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capitulo-03

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Métodos de Custeio e Critérios 
de Avaliação dos Estoques
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa 
(PROPEP)
Emilio Antonio Francischetti
Pró-Reitoria de Administração Acadêmica
(PROAC)
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância
(NEAD)
Márcia Loch
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Dayse de Lima Passos
Copyright © 2019, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por 
fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria de Graduação
(PROGRAD)
Virginia Genelhu de Abreu Francischetti
Pró-Reitoria de Pós-Graduação Lato Sensu e Extensão 
(PROPEX)
Nara Pires
1ª Edição
Sumário
Métodos de Custeio e Critérios de Avaliação dos Estoques
Para início de conversa… .................................................................. 04
Objetivo ........................................................................................... 05
1. Painel Básico da Contabilidade de Custos ................................ 06
1.1 Métodos de Valoração de Estoques ........................................ 07
2. Métodos de Custeamento ..................................................... 13
2.1 Formas de Custeio ............................................................... 32
Referências ....................................................................................... 34
4 Custos Empresariais
Para início de conversa…
A contabilidade de custos tem muitas especificidades peculiares deste 
ramo da contabilidade que variam desde os métodos de controle de estoques, 
até aos sistemas de custeamento, as formas de controles gerenciais etc.
Nesta unidade de aprendizagem, veremos os métodos de valoração 
de estoque: custo específico, Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS), 
Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS) e custo médio. Assim, veremos os 
métodos que são aceitos no Brasil e os que não são e como eles se comportam.
Na sequência, estudaremos os sistemas de custeamento: custeio 
variável, custeio por absorção, custeio ABC e custeio RKW. Igualmente você 
compreenderá quais são aceitos em nosso país e quais não são aceitos, mas 
que são grandes ferramentas gerenciais e, por consequência, importantes para 
os gestores nas tomadas de decisões.
Por fim, você terá uma breve introdução sobre o custo padrão, também 
conhecido como custo orçado, e o custo real, também conhecido como custo 
histórico. 
5Custos Empresariais
Objetivo
Compreender os métodos de custeio e critérios de avaliação de 
estoques.
6 Custos Empresariais
1. Painel Básico da Contabilidade de Custos
A fabricação dos produtos é um processo de transformação da 
matéria-prima e outros materiais em produtos finais ou acabados, assim 
sendo, temos a matéria-prima no início desse processo. A contabilidade 
irá registrar a compra da matéria-prima que permanecerá no estoque até o 
início da fabricação propriamente dita, quando esta será transferida para o 
estoque de matéria-prima em elaboração. Após a finalização da produção, 
este produto se tornará estoque de produtos acabados, estando pronto para a 
etapa de vendas, como pode ser visto na Figura 1. Após a venda, o estoque 
de produtos acabados se torna Custo dos Produtos Vendidos (CPV), sendo 
evidenciado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Figura 1: Fluxo de estoques industriais. Fonte: Adaptado de Padoveze (2010).
Nesse processo, também temos a utilização de mão de obra, de gastos 
gerais de fabricação etc.
ALMOXARIFADOS
Envia materiais para fábrica Expede os produtos 
acabados (vendas)
(Em processo)
Incorpora aos materiais;
Mão de obra, gastos e 
depreciação
Estoca materiais não 
requisitados
Estoca produção inacabada Estoca produtos acabados 
não vendidos
Requisição 
de materiais
Produção 
acabada
Custo dos Produtos 
Vendidos
PRODUTOS 
ACABADOS
FÁBRICA
PRODUÇÃO EM 
ELABORAÇÃO
7Custos Empresariais
As empresas possuem vários formulários/procedimentos específicos 
para o controle de materiais, desde sua compra até o final do processo. Para 
a compra de materiais, temos o pedido de compras, depois as cotações feitas 
junto aos fornecedores, a autorização de compra pela cotação mais vantajosa 
para a empresa, a nota fiscal eletrônica de venda dos materiais pelo fornecedor, a 
verificação dos itens pelo setor de almoxarifado, o registro efetivo dos materiais 
no estoque de matéria-prima da empresa por meio da ficha de controle de 
estoques, a requisição de materiais pelo setor de fabricação (Figura 1), o 
envio e registro do estoque de produtos acabados (há, também, o formulário 
de conformidade do produto de acordo com o setor de qualidade) e, por fim, 
a baixa do estoque de produtos acabados, mediante a emissão de nota fiscal 
eletrônica de venda e o reconhecimento do Custo do Produto Vendido (CPV).
1.1 Métodos de Valoração de Estoques
Quando a empresa recebe os materiais, estes devem ser registrados em 
fichas de controle de estoque que podem ser movimentadas pelos seguintes 
métodos:
 ▪ Custo Específico.
 ▪ Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS) ou também 
conhecido como First In, First Out (FIFO).
 ▪ Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS), conhecido como 
Last in, First Out (LIFO).
 ▪ Custo médio ou média ponderada.
Os métodos de avaliação de estoques objetivam exclusivamente 
separar o custo dos produtos entre o que foi vendido e o que 
permaneceu em estoque. Representa uma parcela extremamente 
importante no processo de controle de custos. Por fim, o que se 
denomina método de avaliação de estoque engloba, exclusivamente, 
procedimentos necessários ao registro da movimentação dos 
estoques. (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p.54)
8 Custos Empresariais
O custo ou preço específico é utilizado quando o valor unitário real de 
aquisição pode ser especificado e dado baixa no correto momento. Exemplo: 
Quando uma concessionária de veículos compra vários veículos da montadora 
ela registra cada veículo adquirido pelo custo específico, pois um pode possuir 
características básicas, outro pode ter acessórios diversos. Quando um dado 
veículo entra na concessionária ele é registrado na ficha de estoque pelo 
seu custo específico e quando ele é vendido, este item é baixado e podemos 
evidenciar o Custo do Produto Vendido pelo seu próprio custo específico.
Em se tratando de matéria-prima, este procedimento exige mais 
controle, geralmente é utilizado quando a empresa trabalha com projetos 
personalizados (um para cada cliente de acordo com suas especificidades).
Este tipo de método de avaliação de estoque é utilizado quando é 
possível fazer a determinação do preço específico de cada unidade do 
estoque e pode-se dar baixa, em cada venda, por esse valor. Dessa 
forma, no estoque final, seu valor será a soma de todos os custos 
específicos de cada unidade existente. Geralmente, esse método é 
usado em empresas que fabricam veículos, tratores, máquinas de 
grande porte etc. (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p.54)
Esse método pelo excesso de controle deve ser utilizado em empresas 
que movimentam materiais com aplicações específicas e de grande valor, de 
preferência que movimentam pequenas quantidades em estoque, geralmente 
por encomenda. A indústria naval, por exemplo, utiliza esse método para 
controlar seus materiais. Esse método é altamente recomendável pelos 
princípios contábeis e aceito pela legislação fiscal brasileira.
Quando se trata de PEPS os estoques têm sua movimentação registrada 
de acordo com o registro de entrada dos materiais, que serão os primeiros a 
saírem para o devido processo seguinte.
O critério PEPS pressupõe que os itens de estoque que foram 
comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro 
lugar e, consequentemente, os itens que permaneceremem estoque 
no fim do período sejam os comprados ou produzidos mais 
recentemente, conforme o CPC 16 – Estoques. (CREPALDI; 
CREPALDI, 2018, p.52)
9Custos Empresariais
Assim, podemos ver na Tabela 1 como se comporta as compras e 
vendas de materiais controlados pelo método PEPS. 
DATA
COMPRA VENDA SALDO
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO 
TOTAL
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO 
TOTAL
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO TOTAL
03/06/2019 100 25,00 2.500,00 100 25,00 2.500,00
03/06/2019 50 25,10 1.255,00 50 25,10 1.255,00
04/06/2019 30 25,00 750,00 70 25,00 1.750,00
50 25,10 1.255,00
05/06/2019 50 25,00 1.250,00 20 25,00 500,00
50 25,10 1.255,00
Tabela 1: Compras e vendas de materiais controlados pelo método PEPS. Fonte: Elaborado pela autora.
Na Tabela 1, verificamos que a primeira mercadoria comprada e 
registrada na ficha de estoque é a que está sendo dada baixa pelas devidas 
vendas. O método PEPS é admitido pela legislação fiscal segundo o Parecer 
Normativo CST nº 6, de 26 de janeiro de 1979.
Já no UEPS o último material comprado é o primeiro material vendido 
ou a ir para a produção/transformação. 
[...] o custo do estoque é determinado como se as unidades mais 
recentes adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as 
primeiras a sair. Supõe-se, portanto, que o estoque final consiste nas 
unidades mais antigas e é avaliado ao custo dessas unidades. Segue-
se que, de acordo com o método, o custo dos itens vendidos/saídos 
tende a refletir o custo dos itens mais recentemente comprados 
(ou produzidos) e, assim, os preços mais recentes. (CREPALDI; 
CREPALDI, 2018, p.57)
Na Tabela 2, podemos verificar o mesmo exemplo da Tabela 1, mas 
com o controle pelo método UEPS.
10 Custos Empresariais
DATA
COMPRA VENDA SALDO
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO 
TOTAL
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO 
TOTAL
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO TOTAL
03/06/2019 100 25,00 2.500,00 100 25,00 2.500,00
03/06/2019 50 25,10 1.255,00 50 25,10 1.255,00
04/06/2019 30 25,10 753,00 100 25,00 2.500,00
20 25,10 502,00
05/06/2019 20 25,10 502,00
30 25,00 750,00 50 25,00 1.750,00
Tabela 2: Exemplo de método de valoração pelo UEPS. Fonte: Elaborado pela autora.
