Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lorena Bressanini Siqueira Derivados do mesoderma que origina o mesênquima (células pluripotentes) – partes moles em geral como músculo, tecido adiposo, fibroso, cartilagem (células pluripotenciais). Na quinta semana do desenvolvimento embrionário, forma-se o esboço mesenquimal daquilo que será o esqueleto. Na sexta semana, instala-se o processo de condrificação (cartilagem) hialina do modelo mesenquimal, formando esqueleto cartilaginoso. Entre a sétima e a decima segunda semana começa a ossificação endocondral – cartilagem passa ser substituída por tecido ósseo. A maior parte dos ossos do crânio e porção diafisária das clavículas sofrem a ossificação intramembranosa – osso chatos, compactos. Há o surgimento de um periósteo em volta de um esboço mesenquimal e dele forma-se diretamente o tecido ósseo, sem passar pela fase cartilaginosa. • Ossificação endocondral Começa na diáfise, chamada de centro de ossificação primário. O tecido cartilaginoso primeiro se calcifica, provocando morte de condrócitos por apoptose. Em seguida, é invadido por um tecido mesenquimal rico em vasos sanguíneos e osteoblastos (células responsáveis pela formação do tecido ósseo mineralizado). O centro de ossificação primário vai se expandindo em direção as extremidades e, ao nascimento, as diáfises já estão totalmente ossificadas. Condrócitos passam a sofrer degeneração, tendo infiltração de vasos sanguíneos, formação de centro de ossificação primária que progride e aparece o centro de ossificação secundárias nas epífises e se desenvolve, até se tornar um osso adulto. ➔ Centros de ossificação epifisários Tem início pouco antes do nascimento, os primeiros centros ou secundários são nas epífises distal do fêmur e proximal da tíbia. Após o nascimento, os demais centros de ossificação epifisários vão surgindo e se expandindo, deixando uma placa cartilaginosa entre a epífise e a metáfise ossificadas (placa epifisária ou placa de crescimento). ➔ Placa epifisária É dela que osso cresce em comprimento. Sua cartilagem possui uma camada de condrócitos em alto grau de proliferação e, à medida que cresce, a sua porção distal vai se tornando ossificada. Na fase adulta, a placa epifisária desaparece (parada do crescimento). ➔ A diáfise Também cresce em espessura, pela ossificação do periósteo e endósteo (camada que reveste o canal medular). Estimulado também por carga. Dá resistência ao osso. PLACA EPIFISÁRIA E CRESCIMENTO ÓSSEO Vasos invadem o osso, alta proliferação de condrócitos que vão entrado em apoptose sendo substituído por tecido ósseo. Lesão Celular, Morte Celular e Adaptações Doenças/Distúrbios Osteoarticulares Patologia Desenvolvimento ósseo Lorena Bressanini Siqueira • Canais de Havers. ➔ Canais com vasos sanguíneos paralelos presentes no osso cortical que são ligados entre si pelos canais transversais de Volkmann. ➔ Cada canal de Havers é circundado por camadas concêntricas de osso lamelar, que abriga osteócitos, também arranjados em anéis concêntricos. ➔ Cada osteócito vive em sua pequena lacuna, e se comunica com os vizinhos e com o canal de Havers por diminutos canalículos. ➔ O interior de cada canal de Havers é forrado por osteoblastos inativos ou células osteoprogenitoras. ➔ O mesmo ocorre na superfície interna da cortical óssea e superfície externa das trabéculas ósseas do osso esponjoso. ➔ São as células desta camada, chamada endósteo, que depositam osso novo quando ocorre remodelação óssea. Trabéculas ósseas neoformadas, sinal de hiperatividade de osteócitos, presença de osteoblasto formando matriz óssea. Presença de fibrose e fibroblasto para remodelação. Osteoblastos são células com único núcleo, presentes na periferia do osso. Osteoclastos são multinucleados. • Doença de Legg-Calvé-Perthes Necrose avascular idiopática da epífise femoral em crescimento – necrose avascular na cabeça do fêmur. Ocorre devido à irrigação pobre da epífise por vasos da cápsula articular – irrigada por vasos recorrentes, fazendo a nutrição da cabeça femoral, sendo, portanto, um problema na interação desses vasos, levando a