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Relaxamento excesso de prazo

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JUÍZO DA 2ª VARA DA COMARCA DE MACAU/RN
Processo: 0100177-18.2020.8.20.0105
			FELIPE DOS SANTOS SILVA, brasileiro, solteiro, mecânico, portador do Registro de Nascimento n° 7407 Cartório único de Macau, com endereço na Av Centenário, 04, Centro, Macau/RN, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, através de seu advogado (procuração em anexo), com fundamento no artigo com fundamento no Art. 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, e artigos 10 e 46, do Código de Processo Penal requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
1. DA SÍNTESE DOS FATOS.
		O requerente foi preso em flagrante em 12 de maio de 2020 por supostamente encontrar-se incurso nos artigos 33 Lei 11.343/06, art. 244-B da Lei 12.015/2009. 
		Em 14 de maio de 2020, o d. Magistrado, entendeu necessária a decretação da prisão preventiva em desfavor do flagranteado, nos autos do processo em epígrafe, conforme decisão fundada na garantia da ordem pública.
		Já se passaram 34 dias desde a prisão até esta data não foi oferecida a denúncia contra o acusado, extrapolando-se o prazo para conclusão do inquérito (10 dias – art. 10 do CPP) e de oferecimento da denúncia (5 dias – art. 46 do CPP) em relação ao réu preso cautelarmente.
		É o relatório.
2. ATO COMBATIDO. DO NÃO OFERECIMENTO DA DENÚNCIA E CONSEQUENTE EXCESSO DE PRAZO. 
		Como já relatado, o paciente foi preso em flagrante pela Polícia em 12 de maio de 2020, por supostamente encontrar-se incurso nos artigos 33 Lei 11.343/06, art. 244-B da Lei 12.015/2009.
		É cediço que a prisão preventiva tem caráter provisório e só se justifica a partir da fundamentação de uma das hipóteses propugnadas pelo art. 312, do Código de Processo Penal. De outro modo, a exacerbação dessa providência processual, por meio da manutenção do preso provisório, encarcerado por mais tempo do que o previsto, vai de encontro com o princípio constitucional da presunção de inocência.
 		Ora, por se tratar de medida limitadora da liberdade individual, a prisão cautelar só pode ser utilizada em estrita observância ao ordenamento jurídico, sob pena de desrespeito à dignidade da pessoa humana, além da legislação processual penal.
		Com relação ao prazo do inquérito reza o art. 10 do Código de Processo Penal
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
	