O método UEPS não é aceito pelo Fisco, visto que, ao optar 
por esse método, a empresa pagaria menos imposto em relação 
a outros métodos que poderia adotar. Portanto, o método não é 
admissível nem pela ótica fiscal nem pelas normas de contabilidade. 
(CREPALDI; CREPALDI, 2018, p.58)
Isso pode ser visto em comparação com as duas tabelas (1 e 2) quando 
observamos que na primeira tabela, o custo do material vendido foi de R$ 
750,00 e, na segunda, foi de R$ 753,00 relativos à primeira venda realizada pela 
empresa. Dessa forma, o lucro da empresa irá diminuir e, consequentemente, 
a base de cálculo dos tributos também (em se tratando do regime tributário 
Lucro Real, cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ e da 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL), recolhendo menos para 
o Fisco.
O custo médio indica que o material será valorado por um valor 
médio do saldo existente em estoque.
É o método mais usado no Brasil e consiste em avaliar o estoque 
pelo custo médio de aquisição apurado em cada entrada de material, 
ponderado pelas quantidades adicionadas e pelas anteriormente 
existentes.
11Custos Empresariais
Segundo a Resolução CFC no 1.170, pelo critério do custo médio 
ponderado, o custo de cada item é determinado a partir da média 
ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período 
e do custo dos mesmos itens comprados ou produzidos durante o 
período. (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p.59)
O valor do material segundo o custo médio ou custo médio ponderado 
é determinado pela divisão do valor do saldo pela quantidade após cada entrada 
de material, como pode ser visto na Tabela 3.
DATA
COMPRA VENDA SALDO
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO 
TOTAL
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO 
TOTAL
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO TOTAL
03/06/2019 100 25,00 2.500,00 100 25,00 2.500,00
03/06/2019 50 25,10 1.255,00 150 25,03 3.755,00
04/06/2019 30 25,03 750,90 120 25,03 3.004,10
05/06/2019 20 25,03 1.251,50 70 25,04 1.752,60
Tabela 3: Exemplo de método de valoração pelo Custo Médio. Fonte: Elaborado pela autora.
Na tabela acima, podemos verificar o custo do material vendido na 
primeira venda, que, agora, ficou em R$ 750,90, valor este que ficou entre o 
resultado do PEPS (R$ 750,00) e do UEPS (R$ 753,00).
No Brasil, o custo médio ponderado é muito utilizado pelas empresas. 
Lembrando que os critérios aceitos pela legislação brasileira (Fisco) são o 
custo específico, PEPS e custo médio. Vale ressaltar também o impacto dos 
tributos na valoração dos estoques. 
Em se tratando de ICMS sabemos que este imposto é “não cumulativo”, 
havendo crédito de imposto na entrada de materiais (materiais diretos de 
fabricação e mercadorias para revenda) e haverá débito do imposto na saída 
(venda) das mercadorias ou produtos industrializados. No momento do devido 
recolhimento, há o encontro de contas e o ICMS creditado na entrada deverá 
ser abatido do ICMS debitado na saída, sendo recolhido para o Fisco somente 
a diferença.
12 Custos Empresariais
Atenção! Quando a empresa é enquadrada como Microempresa (ME) não haverá o crédito 
de ICMS na entrada das mercadorias. Outra informação importante: não haverá igualmente 
crédito de ICMS nas entradas, se na saída a venda não for tributada.
Exemplo: Venda de produtos ou mercadorias para a Zona Franca de Manaus, onde as vendas 
possuem isenção de impostos, na entrada (compra) desses materiais não haverá o crédito de 
ICMS.
Uma exceção de venda não tributada é a venda para fins de exportação. A venda para fora 
do país não é tributada, mas, mesmo assim, na entrada dos materiais adquiridos, haverá o 
crédito de ICMS, mesmo ocorrendo de a venda não ser tributada.
Essa informação deve ser considerada para haver o correto controle de 
estoques dos materiais, pois o valor a ser considerado no estoque será menor, 
abatendo o ICMS que será recuperado.
Podemos compreender melhor com o seguinte exemplo: uma indústria 
adquire 500 quilos de matéria-prima por R$ 1.000,00, com incidência de 
ICMS de 7% (Sabendo que a venda do produto que será industrializado e 
vendido pela indústria terá incidência de ICMS na venda (saída)). Quando a 
empresa compra a matéria-prima por R$ 1.000,00, o valor do ICMS já está 
embutido no preço e já foi recolhido para o Fisco pela empresa fornecedora 
da matéria-prima. Com isso, a indústria poderá se creditar do ICMS, fazendo 
a seguinte contabilização:
D - Estoque de matéria-prima R$ 930,00
D - ICMS a recuperar R$ 70,00
C - Fornecedores R$ 1.000,00
Importante
13Custos Empresariais
DATA
COMPRA VENDA SALDO
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO 
TOTAL
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO 
TOTAL
QTDE.
CUSTO 
UNIT.
CUSTO TOTAL
xx/xx/xxx 500 1,860 930,00 500 1,86 930,00
Tabela 4: Exemplo de valoração do estoque de matéria-prima com o crédito de ICMS. Fonte: Elaborada pela autora.
Assim, podemos observar, conforme Tabela 4, que o valor que será 
evidenciado no estoque de matéria-prima será de R$ 930,00 e não de R$ 
1.000,00.
O crédito pode ocorrer também em se tratando de Programa de 
Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade 
Social (COFINS) no regime não cumulativo, havendo a influência desses 
tributos na valoração dos estoques. A indústria/empresa deve estar sempre 
atualizada com as regras fiscais específicas para o setor em que ela se encontra 
e os produtos/mercadorias que ela fabrica/comercializa, pois existem isenções 
de tributos de acordo com o tipo de material que está sendo industrializado 
ou comercializado.
2. Métodos de Custeamento
Em se tratando de custos empresariais, existem métodos específicos 
para custeamento dos produtos. Quando falamos em custeamento estamos 
querendo revelar quanto foi utilizado para determinar os custos de 
transformação de um determinado produto, qual foi o acúmulo de valores 
envolvidos no processo de produção.
Método decusteio é o método usado para a apropriação de custos. 
Existem dois métodos de custeio básicos: custeio por absorção e 
custeio variável ou direto, que podem ser usados com qualquer 
14 Custos Empresariais
sistema de acumulação de custos. A diferença básica entre os dois 
métodos está no tratamento dos custos fixos. (grifo dos autores). 
(CREPALDI; CREPALDI, 2018, p.151)
O Custeio Variável, também conhecido como Custeio Direto, 
considera como Custo de Fabricação somente os Custos e Despesas Diretas 
ou Variáveis. Os Custos Indiretos ou Fixos são considerados juntamente 
com as despesas “operacionais” normais da indústria, como pode ser visto na 
Figura 2.
Figura 2: Esquematização do Custeio Direto. Fonte: Souza e Clemente (2011).
O método de custeio variável, também conhecido como custeio 
direto, é um tipo de custeamento que considera como custo de 
produção de um período apenas os custos variáveis incorridos, 
desprezando os custos fixos, os quais são tratados como despesas do 
período. Entenda que o termo custos engloba também as despesas 
variáveis. Nesse método, o custo unitário de produção do período 
será o total de custo variável dividido pela quantidade produzida, e 
o custo fixo será apropriado direto ao resultado do exercício, não 
passando pelo estoque. Fundamenta-se na separação dos gastos 
em gastos variáveis e gastos fixos, isto é, em gastos que oscilam 
proporcionalmente ao volume da produção/venda e gastos que se 
mantêm estáveis perante volumes de produção/venda oscilantes 
Custos e despesas 
variáveis
Produtos
Custos Fixos
Despesas do 
período
15Custos Empresariais
dentro de certos limites. No critério de custeio variável só são 
apropriados aos produtos os custos variáveis, ficando os custos fixos 
separados e considerados como despesas do período. (CREPALDI; 
CREPALDI, 2018, p.158)
O Custeio Direto classifica primeiramente os custos como fixos 
ou variáveis. São considerados custos fixos todos os custos que acontecem 
periodicamente e não são afetados (ou são pouco afetados) pela quantidade 
produzida. Já os custos variáveis são considerados todos os que variam 
proporcionalmente ao volume produzido. “Os custos diretos ou variáveis são 
gastos que não ocorrerão se não houver produção; os custos indiretos (fixos) 
são gastos que incorrerão ainda que a empresa industrial não fabrique sequer 
uma unidade no período”. (RIBEIRO, 2015, p.461) 
Historicamente, o material direto e a mão de obra direta têm sido 
considerados como custos variáveis, mesmo que em alguns momentos 
os Recursos Humanos (RH) das empresas considerem a mão de obra dos 
colaboradores como custo fixo. Nesse método de custeamento, os custos 
fixos que estão diretamente relacionados à estrutura da indústria não são 
considerados no custo do produto, sendo evidenciados separadamente na 
DRE. Dessa forma, não há necessidade de utilizar o rateio para alocar os 
custos fixos aos produtos. 
O custeio direto é baseado na margem de contribuição dos produtos 
para suportar o ônus dos custos fixos.
A margem de contribuição mostra como cada um desses produtos 
contribui, para, primeiramente, amortizar os custos e despesas fixos 
e, depois, formar propriamente o lucro. O conceito de margem de 
contribuição é associado à identificação do custo imediatamente 
“emergente” quando se inicia à atividade de venda. É, pois, o custo 
que varia de acordo com o volume vendido, ou seja, o que surge 
em função da ocorrência da atividade e que se chama “variável”, 
possibilitando o cálculo da margem. (DUTRA, 2010, p.244-245)
Esse método de custeamento tem cunho gerencial, permitindo a 
apuração da lucratividade real de cada produto. Mantendo o custo fixo 
separado, é possível ter maior controle desse tipo de custo.
16 Custos Empresariais
Do ponto de vista decisorial, o Custeio Variável tem condições de 
propiciar muito mais rapidamente informações importantíssimas à empresa, 
mas os Princípios Contábeis vigentes atualmente não aceitam a elaboração de 
Demonstrações de Resultado e de Balanços elaborados com base no Custeio 
Variável. Essa não aceitação do Custeio Variável não impede que a empresa o 
utilize para controle interno (gerencial).
 
