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RECORDANDO... ▪ Fungos são eucariontes ▪ As células têm parede contendo QUITINA, glicanas e mananas ▪ Os fungos podem ser leveduras, bolores ou fungos filamentosos ▪ Morfologia macroscópica de filamentosos: colônias, filamentosas, aveludadas ou algodonosas ▪ Principal fator de virulência: podem ser dimórficos térmico ▪ Têm ERGOSTEROL na membrana plasmática ▪ Fazem digestão extracorpórea ▪ Existem 400 espécies de importância médica e menos de 50 espécies causam mais de 90% das infecções fúngicas em seres humanos. Essas infecções são chamadas de MICOSE. PRINCIPAIS CAUSADORES DE MICOSES classificação das micoses sistêmicas e oportunistas 1. Causadas por Fungos Dimórficos 1. Paracoccidioides brasiliensis e P. lutzii 2. Histoplasma capsulatum 3. Coccidioides immitis e C. posadasii 4. Blastomyces dermatitidis 5. Penicillium marneffei 2. Causadas por Leveduras Clássicas 1. Cryptococcus neoformans e C. gattii 2. Candida albicans e outras espécies 3. Causadas por Bolores 1. Aspergillus fumigatus e outras espécies 2. Mucor sp. e Rhizopus sp. CLASSIFICAÇÃO DAS MICOSES As micoses são classificadas em: • Micoses superficiais - Acometem as camadas superficiais da pele e dos pelos. • Micoses cutâneas ou dermatofitoses - Acometem a epiderme mais profunda e invadem pelos e unhas. • Micoses subcutâneas - Acometem a derme, tecido subcutâneo, músculos e fáscias. • Micoses sistêmicas (profundas) - Acometem órgãos e sistemas internos. • Micoses Oportunistas - Acometem indivíduos debilitados. MICOSES SISTÊMICAS Paracoccidioidomicose (PCM) Histoplasmose Coccidioidomicose ▪ Acometem órgãos e sistemas internos ▪ A maioria dos fungos causadores é de localização silvestre ▪ Os fungos são encontrados no solo e dejetos de animais ▪ Alguns animais são reservatórios naturais ▪ Principal porta de entrada: vias aéreas superiores ▪ Mais comuns nos homens (até 30 homens para cada mulher) ▪ Não são transmitidas pelo contato direto ▪ Os fungos causadores de micoses sistêmicas são termo-dimórficos ▪ 90% dos infectados são assintomáticos ou com rápida resolução da infecção ▪ Os indivíduos com doença crônica apresentam resposta do tipo granulomatosa (acúmulo do macrófagos e linfócitos- resposta celular Th1) Principais Agentes 1. Causadas por Fungos Dimórficos 1. Paracoccidioides brasiliensis e P. lutzii - rural, demora na progressão, roda de leme 2. Histoplasma capsulatum - morcegos, multiplica dentro de macrófagos 3. Coccidioides immitis e C. posadasii - tatu, semi-árido, esférulas 2. Causadas por Leveduras Clássicas 1. Cryptococcus neoformans e C. gattii - pombo, cápsula espessa 2. Candida albicans e outras espécies - microbiota 3. Causadas por Bolores 1. Aspergillus fumigatus e outras espécies - bolor, não invasivo PARACOCCIDIOIDOMICOSE (PCM) • Paracoccidioides brasiliensis. • Dimórfico • Endêmico do Brasil • Importante em população rural • A PCM é primariamente uma infecção de trato respiratório, mas o fungo pode se disseminar e colonizar outros tecidos. • Capaz de se disseminar por via hematogênica. • Contágio pela inalação de conídios do fungo presentes na terra ou pela penetração pela mucosa de propágulos • Fator de virulência: a) dimorfismo térmico b) capacidade de sintetizar melanina (reduz a fagocitose por macrófagos e resistência a antifúngicos- anfotericina B) c) glicoproteína gp43 (liga-se à laminina, aumentando a adesão do fungo às células epiteliais) • No paciente aparece como leveduras multibrotantes com aspecto de ‘’roda de leme’’ • O estabelecimento da doença requer contato prolongado, crônico, com solo contaminado (considerar em trabalhadores rurais, garimpeiros e também da construção civil). Patogênese 1) Inalação de conídios 2) Nos alvéolos ocorre a conversão da forma filamentosa para a forma leveduriforme 3) Do pulmão pode ocorrer disseminação hematogênica, que pode ser assintomática. 