Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS TUMORES 1) Defina Neoplasia. A neoplasia pode ser definida como um tumor que surge devido ao crescimento anormal da quantidade de células, ou seja, é caracterizada como proliferação anormal do tecido. As neoplasias podem ser consideradas benignas ou malignas usando como critério o seu comportamento biológico. 2) Diferencie a neoplasia benigna da neoplasia maligna Neoplasias benignas e malignas podem ser distinguidas baseadas na diferenciação e anaplasia, na taxa de crescimento, na invasão local e na metástase. A diferenciação se refere a quanto as células neoplásicas se parecem com células normais, tanto em forma quanto em função. 3) O que são antígenos tumorais? Como podemos classificá-los? Os antígenos expressos em células tumorais, mas não em células normais, são chamados de antígenos específicos do tumor; alguns destes antígenos são exclusivos de alguns tumores, enquanto outros são compartilhados entre tumores do mesmo tipo. Antígenos tumorais que também são expressos em células normais são chamados de antígenos associados ao tumor; na maioria dos casos, estes antígenos são constituintes celulares normais cuja expressão é desregulada ou aberrante nos tumores. A classificação moderna dos antígenos tumorais baseia-se na estrutura molecular e origem dos antígenos expressos pelas células de tumor, que estimulam respostas de células T ou de anticorpos nos seus hospedeiros. → Produtos de Genes Mutados - Os oncogenes e genes supressores de tumores mutados produzem proteínas diferentes das proteínas celulares normais e, portanto, podem induzir respostas imunes. Muitas vezes, estes genes são produzidos por mutações pontuais, deleções, translocações cromossômicas ou inserções de genes virais que afetam os proto-oncogenes celulares ou os genes supressores de tumor. Os produtos de muitos destes oncogenes mutados e genes supressores de tumores são proteínas nucleares e citossólicas que são degradadas no proteassoma e podem ser apresentadas às moléculas do MHC de classe I nas células tumorais. Estas proteínas podem entrar na via de apresentação de antígeno do MHC de classe I e classe II nas células dendríticas que fagocitaram células tumorais mortas ou corpos apoptóticos derivados das células tumorais. Como os genes alterados não estão presentes nas células normais, os peptídios codificados por eles não induzem a autotolerância e podem estimular respostas das células T no hospedeiro. - Antígenos tumorais podem ser produzidos por genes mutados aleatoriamente cujos produtos não estão relacionados ao fenótipo maligno. Esses antígenos são extremamente diversos porque os agentes carcinogênicos que induzem os tumores podem mutar aleatoriamente qualquer gene do hospedeiro, e a via apresentadora de antígeno do MHC de classe I pode apresentar os peptídios a partir de qualquer proteína citossólica mutada de qualquer tumor. Proteínas mutadas podem servir como antígenos do tumor se puderem ser ligadas a alelos do MHC do indivíduo afetado. → Proteínas Celulares não Mutadas mas Anormalmente Expressadas - Antígenos tumorais que induzem respostas imunes podem ser proteínas celulares normais, que são anormalmente expressadas nas células tumorais. Alguns antígenos tumorais são proteínas não mutadas produzidas em níveis baixos nas células normais e superexpressas nas células tumorais. Um desses antígenos é a tirosinase, uma enzima envolvida na biossíntese da melanina expressa nos melanócitos normais e nos melanomas. Tanto os clones de CTL CD8 + restritos ao MHC de classe I como os clones de células T CD4 + auxiliares restritos ao MHC de classe II de pacientes com melanoma reconhecem peptídios derivados da tirosinase. Portanto, o aumento da quantidade produzida pelas células do melanoma pode desencadear respostas imunes. Antígenos de câncer/testículos são proteínas expressas nos gametas e trofoblastos e em muitos tipos de cânceres, mas não nos tecidos somáticos normais Os primeiros antígenos câncer/ testículos foram identificados por clonagem de genes de melanomas humanos que codificavam antígenos de proteínas celulares reconhecidos por clones de CTL específicos de melanoma derivados de pacientes portadores de melanoma. Estas foram denominadas proteínas MAGE e posteriormente descobriu-se que eram expressas em outros tumores além dos melanomas, incluindo carcinomas da bexiga, da mama, da pele, do pulmão, da próstata e alguns sarcomas, bem como em testículos normais. → Antígenos de Vírus Oncogênicos - Os produtos de vírus oncogênicos funcionam como antígenos tumorais e induzem respostas de células T específicas que podem servir para erradicar tumores. Exemplos em seres humanos incluem o vírus Epstein-Barr (EBV), que está associado ao linfoma de células B e ao carcinoma nasofaríngeo; o Papilomavírus humano (HPV), que está associado ao carcinoma do colo do útero, orofaringe e em outros locais. Os Papovavírus, incluindo Poliomavírus e Vírus símio 40 (SV40), e adenovírus induzem tumores malignos em roedores recém-nascidos ou adultos imunodeficientes. Na maioria destes tumores induzidos por vírus de DNA, os antígenos proteicos codificados pelos vírus são encontrados no núcleo, citoplasma ou membrana plasmática das células tumorais. Estas proteínas virais sintetizadas endogenamente podem ser processadas e apresentadas por moléculas do MHC na superfície da célula tumoral. Como os peptídios virais são antígenos estranhos, os tumores induzidos pelos vírus de DNA estão entre os tumores mais imunogênicos conhecidos. Vírus tumorais de RNA (retrovírus) são importantes causas de tumores em animais. O único retrovírus humano bem definido conhecido por causar tumores é o vírus linfotrópico da célula T humana tipo 1 (HTLV-1), agente etiológico da leucemia/linfoma de células T de adultos (ATL), um tumor maligno de células T CD4 + → Antígenos Oncofetais - Antígenos oncofetais são proteínas expressas em níveis elevados nas células cancerosas e em condições normais de desenvolvimento de tecidos fetais, mas não em adultos. Acredita-se que os genes que codificam estas proteínas são silenciados durante o desenvolvimento e são reativados na transformação maligna. Não há evidências de que os antígenos oncofetais sejam importantes indutores ou alvos da imunidade antitumoral. Os dois antígenos oncofetais mais bem caracterizados são o antígeno carcinoembrionário (CEA) e a α-fetoproteína (AFP). O CEA (CD66) é uma proteína de membrana altamente glicosilada que é um membro da superfamília de imunoglobulinas (Ig) e funciona como uma molécula de adesão intercelular A AFP é uma glicoproteína circulante normalmente sintetizada e secretada na vida fetal pelo saco vitelino e pelo fígado. As concentrações séricas fetais podem ser tão elevadas quanto 2 a 3 mg/mL, mas na vida adulta, a proteína é substituída pela albumina, e apenas níveis baixos estão presentes no plasma. → Antígenos Glicolipídicos e Glicoproteicos Alterados A maioria dos tumores humanos e experimentais expressam níveis acima do normal ou formas anormais de glicoproteínas e glicolipídios de superfície, que podem ser marcadores de diagnóstico e alvos para terapia. Esta classe de antígenos associados a tumores é um alvo para a terapia com anticorpos específicos contra o câncer. Os gangliosídeos, incluindo GM2, GD2, GD3 e, são glicolipídios expressos em níveis elevados em neuroblastomas, melanomas e diversos sarcomas. Em função da expressão seletiva do tumor destas moléculas, elas são alvos interessantes para terapias específicas contra tumores, como terapia com anticorpos → Antígenos de Diferenciação Tecido-Específicos - Os tumores podem expressar moléculas que são normalmente expressas apenas nas células de origem do tumor e não nas células de outros tecidos. Estes antígenos são denominados antígenos de diferenciação porque são específicos para determinadas linhagens ou estágios de diferenciação de vários tipos de células. A sua importância é de potenciais alvos para a imunoterapia e para