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1 Fabiana Nogueira- 5º semestre Neuralgia Pós-herpética A neuralgia pós-herpética é uma complicação do herpes zóster. • O Herpes zóster é uma infecção viral aguda. O seu agente etiológico é o Varicela-zóster. Essa infecção causa uma erupção cutânea vesicular, que na maioria das vezes é dolorosa. • O herpes zóster é uma reativação do vírus zóster que habita a pele dos seres humanos. CLÍNICA: Vesículas arredondadas como forma de erupção cutânea dolorosa e de localização radicular UNILATERAL. Logo que surge a erupção é evidente a dor. Essa dor pode persistir e aumentar mesmo depois do desaparecimento do RACH CUTÂNEO, por longo tempo ou vários anos, esse quadro é denominado-neuralgia pós herpética. Neuralgia Pós herpética: É uma dor persistente nos dermátomos afetados pelo vírus um mês depois do desaparecimento cutâneo. Tipos de dor: Alodinia, hiperalgesia hiperestesia. Dor: o que os pacientes relatam acerca da sua dor varia muito com relação a idade, intensidade e localização anatômica. Mas em geral, é uma dor em queimação, onde temos: uma diminuição do apetite perda de peso baixa resposta imunológica distúrbios do sono Distribuição anatômica do rach cutâneo: • Torácica (55%) • Lombossacrais (17%) • Craniano (15%) • Cervical (12%) • Outras localizações % O que causa a dor nesses pacientes? Se reproduz pela inflamação perineural e pelo dano causado as estruturas de envoltura ou de proteção nervosa, bainha de 2 Fabiana Nogueira- 5º semestre mielina. A atividade das aferências de neurônios primários que respondem ao dano tissular causa mudanças no corno posterior da medula, sensibilizando a entrada de impulsos e provocando uma atividade espontânea constante, capaz de manter a dor mesmo na ausência de contínuo dano tissular. A lesão aguda no gânglio periférico e nos neurônios no gânglio sensorial produz um excesso de sinais nervosos contínuos aferentes, que além de de causar dor do tipo neuropática, induz mudanças prolongadas na fisiologia dos neurônios de segunda ordem. Essas mudanças, muitas das quais são mediadas pela liberação de aminoácidos excitatórios (GLUTAMATO), que ativa os receptores NMDA, incluem alterações na expressão de genes e na sensibilização central. TRATAMENTO HERPÉS- ZÓSTER: ANTIVIRAIS: Atualmente, utilizam-se drogas antivirais, com o aciclovir, famciclovir e valaciclovir, que, segundo alguns estudos, garantem a aceleração da cura da erupção cutânea, redução da intensidade da dor aguda e, o mais importante, a prevenção em certo grau da neuralgia pós-herpética. O famciclovir, utilizado em doses de 1.500 mg/dia du- rante sete dias, não demonstrou melhores resultados analgésicos que o aciclovir, mas, sim, uma menor propensão a desencadear um a neuralgia pós-herpética. O valaciclovir em dose de 3.000 mg/dia durante 7 a 14 dias é uma boa alternativa de tratamento. Alguns estudos sustentam que ele previne melhor a dor posterior e o rash cutâneo. Cremes, géis ou pomadas dérmicas com aciclovir a 5% podem ser aplicados nas áreas afetadas de 4 a 6 vezes por dia até se observar um a melhora no rash cutâneo, entre 7 e 12 dias. Foram receitados também AINES, analgésicos e drogas coadjuvantes de acordo com a intensidade da dor, sempre levando em conta a escada analgésica clássica da OMS ou as diversas atualizações ou “modernizações” desta. TRATAMENTO NEURALGIA PÓS HERPÉTICA: A NPH é um tipo de dor neuropática crônica. Trata-se de uma entidade complexa, que envolve múltiplos fenômenos fisiopatológicos e que, como tal, necessita ser abordada de forma multimodal. Estudos demonstram que nenhuma abordagem terapêutica isolada é efetiva no controle dos sintomas da NPH. Em geral combinações de fármacos com diferentes mecanismos de ação estão 3 Fabiana Nogueira- 5º semestre associados aos melhores resultados. O alívio da dor em NPH é um desafio e deve incluir uso de fármacos, procedimentos intervencionistas e terapias adjuvantes não farmacológicas. Tratamento farmacológico: Diferentes fármacos podem ser utilizados no tratamento da NPH, entretanto, os critérios para a escolha do melhor esquema analgésico não estão bem estabelecidos. Uma estratégia é considerar o perfil do paciente e as propriedades farmacológicas de cada grupo de fármaco. No intuito de orientar a escolha do tratamento da dor neuropática e, por conseguinte, da dor associada à NPH, foi proposta a classificação dos fármacos disponíveis, como de primeira, segunda e terceira linhas. Com relação ao tratamento da NPH, foram propostas muitas alternativas ao longo dos anos, entre as quais estão: Drogas Acupuntura TENS Psicoterapia Meditação Massagens Bloqueios nervosos Cirurgias Radiofrequência Bombas implantadas com analgésicos DROGAS: Antidepressivos→ (amitriptilina) Neurolépticos: Dor reincidia rapidamente e doses menores que 100mg é considerado ineficaz. Anticonvulsivante: Gabapentina→ é mais conhecida e é considerada com o um a das drogas de primeira linha no tratamento da NPH, utilizando-se grandes doses diárias ascendentes, de manutenção alta, descendentes e de manutenção baixa por muitos meses. Comprova-se uma boa ação terapêutica com remissão de até 60 a 75% dos ataques paroxísticos e da dor tipo queimadura. Carbamazepina→Resultados não impressionam, só se pode utilizar com 50% de êxito na dor paroxística. Pregabalina→Tem menos efeitos secundários, resultados bons a curto prazo no que se refere a dor tipo dilacerantes, ardor e queimadura. Opioides: Justifica-se seu uso para dor intensa e/ou intratável. Pode ser associada a outras 4 Fabiana Nogueira- 5º semestre drogas, em particular antidepressivos, em doses necessárias para obter analgesia. Temos um tabu em usar opioides para dor não oncológica. Outras medicações: Dextropropoxifeno, tramadol, morfina, oxicodona, lidocaína. Terapias não farmacológicas: • Acupuntura • TENS • Meditação • Psicoterapia • Massagens • Bloqueios nervoso: Esse tratamento esteve muito na moda até alguns anos atrás. Consiste na utilização de lidocaína para um bloqueio momentâneo até a utilização de álcool absoluto ou fenol para uma terapia radical, aplicando doses variáveis de bloqueadores químicos da dor em gânglios que correspondam ao dermátomo afetado. Os resultados são muito variáveis. • Cirurgia-Há alguns anos, alguns cirurgiões foram convocados para colaborar no tratamento da NPH, realizando cirurgias de ablação dos nervos afetados. Os resultados foram muito ambíguos e difíceis de avaliar; houve complicações posteriores, como a anestesia da zona inervada e mesmo dor residual tipo membro- fantasma. Essas técnicas foram praticam ente descartadas para o tratamento da NPH. • Radiofrequência→ é um a terapia que oferece excelentes resultados em pacientes selecionados cuidadosamente e depois que todos os tratamentos anteriores falharam. Depois de localizar radiologicamente o gânglio a ser tratado, aplica-se radiofrequência de acordo com as especificações do equipamento utilizado. Reportam-se resultados muito bons a excelentes com esse método, observando-se pacientes que, em 2 a 3 tratamentos, mostram-se assintomáticos e com índices muito baixos de remissão da dor. • Bombas implantadas. Essa técnica é de grande ajuda também em pacientes que não obtiveram resultados positivos com técnicas não- invasivas. São bombas que se implantam geralmente em flancos abdominais e que contêm um reservatório para liberar, de forma controlada, os opioidesque se carregam na bomba. As doses vão sendo corrigidas até se conseguir uma analgesia satisfatória, e o paciente deve ir ao especialista regularmente para o controle e a recarga transcutânea da bomba de 5 Fabiana Nogueira- 5º semestre acordo com as especificações do fabricante. Referências: OLIVEIRA, Charles Amaral de; CASTRO, Anita Perpétua Carvalho Rocha de; MIYAHIRA, Susana Abe. Neuralgia pós- herpética. Revista Dor, v. 17, p. 52-55, 2016. Alves Neto O. Dor: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed; 2009
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