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LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA PRINCÍPIOS DAS BIÓPSIAS E PUNÇÕES O QUE É BIÓPSIA? A técnica de remover algum fragmento de tecido para enviar ao exame histopatológico Importância: definir conduta ou ate mesmo a vida do paciente Cuidados: procedimento cirúrgico como qualquer outro, todos os cuidados devem ser mantidos CONCEITO É a retirada de células ou fragmentos de tecido do organismo vivo para o exame da natureza das alterações neles existentes O termo biopsia deriva do grego bios (vida) e opsis (visão). O termo foi criado pelo francês Besnier em 1879 INDICAÇÕES Diagnostico de doenças que provocam alterações morfológicas especificas: hiperplasia, displasias, neoplasias, granulomas, etc Diagnostico diferencial de doenças que promovem padrão morfológico de determinado grupo Estabelecimento do grau de diferenciação tumoral Avaliação da extensão de uma lesão neoplásica Verificação das margens de ressecção de uma lesão Avaliação do resultado de um tratamento Identificação de estruturas difíceis no transcorrer de cirurgias Avaliação do funcionamento de certos tecidos Avaliação de etiologia, comportamento e resposta terapêutica de doenças progressivas Avaliação da presença e intensidade de rejeição em transplantes PRINCÍPIOS BÁSICOS Realizar uma avaliação clinica minuciosa do paciente Usar cuidados inerentes a uma pequena cirurgia Retirar uma amostra significativa Evitar áreas de esmagamento, queimadura, fibrose, cicatrizes ou com infecção secundaria Incluir porção significativa da erupção em doenças inflamatórias Nas lesões difusas, biopsiar a área mais significativa Nas lesões com suspeita de malignidade, priorizar a biópsia excisional Respeitar a margem de segurança Manipular adequadamente o material Usar um fixador adequado Proporcionais o maior numero de fragmentos ao patologista TIPOS DE BIÓPSIAS PUNÇÃO POR AGULHA FINA (PAAF) ➢ Não colhe fragmento de tecido e sim células ➢ Método amplamente utilizado ➢ Estuda células ou grupo de células ➢ Usa de agulha de fino calibre ➢ Baixo custo ➢ Bem tolerado ➢ Baixo índice de complicações ➢ Principal complicação é hematoma por punção de vaso caso ocorra ➢ Limitações: examinador dependente, diagnostico citológico e não histológico ➢ Principal papel na diferenciação de processos benignos, malignos e inflamatórios ➢ Chega a 90-95% de acerto ➢ Mais acurado para tumores de origem epitelial ➢ PAAF TIREÓIDE: LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA • Método bastante indicado para avaliação inicial de nódulos da tireoide • Lembrar que 5% dos nódulos são palpáveis na tireoide • PAAF pode reduzir em até 50% a indicação de tratamento cirúrgico • Resultado pode ser: benigno, maligno, folicular e inconclusivo PUNÇÃO POR AGULHAS ESPECIAIS ➢ Realizada com agulhas mais calibrosas ➢ Também tem baixo custo e pode ser realizado ambulatorialmente ➢ Causa desconforto e requer anestesia local ➢ Pequena incidência de complicações: hematoma ➢ Pode ser manual ou automática ➢ As automáticas são mais fáceis de manipular MÉTODOS DE LOCALIZAÇÃO DAS LESÕES ➢ Palpação ➢ Ultrassom ➢ Estereotaxia ➢ TC ➢ RM ➢ A escolha do método dependerá do órgão- alvo e da localização da lesão BIÓPSIA INCISIONAL ➢ Retira-se apenas uma parte da lesão ou órgão ➢ As biopsias por agulhas finas punch, saca- bocado são exemplos ➢ A indicação é definir o diagnostico no pré- operatório ➢ Não remove a totalidade da tumoração ou do órgão, só uma parte BIÓPSIA EXCISIONAL ➢ Retira-se a lesão na totalidade ➢ Tem função diagnostica e, as vezes, terapêutica ➢ Toda lesão com característica maligna deve ser excisada com margem de segurança de 3 a 5mm ➢ Quando não for possível, realizar incisional e aguardar resultado do exame ➢ Tende a fazer uma incisão em fuso, elíptico BIÓPSIA POR PUNCH ➢ Procedimento comum