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Economia Clássica – Parte 2 UFMA – 2016 Profa.Dra.Maria de Fátima Previdelli Say, o Utilitarismo e Lei Clássica da Circulação • Utilitarismo – Teoria ética normativa (princípio de conduta moral que busca a maior felicidade do maior número de pessoas). • Utilidade = propriedade de um objeto que tenda a produzir algum benefício, vantagem, prazer, bem ou felicidade ou impedir danos, sofrimento, mal ou infelicidade. • Utilitarismo = base original da teoria neoclássica do valor, como fundamento da demanda, mas também pelo lado da produção e dos custos (sacrifício do trabalho e também da “abstinência” ou “espera”) • Filosofia hedonista no atacado Say, o Utilitarismo e Lei Clássica da Circulação Nassau Senior (1790-1864) → Teoria da Abstinência (consumo futuro ou abstinência do consumo presente dão origem ao K do empresário) • Jeremy Bentham (1748-1832): Valor de uso -> base do valor de troca - todo valor baseia-se na utilidade; se não há utilidade, não pode haver valor algum. Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) • Filho de família protestante que sai da França e vai para a Inglaterra • trabalhou no mercado financeiro ate os 29 anos, aos 30 , iniciou leituras de Smith • 1803 - primeira edição do Tratado • de Economia Política • 1815 - Catecismo de Economia • Política • 1832 - Curso de Economia Política Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) • Objetivo: Popularizar as ideias de Adam Smith no “continente” • Importante: desejava expressar teorias e conceitos sem citar o contexto histórico • Base para a teoria da Escola Neoclássica de 1870. Ex.: Defendia que o resultado natural de uma economia capitalista era a harmonia social – o estudo da EP ganhará maior valor quando se perceber que ela “prova que os interesses do rico e do pobre ... não são antagônicos, e todas as rivalidades são meras tolices”, Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) • Ciência Econômica = ciência dos produtores (não mais uma orientação para administrar o reino) • Economia = Ciência dos Produtores (Produtores são: homens do Estado, proprietários, fundiários, capitalistas, cientistas, agricultores, fabricantes, comerciantes, etc.) - Método: observar e descrever os fatos - Ponto de Partida= processo produtivo . Produzir é criar utilidade:(X Teoria do Valor Trabalho) - Valor = fundamentado na utilidade - Preço = medida de utilidade Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) • Teoria do Valor (parece semelhante à de Smith) - três rendas ou custos como fonte do valor MAS: - a utilidade determina a demanda - a demanda determina o preço e se modifica com o preço (incoerência) - utilidade é o fundamento do valor - para criar utilidade é preciso: “indústria humana”, capitais e bens fundiários - as noções de oferta, demanda, preço, valor, custos, utilidade são pouco rigorosas e por vezes contraditórias Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) • Teoria do Valor - fatores produtivos como “serviços produtivos” análogos, com igual modo de participação no produto (conforme sua contribuição produtiva) - equipara todas as rendas, pois não há diferença qualitativa entre o trabalho humano e o uso das propriedades (capital e terra) A “Lei de Say” “As necessidades do consumidor determinam as criações dos produtores. O produto mais necessário é também o mais procurado; o produto mais procurado fornece à indústria, aos capitais, e às terras, uma maior quantidade de lucros que determinam a utilização dos meios de produção na fabricação desse mesmo produto. Do mesmo modo, quando um produto é menos procurado, é menos lucrativo produzi-lo e ele deixa de ser fabricado. Mas o que foi produzido vai ter seu preço de venda abaixado e tudo que foi produzido será vendido ”. pp.137- 139 A “Lei de Say” - apresentação simplificada da atividade econômica, num mundo onde reina a divisão do trabalho. - os indivíduos oferecem os seus serviços para poderem comprar produtos, e os empresários produzem para satisfazer as necessidades dos consumidores. - logo, o valor dos bens produzidos torna-se igual ao valor das remunerações dos serviços produtores, que por sua vez iguala-se ao total dos bens e serviços