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DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS

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INSTITUTO SUPERIOR POLITECNICO KANGONJO DE ANGOLA - ISKA 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS ECONOMICAS E SOCIAS E 
TECNOLOGICAS 
CURSO DE DIREITO 
 
DIREITO DOS RECURSOS NATURAIS 
 
 
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: DESAFIOS 
PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
 
 
 Docente 
Makumbundo Ngoma 
 
Luanda 
 2021 
 
 
DIREITO DOS RECURSOS NATURAIS 
 
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: 
DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
 
 
Curso: Direito 
Ano: 5º 
 
ELEMENTOS DO GRUPO Nº7 
 Adriana Dominguile 
 Clinton Lourenço 
 Eduina Pinto 
 Florença Ribeiro 
 Manuela Sita 
 Maria Luísa 
 Miria Morais 
 Sofia Manuel 
 
 Docente 
Makumbundo Ngoma 
 
Luanda 
 2021
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: 
DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
 2021
 
 
 
ÍNDICE 
RESUMO ................................................................................................................................... v 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 6 
2. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO .......................................................................... 7 
2.1 Justificativo: ................................................................................................................. 7 
2.2 Antecedentes: ............................................................................................................... 7 
2.3 Problemática: ............................................................................................................... 7 
2.4 Hipótese: ...................................................................................................................... 7 
2.5 Objecto de Estudo: ....................................................................................................... 7 
2.6 Objectivo Geral: ........................................................................................................... 8 
2.7 Objectivo Específico: ................................................................................................... 8 
2.8 Métodos e técnicas: ...................................................................................................... 8 
3. DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: DESAFIOS PARA A 
DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA ..................................................................................... 9 
3.1 Direito postivo ............................................................................................................. 9 
4. RECURSOS NATURAIS ................................................................................................. 11 
4.1 Recursos naturais: Sua definição e importância ........................................................ 11 
4.2 Classificação dos recursos naturais ............................................................................ 12 
4.2.1 Recursos minerais ............................................................................................... 12 
4.2.2 Recursos biológicos ............................................................................................ 13 
4.2.3 Recursos agro-pecuários ..................................................................................... 13 
4.2.4 Recursos florestais .............................................................................................. 13 
4.2.5 Recursos marinhos .............................................................................................. 13 
4.2.6 Recursos hídricos ................................................................................................ 13 
4.2.7 Recursos energéticos .......................................................................................... 14 
5. DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA......................................... 18 
5.1 Desafios de Angola vistos através do FMI sobre a Diversificação da Economia ..... 21 
5.1.1 Diversificar a economia ...................................................................................... 21 
5.1.2 Intervir nos bancos mais frágeis ......................................................................... 21 
5.1.3 O Imposto de Valor Acrescentado IVA ............................................................. 21 
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: 
DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
 2021
 
 
 
5.1.4 Atenção à dívida pública .................................................................................... 22 
5.1.5 Mudanças na taxa de câmbio .............................................................................. 22 
5.1.6 Menos subsídios, mais apoios ............................................................................ 22 
5.1.7 Fundo de protecção ............................................................................................. 23 
5.2 Sectores de Eleição Para o Investimento ................................................................... 23 
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 24 
7. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 25 
 
 
 
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: 
DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
 2021
 
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RESUMO 
Este trabalho visa discutir o direito positivo, e as relações entre os recursos naturais e os 
desafios para diversificação da economia. Embora uma pesquisa histórica sobre o termo 
‘direito positivo’ mostre que este tem suas origens na oposição clássica entre direito natural – 
direito positivo, e no movimento para a unificação das fontes do direito, somente estas razões 
não explicam todas as significações que ‘direito positivo’ tem actualmente. 
A equidade no acesso aos recursos ambientais deve ser enfocada não só com relação à 
localização espacial dos usuários actuais como em relação aos usuários potenciais das 
gerações vindouras. Um posicionamento equânime não é fácil de ser encontrado, exigindo 
considerações de ordem ética, científica e económica das gerações atuais e uma avaliação 
prospectiva das necessidades futuras nem sempre possíveis de serem conhecidas e medidas no 
presente. Os bens que integram o meio ambiente planetário, como a água, ar e solo, devem 
satisfazer as necessidades comuns de todos os habitantes da Terra. As necessidades comuns 
dos seres humanos podem passar tanto pelo uso como pelo não uso do meio ambiente sendo o 
impulsionador da economia daí a importância da sua diversificação com base numa estratégia 
de desenvolvimento sustentável. 
Os Recursos Naturais são susceptíveis de valorização ou não, essa é uma visão bastante 
restrita de abordar aquilo que existe na natureza e que é potencialmente utilizável, uma vez 
que a sua disponibilidade, custos de produção e distribuição geográficas diferem. A 
diversificação da economia passa por atrair mais e melhor investimento privado angolano e 
estrangeiro, para aumentar a produção nacional, diminuir as importações e potenciar as 
exportações dos sectores não petrolíferos. 
Palavras-chave: Direito positivo. Recursos Naturais. Diversificação da Economia. 
Interpretação dos bens essenciais. Desenvolvimento socioeconómico. 
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: 
DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
 2021
 