necrose. É a forma infantil da necrose asséptica da cabeça do fêmur do adulto. Proporção 4 homens para 1 mulher, com faixa etária típica entre 2-12 anos. Pode ser bilateral em até 20% dos casos (em geral é unilateral). Os sintomas costumam se apresentar de forma subaguda (queixas por mais de seis semanas), com claudicação associada ou não a dor na região inguinal ou na face anterior da coxa. Tem importante limitação da abdução e da rotação interna do quadril. Tratamento → é prevenir a deformidade residual da epífise femoral, podendo remodelar de forma errada se não houver intervenção. Sendo uma contenção da cabeça do fêmur que deve permanecer contida dentro do acetábulo para que este funcione como um molde. Sendo três artérias principais descritas na imagem a seguir: Desgaste da cabeça do fêmur, degeneração exacerbada. Irregularidade da capsula articular. Perda da vitalidade óssea, trabéculas mais finas, espaço esponjoso maior, evoluindo para um osso fragilizada, em cargas pode levar a danos. Histologia Regeneração óssea Doenças da infância Lorena Bressanini Siqueira • Epifisiólise do quadril Quebra da epífise do quadril. Acomete a epífise proximal do fêmur. Ocorre um deslizamento da epífise (cabeça femoral) em relação ao colo do fêmur, pelo enfraquecimento da placa epifisária (cartilagem de crescimento), tendo como sinal característico o sinal do cajado. Pelo efeito do peso corporal, a cabeça do fêmur se desloca para baixo, para trás e faz uma rotação interna, enquanto o colo do fêmur desliza para cima, para frente e faz uma rotação externa. Sintomas: dor no quadril, claudicação, limitação da rotação interna, paciente se apresenta com rotação externa do quadril, flexão e abdução do quadril. O tratamento é cirúrgico com objetivo de promover o fechamento da placa epifisária - epifisiodese, prendendo-se o colo femoral à epífise, impedindo a progressão do deslizamento. • Displasia do Desenvolvimento do Quadril ou Displasia Congênita do Quadril ou Luxação Congênita do Quadril – a mais importante Mais comum em meninas. Envolve uma deformação progressiva dos ossos do quadril, provocando defeitos no fêmur proximal, é uma anteversão exagerada – deslocação exagerada para frente, na cápsula articular (fazendo alongamento dos ligamentos e hipertrofia), nos músculos ileopsoas e adutores –, causando contraturas e principalmente no acetábulo, que se torna mal direcionado. Trata-se de um quadril malformado, e cabeça femoral solta, um aumento da força sobre as estruturas que seguram a cabeça femoral dentro do acetábulo, como cápsula, músculos, estiramento de ligamentos locais, causando uma luxação exagerada. É mais comum do lado esquerdo por conta da posição do períneo - 60% dos casos, sendo bilateral em 20% das crianças afetadas. O diagnóstico muda conforme o desenvolvimento ósseo, conforme as características vão sumindo e consequências vão permanecendo, o ideal é ser o mais precoce possível → de 0 a 3 meses! Desde que realizado antes dos três meses de vida, o êxito do tratamento tem alta porcentagem de sucesso. ➔ 0 a 3 meses as manobras de Ortolani e Barlow: Ortalani, é a manobra da redução, sendo colocar de volta na articulação. Consiste em pegar a perna do bebê e fazer uma força com o intuito de tentar deslocar a articulação da cabeça femoral com o acetábulo, abre-se a perna do bebe com o dedo e puxa-se a mesma para frente, ouvindo um ‘’creck’’, luxando a articulação. Barlow, é uma manobra ao contrário. Fecha-se a pernado bebê e empurra-a, fazendo com que ela volte, sentindo uma luxação. A detecção desses sinais é patológica. ➔ 3 a 18 meses o sinal de Galeazzi. Junta-se a perna da criança, e faz-se a comparação da altura dos joelhos. A articulação defeituosa se mostra mais caída que a outra. ➔ Após 12 meses o sinal de Trendelenburg. Ao ficar de pé no membro inferior afetado o quadril cai para o lado oposto e o tronco desvia-se para o lado afetado. Mostra uma fraqueza do glúteo médio, um sinal clássico. Lorena Bressanini Siqueira • Tipos de fraturas ➔ Forças de angulação produzem fraturas transversas ou fraturas oblíquas. ➔ Forças de torção causam as