		O Código de Processo Penal também determina expressamente que, havendo réu preso, a denúncia deverá ocorrer em 5 (cinco) dias, nos termos do art. 46:
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
		Tais dispositivos reforçam o caráter excepcional da prisão preventiva, devendo serem observados rigorosamente pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público.
		A respeito do excesso do prazo, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula 697, permitindo o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo até mesmo nos casos de crime hediondo, advindo posteriormente a lei 11.464/2007 que suprimiu a proibição da liberdade provisória naqueles crimes.
		Não é outro o entendimento da jurisprudência pátria:
HABEAS CORPUS. INQUÉRITO POLICIAL EM CURSO. PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA. EXCESSO DE PRAZO PARA O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. ORDEM CONCEDIDA. 1. Habeas corpus impetrado com o objetivo fazer cessar o suposto constrangimento ilegal por excesso de prazo na prisão preventiva do paciente decretada no curso de inquérito policial. 2. O paciente foi preso preventivamente em 22 de agosto de 2010 e até o presente momento não foi ofertada denúncia, eis que o inquérito policial continua em curso.3. Ultrapassado, em muito, o lapso previsto no artigo 46, 1ª parte, do Código de Processo Penal, é de se reconhecer o constrangimento ilegal para o réu cautelarmente preso advindo do excesso de prazo para o oferecimento da denúncia. 3. Ordem de habeas corpus concedida.461ªCódigo de Processo Penal (TRF3 - HC 38917 SP 2010.03.00.038917-4, Relator: JUIZA CONVOCADA SILVIA ROCHA, Data de Jugamento: 29/03/2011, PRIMEIRA TURMA) 
PROCESSUAL PENAL -HABEAS CORPUS -EXCESSO DE PRAZO -OFERECIMENTO DA DENÚNCIA -AÇAO PENAL INEXISTENTE -ORDEM CONCEDIDA. 1. É impossível impor-se o ônus pela demora estatal ao paciente preso há 03 (três) meses, sem o devido oferecimento da denúncia e a pertinente ação penal, ultrapassando-se o prazo razoável para o início da instrução criminal. 2. Constrangimento ilegal reconhecido. 3. Ordem concedida por excesso de prazo para o oferecimento da denúncia. (TJPI - HC 201100010003424 PI, Relator: Des. Valério Neto Chaves Pinto, Data de Jugamento: 22/02/2011, 1a. Câmara Especializada Criminal) 
HABEAS CORPUS . EXCESSO DE PRAZO . DEMORA INJUSTIFICADA NO OFERECIMENTO DA DENÚNCIA . CONSTRANGIMENTO ILEGAL EXISTENTE . ORDEM CONCEDIDA .Em sede de habeas corpus é plenamente caracterizado o constrangimento ilegal se o oferecimento da denúncia supera, sem razão justificada, o prazo legal . Na espécie, restou bem configurado excesso injustificado. Ordem concedida . (TJ/MA - HC 186232009 MA, Relator: MÁRIO LIMA REIS, Data de Jugamento: 06/10/2009, SAO LUIS)
		No mesmo sentido é o magistério de FERNANDO TOURINHO NETO, in Processo Penal. São Paulo; Ed. Saraiva, 2008:
“Sabe-se que a prisão provisória, por se medida odiosa, coarcta, ainda mais, o status libertatis do réu, e, por isso mesmo, sempre que estiver preso em caráter provisório, não só o procedimento informativo deve ficar concluído em diminuto espaço de tempo, como também a instrução criminal deve tramitar com celeridade. Daí as regras dos arts. 10, 46 e 401 do CPP.”
		No caso em apreço, a autoridade policial disporia de, no máximo, 30 dias (já contando com a prorrogação) para finalizar as investigações, sendo que em caso de prorrogação do prazo seria necessário pedido fundamentado da autoridade policial.
		Ocorre que não há nos autos nenhuma deliberação nesse sentido. Ademais, mesmo que levássemos em consideração que o pedido de prorrogação houvesse sido feito, o Ministério Público Federal ainda disporia de cinco dias para o oferecimento da denúncia, o que totalizaria trinta e cinco dias.
		Contudo, cumpre salientar que, até o presente momento não há notícia de oferecimento denúncia por parte do órgão acusatório, o que pode ser constatado em simples consulta ao sistema, permanecendo o paciente encarcerado indevidamente, dado o manifesto excesso de prazo da segregação cautelar, haja vista que não está sendo observado o comando legal do art. 66 da Lei 5.010/66 que regula o prazo para conclusão do inquérito policial, bem como o art. 46 do Código de Processo Penal, que estabelece o prazo de 5 (cinco) dias para o Ministério Público oferecer denúncia.
		O fato é que o paciente encontra-se encarcerado desde o dia 12 de maio de 2020. Ou seja, já transcorreram mais de 35 dias desde a sua prisão, sem contudo, ter sido oferecida denúncia em relação ao mesmo, o que demonstra o excesso de prazo que incide no presente caso, configurando verdadeira antecipação executória da própria sanção penal.
		Desta forma, com a devida vênia, verifica-se que resta claro o constrangimento ilegal que o paciente está sofrendo, eis que foram extrapolados os limites previstos na lei, onde até presente momento sequer há nos autos qualquer denúncia em relação ao paciente.
3. DA CONCLUSÃO.
		Com base nos argumentos escandidos acima, em consonância com os fundamentos de fato e de direito que se mostram favoráveis aos pacientes, requer:
a) intimação do representante do MinistérioPúblico
b) ao final, seja deferido o pedido de relaxamento da prisão preventiva, reconhecendo o excesso de prazo da prisão cautelar, revogando-a em definitivo, com ou sem a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, com a expedição do alvará de soltura.
 
		Nestes termos, pede deferimento.
	Mossoró-RN, 16 de junho de 2020.
LAURIANO SILVEIRA
OAB n° 7.892 - RN
Rua Juvenal Lamartine, 300, Centro, Mossoró/RN/ laurianosilveira@hotmail.com

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