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1. INTRODUÇÃO 
As modificações no espaço natural ocorrem desde que o mesmo surgiu, porém, o homem 
como sendo um ser social por natureza tem acelerado ainda mais esse processo, com o 
objectivo de adaptá-lo (ou satisfazer) às suas necessidades. Essas transformações se 
intensificaram a partir do momento em que o homem aprimorou seus conhecimentos, 
tornando possível, através de novas técnicas, transformar de maneira maiságil a paisagem. 
Abordaremos de forma clara sobre o contexto do direito positivo angolano e recursos naturais 
e que os mesmos apresentam desafios inerentes a diversificação da economia nacional, visto 
que é um assunto bastante pertinente enquadramos todos os temas em pontos de maior 
destaque. 
O direito positivo angolano é fruto da vontade soberana da sociedade, que deve impor a todos 
os cidadãos normas voltadas para a assegurar às relações interpessoais a ordem e a 
estabilidade necessárias para a construção de uma sociedade justa. Dessa forma, a vontade do 
soberano contribui para a efectivação da justiça, de tal forma que ela deve ser observada 
sempre que não colidir com os mandamentos do direito natural, pois ele é a fonte da sua 
legitimidade. 
Os recursos naturais são componentes do meio ambiente que garantem a sobrevivência das 
espécies vivas no planeta. Em regra, todas as espécies vivas dependem de serviços 
ecossistémicos dos recursos naturais. Assim, eles possuem valores que não são apenas 
económicos, como também valores que lhes são inerentes, como os valores éticos. Estando, 
hoje, a sustentabilidade do planeta no centro das atenções mundiais, é preocupante e, ao 
mesmo tempo, necessária a análise das estratégias económicas de lucro utilizadas pelas 
empresas em decorrência de suas actividades estarem vinculadas, na maioria das vezes, à 
exploração de recursos naturais, gerando resíduos e degradando o meio ambiente, sem 
considerar os valores inerentes daqueles recursos. 
 
 
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: 
DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
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2. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO 
2.1 Justificativo: 
O Conhecimento antecipado do impacto das influências dos recursos naturais na 
diversificação da economia de Angola, e contribuindo para o desenvolvimento 
socioecónomico. 
2.2 Antecedentes: 
Kelsen, Hans (1996). Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes Acquaviva, Marcus 
Cláudio. Dicionário jurídico brasileiro. 
Ferraz Júnior, T. S. Introdução ao Estudo do Direito – Técnica, Decisão e Dominação. 4ª 
Edição. São Paulo: Atlas, 2003. 
MACHADO Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17 ed. São Paulo; 
Malheiros, 2009. 
2.3 Problemática: 
A Sociedade Angolana nos tempos actuais necessita urgente de um enquadramento lógico dos 
seus recursos naturais para a diversificação da sua economia. 
2.4 Hipótese: 
Se a utilização dos recursos naturais na sua íntegra de forma racional permitirá à sociedade 
angolana gozar de um bom desenvolvimento sustentável nos próximos anos fruto da 
diversificação da economia. 
2.5 Objecto de Estudo: 
Os recursos naturais como factor dominante na caracterização da sua natureza e interacções 
com os desafios da diversificação da economia. 
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: 
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2.6 Objectivo Geral: 
 A necessidade de enquadrar o Direito Positivo angolano e recursos naturais nos 
desafios da diversificação da economia. 
2.7 Objectivo Específico: 
 Argumentar e enquadrar o contexto do Direito Positivo angolano e recursos naturais; 
 Classificar os recursos naturais segundo a sua especificidade; 
 Sistematizar os Desafios da Diversificação da economia no contexto actual do País. 
2.8 Métodos e técnicas: 
Analítico-sintético: A partir deste se executou uma pequena síntese, posterior às consultas 
bibliográficas, permitindo trabalhar amplamente nos diferentes pontos orientados para o 
desenho da informação dos recursos naturais e os desafios da diversificação da economia. 
Hipotético-dedutivo: Método que permitiu determinar o problema científico e a hipótese, 
mas também se fez uso dele ao longo de toda a investigação para chegar a conclusões 
importantes que possibilitaram dar solução ao problema exposto na investigação, 
comprovando a hipótese traçada e resolvendo os objectivos propostos. 
 