Este método não é permitido pela legislação fiscal.
Vamos ver um exemplo? Considere uma empresa que trabalha 
produzindo um único produto e, no último período, produziu 10.000 unidades 
com os seguintes custos e despesas, conforme a Tabela 5:
CUSTOS/DESPESAS VALOR (R$)
Matéria-prima consumida no período (variável) 20.000,00
Mão de obra direta variável 10.000,00
Custos indiretos de fabricação variáveis 6.000,00
Despesas de vendas variáveis 8.000,00
Despesas de vendas fixas 5.000,00
Despesas administrativas fixas 19.000,00
Tabela 5: Custos e Despesas: Exemplo de custeio direto. Fonte: Elaborado pela autora.
Utilizando os dados do quadro obteremos um gasto variável total 
(custos e despesas variáveis) de R$ 44.000,00. Com isso, temos um gasto 
variável por unidade produzida de R$ 4,40 (R$ 44.000,00 / 10.000 unidades). 
Podemos, assim, montar a DRE conforme você pode verificar abaixo, 
considerando que este produto esteja sendo vendido por R$ 7,00 e que toda a 
produção foi efetivamente vendida, não possuindo nenhum estoque anterior 
desse produto:
Importante
17Custos Empresariais
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) pelo Custeio Variável
(+) Receita de Vendas 70.000,00 (10.000 x R$ 7,00)
(-) Gastos variáveis 44.000,00 (10.000 x R$ 4,40)
(=) Margem de contribuição 26.000,00
(-) Despesas fixas 24.000,00
(=) Lucro líquido 2.000,00
A principal finalidade do custeio variável é a determinação da 
contribuição marginal total ou unitária de cada objeto de custeio.
No custeio variável, a diferença entre o valor de vendas líquidas e a soma do custo 
dos produtos vendidos (que só contém Custos Variáveis) com as despesas variáveis 
(administrativas e de vendas) é denominada de margem de contribuição. Deduzindo-se 
desta, os custos fixos e as despesas fixas, obtém-se o lucro líquido.
O custeio representa um elemento essencial das atividades de 
contabilidade gerencial de uma empresa. O custo trata de estabelecer as 
despesas usadas por um produto, um grupo de produtos, uma atividade 
específica ou um conjunto de atividades das empresas. 
O custeio por absorção ou custeio pleno consiste na apropriação 
de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do 
período. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. O próprio 
nome do critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o 
procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou 
serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos relacionados 
à fabricação. É o método derivado da aplicação dos princípios de 
contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e 
pela legislação fiscal. Não é um princípio contábil em si, mas 
uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa 
forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações 
financeiras e para o pagamento do Imposto de Renda. grifo nosso 
(CREPALDI; CREPALDI, 2019, p.107)
Importante
18 Custos Empresariais
O método de Custeio por Absorção, do ponto de vista técnico-contábil, é o mais utilizado 
por seguir os princípios contábeis brasileiros e atender à legislação fiscal em vigor no país 
(DUTRA, 2010).
A peculiaridade principal no custeio por absorção é segregar os custos 
das despesas. A separação é essencial porque as despesas são reconhecidas 
imediatamente contra o resultado do período na DRE, por outro lado, 
somente os custos relacionados aos produtos vendidos serão evidenciados 
na DRE.
No Custeio por Absorção, todos os custos são apropriados aos produtos 
fabricados (elaborados). Dessa forma, serão utilizados tanto os custos diretos 
como os custos indiretos para compor o custo final do produto, conforme 
pode ser visto na Figura 3.
Figura 3: Quadro esquemático do custeio por absorção. Fonte: Adaptado de Dutra (2017).
Importante
Custos de 
produção
Despesas
Lucro
Variáveis- matéria-prima
- mão de obra direta
- energia elétrica (força)
- combustíveis das máquinas
Produção em 
elaboração
Estoque da produção 
acabada
( - ) CPV
( = ) Resultado bruto
Variáveis
- de vendas
Fixas
- administrativas
- de vendas
Fixos
- mão de obra indireta
- depreciação
-energia elétrica (iluminação 
da fábrica)
- supervisão
Resultado das vendas
( - ) Despesas de 
vendas
( - ) Despesas 
administrativas e de 
vendas
Estoque da produção 
acabada
( = ) Resultado líquido
19Custos Empresariais
A finalidade desse método é ter o custo total (direto e indireto) de 
cada objeto de custeio como forma de determinar a rentabilidade de cada 
atividade, avaliar os elementos que compõem o patrimônio e a compor uma 
informação significativa no auxílio à decisão de estabelecer os preços de 
vendas dos produtos e serviços.
Para isso, precisamos seguir o passo a passo abaixo:
 