comprados. Assim, tem-se • M - D - M, em que: M = mercadoria, e D = dinheiro • ou seja, “os produtos só se compram com produtos” • a moeda é NEUTRA • Empresário produz cada vez maiores quantidades e produtos mais diversificados => maior bem estar material para a sociedade Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) • Lei dos Mercados - superprodução generalizada não é possível e que os mercados tendem ao pleno emprego dos fatores - Supera Smith na intenção de justificar o laissez-faire - Smith vislumbrou desequilíbrios possíveis no ajuste dos mercados, setoriais e talvez gerais (excesso de oferta de capital em todos os setores); - Say procurou demonstrar a impossibilidade de um excesso de oferta generalizado - Mercado estabelece: Renda → Gasto → Produto ou Produção SAY X SMITH Valor Utilidade Subjetiva Objetiva Indústria humana + Capital + Bens Fundiários Valor Uso Troca Base= divisão do Trabalho + Renda + Salários Trabalho Terra Capital Utilidade define se vale a pena assumir o custo dos serviços produtivos (custos de produção) SAY X SMITH Preços Smith → preços refletem níveis de salários + lucros (determinados por subsistência e produtividade) Say → salários e lucros são determinados pelas contribuições respectivas para a produção do valor (correspondente à utilidade); logo, são determinados pelo preço do produto. Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) • Uma das heranças clássicas assumidas pela corrente teórica principal na atualidade, a neoclássica. • Críticos da época: l Malthus, l Sismondi, l Marx • Críticos posteriores: l Keynes l Kalecki David Ricardo (1772 – 1823) 1- Vida 2- Contexto 3- Obras 4- Contribuição 5- Teoria do Valor 6- Salários e Lucro 7- Modelo Ricardiano 8- Renda Diferencial da Terra 9- Teoria das Vantagens Comparativas David Ricardo (1772 – 1823) • 1- Vida • Filho de Abraham Ricardo, (judeu com permissão para atuar na Bolsa de Valores de Londres) • Começou a trabalhar aos 14 anos com o pai como Operador autônomo da Bolsa de Londres; • Aos 20 anos de idade, rompe com o pai. • Antes dos trinta anos, era rico e proprietário de terras. • Aos 27 anos lê Smith. • Afasta-se dos negócios para se dedicar exclusivamente aos estudos de Economia. David Ricardo (1772 – 1823) • 1819: membro da Câmara dos Comuns, compra uma cadeira para representar o eleitorado irlandês; - Passa a influenciar os rumos da política inglesa - Tem respeito acadêmico e político - Defende os interesses dos industriais - Vê dois destinos para a Inglaterra: 1- País agrícola e protecionista OU 2- País industrial e voltado ao comércio exterior (oficina do mundo) - Ataca os “males que atacam o país”: Dívida nacional+Lei dos Pobres+Lei dos Cereais David Ricardo (1772 – 1823) • pessoa de firmes convicções e princípios, defendeu reformas e medidas contrárias aos seus interesses como proprietário de terras e capital • morreu com 51 anos, rico, respeitado e famoso • teve oito filhos e 25 netos David Ricardo (1772 – 1823) • 2- Contexto à época de Ricardo - Reorganização industrial = conversão dos artesãos em proletários + redução do número de intermediários do comércio. - Invenções do tear mecânico, tecnologia a vapor, estradas de ferro, avanço na mineração e siderurgia. - enclosures —ampliação de mão de obra disponível. urbanos. - Crises constantes com queda de lucros, desemprego, e miséria - Alta dos preços de alimentos - Aumento populacional David Ricardo - Contexto – Influenciado por: Smith + Malthus + James Mill + Bentham (cálculo da dor e do prazer) + Say - Revolução Francesa - Revolução Industrial Inglesa - Revolta crescente da classe operária - Lutas entre capitalistas e proprietários de terra David Ricardo(1772 – 1823) – 3) Obras: O alto preço do ouro; uma prova da depreciação do papel-moeda (1810) = política monetária. - Visão quantitativista - Inflação = descontrole das emissões de moeda, ( em vez de aceitar a causa como o aumento dos preços dos cereais)= desproporção entre o produto da economia e seu equivalente em moeda. - Defendia o retorno ao padrão ouro para a obtenção da estabilidade do nível geral de preços = moeda estável via regime cambial metálico, (sem interferência dos governos). (*) Inimigos = banqueiros, ministros e