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DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
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3. DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: DESAFIOS 
PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
3.1 Direito postivo 
O Direito positivo é o Direito escrito, gravado, codificado. As leis são escritas e aplicadas e, 
comparativamente, ao Direito costumeiro, é a melhor forma de assegurar as garantias 
constitucionais. Podemos concluir que o Direito positivo, é a ordem jurídica obrigatória em 
determinado lugar e tempo. 
Com isso, podemos considerar que o Direito positivo, é um sistema normativo que se 
fundamenta no costume e cujas disposições judiciais se vão conformando, de acordo com a 
prática constante do comportamento e conduta de um grupo social determinado, no pleito 
normativo. 
O direito positivo pode ser considerado aquele conjunto de normas jurídicas criado por meio 
de decisões voluntárias. O agente que, hoje, toma tais decisões é o Estado neste caso o Estado 
Angolano. 
Se as normas jurídicas estatais são criadas por decisões voluntárias, basta que a vontade do 
Estado se modifique para que novas normas jurídicas surjam e outras deixem de existir. O 
Estado angolano, por exemplo, diariamente cria novas leis, modificando seu direito positivo. 
Este, pois, torna-se mutável. 
Como cada nação tende a possuir seu Estado, o direito positivo torna-se regional, pois varia 
de território a território. O direito positivo angolano não é idêntico sequer ao da Namíbia, país 
vizinho. 
Dadas essa mutabilidade e essa variabilidade, o direito positivo torna-se relativo, pois não 
podemos afirmar que qualquer norma jurídica de um Estado nacional tenha valor absoluto. No 
máximo, seu valor está limitado às fronteiras do território do país. Para que consideremos 
uma norma jurídica positiva válida, devemos sempre ter em foco a autoridade que a positivou. 
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Muitos juristas adoptam uma perspectiva monista
1
, afirmando que o direito corresponde às 
normas criadas por decisão da vontade política dominante, que controla o Estado. Só existiria 
o direito positivo. 
Tal corrente, chamada de positivista, prega que as normas jurídicas são aquelas positivadas 
pelo Estado e não dependem de critérios externos a elas, como a moral, o costume, a religião 
ou o direito natural. Sempre que uma norma jurídica for criada de acordo com os 
procedimentos previstos pelo Estado (normalmente na Constituição), é considerada válida e 
deve ser obedecida. 
Mas ocorre que as sociedades contemporâneas são politicamente organizadas na forma de 
Estados, de tal forma que o direito positivo dessas sociedades é "o conjunto de normas de 
conduta obrigatórias estabelecidas ou autorizadas pelo próprio Estado e garantidas pelo seu 
poder". Portanto, embora não haja uma conexão necessária entre o direito positivo e direito 
estatal, essa identidade existe nos dias actuais em virtude da forma de organização prevalente 
nas sociedades. 
O Estado é o ente ao qual a sociedade atribuiu o poder legislativo, de tal forma que lhe cabe o 
monopólio da edição de leis. É certo que a sociedade continuou reservando a si mesma o 
poder normativo que ela exerce de forma consuetudinária, inclusive na elaboração de normas 
jurídicas. Também é certo que o direito de estabelecer contractos continua sendo reconhecido 
aos cidadãos. Porém, na actual configuração social, ambas essas fontes do direito foram 
subordinadas à fonte legislativa, o que significa que se atribuiu ao Estado a função de 
determinar os critérios de juridicidade. 
Dessa forma, é o Estado que actualmente estabelece as regras para o reconhecimento dos 
costumes válidos, bem como é ele que organiza o exercício da actividade normativa 
contratual. Assim, podemos afirmar que o direito positivo contemporâneo é o conjunto1
 Uma única teoria ou ideia. 
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formado pelas leis editadas pelo Estado e pelos costumes e contractos cuja validade é por ele 
reconhecida. 
O direito positivo, também referido como direito positivado, designa o conjunto de princípios 
e normas jurídicas aplicáveis a um determinado povo em determinada época. Directamente 
ligado ao conceito de vigência, o conceito de direito positivo compreende as leis, 
regulamentos e demais espécies normativas que no momento presente integram o direito de 
um território. Por definir-se em função de um lugar e de um tempo, seu conteúdo é variável. 
O conceito de direito positivo se interrelaciona e, portanto, não se confunde com o conceito de 
direito, que designa o fenómeno jurídico em si; e de ordenamento ou sistema jurídico, que 
expressa a dimensão hierárquica do direito positivo, que se caracteriza por sua unidade, 
coerência e completude. 
As duas principais teorias acerca das relações entre o direito e o Estado divergem quanto à 
natureza do direito positivo. Para a teoria dualística do direito, Estado e direito positivo 
seriam duas realidades distintas. Já a teoria monística entende que só existe um direito, o 
positivo, com o qual o Estado se confunde. Esta última corrente, portanto, iguala o direito 
positivo ao Estado que o produz. Há também uma teoria pluralista, minoritária, que afirma ser 
o direito positivo apenas uma dentre outras manifestações jurídicas, ao lado do direito 
canónico e outros. 
4. RECURSOS NATURAIS 
4.1 Recursos naturais: Sua definição e importância 
De uma forma simples pode definir-se recursos naturais como sendo os elementos da natureza 
com utilidade para o Homem com o objectivo de desenvolver a comunidade, o País e garantir 
a sua sobrevivência e o bem-estar ou conforto. 
São considerados recursos naturais tudo, aquilo que é necessário ao homem e que se encontra 
na natureza, dentre os quais podemos citar: o solo, a água, o oxigénio, a energia oriunda do 
Sol, as floresta, os animais, dentre outros. 
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: 
DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
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É importante saber que os recursos naturais: 
 Podem ser materiais ou não; 
 Sua origem é independe da acção do homem; 
 Não sofreram importantes transformações pela intervenção do homem. 
4.2 Classificação dos recursos naturais 
Os recursos naturais são imprescindíveis ao desenvolvimento humano nas diversas áreas de 
actividades, como, por exemplo, na indústria farmacêutica, têxtil, na geração de energia. Os 
recursos que a natureza disponibiliza aos homens são essenciais a sua sobrevivência e 
progresso. Aprenderemos, nesta aula, a classificá-los em relação a sua natureza. Os recursos 
naturais são classificados, segundo sua natureza, em recursos minerais, recursos biológicos 
(agro-pecuários, florestais e marinhos), recursos hídricos e recursos energéticos. 
4.2.1 Recursos minerais 
Os recursos minerais podem ser definidos como substâncias de ocorrências naturais que 
podem ser extraídas da terra e têm utilidade como combustível e matérias-primas. Carvão, 
petróleo e gás – chamados colectivamente de combustíveis – são, geralmente, incluídos nesse 
grupo, mas não são realmente minerais, já que são de origem orgânica. Os minerais são 
substâncias inorgânicas que podem ser formadas por um único elemento químico, como o 
ouro, a prata ou o cobre, ou por combinações de elementos. Alguns minerais estão 
concentrados em zonas de mineralização, em rochas associadas com os movimentos crustais 
ou actividade vulcânica. Outros podem ser encontrados em sedimentos, como os depósitos 
pláceres e depósitos aluviais, que contêm, além de areia, altas concentrações de minérios 
preciosos originários do intemperismo das rochas, transportados e depositados no leito de um 
rio, por exemplo. 
 