I. Separar custos e despesas.
II. Alocar (apropriar) os custos diretos e indiretos aos produtos.
III. Levantar o custo dos produtos acabados.
IV. Levantar o custo dos produtos vendidos.
V. Levantar o resultado do período.
Podemos observar o seguinte exemplo a seguir: uma empresa industrial 
produz um único produto em determinado período de acordo com os dados 
de produção e venda, de acordo com o Tabela 6.
Matéria-prima direta R$ 130,00 p/unid. Despesas de vendas variáveis no período R$ 250.000,00
Mão de obra direta R$ 100,00 p/unid. Despesas de vendas fixas R$ 200.000,00
Custos indiretos variáveis R$ 45,00 p/unid. Despesas administrativas fixas R$ 340.000,00
Custos fixos R$ 950.000,00
Quantidade produzida 20.000 unidades
Quantidade vendida 15.000 unidades Preço de Venda R$ 600,00 p/unid.
Tabela 6: Dados para o exemplo de custeio de absorção. Fonte: Elaborado pela autora.
Utilizando os dados, verificamos que o custo unitário do produto soma 
R$ 322,50 [130,00 + 100,00 + 45,00 + (950.000 / 20.000)], pois consideramos 
todos os custos variáveis e fixos. Assim, conseguimos determinar o Custo 
20 Custos Empresariais
Total da Produção Acabada (CTPA), que é de R$ 6.450.000,00 (R$ 322,50 
x 20.000 unidades).
Montando a DRE desse período, temos a seguinte estrutura:
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) pelo Custeio por Absorção
(+) Receita de Vendas R$ 9.000.000,00 (15.000 unid. x R$ 600,00)
(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) R$ 4.837.500,00 (15.000 unid. x R$ 322,50)
(=) Resultado Bruto ou Lucro Bruto R$ 4.162.500,00
(-) Despesas Comerciais R$ 450.000,00 (R$ 250.000 + R$ 200.000,00)
(-) Despesas Administrativas R$ 340.000,00
(=) Resultado Líquido ou Lucro Líquido R$ 3.372.500,00
 