antibullionistas, => inflação tinha origem endógena no sistema creditício, nos elevados gastos públicos e na queda das exportações. David Ricardo (1772 – 1823) –3) Obras - Ensaio sobre a influência do baixo preço do trigo sobre os lucros do capital (1815) l Contra as restrições à importação, de 1815. Análise das consequências do protecionismo (Leis dos Cereais): Argumento: Teoria do rendimento decrescente das terras+Teoria dos Lucros • 1) Aumento dos salários (subsistência do trabalhador) 2) Queda da taxa de lucro 3) Transferência de riqueza das classes capitalistas para a classe de senhores de terras 4) Queda no investimento -> desaceleração das taxas de Crescimento econômico -> total estagnação econômica. - Ensaio sobre a influência do baixo preço do trigo sobre os lucros do capital (1815) l tendência de longo prazo → compressão dos lucros l aumento dos custos l maior valor dos produtos agrícolas e do trabalho l Restrições que impedem acesso ao cereal mais barato antecipam essa tendência David Ricardo (1772 – 1823) –3) Obras • Princípios de economia política e tributação (1817) ‒Surge do debate sobre as Leis dos Cereais ‒ Incentivo de James Mill. ‒Grande sucesso. ‒Alguns temas: 1)política monetária, 2)lucros e renda da terra, 3)valor e distribuição, 4) comércio internacional. David Ricardo (1772 – 1823) –3) Obras 4- Contribuições de Ricardo à Ciência Econômica • 1a . Teoria da produção. • Consolidação da “teoria do valor-trabalho” • Extensões: Sraffa (1939) e Robinson (1957) • Teoria das Vantagens Comparativas Relativas = Ideologia da exploração colonial. - objeto da economia política → distribuição do produto entre as classes sociais (Para Smith → crescimento da riqueza da nação) - aguda compreensão da natureza do capitalismo como sistema baseado no lucro: centralidade da taxa de lucro MAS: - Obra difícil de compreender → dificuldade de redigir - Teoria econômica de Ricardo → estabeleceu um estilo de modelos econômicos abstratos e dedutivos que dominam a teoria econômica até hoje - Schumpeter → “vício ricardiano”: tendência à excessiva abstração e ao raciocínio dedutivo a partir de hipóteses restritivas - Keynes: “Ricardo dominou a Inglaterra tão completamente como a Santa Inquisição dominou a Espanha” 4- Contribuições de Ricardo à Ciência Econômica David Ricardo 5- Teoria do Valor Objetivo: estudar os efeitos das variações dos preços relativos sobre a distribuição de renda, e seus impactos no crescimento econômico. Não acreditava em uma medida invariável de valor -> o trabalho necessário à obtenção das mercadorias varia no tempo com os avanços tecnológicos. Teoria de Smith -> teoria dos custos de produção MAS custos de produção (terra, trabalho e capital), só podem ser somados se reduzidos a um denominador comum. Opções: 1-> Inclusão da utilidade “não é a medida do valor de troca, embora lhe seja absolutamente essencial (Ricardo, 1996:23). -> utilidade faz o preço girar em torno de seu valor real, sem determiná-lo; (paradoxo da água e do diamante) 2-> trabalho incorporado ou trabalho necessário à produção do bem econômico. - valor das mercadorias expresso em termos monetários e decomposto em custos de produção (trabalho humano empenhado em sua produção). David Ricardo – 5) Teoria do Valor - Tipos de Bens: a) bens de reprodução limitada, com valor é regulado por sua raridade, oscilando, sem um ponto de equilíbrio. Ex.: obras de arte, velhos vinhos, jóias raras etc. O valor destes bens é regulado unicamente por sua escassez; b) bens de reprodução ilimitada, com valor regulado pelo seu custo de produção, preço em torno de um ponto de equilíbrio. Ex.: todas as mercadorias que a sociedade pode, a despeito da escassez de recursos, reproduzir em série. Conclusão: “possuindo utilidade, as mercadorias derivam seu valor de troca de duas fontes básicas: de sua escassez e da quantidade de trabalho necessária para obtê-las” David Ricardo – 5) Teoria do Valor David Ricardo – 5) Teoria do Valor - Valor de Troca: (cap 1- PEPeT) -É o trabalho necessário à produção, direto e indireto gastos em implementos, ferramentas e edifícios - Utilidade é essencial para o valor de troca, mas não é a sua medida → medida é o preço - Escassez regula o valor de troca dos