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Pigmentos e calcificações Pigmentações Pigmento: Substancia de origem diversa que tem cor própria. Eles podem ser achados distribuídos amplamente na natureza e são encontrados em células vegetais e animais e tem papel importante como: clorofila, citocromos, melanina. Pigmentação: Formação e acúmulo, normal ou patológico de pigmentos em certos locas. A pigmentação patológica representa os efeitos de alterações bioquímicas profundas, e o acumulo ou redução de pigmentos. Isso é um dos aspectos mais marcantes de várias doenças. Pigmentos endógenos: Sintetizadas pelo próprio organismo Pigmentos exógenos: Formados no exterior, penetram por via respiratória, digestiva ou parenteral. Eles se depositam em vários órgãos. Pigmentações endógenas Podem ser: - Derivadas de hemoglobina ou pigmentos hemoglobinógenos (oriundos da fragmentação da hemoglobina) ou hemoglobinicos (pigmentos biliares, hematoidina, hemossiderina, hematina, pigmento malárico e esquistossomótico) - Melanina - Ácido homogentisico - Lipofuscina Melanina É um pigmento natural cuja cor varia do castanho ao negro, pode compor aspectos da pele, sistema nervoso, cabelo, retina. A sua ausência ou o excesso representam patologias. Origem: é sintetizada nos melanócitos Melanócitos ↠ Tem origem no tubo neural durante a embriogênese e migram para as variadas partes do corpo depois (retina, substancia escura do cérebro, pele, leptomeninges). Sua função é a produção de melanina. Função da melanina - Proteção contra a oxidação dos raios ultravioleta (faz um capuz sobre o núcleo). - Absorção de calor - Camuflagem Na pele, os melanócitos estão situados junto á camada basal da epiderme e na matriz do folículo piloso sintetizam melanina a partir da tirosina originada da fenilalanina ou proveniente da circulação. Existe dois tipos de melanina: - Eumelanina Insolúvel, tem cor castanha a negra. Tem ação fotoprotetora e antioxidante Eumelanogênese Se da pela endociclização redutora da dopaquinona em ciclodopa, que se transforma em dopacromo - Feomelanina Solúvel em solução alcalina, de cor amarela a vermelha, possui efeito antioxidante Produção: A formação desses dois tipos depende: - Presença de cisteína durante a melanogênese - Níveis de tirosinase Altos níveis de tirosinase nos melanócitos: eumelanina Baixos níveis de tirosinase: feomelanina A cor do cabelo depende do equilíbrio entre esses dois tipos de melanina Formação/melanogênese/Eumelanogênese ↠ É formada por um processo bioquímico complexo que passa por uma transformação em cadeia. A tirosina é originada da fenilalanina. A dopaquinona é o percursor dos dois tipos de melanina. Melanossomo: Armazena a melanina Na epiderme humana cada melanócito distribui a melanina sintetizada para cerca de 36 ceratinócitos Ceratinócitos: fagocitam os terminais dendríticos carregados de melanossomos dos melanócitos, transferindo a melanina para o seu interior. A transferência da melanina para o ceranócito é uma etapa importante porque a pigmentação da pele é determinada pela quantidade de pigmento transferido para os ceratinócitos Os melanossomos são digeridos pelo lisossomos, liberando a melanina que é liberada junta com as células epiteliais descamadas. Atua na formação da melanina - Hormônios – estimulante de melanócitos (MSH), estrógeno e progesterona - Luz solar MSH: se liga ao receptor específico na superfície celular dos melanócitos, estimulando a ativação das cinases, aumentando a atividade as tirosinase e deposição de melanina Luz solar: os raios ultravioletas aumentam o TAMANHO e o NUMERO de melanócitos da epiderme e a atividade da tirosinase Hiper e Hipopigmentação melânicas Hiperpigmentação: produção excessiva da síntese de melanina. Causas: - Aumento de número de melanócitos - Incremento da melanogênese - defeito na eliminação da melanina pela epiderme Hipopigmentação: redução da síntese de melanina Causas: - migração e diferenciação anormal dos melanoblastos - redução da atividade da tirosinase - estrutura anormal dos melanossomos - diminuição da melanização dos melanossomos - redução da transferência dos melanossomos para os ceratinócitos - aumento da degradação dos melanossomos nos melanócitos As duas são frequentes e podem originar doenças, desencadeadas pela disfunção de uma ou mais etapas da melanogênese Parkinson: uma das alterações patológicas mais evidente dessa doença e a hipopigmentação melânica dos núcleos do tronco encefálico que contem esse pigmento. A perda de melanina aqui se deve a destruição progressiva dos neurônios pigmentados da substância negra, locus coeruleus e o núcleo dorsal do vago. Ácido homogentísico É um pigmento em forma de grânulos de cor castanho avermelhada variável até o negro, que se forma em pacientes com ocronose Ocronose: é uma doença rara. Se dá devido a uma deficiência genética autossômica recessiva (aa) que afeta o metabolismo intermediário da tirosina Em condições normais a degradação oxidativa da tirosina leva a formação do ácidos homogentísico. A deficiência da enzima ácido homogentísico oxidase impede a degradação do ácido