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MICROBIOLOGIA MEDICINA FTC 2020.1 PNEUMONIA POR BACTÉRIA ATÍPICA TÍPICA Comum, acomete mais pessoas. Bactérias que causam infecções bacterianas típicas. Geralmente as que acometem pneumonias. A característica da secreção muito purulenta amarelo-esverdeada, é típico das pneumonias bacterianas como o S. pneumoniae. A resposta inata é mais importante nas bactérias extracelulares. Ativam mais recrutamentos de células de fagócitos, neutrófilos, macrófagos. Vírus e bactérias intracelulares vão recrutar mais células NK (natural killer), na resposta imune inata. ATÍPICA A pneumonia atípica é uma infecção pulmonar causada por micro-organismos menos comuns que os da pneumonia normal. O termo atípico se refere a ausência de consolidação pulmonar, pouca ou nenhuma produção de escarro, elevação moderada da contagem de leucócitos e ausência de exsudato pulmonar. Normalmente afetam o septo alveolar e o interstício pulmonar. • Os agentes da pneumonia atípica provocam danos ao epitélio do trato respiratório e compromete suas defesas, facilitando infecções bacterianas secundarias. Ocorrem com baixa frequência. Mais raras Não causada pelos agentes comuns: - S.pneumoniae - H.influenzae - M. catarrhalis. Geralmente são de natureza intracelular, eles precisam entrar e se multiplicar, ficar inseridas nas células do hospedeiro. Isso tudo influencia na resposta imune do hospedeiro. As bactérias intracelulares, assim como os vírus, precisam ativar as células de CDK, consideradas como célula de resposta imune inata, linfócitos TCD8 para destruir aquela célula infectada que está com a bactéria ali dentro. Tipo de resposta será diferente, adaptativa. Resposta imune mediada de células. O anticorpo só consegue agir no patógeno quando ele está fora da célula, se a bactéria está dentro o anticorpo não vai conseguir neutralizar, oficializar a bactéria. Então já dificulta, pois é preciso desenvolver uma resposta celular. Similar a uma pneumonia viral, tosse menos produtiva (pode em alguns casos se desenvolver para tosse produtiva). Bactérias atípicas mais importantes: Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae. MICROBIOLOGIA MEDICINA FTC 2020.1 Bactérias pequenas. Não possuem parede celular, e por isso não vai existir a coloração de Gram. Mesmo não tendo parede celular, a bactéria pode ter outros fatores de virulência. São pleomórficas: arrendondadas e/ou filamentosas. Aeróbicas restritas Outras espécies MYCOPLASMA PNEUMONIAE Menores organismos capazes de autoduplicação. • Intracelular facultativo (não é obrigatório) Bactérias atípicas. • Não possuem parede celular • Possuem membrana celular com esterol e adesinas p1 (superantígenos que tem alta produção de citocina e também induz a parada do movimento ciliar vai resultar numa dificuldade de varredura dessa árvore traqueobrônquica e o microorganismo continua presente e se isso acontece ele continua se multiplicando e vai resultar na sintomatologia). Ele pode fazer parte da microbiota, sem causar problema nenhum. • Única bactéria que possui colesterol na membrana. • São pleomórficas: arrendondadas e/ou filamentosas, bacilar • Aeróbicas restritas (necessitam da presença de O2, para sua reprodução). A ausência da parede celular torna os micoplasmas resistentes as penicilinas, cefalosporina, vancomicina e outros antibióticos que interferem na síntese da parede celular. Tem que ser utilizado um antibiótico que tenha ribossomo, ou que tenha uma enzima da bactéria. Micoplasmas têm aspecto pleomórfico, variando de formas cocoides com 0,2 a 0,3 μm a bacilos de 0,1 a 0,2μm de largura e 1 a 2 μm de comprimento. SINTOMAS E PATOLOGIAS Febre baixa, mal-estar, dor de cabeça e tosse seca não produtiva se desenvolvem 2 a 3 semanas após a exposição; Traqueobronquite, faringite, pneumonia, complicações secundárias (neurológicas, pericardite, anemia hemolítica, artrite, lesões mucocutâneas). M. pneumoniae coloniza o nariz, a garganta, a traquéia e as vias aéreas inferiores dos indivíduos infectados, e é disseminada por gotículas respiratórias durante episódios de tosse; MICROBIOLOGIA MEDICINA FTC 2020.1 • A infecção geralmente se propaga de pessoa a pessoa; • O índice de acometimento é mais alto em crianças do que em adultos; • O período de incubação (02 a 04 semanas) e o tempo de infectividade são prolongados; assim, a doença pode persistir por meses. PATOGÊNESE O patógeno se adere ao epitélio respiratório através de uma estrutura específica chamada de ADESINA P1, que interage com os receptores glicoprotéicos que existem na base dos cílios de células epiteliais. O Mycoplasma causa a CILIOESTASE, seguido