outros bens (que pode variar com riqueza e gosto dos que os consomem) - as trocas das mercadorias são reguladas conforme as proporções das quantidades de trabalho necessárias à produção (T.Incorporado) - MAS rejeita Trabalho Comandado de Smith → se trabalho comandado é medida (invariável) do valor, então a remuneração do trabalhador é proporcional ao que produz (se o valor de algo, determinado pelo trabalho incorporado, dobrasse, a medida em trabalho comandado teria que dobrar igualmente). - Valor de Troca: (cap 1- PEPeT) - Preço Natural X Preço de Mercado l Quantidade Lucro Oferta e l de Trabalho Salários Demanda Preço natural = preço de mercado em condições de livre concorrência; (taxas naturais de salário e lucro) - Preço de Mercado pode ser igual, maior ou menor ao Preço Natural - demanda e da oferta afetam os Preços de Mercado, (não o preço natural) - Preço natural é afetado pela quantidade de trabalho necessária à produção - Diferenças entre preço natural e preço de mercado → diferenças entre a taxa natural de lucro e a taxa efetiva de lucro segurança, facilidade, etc. David Ricardo – 5) Teoria do Valor - Valor de Troca: (cap 1- PEPeT) Taxa geral de lucro tende a ser a mesma em todos os setores (Concorrência nivela preços de mercado aos preços naturais nos setores) - Taxas Geral de Lucro semelhantes nos setores é assegurada pela transferência de capital “flutuante” (finanças e bancos) → busca dos capitalistas pelos negócios mais lucrativos - Diferenças setoriais de taxa de lucro → segurança, risco, etc. David Ricardo – 5) Teoria do Valor David Ricardo - 6) Salários e Lucro - Sobre os salários (Cap. V) - trabalho é uma mercadoria como as demais - preço natural do trabalho = permite a subsistência do trabalhador e a perpetuação de sua descendência → depende da quantidade de bens e não da quantidade de dinheiro (gêneros de primeira necessidade e confortos materiais (moderados) - preço do trabalho depende dos preços desses bens - preço de mercado do trabalho → interação oferta (população) e demanda (acumulação de capital) - Preço de Mercado > Preço Natural → trabalhadores podem sustentar uma família saudável e numerosa, → Maior oferta de trabalho → Preço de Mercado < Preço Natural → pobreza → menor oferta de trabalho → Preço de Mercado > Preço Natural David Ricardo - 6) Salários e Lucro - Sobre os salários - Capital = parte da riqueza do país empregada na produção (alimentos, roupas, ferramentas, matérias-primas, maquinaria, etc.) - Acumulação de capital = Aumento de demanda por trabalho (salários adicionais de trabalhadores adicionais) PORTANTO: demanda por trabalho eleva-se na mesma proporção em que aumenta o capital MAS: - Aumento de capital pode: (1) aumenta o Preço de Mercado e o Preço Natural → nada muda para o trabalhador (2) aumenta o Preço de Mercado e mantém Preço Natural → melhoria para o trabalhador David Ricardo - 6) Salários e Lucro - Sobre os salários - Remuneração do trabalho sobre por: (1) Oferta e Demanda no mercado de trabalho (2) Aumento no preço dos bens em que são gastos os saláriosMAS Os preços das mercadorias não devem subir com o aumento dos salários, pois não haveria motivo para uma desvalorização do dinheiro (em ouro) – TQM (Moeda é Neutra) David Ricardo - 6) Salários e Lucro - Sobre os lucros (cap VI) - os lucros do capital, nas diferentes atividades, são proporcionais entre si e tendem a variar no mesmo grau e no mesmo sentido - salários e lucros variam inversamente; somente eles compõem o preço natural das mercadorias - os lucros tendem a se reduzir porque aumenta o preço dos produtos agrícolas e o preço natural do trabalho: cresce (ou surge) a renda que deve ser paga pelo arrendatário, enquanto os fabricantes (indústria) não podem aumentar os preços - tendência à queda dos lucros é um aspecto geral do funcionamento da economia David Ricardo - 6) Salários e Lucro - Sobre os lucros (cap VI) - os lucros setoriais podem diferir (diferença entre preço de mercado e preço natural); é pela desigualdade de lucros que o capital se movimenta de uma para outra atividade - queda da taxa de lucro (provocada pela elevação dos salários) é acelerada pela elevação do valor do capital (pode gerar também ganhos de capital para