identificação do tecido de origem dostumores. Estes antígenos de diferenciação são moléculas próprias normais, e, portanto, normalmente não induzem fortes respostas imunes em hospedeiros portadores de tumor. RESUMINDO: 4) Como a imunidade inata e a imunidade adaptativa atuam contra o desenvolvimento de tumores? → Células Natural Killer (NK) (Assassinas Naturais) - As células NK eliminam muitos tipos de células tumorais, especialmente células que apresentam expressão diminuída do MHC de classe I e expressam ligantes para receptores de ativação da célula NK. Alguns tumores também expressam MIC-A, MIC-B, e ULB, que são ligantes de ativação do receptor NKG2D nas células NK. Além disso, as células NK podem ser direcionadas para as células tumorais revestidas por anticorpo IgG pelos receptores Fc (Fc RIII γ ou CD16). A capacidade tumoricida das células NK é aumentada pelas citocinas, incluindo o interferon-γ (IFN-γ), IL-15 e IL-12, e os efeitos antitumorais destas citocinas são parcialmente atribuídos à estimulação da atividade das células NK. As células NK ativadas por IL-2, chamadas de células assassinas ativadas por linfocina (LAK), são obtidas por cultura de células em doses elevadas de IL-2 a partir do sangue periférico ou de linfócitos infiltrativos do tumor de pacientes com tumores. Estas células são as assassinas mais potentes de tumores do que as células NK não ativadas. A utilização de células LAK na imunoterapia adaptativa de tumores será discutida posteriormente. → Macrófagos - Os macrófagos são capazes tanto de inibir como de promover o crescimento e a propagação de cânceres, dependendo do seu estado de ativação. Classicamente, os macrófagos M1 ativados podem destruir muitas células tumorais. Macrófagos M1 podem destruir células tumorais por mecanismos que eles também usam para matar organismos infecciosos. Entre estes está a produção de óxido nítrico (NO). Existem evidências de que alguns macrófagos em tumores contribuem para a progressão tumoral e apresentam um fenótipo M2. Estas células secretam fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), fator transformador do crescimento β (TGFβ), e outros fatores solúveis que promovem a angiogênese tumoral. → Anticorpos Hospedeiros portadores de tumores podem produzir anticorpos contra vários antígenos tumorais. Os anticorpos podem destruir as células tumorais através da ativação do complemento ou por citotoxicidade dependente de anticorpos, na qual macrófagos portadores do receptor Fc ou células NK medeiam a eliminação. Alguns anticorpos antitumorais terapêuticos efetivos estão sendo administrados passivamente a pacientes propensos a desenvolver a citotoxicidade mediada por células dependentes de anticorpos. → Linfócitos T - O principal mecanismo de proteção imune adaptativa contra tumores está na eliminação das células tumorais por CTL CD8 + Os CTLs podem desempenhar uma função de vigilância por reconhecer e destruir células potencialmente malignas que expressam peptídios derivados de antígenos tumorais que são apresentados associados a moléculas do MHC de classe I. - As respostas de células T CD8 + específicas para antígenos tumorais podem exigir apresentação cruzada dos antígenos tumorais pelas células dendríticas. A maioria das células tumorais não são derivadas de APCs e, portanto, não expressa os coestimuladores necessários para iniciar as respostas das células T ou das moléculas de MHC de classe II necessárias para estimular as células T auxiliares, que promovem a diferenciação de células T CD8 + Uma explicação provável de como as respostas das células T contra tumores são iniciadas é e que as células tumorais ou seus antígenos sejam ingeridos pelas APCs do hospedeiro, particularmente pelas células dendríticas, e os antígenos tumorais sejam processados no interior das APCs. Os peptídios derivados destes antígenos são em seguida exibidos ligados às moléculas do MHC de classe I para reconhecimento pelas células T CD8 + . As APCs expressam coestimuladores que fornecem