Dessa forma, ainda obtemos o estoque final dos produtos acabados do 
período no valor de R$ 1.612.500,00 (5.000 unid. x R$ 322,50) ou por meio 
da fórmula a seguir:
EF = EI + CTPA - CPV
Assim sendo:
EF = 0 + 6.450.000 - 4.837.500
EF = 1.612.500
Agora, veremos o Custeio por Atividade - ABC ou Custeio baseado 
em Atividades ou, ainda, Custeio ABC (Activity Based Costing), que 
administra os custos indiretos de fabricação em um primeiro momento. É 
uma forma mais sofisticada de apropriar os custos indiretos. Sua metodologia 
é muito semelhante ao critério RKW, de estilo alemão, e ao método de seções 
homogêneas, de estilo francês. 
RKW (Rationalisierungskuratorium der Deutschen Wirtschaft): trata-se de um método alemão 
de apropriação de despesas, através de Mapa de Distribuição ordenada entre departamentos, 
tendo como resultado os custos finais de cada setor de transformação e montagem, após a 
absorção dos valores das demais seções indiretas da produção.
Glossário
21Custos Empresariais
Há algum tempo, os profissionais de custos estavam à procura de um 
sistema que lhes permitisse, entre outras coisas, um melhor acompanhamento 
dos gastos empresariais, bem como a superação de distorções oriundas dos 
métodos tradicionais de custeio.
Alcançando progressiva aceitação entre as empresas que já se 
conscientizaram da necessidade de imediata resposta aos novos desafios da 
chamada “competição global”, o sistema de custeio baseado em atividades 
tem se caracterizado – à medida que cresce a sua aplicação – como um 
procedimento administrativo de inestimável valia.
Atendendo a essas exigências da administração moderna, o sistema 
de custeio ABC já desacreditou, ao que tudo indica, o título de “modismo” 
com que o círculo mais conservador costuma acolher, inicialmente, todas 
as novidades e agora se impõe como técnica indispensável a empresas que 
produzem uma variedade significativa de bens e/ou serviços, destinados a 
uma clientela igualmente diversificada.
Este método ABC surgiu nos Estados Unidos, nos anos 1980. Foi 
desenvolvido pela Universidade de Harvard por necessidade das Empresas 
que não conseguiam avaliar corretamente o impacto de seus custos fixos, com 
a finalidade de desenvolver um método que permitisse avaliar a agregação 
de valor das diferentes atividades que consomem, desproporcionalmente, 
recursos ao longo do processo e do mix de produtos/serviços. Foi criada 
basicamente pelos Profs. Cooper e Kaplan, portanto ABC é a sigla para o 
termo em inglês Activity Based Costing ou Custeio Baseado em Atividades.
Nesse método, ABC as atividades são o foco do processo de custeio. 
Os custos são investigados, relacionando as atividades aos produtos, com base 
na demanda por tais atividades pelo produto durante o processo de produção 
ou o serviço em questão. Portanto, as bases de alocação usadas no custeio 
baseado na atividade são medições das atividades executadas, que podem 
incluir horas do tempo de ajuste de máquina ou número de vezes em que isso 
foi feito, ou demais maneiras de distribuição em função da atividade que está 
sendo analisada, seja industrial, serviço ou overhead (custos indiretos). 
22 Custos Empresariais
Uma das importantes razões da crescente utilização e necessidade de 
uso desta tecnologia é o aumento dos gastos de overhead das empresas que, 
nos últimos anos, tem se tornado muito significativo.
O ABC tem por objetivo fundamental revisar o método e a 
filosofia de se apropriarem dos custos indiretos, buscando, através 
dos conceitos de rastreamento das atividades aos produtos, uma 
forma mais justa e objetiva de determinar os custos dos produtos 
e serviços.
Um dos destaques do ABC é o fato de incorporar avaliações 
e gastos que ultrapassam a área de produção. Nesse sentido, os 
gestores perceberam que atividades não produtivas necessitam de 
acompanhamento e avaliação tanto quanto aquelas efetivamente 
produtivas. (SILVA; LINS, 2017, p.65)
O método ABC demonstra a relação entre recursos consumidos (o 
que foi gasto: água, luz, salários, etc.), atividades executadas (onde foi gasto: 
produção, informática, vendas, etc.) e objetos de custo (para que foi gasto: 
produto A, Produto B, Atividade X etc.).
As atividades executadas são definidas como um conjunto de tarefas 
coordenadas e necessárias para a execução de um processo, consumindo 
recursos da empresa conforme podemos ver na Figura 4.
Figura 4: As premissas do sistema de custeio ABC. Fonte: Adaptado de Ferreira (2007).
Recursos Objetos de custo
Atividades
Indutores de custo
As diversas atividades consomem recursos e os 
produtos, por sua vez, consomem atividades
23Custos Empresariais
O processo é definido como um grupo de atividades que se relacionam 
e que são necessárias para gerar um produto ou serviço. São exemplos: processo 
de compras, processo de cobrança, processo de administração de recursos 
humanos, processo de administração da fábrica, processo de preparação de 
máquinas (setup) etc.
Nesse sentido, são exemplos de atividades:
 ▪ movimentar materiais e produtos;
 ▪ comprar matéria-prima;
 ▪ faturar clientes;
 ▪ projetar produtos;
 ▪ inspecionar produtos etc.
Enquanto no método tradicional a alocação é feita por meio de 
critérios de rateios limitados (geralmente, quantidade produzida/vendida); no 
ABC, há uma multiplicidade de critérios (denominados de geradores de custo 
ou cost drivers)cada qual específico à atividade (custo) a que se relaciona 
(por exemplo: número de notas fiscais emitidas, número de requisições de 
compras etc.).
Portanto, Cost Driver é o fator que causa mudança no 
desenvolvimento de uma atividade, mensurando os respectivos recursos 
exigidos por essa atividade.
O objetivo principal de um sistema de gestão de custos baseado 
em atividade é melhorar a qualidade, a precisão e, por conseguinte, 
a relevância das informações de custos utilizadas no processo de 
tomada de decisão.
O custeio ABC parte da premissa de que os produtos consomem 
atividades e estas, por sua vez, é que são consumidoras de custos. 
Assim, são custeadas primeiramente as atividades para depois 
verificar-se qual produto ou linha de produção consumiu mais essas 
atividades, utilizando-se dos direcionadores de custos. (SILVA; 
LINS, 2017, p.69)
24 Custos Empresariais
Assim sendo, o direcionador de custos é o instrumento pelo qual se 
determina o consumo de recursos pelas atividades, bem como pelos produtos 
ou serviços. São exemplos de direcionadores de custos:
 ▪ Quantidade de requisições de materiais para a atividade “movimentar 
estoques”.
 ▪ Quantidade de lançamentos contábeis para a atividade “contabilizar 
registros”.
 ▪ Quantidade de pedidos de compras no caso de a atividade “comprar”.
 ▪ Quantidade de inspeções efetuadas para a atividade “inspecionar 
produtos” etc.
 
