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MICROBIOTA - São microrganismos que estabelecem residência permanente ou não, sem causar infecções ou nenhum outro dano ao hospedeiro em situações normais. - Contudo, mediante algum tipo de desequilíbrio na microbiota cutânea, pode evoluir a um caráter patogênico - O grau de patogenicidade de ambos os grupos residentes e transitórios depende das condições de higiene, da resposta imune, e ainda em função da integridade da barreira protetiva da pele. - São encontrados também fungos, tais como Cândida spp. e Malassezia spp. (predominantes em áreas sebáceas), os quais coabitam juntamente com as diversas espécies bacterianas - Também foram identificados ácaros, tais como o Demodex na pele - Bactérias da microbiota cutânea são geralmente anaeróbicas e anaeróbias facultativas. Dividida em 2 grupos: ➢ Microorganismos residentes - Grupo relativamente fixo que se encontram rotineiramente na pele e, em caso de perturbação, ocorre o reestabelecimento. - Estes são normalmente considerados microrganismos comensais pois, a relação que estabelecem com a pele não é prejudicial e pode trazer benefícios para o hospedeiro, tais como: como inibição de espécies patogênicas, além de produção de ácidos graxos (ácido sapiênico) e sebo. ➢ Transitórios (comensais ou patogênicos) - Contaminantes com pouca ou nenhuma capacidade de crescimento ou reprodução no ambiente cutâneo - Por não residirem permanentemente na pele, originam-se do ambiente de forma a persistir na pele em período intermitente VOLTANDO A CARASCTERÍSTICAS GERAIS...... - Em áreas mais sebáceas, como a face e o tronco, vê-se o predomínio de espécies como Cutibacterium spp. e Staphylococcus spp - As regiões mais úmidas, como axilas e dobras do cotovelo e joelho, microbiota caracterizada pelo predomínio de Corynebacterium spp, Staphylococcus spp e beta-Proteobacteria spp - As áreas secas da pele, como antebraço, nádegas e partes da mão, são regiões que apresentam maior diversidade de espécies colonizando, sendo frequentemente encontradas bactérias representantes dos filos Actinobacteria, Proteobacteria, Firmicutes e Bacteriodetes - Embora exista uma variedade bacteriana ocupando diferentes nichos da pele, as principais espécies são Gram +, principalmente S. epidermidi. - S. epidermidis e P. acnes representam em torno de 6% da microbiota cutânea, sendo considerados como comensais na pele podendo auxiliar no combate de patógenos, de forma a regular a homeostase do microbioma PRINCIPAIS INFECÇÕES • S. epidermidis - Biofilme em catéteres - Espécie comensal na pele, porem infecções causadas por este microrganismo são bastante variadas e incluem: - Bacteremias, infecção de válvulas cardíacas, infecção de próteses de válvulas cardíacas, osteomielites, peritonites durante processos de hemodiálises ambulatoriais, mediastinites, prostatites, infecção de marcapassos permanentes, cateteres intravasculares, líquido cefalorraquidiano, uma grande variedade de aparelhos ortopédicos e infecções do trato urinário entre outras IMPETIGO - É a infecção cutânea mais comum na infância - Causada principalmente pelo Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes, isolados ou uma associação dos dois. - Sua transmissão é pelo contato direto com as lesões. - As lesões são pápulas e pústulas purulentas, que acabam formando crostas melicéricas, com aspecto acastanhado. - É mais comum no rosto, ao redor do nariz e boca, mas pode se apresentar por todo corpo. Existem 2 classificações para o impetigo, contudo o tratamento é o mesmo: • Impetigo não bolhoso, ou crostoso, é uma infecção superficial da epiderme. O tratamento inicial envolve cuidados com o local como limpeza e remoção de crostas, além da aplicação de antibióticos tópicos como Mupirocina 2%, ou antibiótico oral que cubra os dois agentes principais, o mais indicado é a Cefalexina. • Impetigo bolhoso, mais comum no tronco e causado por cepas de Staphylococcus aureus que produzem uma toxina epidermolítica. O tratamento recomendado é o mesmo indicado no impetigo crostoso, antibiótico oral que cubra Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes. SÍNDROME DA PELE ESCALDADA - Infecção causada por toxinas estafilocócicas que inclui o impetigo bolhoso e a síndrome do choque tóxico. - É uma doença mais comum em crianças na qual a toxina provoca descamação. - A evolução é autolimitada, com melhora entre 04 e 07 dias. O uso de um antimicrobiano oral de escolha é com cobertura antiestafilocócica. FOLICULITE, FURÚNCULO E CARBÚNCULO São infecções cutâneas com origem no folículo piloso e com agente principal Staphylococcus aureus. - A foliculite é a forma mais superficial, apresenta-se como pústula localizada na saída do pelo que, ao romper, evolui com formação de crosta. É uma doença com evolução benigna, na qual o tratamento consiste em limpeza e suspensão da depilação no local. - O furúnculo é a infecção de um folículo piloso através da derme, para o subcutâneo e forma um nódulo purulento, eritematoso com aumento da temperatura local e dor. O tratamento é baseado na complicação, tamanho e recorrência das lesões, administração oral é indicado em casos recorrentes, contudo no geral é adequado o emprego de compressas mornas e suspensão da depilação do local, assim como limpeza com sabonetes que contenha antimicrobiano. - Já o Carbúnculo ou Antraz (Bacillus anthracis) é a coalescência de vários furúnculos em uma única massa, infecção de vários folículos, com drenagem purulenta. No quadro clínico pode estar presente febre e sintomas sistêmicos. O tratamento nesse caso é recomendado a drenagem como principal abordagem e associado um antibiótico oral com cobertura para Staphylococcus aureus. ERISIPELA E CELULITE - É uma infecção de pele a qual o principal agente é Streptococcus pyogenes. - A erisipela é uma infecção mais superficial da derme caracterizado por edema, calor, eritema vermelho com margens bem definidas. O tratamento mais conhecido é com Penicilina G cristalina intramuscular ou ceftriaxona. - Já a Celulite é uma infecção mais profunda. Acomete a derme profunda e o subcutâneo, assim como no primeiro pode apresentar eritema, mas de uma tonalidade mais clara, rosáceo, e não é bem delimitado. Além disso, o paciente pode apresentar febre, calafrio e mal-estar. O tratamento aconselhado é oxacilina ou cefazolina em casos graves, em casos leves/moderados é com Cefalexina ou clindamicina. SOBRE APLICAÇÃO DE INJEÇÃO SEM ASSEPCIA LOCAL - Deve-se realizar assepsia da pele antes da aplicação de medicamentos injetáveis, independente da via (intradérmica, subcutânea, intramuscular, endovenosa), pois o procedimento minimiza os riscos de infecção local ou sistêmica. Essa é a recomendação de protocolos internacionais sobre segurança do paciente. - O procedimento de assepsia da pele deve ser realizado com álcool a 70%, friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto, de modo a evitar qualquer interferência do álcool na aplicação. - No entanto, no Brasil, não está indicada assepsia com álcool a 70% na administração de vacinas, para evitar possível interferência do álcool com o imunobiológico. - Somente se houver sujidade perceptível, a pele deve ser limpa com água e sabão ou álcool a 70%, principalmente se vacinação ocorrer extramuros ou em ambiente hospitalar.