, 3 meses, 6 meses, 1 ano, anualmente por 5 anos. • Dentes decíduos → 1 Semanas, 8 Semanas, aos 6 anos de idade. Prognóstico de Dentes Traumatizados Prognósticos favoráveis Dentes Permanentes • Ausência de sintomatologia • Dente em posição • Resposta pulpar positiva aos testes de sensibilidade • Sem sinais de reabsorção radicular • Continuidade do desenvolvimento radicular em dentes com rizogênese incompleta Dentes decíduos • Ausência de sintomatologia • Descoloração ausente ou transitória • Descoloração amarelada indica obliteração pulpar e apresenta um bom prognóstico • Ausência de sinais de necrose pulpar e infecção: lesão periapical, fístula, abscesso, mobilidade aumentada. • Cicatrização periodontal • Dente no lugar correto • Sem distúrbios no desenvolvimento e/ou erupção do dente permanente sucessor Prognóstico Desfavorável Dentes Permanentes • Presença de sintomatologia • Necrose pulpar e infecção • Sinais de lesão periapical • Reabsorção radicular externa ou interna • Anquilose • Resposta pulpar negativa (nos casos de lesões nos tecidos de suporte dos dentes resultados falso • negativos podem ser observados por até 3 meses) • Interrupção do desenvolvimento radicular em dentes com rizogênese incompleta • Indicação de terapia endodôntica apropriada de acordo com o estágio de desenvolvimento radicular. Dentes decíduos • Sintomatologia • Presença de sinais de necrose pulpar e infecção: lesão periapical, fístula, abscesso, mobilidade aumentada. • Descoloração persistente • Reabsorção radicular externa ou interna • Dano ao sucessor permanente (defeitos de esmalte, paralização do desenvolvimento radicular).
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