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4.2.2 Recursos biológicos 
Os recursos biológicos são a matéria e a energia que o ser humano pode obter dos seres vivos, 
tais como matérias-primas para o vestuário, calçado, mobiliário e alimentos. Incluem os 
recursos agro-pecuários, os recursos florestais e os recursos marinhos. 
4.2.3 Recursos agro-pecuários 
Os recursos agro-pecuários são os animais e as plantas que fornecem alimentos, como a carne, 
o leite, os ovos, os frutos, as hortaliças, as matérias- -primas para indústrias. Várias indústrias 
dependem desses recursos, como as de lacticínios, de panificação e de processamento de 
carnes. A indústria têxtil também utiliza matérias-primas, como o algodão e a lã (provenientes 
de recursos agro-pecuários). 
4.2.4 Recursos florestais 
Os recursos florestais são os produtos da floresta como as matérias-primas, alimentos e 
paisagem para recreio e lazer. A madeira é usada nas indústrias de mobiliário e papel. As 
resinas servem para a indústria das tintas e vernizes. Os frutos e sementes, como castanhas, 
nozes e pinhões, e os cogumelos comestíveis têm como destino a indústria alimentar. 
4.2.5 Recursos marinhos 
Os recursos marinhos incluem os animais marinhos e as algas que fornecem alimentos e 
matérias-primas. Diversas espécies de peixes, crustáceos e moluscos são capturadas para 
alimentação humana e as algas são colhidas, sendo matéria-prima para diversas indústrias, 
como a farmacêutica. 
4.2.6 Recursos hídricos 
Os recursos hídricos são as águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para qualquer tipo 
de uso de região ou bacia. As águas subterrâneas são os principais reservatórios de água doce 
disponível para o homem (aproximadamente 60% da população mundial têm como principal 
fonte de água os lençóis freáticos ou subterrâneos). 
DIREITO POSITIVO ANGOLANO E RECURSOS NATURAIS: 
DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
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Sendo a água um recurso renovável, estaria sempre disponível para o homem utilizar. No 
entanto, como o consumo tem excedido a renovação dela, actualmente, verifica-se um estresse 
hídrico, ou seja, falta de água doce, principalmente, junto aos grandes centros urbanos e 
também a diminuição da qualidade da água, sobretudo, devido à poluição hídrica por esgotos 
domésticos e industriais. 
4.2.7 Recursos energéticos 
Recursos energéticos são todos aqueles recursos que, directa ou indirectamente, originam ou 
acumulam energia. O carvão e o petróleo são recursos naturais energéticos. Por vezes, a água 
é também considerada um recurso energético, pois as barragens transformam a força da água 
em energia. Geralmente, os minerais não são energéticos, com excepção do volfrâmio, o 
urânio e o plutónio, por se tratar de substâncias radioactivas e usadas para a geração de 
energia. Renováveis (hidroeléctricas, energia solar e eólica) e não renováveis (carvão, 
petróleo e gás natural). 
Mesmo para aqueles países que à primeira vista podem parecer não possuir ou haver 
insuficiência em recursos naturais, uma análise mais cuidada, pormenorizada e atenta 
demonstrará a existência de diferentes recursos ou uma diversidade de recursos 
insuficientemente explorados ou desconhecidos. Daí a necessidade e importância de haver 
uma informação credível sobre a existência, a distribuição e localização espacial desses 
recursos bem como os factores económicos que influenciam o seu desenvolvimento e estudos 
ambientais. 
Ora, a procura de materiais de construção e a existência de vários tipos de inertes (areia, 
argila, burgau, brita, calcário, gesso, etc), apoiam o desenvolvimento fundamentalmente na 
construção de edifícios, obras públicas (pontes, estradas, caminhos de ferro, portos e 
aeroportos) e são a componente principal do betão. A extracção desses recursos naturais tem 
impacte sobre o solo, a atmosfera, vegetação, a qualidadeda água, a paisagem e produz outros 
impactes provocados pelo ruído. Pode concluir-se que a extracção de recursos naturais requer 
uma atenção especial por afectar o desenvolvimento sustentável se não for planificado 
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acompanhado e, monitorado porque envolve questões económicas, ambientais e 
socioculturais. 
A forma intensiva como muitos desses recursos têm sido aproveitados, pela sua própria 
disponibilidade e importância estratégica podem a prazo constituírem-se num verdadeiro 
desafio, seja quanto a sua exploração, ao desenvolvimento da sociedade, da regeneração ou 
mesmo da sustentabilidade. A necessidade do desenvolvimento impõe que cada País conheça 
o potencial dos seus recursos naturais, para além dos conhecidos e em exploração e actualizar 
as estimativas de recursos desconhecidos. A sua localização espacial, o conteúdo (que pode 
ser: geológicos, pedológicos, hídricos, biológicos e climáticos) e a sua utilização estratégica 
neste processo de desenvolvimento suscitam inquietações de ordem política, social e 
económica. A inventariação permite-nos responder a essas inquietações, mas também aferir a 
disponibilidade dos recursos (renováveis e não renováveis ou esgotáveis), e 
consequentemente, a sustentabilidade tão enfatizada no processo de desenvolvimento que 
tenha em conta as gerações vindouras. Não basta o conhecimento que resulta da 
inventariação, pois o tratamento da informação é tão importante quanto o é a inventariação. 
No caso do sistema de informação dever-se-á responder à questão que se relaciona com o tipo 
de dados e como organizar e arquivar, permitindo um fácil manuseamento e acesso. 
Exploração produção e transformação de recursos naturais Devido a sua posição geográfica a 
República de Angola tem potencialidades consideráveis em termos de recursos hídricos e 
biológicos. Quanto a disponibilidade potencial de águas subterrâneas, 95% alimentam 
directamente os rios e apenas 5% fluem para o mar. Tem ainda 47 bacias hidrográficas 
direccionadas para 5 vertentes principais: 
 Atlântico — 41%; 
 Zaire (Congo) — 22%; 
 Zambeze — 18%; 
 Okavango — 12% 
 Etosha — 4% 
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Angola tem uma longa história na produção de alguns minérios e de hidrocarbonetos e 
alguma experiência acumulada no que diz respeito à transformação de alguns desses recursos 
naturais em bens acabados de valor acrescentado. Por esta razão tem-se apostado na sua 
diversificação para além do petróleo e diamantes (exemplos: ferro, manganês, cobre, ouro e 
fosfatos). 
Para o âmbito restrito desta apresentação tomaremos apenas dois exemplos que se apresentam 
como transversais para compreensão do que se passa com os recursos geológicos, 
nomeadamente com os minérios e os hidrocarbonetos. Começando por abordar a questão dos 
minérios, o nosso país apesar da escassez dos dados, pois a inventariação do potencial de 
recursos naturais neste sector tem sido abordada com cautela, desde logo por que a 
informação resultante dela pode ter um carácter estratégico (a empresa a contratar tem de ser 
credível). O Sector mineiro é porventura, aquele que tem investimentos de alto risco, utiliza 
de forma intensiva o capital, empurrado pelo retorno atractivo, apesar de os ciclos de 
investimento serem longos, assiste-se uma forte concorrência entre as empresas que procuram 
se estabelecer no país. 
Este sector é geralmente considerado como actuando no "mercado de comodities" cujos 
preços são bastante voláteis, nos diferentes mercados e no nosso caso virado mais para 
exportação; trabalhando nesse ambiente a competitividade é intensa, exige a participação de 
empresas globais e aqui, devido as características de um mercado concentrado, as vantagens 
competitivas buscam-se a partir da base de custos e a diferença na entrada das operações, dito 
de outro modo, o foco é a eficiência nas operações. Importa realçar que tudo isto processa-se 
preferencialmente num ambiente macroeconómico estável, de existência de infra-estruturas, 
de mobilidade (livre circulação de pessoas e bens) e sobretudo de boa governação. Não menos 
negligenciável está também o acesso a financiamento, a segurança jurídica dos actos 
contratuais, as tributações e a qualidade das informações que resultaram do processo de 
inventariação e da existência de um sistema de informação acessível. 
Resumidamente, os recursos diamantíferos são procurados, descobertos, avaliados e 
explorados pelo Homem. Como actividade essencial para o bem-estar e melhoria da qualidade 
de vida por vezes tem levado à execução de projectos de prospecção mas que não conduzam à 
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DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
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degradação do ambiente nas zonas em exploração. Assim, a política das empresas é no 
sentido de preservar, melhorar, recuperar a qualidade ambiental, proteger a dignidade humana 
e promover o desenvolvimento, entre outros aspectos. Portanto, a prospecção e exploração de 
diamantes gera impactos macroeconómicos cada vez mais positivos e contribui para o 
crescimento da economia através de: 
 Captação de divisas; 
 Fluxos fiscais; 
 Promoção de oportunidades para o surgimento de empresas especializadas em 
actividades acessórias; 
 Criação de empresas; 
 Aquisição de tecnologias e criação de habilidades profissionais; 
 Criação de infra-estruturas económicas e sociais. 
O Governo joga um papel importante, definindo política e estrategicamente o modo de 
actuação no mercado interno através de mecanismo de regulação estável e como titular dos 
direitos originais fundiários detém as concessões. 
A República de Angola, como ficou atrás referenciado participa na produção de minérios e 
hidrocarbonetos há já várias décadas. No princípio a mão-de-obra especializada era escassa e 
o recurso à mão-de-obra expatriada foi a saída encontrada, enquanto, por outro lado, se 
preparavam técnicos angolanos. A passagem para uma economia de mercado, acentuou a 
necessidade de técnicos nacionais e da criação das empresas especializadas no sector de 
hidrocarbonetos - uma passagem de testemunho conhecida pela "angolanização do sector 
petrolífero". A angolanização do sector mineiro fez-se acompanhar do processo de 
implantação da indústria de transformação e refinação do petróleo e de lapidação dos 
diamantes, esta última com escritórios e centros de venda em Israel, Bélgica, EUA, Emiratos 
Árabes Unidos (Dubai), Índia e China. 
No sector petrolífero a empresa nacional de combustíveis de Angola (SONANGOL) passou a 
ser proprietária da refinaria de Luanda e projecta a construção da refinaria de Lobito, pois a 
actual refinaria de Luanda apenas satisfaz em ¼ as necessidades do País. 
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Por decisão do Governo parte destes recursos são afectados ao Fundo Soberano e outra, 
colocados ao serviço do desenvolvimento de outros sectores enquadrados na estratégia de 
diversificação da economia. Essa estratégia pretende um equilíbrio na estrutura económica do 
país mas dá especial atenção ao equilíbrio territorial, tendo em conta que a distribuição 
espacial dos recursos não é homogénea e o risco de desertificação de zonas deprimidas e não 
detentoras de recursos em exploração deve ser mitigado por mecanismos de combate às 
assimetrias regionais subjacentes nesta estratégia. 
A actividade extractiva, quer se trate de rochas, de minérios ou de fluidos produz sempre 
elevados impactes negativos no território que exigem por seu lado a compatibilização de 
objectivos que a economia persegue com a sua exploração e as necessidades de conservação 
da natureza esobretudo das áreas protegidas. 
Conscientes dos custos sociais que a exploração de recursos acarreta para as populações 
locais, o Governo impõe que as empresas intervenientes na exploração de recursos assumam a 
chamada responsabilidade social: investindo no sector social via autoridades locais ou 
utilizando o terceiro sector, mantendo um relacionamento e diálogos permanentes com as 
comunidades na inventariação das suas principais necessidades no domínio das escolas, 
postos e centros de saúde, parques infantis e outras obras sociais. 
5. DESAFIOS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA 
A diversificação da economia é considerada como a melhor estratégia para resolver os 
problemas criados pela dependência dos recursos naturais, conhecida na literatura económica 
como “the natural resources curse” 
2
. 
A desigual repartição do rendimento e a excessiva concentração da riqueza em Angola são um 
caso flagrante da influência perversa das receitas petrolíferas e diamantíferas. Portanto, este é 
que é o problema e não o facto de se ter recursos naturais. A diversificação só será uma 
 
