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Direitos Humanos

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Se por um lado os D. Humanos são aqueles primordiais, relacionados à natureza humana, e atribuídos ao indivíduo desde seu nascimento até o momento de sua morte, por outro, os Fundamentais estão diretamente relacionados ao direito positivado e oriundos de situações que de certa forma violaram bens fundamentais do ser humano.DIREITOS HUMANOS x DIREITOS FUNDAMENTAIS
Entende-se, desta forma, que os Direitos humanos são transcendentes a quaisquer outros direitos existentes, isto pois seu conteúdo é válido universalmente, independente de tempo ou de positivação, atingindo, portanto, o coletivo.
Pode-se afirmar que os direitos fundamentais são derivados dos direitos humanos, isto é, para que os direitos humanos se tornem aplicáveis dentro de um Estado, estes devem ser constitucionalizados, ou seja, incorporados à constituição federal de cada país, o qual, possui plena autonomia para seleção de tais estatutos.
Fernando g. Jayme – Os DH são um método a ser desenvolvido em prol da realização da dignidade humana, é por meio dele que se assegura o direito da pessoa humana e por conseguinte a sua existência digna, capaz de proporcionar-lhe desenvolvimento pessoal, alcançando o sentido de sua existência. 
· “Liberdade no desenvolvimento da própria personalidade”.
ENOQUE R. DOS SANTOS -	Os DH são valores ou direitos inatos à pessoa humana pelo simples fato de ter nascido com essa condição jurídica. Eles, por sua vez, pertencem à natureza do indivíduo, não são acidentais nem suscetíveis de aparecerem ou desaparecerem com o tempo, sendo assim, direitos eternos, imprescindíveis e inalienáveis.
Cláudio Brandão – O conteúdo dos DH é vinculado à condição humana, independendo do espaço físico ou do tempo.
Assim, outros estudiosos concluem que os DH são aqueles fundamentais, os quais o homem possui pelo simples fato de pertencer à raça humana, não resultando, portanto, de concessão política, pelo contrário, são direitos que devem ser consagrados e garantidos pela sociedade. Colocam-se ainda, como previsões absolutamente necessária a todas Constituições.
Buscam sobretudo, garantir o mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve fornecer. De acordo com Alexandre Morais, relacionam-se diretamente com a não ingerência do Estado na esfera individual e a consagração da dignidade humana, tendo reconhecimento universal, seja em nível constitucional, infraconstitucional ou em nível de direito consuetudinário e até mesmo via tratados e convenções internacionais.
QUAL O OBJETIVO DOS D. HUMANOS?
Segundo Jaqueline Franzoi, o principal intuito é proteger valores da pessoa, tais como direto à vida, à liberdade, à segurança, à propriedade, dentre outros, dando ao indivíduo condições de realizar-se e de promover-se socialmente. Contudo, a dignidade sempre será o norte da positivação dos Direitos Humanos em quaisquer instâncias.
A dignidade, como característica multifacetada, congrega diversos atributos, dentre eles a liberdade, igualdade e integridade física e psíquica. Embora subjetiva ao indivíduo, é moldada a partir de características próprias, sendo delineada pelo contexto histórico-cultural do sujeito.
Direitos humanos x direitos fundamentais – Os Direitos Humanos são aqueles previstos em tratados internacionais e considerados indispensáveis a existência humana de forma digna (saúde, liberdade, igualdade, moradia, educação e intimidade).
 Os Direitos Fundamentais também são relativos à existência humana Constituição, impondo desta forma, deveres ao Estado que resguardem o indivíduo e o coletivo. Implicam, portanto, obrigações jurídicas ao Estado e tornam-se elementos limitativos das Constituições.
· D. Humanos: Posições jurídicas reconhecidas ao ser humano independente de vinculação com determinada ordem constitucional, dispondo de inequívoco caráter supranacional. 
· D. Fundamentais: Direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional de um determinado Estado.
Em suma, os Direitos fundamentais são os Direitos Humanos incorporados e positivados na ordem constitucional de um determinado Estado.
O que protege e promove os direitos fundamentais? – Existem três instrumentos básicos em qualquer ordenamento jurídico constitucional democrático, sejam eles:
a) Estado Democrático de Direitos, que vincula e limita o poder estatal;
b) Rigidez constitucional, que consiste no escudo contra o retrocesso jurídico em relação aos direitos já enunciados, ou a petrificação dos direitos;
c) Controle de constitucionalidade, representando o mecanismo de desconstituição de atos de afronta.
Todo d. humano é fundamental?
Essa questão torna-se completamente subjetiva, podendo variar de Estado para Estado, uma vez que nem sempre todos os D.H são considerados como Universais.
Exemplo: Direito à vida, direito este fundamental no Brasil, nos termos do art.5, caput. No entanto, em alguns países alternativos, é reconhecido em seus ordenamentos, a pena de morte, logo, o direito à vida não é algo fundamental, ainda que seja reconhecido como um direito humano na esfera supranacional.
Bobbio – “Os direitos humanos são coisas desejáveis, isto é, fins que merecem ser perseguidos, e que, apesar de sua desejabilidade, não foram ainda todos eles reconhecidos”. Entende-se ainda, em consonância à Bobbio, que a questão não é filosófica, mas sim jurídica e até mesmo política, não se trata de saber quais e quantos são os direitos humanos, mas sim qual o modo mais seguro para garanti-los, a fim de impedir que sejam continuamente violados.
· Bobbio é o difusor de todos esses pensamentos.