fraturas espirais. ➔ Forças de tração, por intermédio de um tendão inserido no osso, podem ocasionar as fraturas por avulsão. ➔ Forças compressivas provocam fraturas de compressão (fraturas impactadas). • Elas também podem ser: ➔ Estáveis ou não estáveis: romperem totalmente e ficarem alinhadas ou desalinharem; ➔ Galho verde: leve quebra em região periosteal, pode ser chamada de complexa ou cominutiva, fratura no qual o osso apresenta vários fragmentos. • Quanto a localização: ➔ Diafisárias; ➔ Metafisárias; ➔ Epifisárias. • Fratura patológica Trata-se de uma fratura por osteoporose, desabamento de vértebra. E na imagem de um punho trata-se de um crescimento, nodular, lítico, degeneração óssea, proveniente de um câncer, provavelmente por metástase de tumor de origem não óssea. Dentro do tecido esponjoso há presença de células medula óssea, adipócitos, tecido hematopoiético – precursores linfóides, mieloides, eritroides – células pequenas e bem coradas. Nesta imagem há presença de uma glândula, há presença de lúmen, um Adenocarcinoma – um tumor secundário. • Fratura exposta Com uma complicação de osteomielite devido a infecções, por contato com agentes microbianos devido ao trauma. • Consolidação de fraturas ➔ Fase Precoce (Hematoma fraturário) – sangramento e hematoma local, trata-se da ruptura de pequenos vasos no osso e periósteo com sangramento formando hematoma. O hematoma tente a se coagular, ativando complemento, cascata de coagulação, recrutando células inflamatórias, citocinas, fatores de crescimento, em geral, processos de inflamação aguda no local. Conforme o processo de inflamação aguda passa, tem-se uma resolução precoce, chamada de calo fraturário mole. Ou seja, Coagulação do hematoma serve de estímulo para iniciar o processo de consolidação, sendo invadido por pequenos vasos - angiogênese, trazendo consigo células mesenquimais pluripotentes do tecido conjuntivo, originárias do periósteo ou dos tecidos moles circunjacentes. ➔ Fase do calo fraturário mole: nas primeiras duas semanas, o periósteo começa a se formar um tecido frouxo fibrocartilaginoso circundando a lesão, dando a forma de um abaulamento no ponto de fratura do osso sendo esse o calo, não aparece no RX porque é um tecido cartilaginoso. ➔ Fase do calo fraturário duro - calo ósseo: aparecem os osteoblastos que então começam a produzir tecido ósseo, onde a fratura começa de fato a se consolidar. Este tecido começa a ser formado num local um pouco distante do traço de fratura, aparecendo na radiografia como uma reação periosteal. Em seguida, começa a preencher todo o foco de fratura, neste momento aparecendo no RX como um verdadeiro calo ósseo, bem visualizado ao se completar seis semanas - consolidação e estabilidade clínica, com ainda um pouco de aparecimento da linha da fratura. Após 4 a 8 meses há formação de osso maduro e a fratura desaparece no RX consolidação. Ao longo dos próximos meses, o calo ósseo vai se remodelando, com reabsorção do excesso, até que o osso volte ao seu formato original. Fraturas Lorena Bressanini Siqueira Fratura óssea transversal, com espessamento do periósteo, presença do calo mole - cartilaginoso. Osso com presença de tecido neoformado, tecido fibroso – muitos fibroblastos (células alongadas), e as vermelhas são hemácias – presença do hematoma, hemorragia. • Complicações das fraturas ➔ Lesão arterial: ruptura de artéria; ➔ Osteomielite; ➔ Síndrome compartimental: são sinais clínicos, na fratura há processo inflamatório, produção de interleucinas, edema exacerbado. Nos músculos há uma estrutura chamada de sarcômeros, membrana impermeável, e em pancadas musculares gera-se um edema muscular, acúmulo de água entre as fibras musculares, porém esta não consegue sair deste compartimento (sarcômeros) levando ao inchaço dos músculos, porém esse inchaço pode levar a compressão de artérias, levando a dor intensa que não melhora com analgésicos e piora com a palpação, piora com a claudicação, palidez, parestesia de extremidades, compressão nervosa – levando ao formigamento de extremidades e parestesia, podendo levar a paralisia, e ausência de