Exemplo:
Determinada indústria possui os seguintes custos para a produção de 
três produtos conforme as Tabelas 7 e 8.
 
Descrição A B C
Total dos custos diretos R$ 70.000,00 R$ 90.000,00 R$ 40.000,00
Quantidade produzida 400 600 200
Tabela 7: Produtos produzidos (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Custos indiretos R$
Mão de obra indireta 80.000
Depreciação 250.000
Manutenção 200.000
Outros (aluguel, energia, telefone) 70.000
Total dos custos indiretos 600.000
Tabela 8: Custos indiretos (exemplo). Fonte: Elaborada pela autora.
25Custos Empresariais
A empresa contratou recentemente um gestor e, após estudar o 
processo produtivo, ele sugeriu que a organização adotasse o sistema de 
custeio por atividades para os custos indiretos. Por meio das etapas descritas 
anteriormente, chegou-se aos seguintes números, de acordo com a Tabela 9, 
conforme as atividades.
 
Atividades relevantes e seus respectivos custos R$
Desenvolvimento de lista de materiais 60.000
Montagem de lista de materiais 240.000
Atendimento de pedidos especiais de clientes 60.000
Melhoria de processos 48.000
Projeto e desenho ferramental 72.000
Controle da produção 120.000
Total dos custos indiretos 600.000
Tabela 9: Atividades relevantes (exemplo). Fonte: Elaborada pela autora.
 
Foram identificados os seguintes direcionadores de atividades para 
cada atividade relevante, de acordo com a Tabela 10.
 
Atividades relevantes Direcionadores de atividades
Desenvolvimento de lista de materiais Número de listas desenvolvidas
Montagem de lista de materiais Número de listas montadas
Atendimento de pedidos especiais clientes Número de pedidos especiais atendidos
Melhoria de processos Horas de engenheiros
Projeto e desenho de ferramentas Número de projetos desenvolvidos
Controlar a produção Horas do gerente e supervisores
Tabela 10: Atividades relevantes versus Direcionadores de atividades (exemplo). Fonte: Elaborada pela autora.
26 Custos Empresariais
 Foram apuradas as seguintes quantidades de direcionadores durante o 
período, segundo a Tabela 11:
 
Direcionadores de atividades
Quantidade de direcionadores de custos por produto
A B C Total
Número de listas desenvolvidas 5 20 10 35
Número de listas montadas 10 30 10 50
Número de pedidos especiais 12 3 27 42
Horas de engenheiros 900 200 400 1500
Número de projetos desenvolvidos 25 35 20 80
Horas do gerente e supervisores 400 100 300 800
Tabela 11: Quantidade de direcionadores de atividades por produto (exemplo). Fonte: Elaborada pela autora. 
Conforme pode ser visto na Tabela 12, o produto “A” em relação 
ao direcionador “número de listas desenvolvidas” foi apropriado para este 
produto 5/35 avos do custo referente à atividade de “Desenvolvimento de lista 
de materiais”, que tinha um custo total de R$ 60.000,00 (60.000 dividido por 
35, multiplicado por 5, arredondando, encontramos o valor de R$ 8.571,00). 
No total, foram desenvolvidas 35 listas, mas o produto “A” consumiu somente 
5 listas.
Direcionadores de atividades
Quantidade de direcionadores de custos por produto em valor
A B C Total
Número de listas desenvolvidas 8571 34.286 17.143 60.000
Número de listas montadas 48.000 144.000 48.000 240.000
Número de pedidos especiais 17.143 4.286 38.571 60.000
27Custos Empresariais
Horas de engenheiros 28.800 6.400 12.800 48.000
Número de projetos desenvolvidos 22.500 31.500 18.000 72.000
Horas do gerente e supervisores 60.000 15.000 45.000 120.000
Total dos custos indiretos 185.014 235.472 179.514 600.000
Total dos custos diretos 70.000 90.000 40.000 200.000
 