os sinais necessários para a diferenciação de células T CD8 + em CTLs antitumorais. Uma vez sendo gerados os CTL efetores, eles são capazes de reconhecer e destruir as células tumorais sem a necessidade de haver uma coestimulação. A importância das células T CD4 + auxiliares na imunidade tumoral está menos esclarecida. As células CD4 + podem desempenhar um papel nas respostas imunes antitumorais, proporcionando citocinas para a diferenciação de células T CD8 + naive e de memória em CTL efetores. Além disso, as células T auxiliares específicas para antígenos tumorais são capazes de secretar citocinas, como TNF e IFN-γ, que podem aumentar expressão do MHC de classe I pelas células tumorais e a sensibilidade à lise por CTLs. 5) Descreva resumidamente os mecanismos de escape (evasão) tumoral, exemplificando-os. Muitos tumores malignos desenvolvem mecanismos que lhes permitem escapar das respostas imunes antitumorais. Estes mecanismos podem ser divididos entre aqueles que são intrínsecos às células tumorais e aqueles que são mediados por outras células. → Escape do Reconhecimento Imune por Perda da Expressão de Antígeno As respostas imunes contra células tumorais conferem pressões seletivas que resultam na sobrevivência e no crescimento de células tumorais variantes com imunogenicidade reduzida, um processo que tem sido chamado de imunoedição tumoral. Imunoedição tumoral ---> Este experimento demonstra que as células tumorais que crescem sob pressão seletiva do sistema imune normal serão editadas de forma a se obter células tumorais que possam escapar da imunidade. As células sobreviverão após transferência para um hospedeiro secundário. De forma contrária, tumores removidos de um camundongo RAG KO, sem sistema imune adaptativo, não sentirão as mesmas pressões seletivas, permanecerão imunogênicos e serão rejeitadas após transferência para um camundongo normal. - Além da perda de antígenos específicos do tumor, a expressão do MHC de classe I pode estar regulada negativamente nas células tumorais de modo que não pode ser reconhecida pelos CTLs. → Inibição Ativa das Respostas Imunes - Os tumores podem envolver mecanismos inibitórios que suprimem as respostas imunes. A resposta das células T para alguns tumores são inibidas pelo envolvimento de CTLA4 ou PD-1, duas das vias inibitórias mais bem definidas nas células T. - Produtos secretados pelas células tumorais podem suprimir as respostas imunes antitumorais. Um exemplo de produto tumoral imunossupressor é o TGF-β, secretado em grandes quantidades por muitos tumores e inibe a proliferação e as funções efetoras dos linfócitos e macrófagos. - As células T regulatórias podem suprimir a resposta antitumoral das células T. A depleção de células T regulatórias em camundongos portadores de tumor aumenta a imunidade antitumoral e reduz o crescimento do tumor. - Macrófagos associados a tumores podem promover o crescimento tumoral e invasão por alterar o microambiente do tecido e por supressão de respostas das células T. Estes macrófagos apresentam um fenótipo M2, como discutido anteriormente de forma breve, e secretam mediadores, como IL-10 e prostaglandina E2, que prejudicam as funções ativadoras e efetoras das células T. Por outro lado, macrófagos associados aos tumores também secretam fatores que promovem a angiogênese, como TGF-β e VEGF, que podem favorecer o crescimento do tumor. - Células supressoras mieloide-derivadas (MDSCs) são precursores mieloides imaturos recrutados a partir da medula óssea e que se acumulam nos tecidos linfoides, sangue ou tumores de animais portadores de tumores e pacientes com câncer e suprimem as respostas das células T e inatas antitumorais. As MDSCs são um conjunto heterogêneo de tipos celulares, incluindo precursores de células dendríticas, monócitos e neutrófilos. Eles compartilham alguns marcadores de superfície comuns, como Ly6C ou Ly6G e CD11b em camundongos e CD33, CD11b e CD15 em humanos. As MDSCs suprimem as respostas imunes inatas por meio da