4) A resposta imune apresenta padrão neutrofílico e granulomatoso 5) QUADRO AGUDO/SUBAGUDO (juvenil): Acomete sistema reticuloendotelial. O quadro pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos 6) QUADRO CRÔNICO: Semelhante a tuberculose. Contudo, o comprometimento pulmonar ocorre nos campos médio e inferiores do órgão. Podem apresentar lesões ulcerativas ou pápulo- nodulares na mucosa e vestíbulo nasal Considerar em pacientes • População rural, trabalhadores em construção civil e garimpeiros • Com ulceração de mucosas • Pode causar pneumonia Resposta Imune ▪ Formação de granulomas ▪ Resposta Th1- formação de granulomas compactos e resolução da doença Formas Clínicas • Mucocutânea ou tegumentar • Linfática ou ganglionar • Visceral • Mistas • Pode também apresentar: – Portadores sem doença – Forma aguda/subaguda (5 a 20% dos casos) – forma juvenil – Forma crônica – Tratados com ou sem sequelas Forma Aguda/subaguda (juvenil) – As lesões pulmonares e de mucosa não são vistas nesta forma de doença Forma Pulmonar – em alguns, única manifestação. – Progressão da doença (meses a anos): tosse persistente, escarro purulento, dor torácica, perda de peso, dispneia e febre. As lesões pulmonares são nodulares, infiltrativas, fibróticas e cavitárias. HISTOPLASMOSE ▪ Histoplasma capsulatum ▪ Os surtos de histoplasmose têm sido associados a exposições a poleiro de aves, cavernas e construções deterioradas ou projetos de renovação urbana envolvendo escavação e demolição. ▪ Esporos se disseminam a partir de fezes de aves e morcegos ▪ Primeira infecção ocorre nos pulmões por inalação do fungo ▪ Quadro semelhante a tuberculose pulmonar, sendo primeira suspeita em pacientes com teste de tuberculina negativo ▪ 0,1% dos indivíduos desenvolve doença grave e generalizada o Inoculação maciça de propágulos ou reativação ▪ A forma leveduriforme sobrevive e se multiplica dentro dos macrófagos, se disseminando por via hematogênica dentro dessas células ▪ A quantidade de conídios inalados é determinante para a instalação da doença em imunocompetentes ▪ A forma disseminada pode ser fatal: O fungo invade a medula óssea causando pancitopenia. Patogênese maior consumpção e progressão mais rápida que a PCM 1) Inalação de conídios 2) Nos alvéolos ocorre a conversão da forma filamentosa para a forma leveduriforme 3) No pulmão ocorre a fagocitose por macrófagos e neutrófilos. O fungo consegue sobreviver dentro dos macrófagos, sendo transportado para os linfonodos hilares e mediastinais, por onde ocorre disseminação 4) Mesmo com a disseminação, a resposta imune adaptativa mediada por linfócitos TCD4+ com padrão Th1 promove a destruição os fungos e conter a doença 5) Indivíduos com algum tipo de imunodeficiência celular podem apresentar a doença de forma disseminada Considerar em pacientes • Viajante/visitante de cavernas Lembre-se: conídios do fungo estão presentes, principalmente, nas fezes de morcegos. Formas Clínicas Depende da intensidade da exposição e do estado imunológico do hospedeiro. A infecção assintomática ocorre em 90% dos casos após uma exposição de pequena intensidade. Infecção pulmonar aguda Histoplasmose pulmonar crônica Infecções disseminadas Histoplasmose Pulmonar Aguda Histoplasmose pulmonar aguda: sintomas de resfriado com febre, calafrios, cefaleia, tosse, mialgias e dor torácica. A evidência radiográfica de adenopatia hilar ou mediastinal e de infiltrados pulmonares irregulares pode ser observada. Histoplasmose Pulmonar Crônica cavidades apicais e fibrose. As lesões, em geral, não cicatrizam espontaneamente, e a persistência do organismo leva a uma destruição progressiva e fibrose secundáriaà resposta imune do organismo Histoplasmose Disseminada perda de peso, úlceras orofaríngeas, hepatoesplenomegalia. O envolvimento da medula óssea pode produzir anemia, leucopenia e trombocitopenia. Outros locais de