2
 Naturalmente que é muito melhor os países possuírem recursos naturais, renováveis e não renováveis, do que 
não detê-los. 
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estratégia correcta se os mecanismos de reprodução das desigualdades sectoriais e pessoais se 
não transferirem para o cerne do processo de se tornar a estrutura económica mais abrangente, 
em ter-mos de actividades, regiões e pessoas. 
Ainda que os resultados palpáveis apenas aconteçam no médio/longo prazo, sendo, por isso, 
necessário começar já a traçar-se estratégias concretas e a definir-se rumos viáveis. Mas o 
tempo não é a única restrição. A capacidade de financiamento é outra, seguramente mais 
determinante do que a primeira. Enquanto o petróleo existir e as economias desenvolvidas e 
as emergentes necessitarem desta fonte primária de energia, Angola tem este problema 
resolvido. No entanto: 
 A utilização das receitas daí advenientes tem de ser feita na base de outros critérios de 
maior rigor económico e total transparência social. 
 A aposta na valorização do capital humano tem de ter outros contornos e apresentar-se 
muito mais ousada e estruturante. Se assim não for, dificilmente a diversificação da 
economia vingará e se evitará ter de competir externamente pelos custos, o mesmo é 
dizer, pela via de salários baixos e de valor agregado interno reduzido. 
 A solução de médio/longo prazo enunciada não resolve o problema do emprego, 
porque a maior parte da mão-de-obra das economias africanas apresenta um perfil 
baixo de qualificação produtiva, dificilmente reconvertível às exigências da solução 
tecnológica exigida pela diversificação e concorrência em mercados abertos. A curto 
prazo e longo prazo em Angola coloca-se do modo seguinte: 
No curto prazo, terão de ser estritamente mantidos os equilíbrios financeiros 
conseguidos, ainda que dependentes em excesso do petróleo, e ganhar-se 
competitividade pelos preços, sendo para isso fundamental reduzir os custos de 
contexto acima enunciados. Esta abordagem pode permitir a manutenção de ritmos de 
crescimento do PIB em redor de 7-8% ao ano, com efeitos interessantes sobre a 
capacidade de geração de emprego e renda. 
No longo prazo, a rota é a do aumento sustentado da produtividade e da negociação 
dum contrato social sustentável de partilha justa dos ganhos da diversificação entre 
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trabalho, capital e tecnologia. A sustentabilidade exige, simultaneamente, eficiência e 
crescimento económico, sem o qual não haverá novos recursos para distribuir. 
 Os ganhos de eficiência podem, no entanto, ser exigentes em flexibilidade salarial e 
mobilidade laboral, premissas algo incompatíveis com um contrato social de pendor 
fortemente redistributivo. De resto, a elasticidade dos despedimentos é, 
adicionalmente, reclamada pela equidade inter-relacional, que pode pôr em causa o 
direito ao emprego permanente. 
É isso que a diversificação da economia tem de criar. Mas, atenção: a diversificação o seu 
processo e as políticas e estratégias adequadas não devem promover um sector não-petrolífero 
transaccionável baseado numa excessiva protecção (em tese baseado em qualquer protecção), 
porquanto isso equivale a falsearem-se as regras de concorrência internacional. O sector 
não-petrolífero da economia angolana é constituído pelas seguintes actividades: agricultura, 
pecuária e florestas, pescas, manufactura, energia e águas, construção, extracção de 
diamantes, prestação de serviços não-mercantis (Estado) e serviços mercantis diversos 
(comércio, transportes, actividades bancária, financeira e seguradora, telecomunicações, 
correios, etc.). 
Segmentando a economia não-petrolífera em dois sectores tem-se: sector transaccionável 
agricultura, pecuária, florestas, pescas, diamantes, manufactura, actividades bancárias, 
financeira e seguradora e telecomunicações; sector não-transaccionável construção, energia e 
águas, transportes internos, algumas componentes do comércio interno e serviços 
não-mercantis.
3
 (Ver Anexo A – Sectores de Eleição Para o Investimento) 
 