por uma destruição dos cílios e, por último, das células ciliadas. • A perda dessas células interfere na limpeza normal das vias aéreas superiores, permitindo a contaminação microbiana. Além disso, há irritação do trato respiratório inferior, o que causa a tosse persistente, presente em pacientes com a doença. Com a cronicidade da doença vai resultar num processo inflamatório e vai virar uma tosse produtiva de natureza diferente da outra tosse, natureza química. Mas o fato de não estar fazendo essa varredura em microorganismos, partículas ficarem ali, resultam um reflexo que é a tosse seca. O fato de estar destruindo os cílios. O Mycoplasma atua como um SUPERANTÍGENO, ou seja, não são processados pelos macrófagos e são capazes de se ligar a moléculas do complexo MHC na superfície dos macrófagos e aos receptores Th dos linfócitos. Isso permite que o M. pneumoniae convoque macrófagos e linfócitos para determinada região, produzindo grandes quantidades de citocinas (TNF ALFA, IL-1 e IL-6), o que provoca vários sintomas da doença. • Além disso, os Mycoplasmas possuem a capacidade de alterar a expressão de lipoproteínas de superfície, dificultando a identificação pela resposta imunológica. É um patógeno que adere ao epitélio respiratório por uma estrutura especializada de adesão que se forma em uma extremidade da célula; • A estrutura consiste em um complexo de proteínas de adesão, sendo adesina P1 a mais importante; • As estruturas de adesão interagem especificamente com receptores glicoprotéicos, o mais recorrente é o acido ciálico, que existem na base dos cílios das células epiteliais; • Depois ocorre a ciliostase seguida por destruição, primeiramente dos cílios e, em seguida, das células epiteliais ciliadas. DIAGNÓSTICO Microscopia sem valor são muito pequenos. • Cultura de lavados de garganta, brônquios MICROBIOLOGIA MEDICINA FTC 2020.1 ou do escarro expectorado (menos comum). • PCR ou teste imunoenzimáticos (ELISA). TRATAMENTO com Eritromicina, Tetraciclinas e Fluoroquinolonas. CHLAMYDIA PNEUMONIAE Bactéria intracelular, pequena. Gram. negativa Imóvel Tem parede, mas não tem camada de peptideoglicano. Ciclo de desenvolvimento bifásico: o corpúsculo elementar, metabolicamente inativo (forma infecciosa extracelular) permitido dentro da célula, e o corpúsculo reticular (forma intracelular); Não crescem em meios artificiais; intracelulares obrigatórios. • Ataca as células do epitélio colunar das membranas da mucosa. • Causam sinusite, faringite, bronquite e pneumonia. • Podem ser transmitidas por fômites, secreções e até mesmo moscas. Além de contato sexual e inalação de aerossóis. • Há uma relação ainda não muito bem esclarecida entre a C. Pneumoniae e a Arteriosclerose. A bactéria possui a capacidade de invadir e se reproduzir dentro de células musculares lisas, endoteliais da artéria coronária e macrófagos. Acredita-se, ainda sem provas, que há uma resposta imunológica a bactéria nas células endoteliais e musculares que causa a doença. CICLO DE CRESCIMENTO Uma célula típica ingere um corpúsculo elementar(EB) (célula em forma de pêra) de Chlamydia pneumoniae por endocitose vesícula (1); • C. pneumoniae impede a vesícula, que amadureceu em um fagossomo, de fusão com um lisossomo. Em vez disso, o EB se diferencia para formar um corpo reticulado (RB) (2); • Replicação por fissão binária (3) para formar uma inclusão madura; • A persistência pode ocorrer neste estágio em casos de estresse imunológico quando as células RB adotam um método não-replicante e não infeccioso forma persistente (4). Caso contrário, os RBs se diferenciam novamente em EBs (5); • São liberados por lise da célula hospedeira, após a qual outros tipos de células podem ser infectadas (6). O ciclo da C.pneumoniae dura 72 horas RESUMO: Uma célula fagocita um corpúsculo elementar por endocitose vesicular. A bactéria impede que a vesícula (agora um fagossomo) se funda com um lisossomo, impedindo a sua destruição e formando um corpúsculo reticulado. Há então, dentro da célula, reprodução por divisão binária. A partir daí, podem gerar uma forma não infectante e não replicante que é chamado de FORMA PERSISTENTE, ou podem se diferenciar e lisar as células, sendo liberadas para infectar outras células. MICROBIOLOGIA MEDICINA FTC 2020.1 As infecções por Chlamydia possuem resposta imune humoral e celular, com a produção de anticorpos contra o LPS e a proteína de sua membrana, além do envolvimento dos TCD4 e TCD8. DIAGNÓSTICO Exame citológico direto. • Isolamento em culturas. • Testes sorológicos ou moleculares TRATAMENTO com Tetraciclinas e Macrolídeos.
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