entre desmatologistas ➢ Empregada na pele e mucosa oral ➢ Utiliza instrumento PUNCH com diâmetros de 1,5 a 10mm ➢ Dependendo do tamanho da lesão pode ser incisional ou excisional ➢ Está contraindicado sobre áreas onde passam grandes vasos ➢ Não deve ser realizada em lesões muito espessas ➢ Faz movimentos de rotação até ele entrar. Pode ser cicatrizado por segunda intenção ou por sutura LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA BIÓPSIA DE BARBEAR OU SHAVING ➢ Remove a porção exofítica das lesões (superficial) ➢ Atinge a camada papilar profunda da derme e a reticular ➢ Indicada apenas nas lesões exofíticas com suspeita clinica benigna CURETAGEM ➢ Uso viável em lesões de 2 a 6mm de diâmetro ➢ Contraindicada em lesões suspeitas de malignidade ➢ Remoção com tesoura ➢ Indicado para pequenas lesões pediculadas LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA HÉRNIAS ABDOMINAIS: PRINCÍPIOS GERAIS CONCEITO Palavra derivada do Latim que significa ruptura. Definida como uma protusão anormal de um órgão ou tecido por um defeito em suas paredes circundantes O conteúdo de uma cavidade passa para outro e isso não deveria existir ali Ocorrem em locais nos quais não há cobertura muscular A falha por onde passa a hérnia chama-se colo O saco herniário é composto por peritônio e conteúdo, é tudo que passou pelo anel e está na localização anômala EPIDEMIOLOGIA 5% da população Prevalência deve ser maior 75% das hérnias inguinais e 2/3 são indiretas Os homens são afetados 25x mais que mulheres Hérnias diretas são incomuns nas mulheres As hérnias mais comuns nas mulheres são as inguinais As hérnias femorais e umbilicais são mais comuns nas mulheres As hérnias inguinais indiretas e as femorais são mais frequentes a direita Prevalência e possibilidade de estrangulamento aumentam com a idade Estrangulamento em hérnia inguinal ocorre em 1 a 3% Apesar de a maioria das hérnias estranguladas serem inguinais indiretas, as femorais tem o maior índice de complicação (15-20%) FATORES DE RISCO ➢ História familiar ➢ Sexo masculino ➢ Idade: 70 a 80 anos ➢ Doenças do colágeno ➢ Obesidade: correlação inversa, não desenvolvem pela obesidade. Entretanto complica pela obesidade quando tem a hérnia ➢ Fumo ➢ Aumento da pressão abdominal ANATOMIA Falhas nos limites geram hérnia Linha media e áreas sem cobertura muscular são mais propícias, pontos de fragilidade LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA Ligamento inguinal Ligamento lacunar: reflexão do inguinal Anel inguinal superficial Hérnia inguinal direta: passa pelo trígono de Helserbat, medialmente aos vasos epigástricos inferiores abaulando o canal inguinal Hérnia inguinal indireta: passam através do anel inguinal profundo, acompanhando todo o conteúdo do funículo espermático, lateralmente ao vasos epigástricos inferiores causando abaulamento no canal inguinal por dentro do canal espermático Hérnias femorais: passam através do anel abaixo do ligamento inguinal e medialmente aos vasos femorais LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA CLASSIFICAÇÃO VIRILHA ➢ Inguinal indireta: o saco herniário passa do anel inguinal interno, obliquamente, em direção ao anel externo e por fim o escroto ➢ Inguinal direta: faz protusão para fora e para adiante e é medial ao anel inguinal interno e a vasos epigástricos inferiores. Existe abaulamento, não herniario definido ➢ Inguinal combinada: mista, indireta e direta ➢ Femoral • O diagnóstico é massa palpável abaixo do ligamento inguinal •Tem alta incidência de estrangulamento LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA • O conteúdo do saco herniario deve ser sempre examinado • Problemas especiais: hérnia por deslizamento (bexiga e cólon), hérnia recidivante (tenta via de acesso ou técnica diferente), hérnia estrangulada (necrosada não pode ser reduzida para dentro do abdome, nem