 
3 Perkins et al. (2001) sinaliza as condições para um arranque sustentado da indústria, afirmando o factor 
população/poder de compra nacional como essencial para o crescimento da indústria. para os países grandes – 
em termos populacionais e de poder de compra – estudos internacionais e evidências empíricas diversas 
sinalizam uma forte correlação entre rendimento médio e participação da indústria no PIB. 
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5.1 Desafios de Angola vistos através do FMI sobre a Diversificação da Economia 
Para o FMI
4
, é preciso continuar a ajustar a economia angolana ao “novo normal” dos preços 
do petróleo. E a necessidade de "programas sociais bem orientados para os mais vulneráveis”. 
5.1.1 Diversificar a economia 
Angola deve promover “a diversificação económica, melhorando o ambiente de negócios”, e 
reforçar “o papel do sector privado na reconstrução de infra-estruturas”. Este é “o principal 
desafio económico” deste país e para o atingir é preciso que haja uma redução dos custos no 
sector não petrolífero e “a resolução dos constrangimentos em termos de capital físico e 
humano”. Existe a necessidade de “simplificar e agilizar os procedimentos para a emissão de 
vistos de trabalho”, de modo a desenvolver o sector privado e atrair investimento directo 
estrangeiro. Depois, “é importante tentar reduzir a grande presença do Estado na economia”. 
5.1.2 Intervir nos bancos mais frágeis 
Para o FMI, as autoridades angolanas têm de realizar “avaliações rigorosas da qualidade dos 
activos” dos bancos, e recapitalizar ou encerrar as instituições financeiras mais fracas (o 
banco público BPC
5
 já foi intervencionado). 
5.1.3 O Imposto de Valor Acrescentado IVA6 
Para o FMI, a baixa das receitas petrolíferas tem de ser compensada por uma “racionalização 
da despesa” (por exemplo, não deve haver aumentos salariais), e por mais receitas não 
petrolíferas. Nesta estratégia engloba-se o alargamento da base tributária, uma agência de 
administração fiscal única, o “reforço das inspecções fiscais e uma melhor aplicação da 
tributação dos bens imóveis”. 
 