detentores de estoques de produtos primários) - uma taxa de lucro muito baixa vai parar toda a acumulação, pois não há motivação que compense os esforços e o risco - uma produção maior seria feita com queda do volume de lucros e portanto a produção maior não será empreendida David Ricardo - 6) Salários e Lucro - Sobre os lucros (cap VI) - a taxa de lucro determina a produção e o emprego: 1)estagnação da riqueza 2)busca de maior taxa de lucro conduz à substituição de trabalhadores por máquinas, sem gerar compensação para o emprego - No longo prazo: tendência do progresso da riqueza do país é de elevar o produto bruto (renda + salários +lucros), ampliando a parte da renda e dos salários e reduzindo a parte dos lucros no produto líquido → estado estacionário SOLUÇÃO: Técnicas agrícolas e Comércio Exterior David Ricardo - Máquinas - “estou convencido de que a substituição de trabalho humano por maquinaria é frequentemente muito prejudicial aos interesses dos trabalhadores” Se Produto Bruto = Salários + Lucro e Produto Líquido = Lucro Com máquinas: - Menos salários, menos emprego, menos PB MAS mais PL, mais bens disponíveis - Introdução da maquinaria → Mais PL(quantidade de bens) e Menos PB - O emprego das máquinas na produção deve beneficiar toda sociedade, mas PB não pode cair ou “uma parte da população tornar-se-á excessiva e a situação da classe trabalhadora será de grande sofrimento e pobreza” - Os mvtos contra máquinas “estão de acordo com os princípios corretos da Economia Política” David Ricardo - Máquinas - as máquinas e o trabalhador estão sempre em competição: aumento de salários induzirá a utilização de maquinaria - proibir as máquinas → empresas mudam para o exterior - Máquinas devem ser introduzidas de forma gradual e dar novas aplicações ao capital → aumentando a demanda de trabalhadores (mas a uma taxa decrescente) -haverá uma redução progressiva na demanda de trabalho MAS - a redução dos preços permite que o produto líquido se represente em maior volume de mercadorias: essas podem ser poupadas, gerando emprego 7) O modelo ricardiano “ Os alimentos e as roupas consumidas pelo trabalhador, o edifício em que ele trabalha e os instrumentos com os quais sua atividade é realizada, são todos de natureza perecível. Existe, no entanto, uma grande diferença no tempo de duração desses diferentes capitais: uma máquina a vapor durará mais do que um navio, um navio mais do que a roupa do trabalhador, e a roupa do trabalhador mais do que o alimento que ele consome. Dependendo da rapidez com que pereça, e a frequência com que precise ser produzido, ou segundo a lentidão com que se consome, o capital é classificado como capital circulante ou fixo” O modelo ricardiano PREMISSAS: 1) Os recursos são utilizados do mais eficiente para o menos eficiente. 2) A taxa de salários é dada pela massa salarial, ou seja, os salários são dados pela oferta de trabalhadores, a qual depende do crescimento da população. 3) Existe homogeneidade de mercadorias, ou seja, a composição e valor de duas mercadorias iguais é a mesma. 4) Não existem fenômenos monetários, ou seja, a moeda é neutra. 5) Existe concorrência. • Valor de uma mercadoria: CP = CF + CV Onde: CP= custos de produção CF = custos fixos = custos de emprego de trabalho humano nos meios de produção CV = Custos variáveis = massa salarial VALOR = PREÇO = CP + Lucro O modelo ricardiano As Variáveis I. Pt = L + C II. C = S III. S = sT IV. L = lC = lsT V.Pt = (1+ l) sT Pt = preço total L = lucro total C = custos totais (capital total investido) S = dispêndio salarial total s = taxa de salário T = trabalho total empregado l = taxa média “equilibrada” de lucro Assim: Os movimentos dos preços dependem das variações dos produtos, constituídos por seus diversos custos de produção, e não puramente em virtude das flutuações dos salários. O modelo ricardiano • IMPLICAÇÕES DO MODELO: 1.Pressuposto de pleno emprego na economia= capacidade produtiva utilizada na sua melhor combinação. 2.Ignora que relações econômicas são relações sociais (relações sociais de produção). 