secreção de IL-10, que inibe várias funçõesinflamatórias dos macrófagos ativados e das células dendríticas. As MDSCs também suprimem as respostas das células T, por meio de diversos mecanismos. Elas geram radicais livres que inibem a ativação das células T, como peroxinitrito, e produzem indolamina 2,3- disoxigenase, que cataboliza o triptofano necessário para a proliferação das células T. As MDSCs afetam indiretamente a resposta antitumoral das células T através da indução do desenvolvimento de linfócitos T regulatórios e distorcendo a diferenciação das células T auxiliares em relação às células TH2. RESUMINDO: Os tumores evadem das respostas imunes através de vários mecanismos, incluindo a regulação negativa da expressão de moléculas do MHC, crescimento seletivo de células que não expressam antígenos tumorais, produção de substâncias imunossupressoras solúveis, acoplamento dos receptores inibitórios nos linfócitos por seus ligantes expressos nas células tumorais, e a indução de células T regulatórias. Macrófagos associados ao tumor e células supressoras derivadas mieloides, encontrados na maioria dos tumores sólidos, podem suprimir a imunidade antitumoral. 6) Como o sistema imunológico (resposta imunológica/inflamação) pode contribuir para o desenvolvimento tumoral? Embora grande parte da ênfase em imunologia tumoral seja sobre o papel do sistema imune na erradicação de tumores, é evidente que o sistema imune também pode contribuir para o desenvolvimento de alguns tumores sólidos. Na verdade, a inflamação crônica tem sido reconhecida como um fator de risco para o desenvolvimento de tumores em muitos diferentes tecidos. As células do sistema imune inato são consideradas as culpadas mais diretas pela promoção de tumores entre as células do sistema imunológico. Macrófagos do fenótipo alternativamente ativado (M2) associados a tumores, assim como outras células são fontes de VEGF, o que promove a angiogênese, e de metaloproteinases de matriz, que modificam o tecido extracelular. Portanto, a ativação crônica de algumas células do sistema imune inato é caracterizada pela angiogênese e pela remodelação do tecido, o que favorece o crescimento de tumores e seu espalhamento. Células imunes inatas também podem contribuir para a transformação maligna celular através da geração de radicais livres que causam danos no DNA e desencadeiam mutações em genes supressores de tumor e oncogenes Alguns dados sugerem que as células do sistema imune inato, incluindo mastócitos, neutrófilos e macrófagos, secretam fatores solúveis que promovem a progressão do ciclo celular e a sobrevivência das células tumorais. O fator de transcrição NF-κB, que é um importante mediador da resposta imune inata, pode desempenhar um papel importante na progressão do câncer associado à inflamação. Existem também evidências experimentais de que os linfócitos B podem contribuir para a progressão do tumor pela secreção de fatores que regulam diretamente a proliferação das células tumorais, bem como pela capacidade de ativar células do sistema imune inato cronicamente presentes em tumores iniciais. 7) Quais os produtos imunoterápicos e as medidas profiláticas, incluindo as vacinas, que podem ser usados para controlar/reduzir/prevenir o desenvolvimento dos tumores? A imunoterapia contra tumores é desenvolvida para aumentar as respostas imunes ativas contra estes tumores ou para administrar efetores imunitários específicos para o tumor nos pacientes. A imunidade antitumor pode ser potencializada através do bloqueio de mecanismos de regulação imune. As respostas imunes também podem ser ativamente estimuladas pela vacinação com células tumorais ou antígenos, e pela administração sistêmica de citocinas que estimulam as respostas imunes. A estratégia de sucesso mais recente é o bloqueio do ponto de verificação (checkpoint), onde anticorpos contra os receptores inibitórios nas células T ou seus ligantes são administrados para remover as travas da ativação de linfócitos e, assim, promover