pulso. Necessitando de uma intervenção rápida com uma fasciotomia – com o bisturi, corta-se a pele no local do edema. É um procedimento cirúrgico no qual a fáscia é cortada para aliviar a pressão (e tratar a perda de circulação em uma área de tecido ou músculo). ➔ Necrose avascular; ➔ Embolia gordurosa; ➔ Tromboembolismo pulmonar TEP. • Diagnóstico de fraturas Trata-se de uma complicação de fratura, presença de medula óssea no pulmão. O rompimento ósseo leva o rompimento do vaso, e um peça de medula óssea alcança o vaso pulmonar, chamada de embolia gordurosa – por medula óssea mediante a uma fratura. Tromboembolismo pulmonar. O trombo alcançou a circulação pulmonar e levou a obstrução do menor vaso. Basicamente são doenças neurodegenerativas ou causadas por malformações. Sendo na maioria dos casos a patogênese ligada a processos inflamatórios, tendo como consequência a destruição da superfície articular. • Classificação dos distúrbios articulares: ➔ Grupo I: Doença articular não inflamatória. Exemplos: osteoartrite, articulação neuropática. ➔ Grupo II: Doença articular inflamatória. Exemplos: artrite reumatoide (AR), gota. ➔ Grupo III: Doença séptica da articulação. Exemplos: doença de Lyme (LD), gonococcemia disseminada (GC) Introdução aos distúrbios articulares Lorena Bressanini Siqueira ➔ Grupo IV: Doença hemorrágica da articulação. • Exemplos: trauma, hemofilia A e B – trata-se de discrasias sanguíneas, e o paciente sangra demasiadamente, podendo ser de origem genética ou medicamentosa. • Sinais e sintomas de qualquer doença articular ➔ Artralgia: termo geral para dor nas articulações. ➔ Artrite: se refere à inflamação da articulação associada com dor, inchaço, sensibilidade e calor. ➔ Rigidez matinal: dor ou rigidez nas articulações que duram mais que 30 minutos. Exemplos: AR, lúpus eritematoso sistêmico (LES). ➔ Mobilidade articular diminuída: causada por danos nos ligamentos e na cápsula articular. ➔ Inchaço da articulação - derrame articular: causado pelo aumento do fluido articular. Exemplos: exsudato inflamatório (líquido rico em proteínas e neutrófilos), como também por presença de sangue. ➔ Vermelhidão - rubor e calor da articulação: sinais de inflamação aguda. Exemplos: artrite séptica, AR. ➔ Crepitação articular ao movimento: refere-se a uma sensação de crepitação ao mover uma articulação • Definição: Degeneração progressiva da cartilagem articular que acomete principalmente as articulações que são usadas com muita frequência e que aguentam muita carga, como joelho. • Epidemiologia: Sem predileção por sexo, porém mulheres pós menopausa tenda a apresentar com maior frequência devido a absorção óssea. Quase universalmente presente naquelescom mais de 65 anos de idade. • Fatores de risco ➔ Idade avançada; ➔ Doença de Legg–Calvé–Perthes (necrose avascular da cabeça femoral); ➔ Condições endócrinas ou metabólicas, como a osteoporose; ➔ Osteocondrite dissecante – doença primária que disseca a cartilagem articular; ➔ Obesidade, trauma, doença articular neuropática, lesões do menisco. • Sítios comuns: ➔ Cabeça femoral, joelho. ➔ Vértebras cervicais e lombares – principalmente em doenças metabólicas. ➔ Mãos. • Sítios menos comuns: ➔ Ombro, cotovelo. ➔ Pés com exceção da primeira articulação metatarsofalangiana. • Patogênese Componentes da cartilagem articular normal possui proteoglicanos que fornecem elasticidade à cartilagem, colágeno tipo II que fornece resistência à tração e pressão. Na osteoartrite, citocinas ativam metaloproteinases que degradam os proteoglicanos e o colágeno da cartilagem, trata-se de uma atividade inflamatória, mediadas por linfócitos T, que libera citocinas que liberam metaloproteinases que quebram proteoglicanos e colágenos, destruindo a articulação. Iniciam com uma lesão inicial que se perpetuar até destruir toda cartilagem e um sub remodelamento. Os achados articulares são: erosão e fissuras na cartilagem articular – normalmente deve ser lisa e bem lubrificada, formação óssea reativa nas margens da articulação devido a traumas – osteófitos (bico de papagaio), cistos subcondrais – devido a degeneração da cápsula