se deve tentar!), hérnias bilaterais ANTERIOR/VENTRAIS ➢ Umbilical ➢ Epigástrica: acima do umbigo até o apêndice xifoide, na linha media ou um pouco lateral; é uma falha na linha alba e não na musculatura. São pequenas e produzem dor desproporcional. O reparo direto é o mais utilizado ➢ Spiegel: surge na margem lateral da bainha ou na linha semilunar ➢ Protusão através da fáscia da parede abdominal anterior englobando a região umbilical, podem ser volumosas, espontâneas ou adquiridas ➢ Simulam uma diástase dos retos abdominais na linha média, aumentando o espaço da linha alba ➢ Hérnia incisional: PÉLVICA ➢ Obturador ➢ Ciática ➢ Perineal PORTERIOR ➢ Lombar: triangulo superior ➢ Lombar: triangulo inferior ➢ Trígonos de fragilidade ➢ São raras DIAGNÓSTICO Anamnese bem feita Exame físico: manobra de Valsava, toque digital Exames complementares: ultrassom da parede abdominal LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA ENCARCERADA X ESTRANGULADA Encarcerada: houve a passagem do conteúdo pelo anel, normalmente pequeno, com dificuldade de retornar a cavidade anterior e fica encarcerada. Se não conseguir levar o conteúdo de volta ela se torna irredutível. Urgência cirúrgica! Estrangulada: com o passar do tempo tem edema, aumento da pressão, compressão dos vasos sanguíneos e diminuição no suprimento sanguíneo, ocorrendo torção da alça e estrangulamento, que é o sofrimento vascular de uma hérnia encarcerada. Emergência cirúrgica! Pode levar a peritonite e óbito TRATAMENTO NÃO OPERATÓRIO ➢ Espera vigilante ➢ Uso de funda: proscrita, vai fibrosar os tecidos e dificultar uma possível cirurgia ➢ Pacientes com comorbidades, muita idade ou que faz uso de muitos medicamentos ➢ Consultas frequentes ➢ Orientação de dor mais forte procurar o medico CIRÚRGICO ➢ Reparo anterior de tecidos: • Abandonados pelas altas taxas de recidiva • Indicados em situações especificas: pequenas hérnias ou impossibilidade de usar tela • Técnicas disponíveis: trato iliopubico, Shoudice (1% de recidiva, sutura de LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA todos os planos em zig zag de forma contínua), Bassini, McVay (fechamento do anel femoral, precisa afastar a veia femoral e ter muito cuidado) ➢ Reparos de tecidos ➢ Reparos livres de tensão: • Tensão é o principal fator para recidiva • O uso de prótese (tela) sintética – Linchtenstein • Reforço da parede posterior • Menor índice de recidiva • Padrão ouro! • Hernioplastia: abre a pele e o tecido celular subcutâneo 2cm acima do ligamento inguinal em incisão obliqua, identifica a aponeurose do obliquo externo e o anel inguinal superficial por onde está saindo o funículo espermático. Disseca o saco herniario reduzindo o conteúdo, coloca a tela e fixa no tendão conjunto e no ligamento inguinal ➢ Reparo laparoscópico: • Também usa tela colocada pré- peritonealmente • Recuperação mais rápida, menos dor, melhor identificação da anatomia e menor risco de infecção • Cirurgias mais longas e maior custo • Via totalmente extraperitoneal • Abordagem pré-peritoneal transabdominal COMPLICAÇÕES Taxa geral de complicação de 10% LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA Depende da experiencia do cirurgião Mais frequentes no reparo de hérnias recidivadas Infecção de sitio cirúrgico de 1 a 2% Mesmo sendo cirurgia limpa, as vezes é necessário antibioticoprofilaxia a depender da higiene e hábitos do paciente A tela não aumenta o risco de infecção Lesão nervosa por tração, eletrocoagulação, transecção e aprisionamento Recidivas em 1 a 3% o Maioria recidiva nos dois primeiros dois anos o Erros técnicos são a principal causa o Pressão intrabdominal permanentemente elevada o São tratadas por abordagem diferente da primeira o A técnica de Shouldice e o uso de tela conferem menores índices de recidiva
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