3.Excluiu a renda da terra do valor da mercadoria. A renda é uma porção do produto da terra paga ao latifundiário pelo uso das forças originais e indestrutíveis do solo e cria a escalada do preço dos produtos agrícolas, determinada pelo crescimento populacional. -> não é componente do custo total. O modelo ricardiano • IMPLICAÇÕES DO MODELO: 4. Capital consiste na parte da riqueza nacional empenhada na produção. (roupas e alimentos, matérias-primas, máquinas, edificações e outros implementos). PORTANTO: o trabalho sempre foi a causa do valor; não há valor sem trabalho E valor é igual a capital mais trabalho. OU SEJA : “ O valor da mercadoria é dado por seu custo em trabalho incorporado (imediato e mediato), acumulado em todos os estágios do processo de produção do bem e a contribuição relativa dos instrumentos utilizados para tal fim”. O modelo ricardiano O modelo ricardiano Lei de Ferro dos salários: Os salários tendem ao nível de subsistência em função do aumento da população. (*) Influência de Malthus e suas teses demográficas. O modelo ricardiano IMPLICAÇÕES DO MODELO (no longo prazo) ↑ escala da produção -> ↓ produtividade média dos fatores produtivos -> ↑ massa de salários -> ↓taxa de lucro. RESULTADO: expansão de uma economia Leva a : esgotamento da taxa de lucro No limite: estado estacionário (solução: alterar os custos, ou mudar taxa de salários). 8) Renda Diferencial da Terra Quem estudava o assunto: - contemporâneos de Ricardo: Malthus, Torrens - precursor mais antigo: Turgot - formulador mais original e completo: James Anderson (escocês,1777) - Progresso econômico contínuo + aumento da população e sua necessidade de alimentos → a nação vai usando terras cada vez piores - a renda fundiária é uma parte dos lucros anteriormente obtidos; - a elevação do preço do trigo (maior demanda ← maior população) leva ao cultivo de terras piores → aumento do custo de produção do trigo em geral - esse custo é regulado pela pior terra em uso para gerar a oferta necessária 8) Renda Diferencial da Terra Manter a Lei dos Cereais -> transferência de renda da classe de arrendatários e industriais para os proprietários de terras. -> (-) investimentos produtivos, (+) gastos com bens de luxo -> (-) acumulação de capital, (-) crescimento do PB. Distribuição da riqueza nacional entre as diversas classes sociais: 1- proprietários de terras: não cultivam o solo. 2- agricultores, arrendatários capitalistas: cultivam a terra e pagam alugueis. 3- trabalhadores são contratados pelos arrendatários capitalistas para cultivar o solo. 8) Renda Diferencial da Terra MAS: “somente porque a terra não é ilimitada em quantidadenem uniforme na qualidade, e porque, com o crescimento da população, terras de qualidade inferior ou desvantajosamente situadas são postas em cultivo, a renda é paga por seu uso.” (+) população -> expansão das terras cultivadas (terras de baixa produtividade teriam de ser cultivadas) -> Aumento dos preços dos alimentos -> elevação do custo da mão-de-obra -> Aumento dos custos de produção de manufaturados -> queda dos lucros = Estágio Estacionário (taxas de crescimento econômico e de acumulação de capital em um ritmo cada vez mais lento). Ricardo e a Renda da Terra Produção e distribuição de riqueza com cultivo das terras mais férteis Determinação da renda fundiária nas faixas de terras anteriores à menos fértil Ricardo e a Renda da Terra PORTANTO: Cada aumento populacional que leva ao cultivo de terras menos férteis -> aumenta a renda na faixa anterior -> o preço dos gêneros agrícolas produzidos na gleba marginal sempre servirá de referência à determinação de preços -> a parcela diferencial entre os custos de produção na última faixa de terra também determinará automaticamente a renda fundiária das demais. Ricardo e a Renda da Terra Solução para a Inglaterra: - importações livres de cereais (trigo) - proibir a importação → retenção de capital numa ocupação que seria abandonada em favor de outra mais vantajosa (cujo produção poderia ser trocada por cereais mais baratos, via comércio exterior) - somente argumentos muito fortes (segurança nacional) podem sustentar a proibição ou taxação, contra um regime de importação livre 9- Teoria das Vantagens Comparativas - TVC “Num sistema comercial perfeitamente livre, cada país naturalmente dedica seu capital e seu trabalho à atividade que lhe seja mais benéfica. Essa busca de vantagem individual está admiravelmente associada ao bem universal do conjunto dos países. Estimulando a dedicação ao trabalho, recompensando a engenhosidade e propiciando o uso mais eficaz da potencialidades proporcionadas pela natureza, distribui-se o trabalho de modo mais eficiente e mais econômico, enquanto pelo aumento geral do volume de produtos, difunde-se o benefício de modo geral, e une-se a sociedade universal de todas as nações do nundo civilizado por laços comuns de interesse e de intercâmbio.” 