condral na epífise óssea, embaixo da cartilagem forma-se uma lacuna óssea, ausência de anquilose (fusão de articulações) da articulação – não ocorre na osteoartrite, mas sim em doenças inflamatórias primárias, como artrite reumatoide, fragmentos de cartilagem articular no espaço articular. • Achados clínicos ➔ A artralgia (dor) é a principal queixa. - Osteófitos irritam o revestimento sinovial; Osteoartrite Lorena Bressanini Siqueira - Osso em contato direito com osso; - Pacientes com lesões do quadril podem referir dor em virilha – diagnóstico diferencial a apendicite, hérnias, nefrelitíase. - A dor é agravada com o movimento da articulação, causada por uma sinovite secundária aos osteófitos; ➔ A rigidez articular ocorre após inatividade, acordando de manhã e depois de se sentar. ➔ Crepitação da articulação com movimento e diminuição da amplitude de movimento articular. ➔ Envolvimento da mão nas OA - Aumento das articulações interfalangeanas distais causadas por osteófitos (Nódulos de Heberden); - Aumento das articulações interfalangeanas proximal causadas por osteófitos (Nódulos de Bouchard). ➔ Envolvimento vertebral na OA - Doença degenerativa do disco vertebral e compressão nervosa causando dor, parestesias, sensação de queimação e atrofia muscular – tônus muscular. • Diagnóstico de osteoartrite ➔ Radiografias simples. ➔ A ressonância magnética é boa para anormalidades e efusões do tecido sinovial. ➔ O líquido sinovial é não inflamatório – não encontra muitas células inflamatórias no líquido, pois se trata de uma doença crônica. Uma doença reumatológica, influenciada por fatores genéticos, trata-se de uma doença primária. • Definição Condição sistêmica associada à inflamação articular crônica que afeta mais comumente as articulações periféricas como punhos, mãos, pés. Não relacionadas com o uso como a osteoartrite. • Epidemiologia ➔ Mulheres entre 30 e 50 anos. ➔ Doença autoimune. Várias associações de antígenos leucocitários humanos (HLA, principalmente HLA-DR4) que envolvem sinalização intracelular e produção de certos tipos de proteínas citrulinadas sinoviais - alteração na arginina. HLA é responsável pela síntese de algumas proteínas sinoviais, porém algumas proteínas sinoviais no tipo de HLA alterado na artrite reumatoide se torna citrulinada, troca do aminoácido arginina, caracterizando uma proteína defeituosa que junto a fatores ativos, geralmente ambientais, os agentes desencadeadores microbianos que iniciam a inflamação sinovial incluem o vírus Epstein-Barr (EBV), o parvovírus B19, o herpesvírus humano 6 e o Mycoplasma spp. • Fatores de risco ➔ idade, sexo feminino, uso de tabaco, obesidade e silicose (síndrome de Caplan). • Patogênese ➔ Pode envolver tanto reações tipo III quanto tipo IV. ➔ Um mecanismo proposto é que as células T CD4 + auxiliares (tipo IV) sejam ativadas, conduzindo à liberação de agentes pró-inflamatórios (TNF). Células sinoviais inflamadas expressam antígenos fazendo com que as células B produzam fator reumatóide (FR). ➔ O FR é um autoanticorpo IgM que possui especificidade para a IgG. ➔ FR e IgG se unem para formar imunocomplexos (tipo III). Sensibilidade (facilidade que o exame tem de detectar a doença – podendo de detectar falso positivo) do FR é ~ 60% e especificidade é ~ 80%. O RF também pode formar complexos com IgA. ➔ Os imunocomplexo ativam C5a (complemento), um agente quimiotático para neutrófilos e outros leucócitos entrarem no espaço articular. Artrite reumatoide Lorena Bressanini Siqueira ➔ Causando sinovite crônica – o tecido de granulação NÃO é comum na sinovite, mas sim um tecido fibroso limpo, sem presença e formação de células, Pannus eventualmente ocorrem. ➔ Pannus é um tecido de granulação que é formado dentro do tecido sinovial por fibroblastos e células inflamatórias que liberam citocinas (ILs, TNF) destruindo a cartilagem articular e levando à fusão da articulação por tecido cicatricial (anquilose). ➔ Não há inflamação apenas de articulação, trata-se de uma doença sistêmica e pode atacar outros órgãos também. ➔ Tecido de granulação: infiltração linfocitária com linfócitos, neutrófilos, edema