envolvimento incluem as adrenais, válvulas cardíacas e o sistema nervoso central. Se não tratada, evolui para óbito. COCCIDIOIDOMICOSE ▪ Coccidioides immitis e C. posadasii ▪ Comum nas Américas (Norte, Central, Sul), conhecida como Febre do Vale ▪ Maioria dos indivíduos: assintomáticos ▪ Cerca de 1%: quadro disseminado semelhante a tuberculose ▪ Doença dos caçadores de Tatu (ou arqueólogos, p.e.; mais prevalente no semi-árido) ▪ As esférulas contêm uma grande quantidade de esporos e permitem que o fungo cause a doença mesmo com uma menor carga fúngica. ▪ Identificação dos assintomáticos: teste cutâneo, Testes sorológicos e biologia molecular ▪ Identificação das esférulas em fluídos e tecidos: mais específico ▪ Tratamento: cetoconazol e itraconazol ou anfotericina B Formas Clínicas a) PULMONAR PRIMÁRIA: surgem de uma a três semanas após a exposição ao fungo. Cerca de 60% dos indivíduos infectados evoluem para a cura. Os demais apresentam manifestações de doença respiratória aguda, simulando gripe, com febre, sudorese noturna, tosse e/ou dor torácica tipo pleurítica. b) PULMONAR PROGRESSIVA: Pode apresentar- se como: 1) lesões nodulares ou cavitárias, às vezes representando achado radiológico casual; 2) doença pulmonar fibrocavitária; 3) disseminação miliar pulmonar, diagnóstico diferencial com a TB c) DISSEMINADA: Aproximadamente 0,2% dos pacientes com a forma pulmonar primária evoluem com disseminação das lesões, predominantemente para a pele, sistema nervoso central e sistema osteoarticular. MICOSES OPORTUNISTAS Grupos de alto risco: indivíduos submetidos à transfusão de sangue, transplante de medula e sangue, transplante de órgãos sólidos e cirurgias de grande porte (especialmente cirurgia do trato gastrointestinal [GI]); também portadores da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e de doença neoplásica, pacientes sob terapia imunossupressiva, idosos e crianças nascidas prematuramente Candida albicans, Cryptococcus neoformans e Aspergillus fumigatus MENINGITE CRIPTOCÓCCICA ▪ Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii ▪ leveduriforme ▪ contágio: pela inalação de células (aerossóis) do fungo presentes em solos ricos em fezes de aves e disseminação hematogênica do fungo até as meninges. (levedura) ▪ Cresce bem em solos ricos em nitrogênio (excretas de aves). ▪ Os principais fatores de virulência são: cápsula, melanina e as enzimas: fosfolipase, proteinase, urease e fenol-oxidase. ▪ São leveduras encapsuladas, que variam do esférico ao oval, e medem entre 2 e 20 μm de diâmetro. ▪ Reproduzem-se por gemulação a partir de uma base relativamente estreita. Normalmente produzem um único brotamento, mas algumas vezes brotamentos múltiplos ou em cadeias podem estar presentes ▪ Para que vire sistêmica, o individuo precisa estar imunodeficiente ▪ Apresenta espessa CÁPSULA mucopolissacarídica, sobrevivendo em ambiente hostil por meses e até anos. Nos tecidos: a cápsula é maior. No meio ambiente: a cápsula é mais delgada, favorecendo a transmissão por aerossóis ▪ A criptococose apresenta-se nas formas subaguda ou crônica ▪ Tem tropismo pelo sistema nervoso central (SNC), podendo causar meningite MENINGOCEFALITE C. neoformans é o agente mais comum de meningite fúngica e tende a ocorrer em pacientes com baixa imunidade celular. Doença pode ser crônica, fatal, se não tratado. As meninges e o tecido cerebral subjacente são envolvidos. Observa-se febre, dores de cabeça, meningismo, distúrbios visuais, alterações mentais e convulsões. CANDIDÍASE Candida sp. • Dimorfismo independente de temperatura→ fator de virulência • Faz parte da microbiota humana • Infecções importantes em pacientes que vivem com HIV (PVHIV) • Contágio: Pelo crescimento exacerbado de um fungo da microbiota humana (disbiose), encontrado ao longo de todo trato digestivo. Colonoscopia revelou placas esbranquiçadas típicas. Exame histopatológico