Buscar

História da enfermagem-uma questão de gênero

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTÓRIA DA 
ENFERMAGEM- UMA 
QUESTÃO DE GÊNERO
ENFA. AMANDA NASCIMENTO
ESPECIALISTA EM SAÚDE DA FAMÍLIA,SESAU-PE
ESPECIALISTA EM URGÊNCIA,EMERGÊNCIA/UTI
História da Mulher na sociedade: 
A construção dos papéis, a escolha profissional, estabelecendo que a mulher, atendendo ao condicionamento
recebido desde a infância, escolhe uma carreira condizente com a sua condição feminina, como professora
primária, secretária, enfermeira etc., profissões que são consideradas por muitos como pouco qualificadas e
competitivas no mercado de trabalho.
Na Idade Média, as mulheres eram perseguidas como bruxas, à exceção daquelas que abandonavam suas
famílias e riquezas (diaconisas, abadessas, beguinas) para se dedicarem aos pobres e doentes. O gênero
masculino era representado pelos físicos e cirurgiões-barbeiros que se responsabilizavam pela cura dos males
físicos.
Idade Moderna, proliferaram as ordens religiosas de homens e mulheres que cuidavam dos corpos e almas dos
pobres e doentes, sendo que alguns são lembrados até hoje nas figuras de santos, como Santo Agostinho, São
Vicente de Paulo, entre outros. As mulheres, por sua vez, em ordens religiosas leigas, como as Irmãs de
Caridade, estabeleceram rituais de cuidados de enfermagem nos hospitais e domicílios, imprimindo suas marcas
à prática de enfermagem .
No século XIX, no Brasil, enquanto as mulheres operárias dividiam com seus maridos a lida diária, na
indústria têxtil e/ou cafeeira, as mulheres de classe social mais elevada eram exortada permanecerem em
casa, sendo desestimuladas a buscarem qualquer tipo de instrução.
No século XX, passou a não haver mais a obrigatoriedade do casamento e de sua manutenção, houve um
aumento crescente de mulheres estudando e trabalhando, mulheres representando mulheres nas lutas
políticas, ideológicas e houve algumas melhorias nas condições de trabalho e de vida.
O setor saúde expandiu seu processo de feminilização nos últimos anos para além daquelas profissões que
tradicionalmente são formadas por um contingente quase que totalmente feminino, como, por exemplo, a da
enfermagem e serviço social. Houve uma agregação gradativa de mulheres às profissões que eram
historicamente exercidas por homens, como a medicina, a odontologia e o direito.
As lutas femininas para conquistas sociais e políticas :
• 1919, foi criada a Liga para Emancipação Intelectual da Mulher no Brasil.;
• 1962, o movimento feminista brasileiro conseguiu o reconhecimento da mulher como um ser capaz do
ponto de vista civil.
• 1975 ,nos EUA, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu como o Ano
Internacional da Mulher.
• 1975, na Conferência Internacional da Mulher, foi proclamado o período de 1976 a 1986 como a Década
da Mulher.
A questão de gênero na Enfermagem:
Mulher na enfermagem= Sinônimo de:
• Vocação( chamado de Deus) / Profissão
• Papel da mulher na família- cuidadora, cuidadoras de idosos, doentes, portadores de
deficiência física- detentora de conhecimentos acumulados e transferidos por gerações,
de mulher para mulher;
• Caritativo e religioso- (Exclusivamente feminino) Freiras, irmãs de caridade /Forma
abstrata e prática;
• Renascimento na Europa : diminuição das obras de caridade, e trouxe consigo a
diminuição do espírito cristão/ Freiras substituídas por mulheres “baixa moral”, com
extensivas jornadas de trabalho, como não era profissão legitimada, recebiam pouca
remuneração pelo seu exercício.
• XVIII e XX, as enfermeiras no Brasil: leigas e religiosas ,irmãs de caridade, reproduziam
a ideologia da moralidade e dos bons costumes.
• Enfermeiras Europeias, eram provindas de classes sociais mais baixas, originadas dos
prostíbulos. Devido a isso, as enfermeiras eram tidas como “imorais” trazendo uma
imagem negativa à sua função.
Mudança na desvalorização da Enfermagem:
Tanto a enfermagem, como o feminismo liberal emergem liderados por mulheres de classe mais
abastadas, que tiveram acesso à educação superior:
Florence- Criação da primeira escola de Enfermagem – Incentivo para outras mulheres, selecionava a
partir de critérios rígidos;
Retirou a imagem negativa que existia, e atraiu novos olhares para outras camadas sociais.
Sistema Nightingaleano: Criação da identidade da enfermagem/ Características Femininas.
(cuidado aos doentes é tarefa que sempre coube à mulher e sempre lhe deve caber)
Sistema difundido em todo o mundo: Brasil
• O sistema nightingaleano atendia fortemente as necessidades, uma vez que contava em seu
treinamento enfermeiras altamente profissionais, de formação religiosa e acima de tudo submissas.
Aqui “constituiu-se uma relação institucional /hierárquica, na qual a enfermeira passou a ser
subordinada pelo médico.