 
4
 Fundo Monetário Internacional 
5
 Banco de Poupança e Crédito 
6
 Imposto do Valor Acrescentado 
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Página | 225.1.4 Atenção à dívida pública 
Com uma maior necessidade de se endividar para fazer face às despesas, Angola deve 
“reforçar a credibilidade da lei da dívida pública” com a introdução de uma cláusula de 
salvaguarda que permita ir além dos 60% do PIB “quando a economia for sujeita a um grande 
choque exógeno”, tal como acontece agora. Ao mesmo tempo, de acordo com o FMI, deve ser 
aplicado um “mecanismo transparente para assegurar a convergência ao longo do tempo” até 
voltar a chegar ao tecto dos 60%. Embora o FMI considere que a dívida pública está em 
níveis sustentáveis, a tendência de crescimento tem de começar a ser invertida. 
5.1.5 Mudanças na taxa de câmbio 
Com o mercado negro completamente desfasado do oficial na taxa de câmbio Kwanza/Dólar, 
o FMI alerta que é necessário “passar para um regime de taxa de câmbio flexível mas 
administrada”. 
Por parte do Banco Nacional de Angola, que recebe, por exemplo, as divisas dos impostos 
pagos pelas petrolíferas internacionais, este “monitoriza atentamente as oscilações da taxa de 
câmbio tendo em vista o objectivo de manter a estabilidade de preços na economia”, e 
“intervém constantemente” no mercado com leilões de divisas e vendas directas. Uma maior 
flexibilidade da taxa de câmbio, diz o FMI, é “fundamental para salvaguardar a estabilidade 
macroeconómica”. No entanto, destaca, tem de haver uma abordagem “gradual”, de modo “a 
impedir o aumento das pressões inflacionárias. 
5.1.6 Menos subsídios, mais apoios 
Para o FMI, deve acabar-se com os subsídios à gasolina e ao gasóleo. Da mesma forma, 
defende a eliminação dos subsídios “à tarifa da electricidade e da água à medida que os 
investimentos em curso aumentam a oferta”. No entanto, diz, devem ser criadas taxas sociais 
para “proteger os pobres”. Neste último aspecto, chama-se também a atenção para o uso de 
verbas orçamentais para “expandir programas sociais bem orientados para os mais 
vulneráveis”. 
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5.1.7 Fundo de protecção 
Seria importante que Angola adoptasse um “quadro orçamental de médio prazo melhorado, 
centrando-se em regras de despesa e num fundo de estabilização fiscal bem concebido” de 
modo, refere o FMI, a reduzir “a pró-ciclicidade da despesa” no futuro e que atenue as 
oscilações do preço do petróleo. Este fundo teria “regras claras” de depósitos e levantamentos. 
Ao mesmo tempo, o fundo devia avaliar “as necessidades de despesa associadas à 
manutenção e execução de projectos de investimento logo que estejam concluídos” e aprovar 
apenas os projectos para os quais haja “espaço orçamental para as suas necessidades de 
despesas correntes no futuro”. 
5.2 Sectores de Eleição Para o Investimento 
 