Classificação evolucionista dos df 
As gerações dos DF foram criadas por Karel Vasak em 1979 e difundidas por Norberto Bobbio. Assim, a evolução desses direitos fundamenta-se em um processo contínuo, cumulativo e aberto, partindo da concepção jusnaturalista (séc. XVII e XVIII). 
Cronologicamente, divide-se as gerações em: Direitos civis e políticos (limitando o poder do Estado); Direitos sociais (impondo ao Estado o dever de agir); Direitos de grupos ou categorias (expressando, por fim, o amadurecimento de novas exigências). A maioria dos autores modernos consideram a existência de uma quarta e até mesmo quinta geração.
D. Primeira geração – Surge entre os séculos XVIII e XIX, com base no lema revolucionário francês “igualdade, liberdade, fraternidade”, sendo considerados direitos inerentes à individualidade e baseiam-se no princípio da liberdade frente a intervenções do poder público. Nesse período estabeleceu-se também que todos são iguais perante a lei.
d. Segunda geração – Surgem no século XIX e XX, relacionando-se à R. Industrial e fim da 1° Guerra. São vinculados ao princípio da igualdade, englobando os direitos sociais, econômicos e culturais, relacionados ao bem-estar social. Esta geração entende que somente a liberdade não garante a dignidade ao indivíduo, trazendo, portanto, direitos como à educação, à saúde, assistência social, dentre outros. Desta forma, tais direitos exigem uma ação efetiva do Estado para com a igualdade material, reduzindo as desigualdades sociais.
· Passagem do Estado Liberal para o Estado Social.
D. terceira geração – Contextualiza-se no fim da 2°Guerra, surgindo a partir do século XX. De acordo com Gorczevski, correspondem ao terceiro elemento das R. Francesa, a fraternidade, visando, portanto, a proteção do gênero humano ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente. Vale ressaltar também, o surgimento de novas faces do direito a partir da dignidade da pessoa humana, exigindo, dessa maneira, a realização de direitos coletivos.
D. quarta geração – Alguns estudiosos que consideram sua existência, apontam que seu surgimento se deu no fim do século XX e que ainda estão em fase de construção. Tal geração abarcaria direitos relativos à democracia, informação, pluralismo, globalização política e futuro da cidadania. Para Clóvis, estes direitos são aqueles que se referem à biotecnologia, à bioética e á engenharia genética e que tratam de questões ético jurídicas relativas ao início, ao desenvolvimento, à conservação e ao fim davida humana. 
D. quinta geração – Nascem no fim do século XX com o advento da tecnologia e da internet, marcando a passagem da sociedade industrial para a virtual, sendo denominados de “direitos da era digital”.
Principais direitos fundamentais previstos na constituição federal –
É importante salientar que o principal direito a ser protegido pela Constituição, não é o direito à vida, mas sim à dignidade, uma vez que o direito à vida, pode ser, por vezes, violado dependendo da situação. A proteção do direito à vida engloba os seguintes direitos: o de continuar, de permanecer vivo e o de ter vida digna, proibindo a pena de morte (art.5, XVLII – CF) e trazendo a necessidade de políticas públicas de segurança e proibição de justiça privada. 
Em consonância com Dallari, todos os seres humanos têm o direito de exigir que respeitem sua vida, desta maneira, só existe respeito quando a vida, além de ser mantida, pode ser vivida com dignidade. 
O direito à igualdade perante a lei, é um princípio fundamental ao exercício da democracia, através do qual, assegura-se a inclusão das minorias, bem como colocado por Aristóteles, “tratar os iguais como iguais e os diferentes nas suas diferenças”.
Aristóteles trabalha o conceito de igualdade paralelamente ao de justiça, uma vez que não seria possível tratar igualmente, seres que não são, por natureza, iguais. Para ele, não se admite nenhum tipo de discriminação, salvo para corrigir injustiças, ou seja, discriminação positiva que garanta a igualdade material.
Garantias sociais básicas art. 6° e art. 7° da constituição federal – O 
art. 6° apresenta em seu rol de direitos, as garantias sociais básicas ao coletivo, as quais também fazem parte dos Direitos Humanos e se relacionam com a educação, saúde, trabalho e moradia, estando diretamente ligados à qualidade de vida da sociedade.
· SAÚDE: Direito fundamental assegurado no mencionado artigo que é inerente à vida humana e corresponde à preservação da saúde e a sua manutenção. Possui aplicabilidade imediata e pode ser reivindicado a qualquer momento, sendo tutelado a partir de duas faces, a preservação e a proteção. A preservação é associada às políticas públicas de redução de riscos de doenças; já a proteção é um direito individual, tratamento à recuperação do indivíduo.
O Estado deve garantir esse direito juntamente com os Estados e Municípios (art.196), para tanto, é através do SUS que a União busca garanti-lo (art.198)
· EDUCAÇÃO: O referido direito também está disposto nos artigos 205, 206, 213 e 214, sendo considerado como um direito base da sociedade. Para Dallari a educação é um processo de aprendizagem e aperfeiçoamento, por meio do qual o indivíduo vai se preparar para a vida. Deste modo, cabe ao Estado garantir a todos o acesso igualitário a esse direito, fornecendo ainda, educação de qualidade, uma vez que é um princípio básico para a cidadania. O direito à educação facilita o direito ao trabalho, concedendo ao indivíduo seu sustento e dignidade.
O art. 7°, por sua vez, discorre sobre os direitos urbanos e rurais dos trabalhadores, tratando de seus direitos ao salário mínimo, irredutibilidade de salário, décimo-terceiro salário, repouso semanal, dentre outros.

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