mostrou o crescimento de blastoconídios, pseudo-hifas e hifas. Hemocultura revelou o crescimento de colônias leveduriformes. Candida albicans – Morfologia leveduriformes ovais (3 a 5 μm), que produzem brotamentos ou blastoconídios. Produzem hifas verdadeiras e pseudo-hifas. Forma tubos germinativos e clamidoconídios terminais de paredes espessas – Principal transmissão: endógena – Colonização em humanos: trato GI (da boca até o reto). Também podem ser comensais na vagina e na uretra, na pele e sob as unhas das mãos e dos pés. É o agente etiológico mais comum da candidíase humana, além de ser encontrada em humanos e animais, já foi isolada do ar, da água e do solo – Estima-se que em cerca de 25% a 50% das pessoas sadias a Candida faça parte da microbiota natural da cavidade oral – Principais infecções são causadas por contaminação endógena. Transmissão exógena associada ao uso de soluções contaminadas, nutrição parenteral, transdutores de pressão vascular, válvulas cardíacas e córneas – Importante causador de infecções nosocomiais – Pode causar infecções clinicamente evidentes praticamente em qualquer sistema orgânico. – Síndromes clínicas: • Infecções de Mucosas Oral (sapinho) • Infecções de Mucosa Vaginal • Infecções cutâneas: vesiculopustulares, eritematosas e pruriginosas • Onicomicose e paroníquia • Candidíase Mucocutânea Crônica: lesões granulomatosas, desfigurantes • Infecções Urinárias: desde cistites até abscessos renais • Candidíase sistêmica: colonização de tecidos profundos, como vísceras abdominais, coração, olhos, ossos e articulações e o cérebro • Candidíase do SNC • Infecções cardíacas • Infecções em ossos e articulações Fatores de virulência • Dimorfismo (variação de antígenos da parede) • Adesinas • Produção de enzimas (proteinases e fosfolipases) • Cândida-toxina (CT) ASPERGILOSE ▪ Aspergillus fumigatus ▪ São bolores ▪ contágio: pela inalação de esporos fúngicos crescendo em matéria orgânica vegetal ▪ principais fatores de virulência: esporos (porém não é tão virulento) ▪ Distribuição universal no ambiente ▪ Encontrados em material em decomposição e podem crescer a temperatura de 40 a 50℃ ▪ Grande motivo de preocupação ambiental e industrial ▪ Produzem a toxina AFLATOXINA (carcinógeno), podendo contaminar a cadeia alimentar, chegando até o homem ▪ Fígado é o órgão mais afetado ▪ Aspergillus fumigatus pode causar: • ASPERGILOSE ALÉRGICA BRONCOPULMONAR – atinge os pulmões e em pacientes com asma • ASPERGILOMA em pacientes com cavidades pulmonares preexistente (não invadem tecidos pulmonares) • ASPERGILOSE DISSEMINADA – em pacientes imunossuprimidos, fungo invade a partir dos pulmões • Forma cutânea o Pápulas, pústulas, nódulos, abscessos, lesões necrosantes • Foco primário (pulmonar) o Bola fúngica, podendo estar associado a tuberculose • Disseminação hematogênica • Aspergilose invasiva (nosocomial) o Imunossuprimidos Aspergilose Pulmonar Infecção pulmonar fracamente invasiva. Colonizam os seios paranasais e das vias aéreas inferiores podendo resultar em aspergilose obstrutiva brônquica. ALERGIAS • Inalação de esporos • Aspergillus fumigatus - Aspergilose Alérgica Broncopulmonar. • Resposta de hipersensibilidade imediata mediada por IgE • Rinite, asma brônquica, alveolite e pneumonite TRATAMENTOS Cetoconazol - só para pano branco - hepatite medicamentosa - máximopor 10 dias. Itraconazol - ótima escolha para micoses profundas. Terbinafina - boa ação em dermatofitoses, sem interferir com metabolismo de esteróides. IMPORTANTE - evitar reinfecções! Limpeza de calçados com lisofórmio MICOSES SUPERFICIAIS (camada mais externa da pele e dos pelos) ▪ Induzem pouca ou nenhuma resposta imune ▪ Assintomáticas ▪ Interesse estético, em geral ▪ Fáceis de diagnosticar e tratar, em geral ▪ Prevalente em climas tropical e subtropical ▪ Frequentes em adolescentes e adultos ▪ Doenças relacionadas ✓ Pitiríase