homogentísico, levando ao seu acúmulo principalmente nas cartilagens, pele e tecido conjuntivo Devido a posição subcutânea e a semitransparência das cartilagens das orelhas e do nariz, a cor ocre (de argila, pardacenta) delas se torna visível. Alcoptonúria: se dá pela oxidação do ácido homogentísico na presença de álcalis , produzindo urina escura, conhecido como um sinal precoce da doença. Podendo mais tarde desenvolver artropatia degenerativa Álcalis: é uma base, sal iônico de um metal alcalino ou de um elemento metal alcalinoterroso. Artropatia: é uma patologia nas articulações Lipofuscina Também pode ser chamado de lipocromo, cromolipídeo, hemofuscina, ceróide, pigmento de desgaste e do envelhecimento. É considerada o marcador biológico do envelhecimento celular Aparência: Ele aparece como grânulos intracitoplasmáticos, pardos amarelados, fluorescentes e PAS- positivo. Coram com alguns corantes dos lípides e reduzem os sais de prata ( Sudan e azul do Nilo) Composição: a Lipofuscina contem: - Polímeros de lípides e fosfolípides derivados de peroxidação de ácidos graxos poli-insaturados acoplados a proteínas. A fagocitose de constituintes celulares resulta no acumulo dessas substancias polimerizadas e peroxidadas em lisossomos secundários, os quais alguns são transformados em corpos residuais (pigmento de Lipofuscina) A formação dos corpos residuais se dá pelo desequilíbrio entre o processo de fagocitose continua e a incapacidade da célula eliminar os resíduos da autodigestão A presença e o acumulo de Lipofuscina se dá pela: - Taxa de autofagocitose ou captação celular de materiais não degradáveis - Eficiência das enzimas lisossômicas - Taxa de eliminação de resíduos não degradáveis A Lipofuscina com o avançar da idade se deposita em: - Células perenes como os neurônios e as células musculares cardíacas. - Algumas células que permanecem na fase G1 do ciclo celular (células estáveis) como os hepatócitos e os astrócitos - Epitélio pigmentar da retina - No miocárdio e fígado de pacientes desnutridos, especialmente pacientes com caquexia (perda de tecido adiposo e musculo ósseo0 Os órgãos afetados sofrem: - Redução volumétrica e ponderal - Adquirem pigmentação parda (hipotrofia parda) Pigmentações exógenas as partículas do meio ambiente são depositadas nos pontos do primeiro contato com as mucosas e a pele, podendo: - Ficarem retidas - Ser eliminadas - Transportadas pelos macrófagos, corrente linfática ou sanguínea para outro lugar O pigmento mais frequentemente inalado é o carvão, cuja deposição causa a antracose Antracose: é uma lesão pulmonar caracterizada por pigmentação por partículas de carvão, observada em mineiros, populações de grandes centros urbanos ou de áreas poluídas, além de fumantes e casos de inalação de fumaça de biomassas (combustão de lenha) O pigmento de carvão é fagocitados pelos macrófagos alveolares e transportados através dos linfáticos aos linfonodosregionais. O acumulo excessivo desse pigmento produz uma coloração negra nas partes afetadas, sob a forma de manchas irregulares no: - Parênquima pulmonar - Na superfície pleural - Nos linfonodos do hilo pulmonar Em trabalhadores de minas de carvão o grande acumulo desse pigmento nos pulmões pode ser acompanhada de fibrose e levar a diminuição da capacidade respiratória (Pneumoconiose) Tatuagem É uma pigmentação exógena limitada á pele, se dá pela introdução de pigmentos insolúveis na derme, acidental ou propositadamente. De forma proposital os pigmentos são inoculados com agulhas para formar gravuras ou inscrições. O pigmento inoculado é fagocitado pelos macrófagos da derme e em menor escala pelas células endoteliais e por fibroblastos. A reação cutânea a lesão mecânica da agulha é discreta e passageira Composição química: alumínio, oxigênio, titânio e carbono Argiria ou argirismo: É a deposição de sais de pratas nos tecidos sob a forma de sulfeto de prata Causa: - Impregnação mecânica da pele por partículas de prata em indivíduos que trabalham com esse metal e raramente usos de brincos Ex: trabalhadores de minas de prata, manufatura de joias e outros artigos, processamento de material fotográfico e etc - Tratamento oncológico no qual se utiliza amálgama (mistura metálica de mercúrio e prata) - Uso prolongado de medicamentos tópicos que contem nitrato de prata - Implantação cutânea de agulhas de acupuntura Aparência: - Microscopia de luz: as partículas de pratas são vistas como grânulos negros - Microscopia eletrônica: grânulos eletrodensos de contorno policíclico irregular e de tamanho variado Local: - Ao longo da borda extrema das membranas basais das glândulas sudoríparas - Mais na porção glandular do que na porção ductal - Glândulas sebáceas - Folículos piloso - Junção dermoepidémica - Vasos sanguíneos - Fibras elásticas - Ao redor de fibras nervosas mielínicas e amielínicas - Macrófagos da derme A deposição de ouro nos tecidos (crisíase) é causada pelo uso terapêutico parenteral prolongado de sais de ouro (crisoterapia) ex: na artrite reumatoide, e após implantação de agulhas de acupuntura
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