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Avenida 7 de setembro nº 0707, AZA Sul - Macapá/AP ws_advocacia@gmail.com.br 96 98188 – 8888 / 3525-2527 Página 1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Florencia María de Avellaneda, Argentina, solteira, médica, portadora do RG Nº 654321, e CPF Nº 987.654.321-00, residente e domiciliada na Avenida 25 de março nº 2222, Setor C, Aza Norte, Macapá-AP, por intermédio de seu Advogado infra-assinado, vem respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos termos do Art. 5, LXXII da CRFB/88 e da Lei nº 9.507/97. impetrar o presente, HABEAS DATA Em face do Ministro de Estado da Justiça, com sede funcional na cidade de Brasília - DF, pelos motivos de fato e de direito aduzidos a seguir; I- DOS FATOS A impetrante tomou conhecimento em 2019, que havia um rumor de que constaria em assentamentos do Ministério da justiça, seu envolvimento em atividades terroristas realizadas no território brasileiro, trinta e cinco anos atrás. Sendo assim, a impetrante decidiu averiguar a informação e apresentou requerimento administrativo frente Ministério da Justiça, requerendo cópia de todos os documentos de posse do referido ministério em que constasse o seus dados. A mesma obteve resposta positiva obtendo várias cópias de documentos onde à apresentava inicialmente como suspeita de participar de reuniões de grupos terroristas em questão. Porém, ao conferir a cópia do processo que lhe foi entregue, a requerente observou que, além de faltarem folhas no processo, este continha folhas não numeradas. Avenida 7 de setembro nº 0707, AZA Sul - Macapá/AP ws_advocacia@gmail.com.br 96 98188 – 8888 / 3525-2527 Página 2 Levantando-se a suspeita de que as folhas faltantes no processo pudessem esconder outros documentos em que constasse seu nome, a requerente ingressou com o pedido de retificação de resposta a seu requerimento ao Ministério da Justiça, onde dentro do prazo de 10 dias após o pedido, a mesma teve o pedido indeferido, em comunicado assinado pelo próprio Ministro da Justiça o Sr André Mendonça, em que este afirma categoricamente que o pedido já recebera cópias de todos os documentos pertinentes. Em razão da recusa por parte do Requerido, a requerente requer justificativa da recusa, e a informação existente nas folhas faltantes. II - DA COMPETÊNCIA A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 105, inciso I, alínea b, culminante com o Art. 20, inciso I, alínea b , da Lei nº 9507/97, estabelece que compete ao Superior Tribunal de Justiça, originariamente julgar e processar os mandados de segurança, e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou contra atos do próprio Tribunal; III – DA LEGITIMIDADE ATIVA Legitimado em Lei própria, a Lei de nº 9.507/97, em consonância ao que foi anteriormente citado, a requerente teve o seu pedido deferido em esfera administrativa, com base no artigo 2º da Lei 9.507/97. Porém seguidamente ao constatar a ausência de informações no requerimento inicial, com base ao que preconiza o artigo 4º caput, e inciso I da mesma Lei 9.507/97.Onde o Artigo 7º, inciso III, ampliam as hipóteses de cabimento para a complementação de dados pessoais, e em conformidade aos preceitos do artigo 8º, inciso da Lei nº 9.507/97 e sumula nº 2 do Superior Tribunal de Justiça. Avenida 7 de setembro nº 0707, AZA Sul - Macapá/AP ws_advocacia@gmail.com.br 96 98188 – 8888 / 3525-2527 Página 3 Com base na regulamentação citada acima, a requerente tem legitimação para impetrar o presente Habeas Data, após ter seu pedido indeferido na esfera Administrativa. IV – DOS DIREITOS O artigo 5º, LXXII, da Constituição Federal dispõe que será concedido Habeas Data como garantia de assegurar, o conhecimento de informações relacionadas à pessoa do impetrante, constantes em registros ou bancos de dados de entidades de caráter governamentais ou públicos, bem como para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial e/ou administrativo. O já mencionado Art. 5º, LXXII da CF/88, dispõe que o Habeas Data ganhou significação de um remédio constitucional, responsável pela defesa em juízo dos dados pessoais que se pretende conhecer ou retificar. Culminando com o Artigo 7º da Lei 9.507/97 que dispõe sobre o Habeas Data Direcionado pela garantia constitucional atribuída pelo Inciso XIV, do mesmo artigo 5º, baseado no Principio da Igualdade e dispondo que é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional sendo base da Lei de acesso à informação. Legitimando ainda mais o interesse da impetrante, a Lei de nº 9.507/97, em seu Artigo 8º inciso II diz que: Art. 8º Conceder-se-á habeas data: II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de 15 (quinze) dias, sem decisão: ou III – da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ... Avenida 7 de setembro nº 0707, AZA Sul - Macapá/AP ws_advocacia@gmail.com.br 96 98188 – 8888 / 3525-2527 Página 4 Sendo assim, o art. 4º § 2º da lei 9.507/97, versa sobre pedido de retificação de informações e da recusa da prestação da mesma por parte do impetrado em esfera administrativa, onde a impetrante já havia recebido informação, onde que constatou-se com pendência, quando identificou a ausência de páginas aos documentos que lhe foram apresentados, se mostrando assim a possibilidade da existência de outros documentos que constem de forma possível, seu nome nestes. Preconizando sobre o tema o Supremo Tribunal Federal dispõe a respeito no julgamento de Recurso de HABEAS DATA de nº 22/DF onde dispõe que: ... o indeferimento do pedido de informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo, constitui, requisito indispensável para que se concretize o interesse de agir no habeas data. Sem que se configure a situação prévia de pretensão resistida, há carência da ação constitucional do habeas data. Salienta-se assim que a impetrante teve seu pedido e direito a informação negada por parte do impetrado, ao indeferir pedido retificado, esgotando assim as possibilidades da impetrante na busca de informações em esfera Administrativa, não restando a impetrante alternativa, a não ser a busca desse direito através da impetração deste. Resguardado ainda que com o entendimento preconizado pela Súmula nº 02 do Supremo Tribunal Federal, a ação do impetrado na recusa das informações, posiciona-se em sentido contrário ao que refere mencionado entendimento da mencionada sumula. Sendo assim: IV – DOS PEDIDOS Diante as informações e garantias mencionadas acima, o que se busca através deste por parte de Vossa Excelência é: Avenida 7 de setembro nº 0707, AZA Sul - Macapá/AP ws_advocacia@gmail.com.br 96 98188 – 8888 / 3525-2527 Página 5 a) Inicialmente, o julgamento com entendimento procedente do presente Habeas Data. Que seja feita a citação do impetrado para responder a presente ação com data e hora marcada para que o mesmo venha justificar os motivos da recursa em esfera administrativa em apresentar os documentos solicitados; b) Que o impetrado apresente os documentos e as folhas que se apresentaram faltantes, identificadas pela impetrante e conferidas pelo presente postulante, requerendo-se ainda, que se mostre a forma sequencial de cada documento, referente à ordem numérica das mesmas. c) Que seja assegurado a impetrante o acesso à todas as copias de seu interesse com urgência; resguardadasas previsões legais de cabimento. d) por fim, que seja o impetrado, responsabilizado pelas custas judiciais e aos honorários advocatícios. Dá-se a causa o valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) Nestes termos em que se pede deferimento Macapá-AP, 04 de abril de 2021. WENDER FERREIRA SILVA Advogado OAB/AP 0555
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