Versicolor ✓ Tinea Negra ✓ Piedra Branca ✓ Piedra Preta/Negra PITIRÍASE VERSICOLOR (TINEA VERSICOLOR) ▪ Agente etiológico: Malassezia furfur ▪ Levedura lipofílica (dependente de lipídios). “Fator de virulência”: LIPASES ▪ Faz parte da microbiota da pele / Natureza:saprofítico ▪ Característica da lesão: lesão macular, finamente descamativa, de tamanho, forma e cor variáveis hipocrômica ou hipercrômica, observada em áreas seborreicas do corpo, tórax, ombros, abdome etc. e em áreas inusitadas, como pálpebras e pênis. HIPOCROMIA pode ser atribuída ao ácido azelaico que interfere na melogênese e a hipercromia pode ser estar atribuída ao aumento da distribuição de melanossomas. Hipocromia: Lesões visíveis após exposição ao sol ▪ Fatores predisponentes: alta temperatura, alta umidade relativa do ar, elevada sudorese, terapia imunossupressora TINEA NEGRA ▪ Agente etiológico: Hortaea werneckii ▪ Fungo melanizado ▪ Presente no meio ambiente ▪ Característica da lesão: lesão macular, pouco descamativa, de cor marrom a negro, comum em regiões palpar e plantar (outras áreas podem ser acometidas) ▪ Fatores predisponentes: hiperhidrose, fatores ambientais etc. PIEDRA BRANCA ▪ Agente etiológico: Trichosporon spp. (Ex.: Trichosporon beigelli) ▪ Presente em haste livre de pelos/cabelos ▪ Características: nódulos claros ao redor dos pelos de qualquer parte do corpo e cabelos. Nódulos macios, pastosos, e por conta da cor branca, são associados à caspas PIEDRA PRETA/NEGRA ▪ Agente etiológico: Piedraria hortae ▪ Haste livre de cabelos (encontrado somente em cabelos) ▪ Características: nódulos endurecidos de coloração escura fortemente aderido MICOSES CUTÂNEAS (camada mais profunda da epiderme e seus anexos, como pelos e unhas) Dermatófitose DERMATOMICOSE: micose cutânea causada por fungos não dermatófitos. Ex.: Candida ▪ Dermatofitoses: complexo de doenças causadas por fungos filamentosos, denominados dermatófitos, dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton ▪ Invadem a pele, pelos e unhas (camadas queratinizadas). ▪ Fator de virulência: queratinase e outras enzimas (elastase, colagenase e dnase) ▪ As várias formas de dermatofitoses são denominadas Tinea (Brasil: Tinha) Classificação das dermatofitoses Critério: localização anatômica ou estrutura afetada ✓ Tinea Capitis (couro cabeludo, sobrancelha e cílios) ✓ Tinea Barbae (barba) ✓ Tinea Corporis (corpo) ✓ Tinea Cruris (virilha) ✓ Tinea Pedis (pé) ✓ Tinea Unguium (unha). ONICOMICOSE ASPERGILOSE Classificação dos dermatófitos Critério: habitat natural ▪ Geofílicos (vivem no solo e são patógenos ocasionais de animais e humanos). Ex.: M. gypseum ▪ Zoofílicos (parasitam pelo e pele de animais, mas podem ser transmitidos ao homem). Ex.: M. canis (presente em cães, gatos etc) ▪ Antropofílicos (parasitam os humanos e podem ser transmitidos de forma direta ou indireta: mais comum). Ex.: T. rubrum, T. mentagrophytes, T. tonsuras, E. floccosum. ❖ Antropofílicos: geralmente são infecções relativamente não inflamatórias, crônicas e difíceis de curar) ❖ Geofílicos e zoofílicos: intensa reação inflamatória, responde bem à terapia. LESÕES CARACTERÍSTICAS ▪ Manchas inflamatórias na pele ▪ Lesão de tonsura no pelo ▪ Destruição da lâmina ungueal na unha TINEA CAPITIS ▪ Ilustração 1: Trichophyton tonsurans. Pequenas e múltiplas áreas de alopécia, geralmente parciais. Exame direto do pêlo ➔ artroconídios do fungo em seu interior – ENDOTRIX ▪ Ilustração 2: Microsporum canis. Poucas e grandes áreas de alopécia. Exame direto do pêlo ➔ artroconídios por fora dele – ECTOTRIX TINEA PEDIS ▪ Conhecido como pé de atleta (dermatofitose mais comum) ▪ Esporos encontrados em pisos de piscinas, vestiários Aguda ➔ Tricophyton mentagrophytes • Eczematóide (vesículas plantares e digitais) Crônica ➔ Tricophyton rubrum. lesões eritematosa descamativas em toda região plantar, acompanhadas de discreta ou