Fonte: Política para a diversificação da economia, Setembro de 2016. 
 
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6. CONCLUSÃO 
Em suma, o Direito Positivo angolano, está vertido em linguagem, porque elege formas 
linguísticas aptas a materializar a regulação da própria sociedade. Portanto, o conjunto de 
regras instituídas para regular a vida em sociedade comporá o sistema do Direito Positivo. 
Entendemos, ainda, que o Direito Positivo como objecto cultural, produto da actividade 
humana e, por isso mesmo, uma linguagem. Sendo uma camada de linguagem na função 
prescritiva, que visa orientar condutas intersubjectivas, implantando valores. Consequência 
inexorável é compreender que o valor existe para o Direito Positivo, está em sua raiz, na 
própria instituição do binómio “Lícito e Ilícito”. 
E os recursos naturais, pela ordem de importância na economia, e olhando para o seu conceito 
e sobretudo para a sua classificação, rapidamente concluímos que é bem verdade a tese de que 
muitos dos nossos países são pobres têm recursos naturais. O que se passa, na realidade, é a 
falta em primeiro lugar de inventariação e de um sistema de informação acessível e em 
segundo lugar é o aproveitamento ainda insuficiente que fazemos de todas as potencialidades. 
Para países, como o nosso, onde mesmo sem inventariação se exploram com intensidade 
alguns dos recursos disponíveis a necessidade de preservação e defesa do meio ambiente 
torna-se um desafio apesar das gritantes carências que podem incentivar um aproveitamento 
exaustivo dos recursos naturais. 
A diversificação da economia é, do mesmo modo, apelativa dum conjunto de serviços 
públicos que o Governo deve prover: investimento na agricultura (em conjugação com 
serviços de extensão rural) e na indústria transformadora, redes de segurança social, sistemas 
de abastecimento de água e electricidade para a agricultura e indústria, sistemas de transportes 
rodoviários eficientes, ambiente de negócios mais transparente e menos burocratizado, rede de 
escolas e universidades de elevado grau de eficiência e rede de serviços de saúde que 
contribua para o incremento da produtividade da força de trabalho e para o bem-estar da 
população. As estratégias de diversificação, de acordo com as referências recolhidas de várias 
fontes que têm estudado este processo, devem ser elaboradas sob o maior consenso nacional 
possível, envolvendo todos os níveis institucionais, públicos e privados, para o que se 
necessita de reforçar a capacidade de discussão e participação. 
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7. BIBLIOGRAFIA 
Dimoulis, Dimitri. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. 2ª edição. São Paulo: 
RT, 2007. 
Ferraz Júnior, T. S. Introdução ao Estudo do Direito – Técnica, Decisão e Dominação. 
4ª edição. São Paulo: Atlas, 2003. 
Perkins, Dwight et al., Economics of Development, Fifth Edition, Norton & Company, 
2011. 
Bento, Vítor, O Nó Cego da Economia: Como Resolver o Principal Bloqueio do 
Crescimento Económico, Editora Bnomics, 2.a Edição, Novembro de 2010. 
Silva pereira, Caio Mário (1987). Instituições de direito civil. Rio de Janeiro: Forense. 
 Kelsen, Hans (1996). Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes Acquaviva, 
Marcus Cláudio. Dicionário jurídico brasileiro. 
MOTA, JOSE AROUTO. O valor da natureza: economia e política dos recursos 
naturais. São Paulo: Garamound, 2006. 
MACHADO Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17 ed. São Paulo; 
Malheiros , 2009. 
______. Direito Ambiental Brasileiro. 11 ed. São Paulo: Malheiros, 2003.

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