Custos totais 255.014 325.472 219.514 800.000
 
Quantidade produzida 400 600 200 1.200
 
Custo unitário 638 542 1098
Tabela 12: Quantidade de direcionadores de atividades por produto em valor (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora. 
Os principais objetivos da implantação de um sistema de 
gerenciamento de custos com base nas atividades (ABC) estão relacionados 
com a facilidade e precisão que a administração terá para realizar as 
seguintes tarefas:
 ▪ Apurar e controlar seus custos reais de produção e, principalmente, 
os custos indiretos de fabricação (overhead).
 ▪ Identificar e mensurar os custos da não qualidade (falhas internas e 
externas, prevenção, avaliação etc.).
 ▪ Levantar informações sobre as oportunidades para eliminar 
desperdícios e aperfeiçoar atividades.
 ▪ Eliminar/reduzir atividades que não agregam ao produto um valor 
percebido pelo cliente.
 ▪ Identificar os produtos e clientes mais lucrativos.
 ▪ Subsidiar o redimensionamento da plataforma de vendas 
(distribuidores e revendedores).
28 Custos Empresariais
 ▪ Melhorar substancialmente sua base de informações para tomada 
de decisões.
 ▪ Estabelecer um conjunto de indicadores de desempenho capaz de 
medir a eficiência e a eficácia empresarial sob aspectos produtivo, 
comercial, financeiro e societário.
Hoje em dia, pela alta concorrência das empresas, elas necessitam 
se adaptar constantemente, adaptando, por exemplo, os seus sistemas de 
informação para um maior controle dos custos e outras operacionalidades, 
como por exemplo atendimentos mais rápidos (Just in time), flexibilizações das 
mais diversas, otimização do ciclo de industrialização, melhoria na logística e 
canais de distribuição e, primordialmente, na qualidade dos produtos.
Just in time (tempo imediato): trata-se de um método de produção criado à intenção de 
se eliminar desperdícios, obtendo-se custos mais reduzidos, aliados à maior eficiência na 
rotatividade dos estoques e no atendimento aos clientes.
Os sistemas antigos (tradicionais) perderam suas funcionalidades, pois 
foram criados para uma realidade que não condiz com a atual, que necessita, 
hoje, de rapidez no processamento de uma complexidade enorme de dados, 
dessa forma conseguindo informações compreensíveis, relevantes e oportunas, 
de modo a aumentar a qualidade nas decisões dos gestores.
Um dos aspectos mais importantes da gestão estratégica da empresa 
está em centrar os esforços em torno da variável “Custo”. Os novos 
administradores necessitam conhecer e analisar os custos para tomarem 
decisões corretas relativas aos produtos que fabricam e mercados que atuam 
ou pretendem explorar.
A maioria das empresas, atualmente, ainda utilizam sistemas de 
informação que não estão adaptados a nossa realidade, havendo uma tendência 
em apurar custos distorcidos, haja vista que se apoiam em critérios baseados, 
quase na sua totalidade, no volume de produção.
Glossário
29Custos Empresariais
Em virtude dessas deficiências, foi preciso desenvolver novas 
abordagensque apoiassem mais efetivamente a gestão estratégica dos custos. 
O Custeio Baseado em Atividades (ABC) surgiu então como uma ferramenta 
de grande utilidade, na medida em que permite analisar as verdadeiras origens 
dos custos, fornecendo importantes indicações para o combate do desperdício 
de recursos.
Seja qual for a vantagem competitiva que a empresa pretenda criar e 
sustentar, a gestão da cadeia de valor é fundamental, uma vez que permite 
identificar as atividades estrategicamente relevantes. Usando a cadeia de valor, 
não só se torna visível o peso dos custos de produção da empresa no valor final 
dos custos para o comprador, como se reconhece que as diversas atividades 
não são independentes, mas interdependentes.
 