a imunidade antitumoral. Abordagens para a imunoterapia passiva incluem a administração de anticorpos antitumorais, anticorpos conjugados com fármacos tóxicos (imunotoxinas), e células T reativas ao tumor e células NK isoladas de pacientes e propagadas em cultura com fatores de crescimento. Uma nova abordagem promissora é a transferência adaptativa de células T transfectadas para expressar receptores de antígeno quimérico específicos para antígenos tumorais. → Vacinação com Antígenos Tumorais A imunização de indivíduos portadores de tumores com antígenos tumorais resulta em melhora da resposta imune contra o tumor. → Bloqueio de Vias Inibitórias para Promover Imunidade Tumoral O bloqueio de moléculas inibidoras de células T tem emergido como um dos métodos mais promissores para melhorar efetivamente as respostas imunes dos pacientes contra os tumores. → Aumento da Imunidade do Hospedeiro contra Tumores com Citocinas A imunidade mediada por células contra os tumores pode, teoricamente, ser melhorada através do tratamento de indivíduos que possuem tumores com citocinas que estimulam a proliferação e diferenciação de linfócitos T e células NK. → Estimulação Inespecífica do Sistema Imune As respostas imunes a tumores podem ser estimuladas pela administração local de substâncias inflamatórias ou por tratamento sistêmico com agentes que funcionem como ativadores policlonais de linfócitos. Imunoterapia Passiva para Tumores com Células T e Anticorpos Imunoterapia passiva envolve a transferência de efetores imunológicos, incluindo células T e anticorpos específicos para os tumores, para os pacientes. A imunização passiva contra tumores é rápida, mas não leva à imunidade de longa duração. → Terapia Celular Adotiva Imunoterapia celular adaptativa é a transferência de células imunes em cultura que tenham reatividade antitumoral para um hospedeiro portador de tumor. → Terapia com Anticorpos Antitumorais Anticorpos monoclonais específicos do tumor podem ser úteis para a imunoterapia específica contra tumores. 8) O que são marcadores tumorais? Os marcadores tumorais (ou marcadores biológicos) são macromoléculas presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e ou alterações em suas concentrações estão relacionados com a gênese e o crescimento de células neoplásicas. Tais substâncias funcionam como indicadores da presença de câncer, e podem ser produzidas diretamente pelo tumor ou pelo organismo, em resposta à presença do tumor. Os marcadores tumorais, em sua maioria, são proteínas ou pedaços de proteínas, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios. 9) Quais seriam as características de um marcador tumoral IDEAL? O marcador ideal reúne as características de diagnóstico precoce de neoplasias e de sua origem, estabelecimento da extensão da doença, monitorização da resposta terapêutica e detecção precoce de recidiva, além de ser órgão-sítio específico e ter meia-vida curta, permitindo acompanhar temporariamente as mudanças do tumor. Este marcador ainda não existe no Brasil, e a maioria dos marcadores disponíveis peca pela falta de especificidade e sensibilidade, exceção feita ao PSA que é utilizado para rastreamento de neoplasia prostática. 10) Relacione marcadores tumorais e tipos de cânceres. Qual a importância da detecção/quantificação destes marcadores tumorais? Esses marcadores podem ser úteis no manejo clínico dos pacientes com câncer, auxiliando nos processos de diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta terapêutica, detecção de recidivas e prognóstico, além de auxiliar no desenvolvimento de novas modalidades de tratamento. Podem ser caracterizados ou quantificados por meios bioquímicos ou imunoistoquímicos nos tecidos ou no sangue, e por testes genéticos para pesquisas de oncogenes, genes supressores de tumores e alterações genéticas. Cada marcador tumoral tem um valor de referência determinado; taxas acima do valor de referência, apresentadas por pacientes, devem ser investigadas.
Compartilhar