• Ana Neri – Abre espaço para elevação do status social e moral da Enfermagem no Brasil. ser do
sexo feminino era pré-requisito para entrar na escola e tornar-se enfermeira diplomada;
• Criação da Escola de Enfermeiros e Enfermeiras- Ampliação do horizonte da atividade feminina,
proporcionar um meio honesto de subsistência –preparação de auxiliares dos médicos( Primeiras
escolas no Brasil)
“O caminho seguido pelas mulheres implicava em uma ruptura com o estabelecido nas relações de
gênero, à época, uma vez que os homens assumiam o papel condutor de atividades gerenciais e
profissionais naquela sociedade”.
O homem na enfermagem:
Precursores :
São Vicente de Paulo- missão visitar os doentes;
São Camilo de Lellis, que após apresentar uma enfermidade passou a cuidar dos doentes, fundou a
Congregação dos Ministros dos Enfermos;
São Domingos de Gusmão dedicou sua vida ao serviço dos pobres e enfermos;
São João de Deus acolhia e cuidava pessoalmente dos desamparados e doentes, em sua própria casa.
Na Pré-história: Nessa época a prestação de cuidados era uma responsabilidade feminina, devido à
mulher exercer o papel de cuidar da criação dos filhos, enquanto o homem era responsável por suprir
as demais necessidades. Apesar da presença feminina ser considerada como principal protagonista
desse período, muitos homens também participaram da prestação de cuidados como xamãs,
sacerdotes, mágicos, feiticeiros e curandeiros espirituais;
Na Idade Antiga: a história refere que os homens recebiam treinamento como enfermeiros. Existiam
muitos enfermeiros que ajudavam na assistência hospitalar (recém-criados). Com a prestação de
cuidados de enfermagem por homens surgiu o termo nasocomi que significava “homens que cuidam”
e desta advém o termo nosocomial que significa “adquirido no hospital”;
Na Idade Média: Os serviços de enfermagem na idade média eram desenvolvidos por freiras e
monges. Mas, com a propagação da “peste negra” que se espalhou por toda a Europa os homens
começaram a assumir as funções de enfermagem, ficando assim presentes nas ordens religiosas,
militares e não-militares.
Na Idade moderna: Florence Nightingale, estabeleceu padrões para cuidados de 
enfermagem, que ainda são usados até os dias atuais. Há época nenhum homem foi 
autorizado ingressar nos cursos, pois estes eram considerados inaptos para a 
execução de cuidados. (SAÍDA DOS HOMENS)
No Brasil:
A abertura das Casas de Misericórdia, antes do início da profissionalização da enfermagem,
o Padre José de Anchieta exercia as atividades de médico e enfermeiro no atendimento aos
necessitados.
Brasil Colônia, os padres Jesuítas também realizavam serviços de enfermagem, além de
treinar e supervisionar outras pessoas para a prestação de cuidados.
No século XVIII, frei Fabiano de Cristo exerceu atividades de enfermeiro, durante 40 anos
no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro.
“durante o século XVI até o alvorecer do século XX, as ações de saúde no Brasil, creditadas
atualmente à enfermagem no âmbito do feminino, eram desempenhadas, também por
homens, (enquanto barbeiros, cirurgiões, padres, monges, feiticeiros, curandeiros,
sacerdotes, auxiliares, entre outros.)”
Reingresso :
Em 1968, a reforma universitária modificouprofundamente o sistema de ensino
superior, alterando a organização, administração e o funcionamento de seus
cursos, gerando a necessidade de uma revisão filosófica dos currículos . A maioria
das escolas de enfermagem de nível superior só aceitava mulheres como alunas, e
utilizava-se a denominação enfermeira para se referir a essa profissional.
Porém com o vestibular unificado, abriram-se as portas da Universidade para os
homens que quisessem ingressar em qualquer profissão, inclusive a
enfermagem.(consideram que este foi o momento em que a profissão se assumiu
definitivamente na linguagem do masculino).
A partir da entrada de homens nos cursos de enfermagem, a situação começou
gradativamente a se transformar:
• passaram a assumir cargos de direção e chefias nas instituições de saúde e
entidades de classe ;
• o termo enfermeiro passou a ser utilizado na linguagem da profissão e nos
textos escritos sobre enfermeiras e enfermeiros.
Antes:
• O uso do termo enfermeiro, quando havia referência a cursos práticos da época, como
o de enfermeiros do exército e da polícia militar e os enfermeiros práticos, entendendo-
se, com isso, que, na verdade, eram cursos destinados a pessoas do sexo masculino,
envolvidas com as forças armadas, o que justifica plenamente o uso do termo.
• 1932, foi organizado o quadro de enfermeiros do exército, baseado em legislação
própria. A especificação do gênero masculino ocorria, especialmente, quando se
tratava de atividades ligadas às forças armadas
O uso do termo no Masculino: 
Justificativa inicial: uma profissão composta dos gêneros masculino e feminino deveria ser
referenciada pelo masculino, para atender as exigências da língua portuguesa;
implícita a confirmação da ideia de superioridade masculina histórica, que permeia
as relações entre mulheres e homens.
