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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DOUTOR DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DO ESTADO (linhas) NOME DA VÍTIMA, menor/incapaz, neste ato representada por ( pai José__________) (nome + qualificação completa), vem por seu advogado infra-assinado, tempestivamente, com fundamento no art. 5.º, LIX, da Constituição Federal, e nos arts. 41 e 44 do Código de Processo Penal combinado com o art. 100, § 3.º, do Código Penal, oferecer a presente, cuja procuração com poderes especiais anexada QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA em face de qualificação do acusado(s) pelos motivos a seguir aduzidos: DO CABIMENTO ou DA PERDA DE PRAZO DO MINISTÉRIO PÚBLICO Não obstante tratar-se de ação cuja titularidade é do Ministério Público de acordo com o disposto do art. 129, I, da CRFB, bem como de acordo com o art.100 do CP e art. 24 do Código de Processo Penal, o mesmo permaneceu inerte no parzo legal. O prazo oficial, seguindo diretriz do art. 46 do CPP, é de 5 dias para o réu preso e de 15 dias para o réu solto. Trata-se de fato ocorrido e noticiado ao MP em (03/10/2020), pela qual decorrido o prazo legal, tem-se por cabível a presente ação substitutiva. (Destacar dia do conhecimento dos indícios de autoria pelo Ministério Público, geralmente com o recebimento de peças de informação) Partindo da premissa que nenhuma lesão será excluída da apreciação do juiz , o inciso LIX, do art.5º da Carta Magna preceitua que: “será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”, sendo cabível o presente pedido. Mãe e o padrasto – querelados/ acusados/denunciados DOSFATOS (...) → narrar os fatos de forma simples, reduzida, com descrição de todas as circunstâncias em que o crime ocorreu, tais como hora, modo de ação e o mal produzido. DO DIREITO (...) → adaptação do que ocorreu no mundo dos fatos com preceitos legais. Colocar dispositivo de lei. Mencionar se o crime é consumado ou tentado. DO PEDIDO Diante do exposto, tendo o acusado (ou querelado) infringido o(s) art.(s) da Lei Penal Brasileira, requer a Vossa Excelência que, a) O recebimento da presente Ação Penal Privada em substituição à Ação Penal Pública; b) o representante Ministerial tenha vista da presente ação; c) a citação do acusado para o oferecimento de resposta; d) que seja julgado procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas do art. ____ e) ao final, a fixação no valor mínimo de indenização pelos prejuízos sofridos pelo querelado nos termos do art. 387, IV, do CPP Requer ainda a notificação das testemunhas abaixo arroladas. Termos em que, Pede Deferimento, Município, data ROL DE TESTEMUNHAS: Advogado Inscrição n.º AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA OU QUEIXA- CRIME SUPLETIVA O artigo 5°, LIX, da CRFB, “(...) LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;(...)” E o art.100 ,§3º do Código Penal trazem a sua previsão: TÍTULO VII DA AÇÃO PENAL Ação pública e de iniciativa privada T Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. § 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal § 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão Assim como o artigo 29 do CPP: “Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.” Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia / para o MP se manifestar Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31. Vide, também , o art 46 do CPP quanto aos prazos: Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. Assim, o prazo para que o MP aja é de cinco dias para indiciado preso, e quinze dias quando solto. Veja que o prazo é para o MP agir, formar sua opinio delicti, e não para denunciar, obrigatoriamente. Assim, é mais do que assentado o entendimento que a ação penal privada subsidiária da pública não é possível se o MP promove o arquivamento ou se ele requer diligências para autoridade policial ou até mesmo – nos casos em que a lei admite, ofereça o ANPP. A grande perda do MP, quando o ofendido ajuíza a queixa subsidiária, é a detenção da opinio delicti: o MP não será mais o dono da ação, e por isso a opinião do querelante será a que guiará o processo. O prazo para o MP é impróprio, contudo. Significa que, mesmo que expirado, não preclui: o MP poderá ainda efetuar uma das quatro promoções possíveis – arquivamento, requisição de diligências ou ANPP (em alguns casos) ou denúncia. No entanto, deixa de ser o único legitimado para o exercício do direito de ação: expirado o prazo previsto no art. 46 do CPP, surge a legitimação extraordinária para o particular ofendido. INQUÉRITO – MP (REGRA): 1) SOLICITAR O ARQUIVAMENTO (aqui, não estamos aplicando o novo art.28 do CPP porque encontra-se suspenso|) 2) BAIXAR OS AUTOS À DP –diligências imprescindíveis – ART 16 CPP 3) FORMULAR ANPP/ANPEP ( observando os requisitos) – ART. 28-A CPP 4) OFERECER A AÇÃO PENAL PÚBLICA – PEÇA PROCESSUAL: DENÚNCIA – ART 46 CP INQUÉRITO/TERMO CIRCUNSTANCIADO – OFENDIDO – VOCÊ: 1) RENUNCIAR O DIREITO DE QUEIXA (antes de oferecida a ação) 2) DEIXAR O PRAZO DECADENCIAL DE 06 MESES FLUIR – art. 38 CPP 3) OFERECER A AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA – QUEIXA-CRIME 4) (QUEIXA-SUBSIDIÁRIA – SOMENTE NO CASO DO ART 29 CPP- TAMBÉM SERVE PARA INICIAR A PERSECUÇÃO PENAL. PEÇA: QUEIXA-SUBSIDIÁRIA: · A DIFERENÇA PARA QUEIXA-CRIME (VISTA NA AULA ANTERIOR) É COLOCARMOS UM PARÁGRAFO REFERENTE A PERDA DO PRAZO POR PARTE DO MP . · PORÉM, INDICO, TAMBÉM SOLICITAR A “VISTA DO MP” EIS QUE ELE É O VERDADEIRO DONO DA AÇÃO PENAL E PODE SE MANIFESTAR DE ACORDO COM O ART.29 DO CPP. 05 – 15 dias: SOMENTE O MP PODE INGRESSAR 06 MESES A CONTAR DA INERCIA DO MP ( DO 6º DIA CASO ESTEJA PRESO OU DO 16º DIA CASO ESTEJA SOLTO) – AQUI TANTO VC, OFENDIDO, QUANTO O MP PODEM INGRESSAR COM A AÇÃO – LEGITIMIDADE CONCORRENTE APÓS OS 6 MESES – SOMENTE O MP – ATÉ O CRIME PRESCREVER REQUISITOS: ART. 41 DO CPP Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 1) A exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias Ex: fatos que possam constar como majorantes (causas de aumento de pena), qualificadoras etc... A ausência de descrição fática ousendo uma descrição fática deficitária pode acarretar a inépcia – merecendo a rejeição do magistrado (art. 395, I CPP). Ainda assim, se ela foi recebida, pode gerar uma nulidade do processo mais a frente. A descrição sucinta dos fatos/objetiva dos fatos não gera a inépcia. Cuidado com imputação genérica: quando houver concurso de pessoas – é importante destacar a quota de participação de cada réu, para que todos possam oferecer sua defesa adequadamente. 2) a qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem a sua identificação Se os dados que permitem a sua identificação forem incertos, tais como: nome, estado civil, endereço, nacionalidade etc... podemos usar outros dados que possibilitem a sua identificação: como a altura, características físicas, apelido, sexo, idade e outros dados relevantes. 3) A Classificação do crime Agora é a tipificação legal que o querelante esta atribuindo ao querelado –não basta a fazer referência ao nome do crime, é necessário enquadrar legalmente o fato que o querelante praticou a um artigo de lei. Caso haja o esquecimento desse requisito, a maioria da doutrina vai entender que trata-se de mera irregularidade, não seria caso de rejeição. E se o magistrado discordar do enquadramento legal que o querelante deu ao fato, o magistrado não pode alterar sob pena de ele estar se infiltrando como acusador. Para o magistrado corrigir esse eventual “erro de tipificação” quando for prolatar a sentença. 4) Rol de testemunhas Vale dizer que a produção da prova testemunhal é facultativa! Esse rol deve ser apresentado até a inicial acusatória. 5) PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS – art 44 CPP É uma procuração necessária para o ajuizamento da queixa-crime, tanto advogado quanto defensor público precisam instruir a petição inicial com a procuração. Esse é o único caso que o defensor público precisa de procuração, porque, via de regra, eles atuam independentemente de procuração, em razão de ser inerente a sua função pública. Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. Além de conter todos os poderes de uma procuração genérica (habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância), ela vai estabelecer poderes específicos ao fato criminoso. É necessário descrever de maneira sucinta na própria procuração, os fatos que serão descritos na própria queixa-crime (precisa identificar o querelante e o querelado). De modo geral, decadência é a perda do direito de queixa ou de representação em virtude de inércia do seu titular durante o prazo legalmente previsto. Vejamos art. 103 do Código Penal: DA DECADÊNCIA IMPRÓPRIA: “Art. 103 – Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.” Trata-se de uma hipótese de extinção da punibilidade nos casos de ação penal privada personalíssima e exclusivamente privada. Mas e a ação penal privada subsidiária da pública? Por que não foi mencionada? Porque nessa hipótese acontece o que se denomina de decadência imprópria. O instituto recebe o nome de decadência, porque constitui a situação em que o particular, titular da ação penal privada subsidiária da pública, não a promove no prazo de 6 meses após o transcurso do prazo para que o MP ofereça denúncia. Já o nome de imprópria advém do efeito jurídico que dela decorre. Não haverá a produção dos efeitos próprios da decadência, isto é, a extinção da punibilidade, pois a ação penal privada subsidiária da pública tem por substrato um crime que, em essência, é de ação penal pública. É nesse sentido a lição de Renato Brasileiro (Manual de processo penal: volume único – 8. ed. rev., ampl. e atual. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2020): “A ação penal privada subsidiária da pública também está sujeita ao prazo decadencial de 6 (seis) meses, porém este prazo só começa a fluir do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia (CPP, art. 38, última parte). Além disso, como essa ação penal, em sua essência, é de natureza pública, a decadência do direito de ação penal privada subsidiária da pública não irá produzir a extinção da punibilidade, sendo, por isso, chamada de decadência imprópria. Portanto, ainda que tenha havido a decadência do direito de queixa subsidiária, o Ministério Público continua podendo propor a ação penal pública em relação ao referido fato delituoso, logicamente desde que não tenha se operado a prescrição ou outra causa extintiva da punibilidade.” VEJAMOS UM CASO: Consta dos autos da peça informativa que PAULO – uma criança de 11 anos de idade – figura como vítima em inquérito policial que apurou a prática do crime de tortura, tendo como investigados sua mãe e seu padrasto. Consta, ainda, que o delegado de polícia, após proceder diversas oitivas e diligências para apurar a prática, em tese, do crime de tortura-castigo, elaborou relatório final em 3/10/2020. Entretanto, por duas vezes, o Ministério Público estadual requereu novas diligências, sendo que o cumprimento dessas providências se deu somente em 01/6/2021, o que possibilitaria, por fim, o oferecimento de denúncia ou a promoção de arquivamento. Passados dois meses da devolução da conclusão das diligências supracitadas pela autoridade policial ao Ministério Público, irresignado com a demora do Parquet e diante "da inegável necessidade de urgência do caso (menor de idade que relata, mais de uma vez, que estava sofrendo agressões por parte de sua mãe e padrasto) o pai do ofendido (Sr. José) procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de José, deve assisti-lo. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. TORTURA – AÇÃO PENAL PUBLICA INCONDICIONADA 01/06/21 – PRAZO: DE 05 DIAS (PRESO) OU DE 15 DIAS (SOLTO) – PARA OFERECER A DENUNCIA OU SOLICITAR O ARQUIVAMENTO. PRAZO: 06 MESES : A CONTAR DO prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos – ART 46 CPP – ELE RECEBEU NOVAMENTE OS AUTOS EM 01/06/21 1) término do prazo para o MP oferecer denuncia ou solicitar o arquivamento? . 15/06/21 2) Prazo decadencial ? DE 06 MESES SERÁ CALCULADO APÓS O TÉRMINO DO PRAZO DO MP SE MANIFESTAR ( LEIA-SE: OFERECER A DENUNCIA OU SOLICITAR O ARQUIVAMENTO – ART 38 C/C ART 46 AMBOS DO CPP) – 16/12/21 3) obs: aqui a vítima é menor, então, no momento de formular a peça você deve ter cuidado: NOME DA VÍTIMA, menor/incapaz, neste ato representada por (__________) - trafico de drogas – reu solto – MP permaneceu inerte no prazo de 15 dias – queixa-subsidiária?? CRIME VAGO - NÃO HÁ OFENDIDO/VITIMA DETERMINADA – NÃO CABE AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIARIA DA PUBLICA!!! TRAFICO – COLETIVIDADE É A VÍTIMA!!!!
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