nenhuma inflamação. TINEA UNGUIUM (onicomicose) Destruição da lâmina ungueal Agentes etiológicos ▪ Trichophyton rubrum, ▪ Trichophyton mentagrophytes ▪ Epidermophyton flocosum ungos antropofílicos ▪ Patogênese: invasão das hifas – unhas amareladas, quebradiças, espessas e esfarelada TINEA CORPORIS ▪ Agentes etilógicos: Trichophyton rubrum, Epidermophyton flocosum ▪ Localização preferencial nos braços, face e pescoço ▪ Comum em atletas com contato corpo a corpo ▪ Quando contraída de animais, o proceso inflamatório é maior ▪ Em geral prurido associado ▪ Lesões anulares, área central clara e descamativa, borda avermelhada, isoladas ou confluentes, podendo-se observar vesículas ou pústulas em sua borda. ▪ Lesões extensas ➔ investigar imunodepressão TINEA CRURIS ▪ Agentes etiológicos: Trichophyton rubrum, T. mentagrophytes e Epidermophyton flocosum ▪ Pode atingir coxas, períneo, nádegas e região pubiana ▪ Comum em obesos, DM, imunodeficientes, acamados, idosos etc. MICOSES SUB-CUTÂNEAS Cetoconazol - só para pano branco – hepatite (camada mais profunda da derme, camada subcutânea, músculo) ▪ Inoculação de fungo saprofítico em decorrência de trauma e perfurações ▪ Dificilmente se disseminam para órgãos distantes ▪ Manifestação: granuloma ou lesão supurada da pele ou tecido subcutâneo. ▪ Pacientes infectados não possuem deficiência imune de base, geralmente ▪ Exemplos de doenças relacionadas (curso crônico e insidioso) ▪ ESPOROTRICOSE (Sporothrix schenckii) ▪ Cromoblastomicose ▪ Feohifomicose ▪ Micetoma várias etiologias ESPOROTRICOSE ▪ Proveniente do solo, vegetais, madeira ▪ Pode estar relacionado à ocupação profissional (ex.: jardineiro) ▪ Comum em climas quentes ▪ Brasil: endemia zoonótica no Rio de Janeiro. (1998-2009: 3.000 casos em gatos infectado / maior epidemia de transmissão zoonótica) ▪ Animais podem agir como vetores do fungo (gatos, principalmente) Transmissão: inoculação traumática de solo, vegetais ou matéria orgânica contaminada com o fungo e transmissão zoonótica (comum em caçadores e associação com gatos infectados) ▪ Agente etiológico: Sporothrix schenckii. Há outras espécies ▪ Fungo dimórfico ✓ Temperatura ambiente (25 ºC): fungo filamentoso (vida saprofítica) ✓ Temperatura corpórea (37 ºC): : levedura pleomórfica (vida parasitária) ▪ Morfologia (utilizada para diagnóstico) Fatores de virulência ▪ Dimorfismo ▪ Termotolerância ▪ Produção de melanina, que acaba fazendo parte da parede celular fúngica (conforme artigos: proteção contra a fagocitose) Formas clínicas ▪ Forma cutânea disseminada (menos comum) ▪ Forma localizada ou cutânea fixa ▪ Forma linfocutânea (mais comum) FORMA LINFOCUTÂNEA Acomete pele, tecido subcutâneo e gânglios linfáticos regionais ▪ Lesão primária (porta de entrada): nódulo pequeno que pode ulcerar. ▪ 2 semanas após o aparecimento da primeira lesão: cordão endurecido que segue por um vaso linfático em direção ao gânglio. Nesse cordão, surgem nódulos subcutâneos linfáticos indolores que se estendem ao longo do curso de drenagem dalesão primária ▪ Com o tempo, os nódulos podem ulcerar e liberar pus Diagnóstico Método de escolha: cultura (material: pus ou secreção) ▪ Exame micológico direto ▪ CULTURA ▪ Microscopia após cultura Outros métodos: sorológico, histopatológico (biópsia) e molecular Tratamento Uma vez estabelecida, as infecções são refratárias à maioria das terapias antifúngicas ▪ Itraconazol (medicamento mais receitado), inclusive para animais. Mais caro. ▪ Iodeto de potássio (primeira droga eficaz, mas causa muitos efeitos colaterais). Mais barata. ▪ Terbinafina ▪ Fluconazol ▪ Anfotericina B ▪ Restrição em gestantes e idosos ▪ Observações: doença não é considerada grave e tem cura. Tratamento deve ser imediato. Tratamento longo (3 a 6 meses, podendo chegar a 1 ano). Raros os registros de mortes entre seres humanos.
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