• Decreto que regulou o exercício da enfermagem no Brasil e fixou as condições para a
equiparação das Escolas de Enfermagem e instruções relativas ao processo de exame
para revalidação de diplomas, em seu Art. 1º estabelece que “só poderão usar o título de
enfermeiro diplomado ou enfermeira diplomada ou as iniciais correspondentes.
• Dia do Enfermeiro, pelo Decreto no 2956, de 10 de agosto de 1938, celebrado em
12 de maio;
A partir dessa reforma universitária, a identidade profissional feminina foi transferida para o
gênero masculino pelas próprias enfermeiras, como um tipo de renúncia à responsabilidade
do desenvolvimento da profissão ou como se elas (nós) não soubessem o valor da identidade
que possuem.
- ( para legitimar a prática como poder. Porém, como a prática é essencialmente feminina,
mantém-se o papel submisso, apesar da utilização do termo no masculino).
Porém, ainda não permitiu a abertura da profissão para uma igualdade de gênero e atraiu pouquíssimos
homens para atuar profissionalmente como enfermeiros. Todo esse contexto histórico facilita a
compreensão de que a enfermagem é uma profissão socialmente construída como feminina.
Dados COREN/COFEN é que > 85% é composto por mulheres.
MOTIVO?
• Homens que não seguem carreiras masculinizadas, são discriminados por serem considerados inferiores
e até mesmo questionados em relação às suas orientações sexuais, por optarem por uma profissão tida
como feminina. Dessa forma, acredita-se que a opção dos homens pela a enfermagem, bem como sua
inserção na categoria, é atravessada fortemente pelas dimensões de gênero;
• Enfrentam desafios e restrições de gênero, não sendo admitidos em algumas áreas como, ginecologia e
obstetrícia, pois geralmente as mulheres dão preferência as enfermeiras. Os homens enfermeiros ficam nos
cargos de liderança e em especialidades como urgência e emergência;
• Em uma coleta de exame citopatológico, (por exemplo), existe grande recusa por parte das mulheres em
serem atendidas pelo homem enfermeiro;
• optam por não se ingressar em profissões tidas como femininas e preferem seguir os caminhos sociais
hegemônicos e “normatizadores”.
“Apesar de a área da enfermagem ter sido construída como prática 
feminina, a presença dos homens na profissão já é uma realidade, o que 
pode representar rupturas importantes com estereótipos de gênero 
relacionados à prática do cuidado”.
Discussão: 
A enfermagem foi uma profissão essencial para a quebra de paradigmas no mercado de 
trabalho, que em sua hegemonia é dominada pelos homens;
Mostram que em diversas situações a mulher esteve em nível inferior ao homem, tendo 
destaque quando acompanhadas pelo saber masculino;
As profissões que envolvem força, poder, fama e riqueza, representadas, muitas vezes, pela 
engenharia, direito e medicina, são concebidas como masculinas. 
Outras profissões como enfermagem, magistério e entre outras são representadas como 
femininas, pois carregam, como já vimos, a atribuição de serem fáceis, frágeis, subordinadas 
e sentimentais.
A remuneração de um trabalho é um indicador de sua valorização pela sociedade.
E trabalhos tradicionalmente desenvolvidos por mulheres, como o de cuidados com
doentes,velhos e crianças, costumam ser menos valorizados do que os dos homens.
Uma das razões das baixas remunerações recebidas pelos(as) profissionais da área da
enfermagem deve-se à associação desses trabalhos com o sexo feminino e com os trabalhos
domésticos.
Há diferença entre a classe: Nível superior, médio, e entre o feminino e o masculino.
Ponto –chave:
A escolha profissional até os dias atuais estabelece que a mulher, atendendo ao
condicionamento recebido desde a infância, escolhe uma carreira condizente com
a sua condição feminina, como professora primária, secretária, enfermeira ... Ou
seja, profissões que são consideradas por muitos como pouco qualificadas e
competitivas no mercado de trabalho.
“A enfermeira, ao acompanhar os movimentos de transformação no 
mundo com relação posição da mulher na sociedade, vem assumindo-
se como cidadã, profissionalizando-se e conquistando o mercado de 
trabalho, além de assumir papéis públicos de direção e chefias, que 
antes eram apenas reservados aos homens”.
REFERÊNCIAS:
CUNHA, Y. F.F; SOUSA.R.R, GÊNERO E ENFERMAGEM: UM ENSAIO SOBRE A INSERÇÃO DO HOMEM
NO EXERCÍCIO DA ENFERMAGEM. Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde ISSN2177-
2754. Disponível em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/rahis/article/view/140-149.
PADILHA, M.I.C.S ; VAGHETTI, H.H; BRODERSEN.G, GÊNERO E ENFERMAGEM: UMA ANÁLISE
REFLEXIVA. R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2006 abr/jun; 14(2):292-300.Disponível em:
http://repositorio.furg.br/handle/1/1572.
https://revistas.face.ufmg.br/index.php/rahis/article/view/140-149
http://repositorio.furg.br/handle/1/1572

Continue navegando