9- Teoria das Vantagens Comparativas - TVC “O comércio exterior para uma nação seria vantajoso até mesmo nos casos em que ela pudesse produzir internamente a custos mais baixos do que os da nação parceira, desde que, em termos relativos, as produtividades de cada uma fossem relativamente diferentes. Assim, a especialização internacional seria mutuamente vantajosa em todos os casos em que as nações parceiras canalizassem os seus recursos para a produção daqueles bens em que sua eficiência fosse relativamente maior.” 9- Teoria das Vantagens Comparativas - TVC - os lucros extraordinários que por vezes são obtidos do comércio exterior são temporários -> não elevam taxa geral de lucros nem o nível geral dos preços MAS É possível poupar valores (trabalho) através do comércio internacional, obtendo com isso aumento dos lucros, se as mercadorias obtidas com menores valores forem aquelas em que se gasta os salários - as trocas permitem acesso a produtos importados em troca de menor gasto do trabalho nacional aumentam a riqueza (quantidade de produtos) → permitindo poupar (= investir) → um mesmo capital poderá empregar mais trabalhadores e proporcionar mais valor e mais produtos, com maior proporção de lucros) 9- Teoria das Vantagens Comparativas - TVC - Ganhos do comércio internacional = Mais bens com mesmo dispêndio de trabalho) MAS - As trocas internacionais NÃO seguem a regra geral que regula o valor relativo das mercadorias em um país (quantidade de trabalho necessária à produção) - Isso se dá pelos obstáculos (naturais) à mobilidade do capital entre países, o que impede igualdade das taxas de lucro (e a igualdade dos valores nacionais das mesmas mercadorias) 9- Teoria das Vantagens Comparativas - TVC Pressupostos: l Não vale para as colônias, l Concorrência perfeita, l Custos de produção constantes, l Ausência de custos de transportes, l Comércio bilateral (dois países, dois bens), l Trabalho como único fator de produção, l Total imobilidade de capital entre os envolvidos no comércio. l Relação inversamente proporcional entre salários e lucros. l Pleno Emprego. Quantidade de horas de trabalho exigida para a produção de duas mercadorias, vinho e tecido 9- Teoria das Vantagens Comparativas - TVC Hipótese simplificada de vantagens relativas Relação de tempo necessário para produção das duas mercadorias País Vinho Tecido Portugal 80 90 Inglaterra 120 100 País Vinho/Tecido Tecido/vinho Portugal 80/90=0,88 90/80=1,12 Inglaterra 120/100=1,20 100/120=0,83 Conceito de Custo de Oportunidade. O custo de oportunidade justifica que Inglaterra (pior produtividade para vinhos e tecidos) se especialize no pior produto de Portugal.... Tecido. 9- Teoria das Vantagens Comparativas - TVC 9- Teoria das Vantagens Comparativas - TVC BENS País Tecido Vinho Total Inglaterra 100 120 220 Portugal 90 80 170 TOTAL 190 200 390 Em Autarcia – Gasto de horas de trabalho BENS País Tecido Vinho Total Inglaterra - - - Portugal 180 160 340 TOTAL 180 160 340 Gasto de horas de trabalho no país mais eficiente (Portugal produzindo tudo) 9- Teoria das Vantagens Comparativas - TVC BENS País Tecido Vinho Total Inglaterra 200 - 200 Portugal - 160 160 TOTAL 200 160 360 Em livre comércio – Gasto de horas de trabalho respeitando a TVC Portanto: “... se Portugal não tivesse nenhuma ligação comercial com outros países, em vez de empregar grande parte de seu capital e de seu esforço de produção em vinhos, com os retorno dos quais importa tecidos e ferramentas de outros países, seria obrigado a empregar parte daquele capital na fabricação de tais mercadorias, com resultados provavelmente inferiores de qualidade e quantidade.” (PEPeT)
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