Ora, é precisamente neste sentido que os sistemas de informações 
de contabilidade convencionais se mostram limitados e o ABC demonstra 
as suas virtudes ao imputar custos e proveitos a cada atividade, integrando 
informações externas às empresas, como por exemplo as relações com 
fornecedores e clientes.
Por outro lado, o conhecimento dos direcionadores de custos tem 
levado as empresas a iniciar uma reengenharia dos seus processos, com vista 
à eliminação das diversas fontes de desperdícios, identificando atividades 
ou operações. Um processo se define como um conjunto de atividades que 
operam em conjunto para atingir um determinado fim.
O redesenho dos processos requer uma análise do fluxograma das 
atividades que neles têm lugar, com o objetivo de diminuir os custos, 
melhorar a qualidade e aumentar a flexibilidade. A gestão dos custos dos 
processos apoia-se essencialmente na avaliação prevista do impacto dos 
indutores de custos na cadeia de valor e na análise dos recursos organizacionais 
necessários. Neste sentido, o ABC fornece um melhor conhecimento da 
relação causal que, em longo prazo, existe entre as unidades de atividade 
e o consumo dos recursos. Assim, esta é a perspectiva mais adequada para 
estudar as variações no consumo dos fatores derivadas de alterações nos 
produtos ou nos processos.
30 Custos Empresariais
Como foi discutido, o ABC difere dos sistemas convencionais de 
custeio fundamentalmente quanto ao modo como trata os gastos indiretos 
não correlacionados com o volume de produção. Apesar do peso destes ter 
vindo a crescer constantemente ao longo das últimas décadas, a Contabilidade 
de Gestão tardou, entretanto, a responder às alterações na estrutura de 
custos, pelo que lhe podem ser imputadas algumas responsabilidades 
pelas consequências nefastas da existência de custos distorcidos, afetando, 
principalmente, as decisões estratégicas.
Muitas empresas apontam os elevados custos de instalação de um 
sistema ABC como o principal motivo de resistência à sua implementação. 
No entanto, a concepção do sistema deve ser encarada como um investimento, 
capaz de ser compensado pelos fortes benefícios futuros.
Ao mesmo tempo, os custos podem ser substancialmente reduzidos 
caso a gestão comece por definir claramente o detalhe com que necessita da 
informação, selecionando um número razoável de atividades. De fato, existem 
várias vantagens ao evitar um sistema complexo, mais lento e mais caro. 
Assim, ficará ultrapassada a crítica, tantas vezes mencionada, que decorre 
da ideia que o ABC necessita recolher um grande volume de informação, 
com a identificação de diversas atividades e vetores de custo. Com efeito, o 
segredo do ABC está, em larga medida, na capacidade de escolher atividades 
que respeitem as características diferenciadas dos produtos e capturem a sua 
diversidade. 
Em suma, e apesar de ser apenas mais uma ferramenta, o ABC está 
de acordo com o contexto empresarial atual e é capaz de melhorar a qualidade 
e a credibilidade da Contabilidade de Gestão, contribuindo para que esta 
se coloque no centro daquilo que de mais sublime ocorre numa empresa: a 
formulação e a análise estratégica.
No Brasil, a empresa que usa o sistema ABC tem seu estoque 
classificado em três grupos: A, B e C. O grupo A inclui aqueles itens que 
requerem maior investimento. Numa distribuição típica, esse grupo consiste 
de 20% dos itens totais e representa 80% do valor do investimento total em 
31Custos Empresariais
estoques. O grupo B consiste de itens que representam o maior investimento 
depois do A. O grupo C consiste, em geral, de um grande número de itens 
cujo investimento é relativamente pequeno. A divisão dos estoques em itens 
A, B e C tem por finalidade permitir que a empresa determine o nível e os 
tipos de procedimentos necessários ao controle de estoque. 
No sistema ABC, as informações gerenciais podem ser consideradas 
mais fidedignas ao reduzir o número de rateios arbitrários. A sua implantação 
induz à permanente revisão dos controles internos, identificando quais são as 
atividades mais caras ou que exigem mais esforços.
Como foi mencionado anteriormente, também existe o Custeio 
RKW. Esse sistema consiste na apropriação de todos os custos e despesas 
de uma entidade aos produtos e/ou serviços. RKW (Reichskuratoriun 
fur Wirtschaftlichtkeit) é um sistema de custeamento alemão. Também é 
conhecido por suas peculiaridades, como o custeio por absorção total ou 
custeio integral. É pouco utilizado e muito questionado pelos autores por não 
fornecer adequadas informações gerenciais.
Por meio dessa técnica, alavancam-se aos produtos e serviços todos 
os custos e despesas, inclusive as financeiras, fornecendo, dessa maneira, o 
montante total dos gastos dessa empresa no esforço completo de obtenção de 
receita. Diferente do custeio por absorção, que separa os custos das despesas, 
rateando os custos indiretos aos produtos e reconhecendo as despesas 
separadamente na DRE.
Alguns autores dizem que a principal vantagem no método de custeio 
pleno está no fato de serem levados em conta todos os gastos incorridos em 
uma organização, sem exceções, tendo, portanto, uma informação de custos 
completa e conservadora. Já outros autores dizem que a principal desvantagem 
no método de custeio pleno está na arbitrariedade dos critérios de rateio dos 
gastos fixos.
32 Custos Empresariais
2.1 Formas de Custeio
Vimos que existem vários sistemas de custeio, uns mais gerenciais 
e outros menos. Assim sendo, uma forma de custeio bem gerencial, de 
planejamento, é o Custo Padrão. Este é um custo estimado, isto é, calculado 
antes mesmo de iniciado o processo de fabricação, fundamentado sempre em 
custos de produções anteriormente realizadas. O custo padrão, importante 
instrumento de controle, tem várias finalidades, motivo pelo qual poderá, 
também, receber denominações diversas.
Na sequência, temos o Custo Real ou custo histórico, que é aquele 
apurado após concluído o processo de fabricação, fundamentado sempre nos 
custos que efetivamente ocorreram na fabricação dos produtos.
Dentre as muitas vantagens de se conhecer antecipadamente o custo 
de fabricação, duas merecem destaque, são elas:
 ▪ A possibilidade da fixação do preço de venda.
 ▪ A otimização do processo produtivo visando utilizar ao máximo os 
recursos humanos, físicos e financeiros disponíveis.
Quando utilizado com a finalidade de fixação de preço de venda 
para compor os çamentos, visando o fechamento de contratos nos 
casos de fabricação sob encomenda, o custo de fabricação pode ser 
denominado custo padrão corrente. Nesse caso, o padrão é fixado 
com base em produções anteriores, tendo a empresa como meta 
atingi-lo no curto ou no médio prazo, ou seja, somente visando a 
produção daquele lote que irá fabricar conforme acordado com seu 
cliente. (RIBEIRO, 2018, p.400)
As empresas precisam conhecer bem as formas de valoração dos 
estoques para que a forma escolhida reflita a melhor estratégia a elas, pois 
essa movimentação irá impactar nos custos das mercadorias vendidas ou no 
33Custos Empresariais
custo dos produtos vendidos, reconhecidos na Demonstração do Resultado 
do Exercício (DRE). No Brasil, o UEPS não é aceito pelo Fisco e não é bem 
visto pelas normas contábeisbrasileiras.
As organizações devem igualmente conhecer bem os sistemas de 
custeamento existentes e o que irá adotar em seus controles, pois existem 
diversos sistemas, cada um com as suas formas específicas de acumular 
valor aos custos dos produtos industrializados. No Brasil, são aceitos o 
Custeio por Absorção e o Custeio ABC, mas nada impede as empresas 
utilizarem em conjunto outros métodos de custeio que são mais gerenciais, 
como o Custeio Variável, que traz com ele uma importante análise que é 
a margem de contribuição dos produtos e também o Custeio RKW, que 
é um método alemão.
34 Custos Empresariais
Referências
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S.. Contabilidade de custos. 6 ed. São 
Paulo: Atlas, 2018.
DUTRA, R. G. Custos: uma abordagem prática. 7 ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
FERREIRA, J. A. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2007.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de 
informação contábil. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos. 4 ed. São Paulo: Saraiva: 2015.
__________. Contabilidade de custos. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
SILVA, R. N. S.; LINS, L. S. Gestão de custos: contabilidade, controle e 
análise. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Gestão de custos: aplicações operacionais e 
estratégicas: exercícios resolvidos e propostos com utilização do Excel. 2 ed. 
São Paulo: Atlas, 2011.
	Título da Unidade
	Objetivos
	Introdução
	1.	Arquitetura no Brasil
	Análise de Custos e a Origem
da Contabilidade de Custos
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1.	Definição Genérica
	2.	Escopo da Contabilidade de Custos 
	3.	Terminologias 
	3.1	Desembolso
	3.2	Gasto
	3.2.1	Investimento
	3.2.2	Custo
	3.2.3	Despesa
	3.3	Perda
	Referências
	Classificação de Custos
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1. 	Custos Diretos e Custos Indiretos
	2. 	Custos Fixos e Variáveis
	3. 	Integração da Análise do Comportamento e da Classificação dos Custos 
	Referências
	_GoBack
	Métodos de Custeio e Critérios de Avaliação dos Estoques
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1.	Painel Básico da Contabilidade de Custos
	1.1	Métodos de Valoração de Estoques
	2.	Métodos de Custeamento
	2.1	Formas de Custeio
	Referências

Outros materiais