e proliferação vascular. • Reações de hipersensibilidade ➔ Tipo III: imunocomplexo mediado; ➔ Tipo IV: mediado por células T helper. ➔ Portanto, antígeno, fatores de risco, microrganismos são gatilhos, que ativam MHC fazendo com que linfócitos T CD4 reconheça como estranho, produz citocinas, fatores de necrose tumoral TNF, ativando células B que produzem imunoglobulinas que se juntam ao antígeno e forma imunocomplexo, que se deposita e ativa complemento, interleucinas, recrutando mais linfócitos, fazendo a inflamação. Prostaglandinas – outro agente inflamatório também é ativado, há também ativação endotelial para diapedese, sendo um processo cíclico e sem pausa. • Achados clínicos ➔ Envolvimento simétrico das articulações metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais com notável conservação das interfalangeanas distais → importante para diferenciar da OA ➔ Rigidez matinal maior que 1 hora. ➔ Alterações Articulares: - Desvio ulnar bilateral nas articulações metacarpofalangeanas. - Deformidade em “pescoço de cisne” *Flexão da articulação interfalangeana distal. *Extensão da articulação Interfalangeana proximal. - Deformidade de Boutonnière ou casa de botão, inverso do pescoço de cisne. *Extensão da articulação interfalangeana distal. *Flexão da articulação Interfalangeana proximal. • As radiografias das mãos mostram erosões ósseas ao redor das articulações envolvidas e osteopenia periarticular. • Outras articulações comumente envolvidas na artrite reumatóide incluem a coluna cervical, ombros, cotovelos, quadris, joelhos e pés. ➔ Alterações Pulmonares: - Pleurite crônica com efusões – mais comum, fibrose intersticial e bronquiolite obliterante. ➔ Doença hematológica: - Anemia de doença crônica. Lorena Bressanini Siqueira - Síndrome de Felty – artrite reumatóide, esplenomegalia, neutropenia autoimune, úlceras em MMII). - Pode também incursar com anemia hemolítica auto-imune. ➔ Síndromedo túnel do carpo - Geralmente em paciente que mexem com computador. - Aprisionamento do nervo mediano sob o ligamento transverso do carpo. ➔ Espinha cervical - A coluna cervical inteira está freqüentemente envolvida. - A subluxação da articulação atlantoaxial é particularmente perigosa. OBS.: Risco de compressão da medula espinhal e risco de compressão da artéria vertebral, causando um acidente vascular cerebral. ➔ Nódulos reumatóides: - Nódulos ocorrem na superfície extensora dos dedos, antebraços e pontos de pressão (tendão de Aquiles, processo do olécrano) e nos pulmões. - A necrose fibrinóide está presente no centro dos nódulos com paliçada dos fibroblastos. - A presença de nódulos reumatóides correlaciona-se com títulos muito altos de FR. - Síndrome de Caplan: nódulos reumatóides no pulmão associado a pneumoconiose causada por sílica, amianto ou pó de carvão. ➔ Doença cardiovascular: pode inflamar todas as membranas corporais. - Pericardite fibrinosa e constritiva. - Aortite. - Vasculite de pequenos vasos por imunocomplexos. ➔ Vasculite é geralmente localizada ao redor dos tornozelos e está correlacionada com altos títulos de FR. ➔ Cisto poplíteo (Baker) - Extensão da bursa no espaço articular posterior devido ao aumento da pressão intra-articular. - Às vezes, rompe e disseca a região poplítea resultando em um aspecto semelhante a trombose venosa profunda (TVP) ou aneurisma de artéria poplítea (pulsátil). ➔ Alterações oculares - Episclerite e esclerite. ➔ Achados laboratoriais - Anticorpo antinuclear (ANA) positivo em 30% dos casos. - FR positivo em 70% a 90% dos casos. - O peptídeo citrulinado anticíclico (anti-CCP) tem uma especificidade de 95% a 98% e uma sensibilidade de 68% a 80%. * Mais comum na artrite reumatóide inicial. - Complemento C3 sérico aumentado ou normal. - Diminuição do complemento C3 do líquido sinovial. - PCR e VHS são aumentados. - Proteína sérica total está aumentada. * Causada por um aumento de γ-globulinas IgG (IgG) na inflamação crônica. * Gamopatia policlonal na eletroforese de proteínas séricas. Lorena Bressanini Siqueira Segunda imagem é a presença de gota entre as interfalangeanas distais.
Compartilhar