Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Economia Clássica – Parte 3 UFMA – 2016 Profa.Dra.Maria de Fátima Previdelli Thomas Malthus (1766 - 1834) • Pastor protestante - educação liberal. • Ordenou-se em 1797, após estudar Matemática, Latim e Grego no Colégio de Jesus. • Obras principais: Ensaio sobre a População (1798) e Princípios de Política Econômica (1820). Thomas Malthus (1766 - 1834) - filho de família inglesa rica - pai Daniel Malthus: cavalheiro do reino, amigo de Hume e Rousseau, um otimista do aperfeiçoamento humano - foi reverendo e primeiro professor de Economia Política de Cambridge - defensor dos ricos, (proprietários de terra) - amigo pessoal de Ricardo MAS divergiram em relação a valor e comércio, lucro e renda, política econômica, e lei de Say. - Concordavam com teoria da renda da terra (rendimentos decrescentes) e a teoria malthusiana da população Thomas Malthus (1766 - 1834) - filho de família inglesa rica - pai Daniel Malthus: cavalheiro do reino, amigo de Hume e Rousseau, um otimista do aperfeiçoamento humano - foi reverendo e primeiro professor de Economia Política de Cambridge - defensor dos ricos, (proprietários de terra) - amigo pessoal de Ricardo MAS divergiram em relação a valor e comércio, lucro e renda, política econômica, e lei de Say. - Concordavam com teoria da renda da terra (rendimentos decrescentes) e a teoria malthusiana da população Thomas Malthus (1766 - 1834) - teorias econômicas de Malthus são formuladas após 1814, quando a preocupação principal gira em torno das leis dos cereais - são reunidas na obra Princípios de Economia Política considerados com uma visão de suas aplicações práticas, 1820 Thomas Malthus (1766 - 1834) - Fez da economia política uma “ciência lúgubre” Segundo Ricardo: “na competente pena de Malthus, a consideração das desigualdades sociais na economia capitalista não tem um aspecto benevolente (Smith) nem de isenção científica (Ricardo); a presença da miséria é explícita e racionalmente justificada como necessária, constitutiva da ordem econômica e social “harmônica”, baseada na propriedade privada e nas relações de mercado”. Thomas Malthus (1766 - 1834) (1798) Um ensaio sobre o princípio da população e como ele afeta o progresso futuro da sociedade, com observações sobre as especulações do Sr. Godwin, M. de Concorcet e outros escritores (Teoria Malthusiana da População) - 6 edições em 28 anos - combate aos intelectuais radicais, teóricos da reforma social - a reforma social somente poderia ocorrer retirando renda ou riqueza dos proprietários de terras - os reformadores eram pessoas bem intencionadas, mas muito enganadas, suas ideias criariam uma situação pior Thomas Malthus (1766 - 1834) - benevolência X amor-próprio - reformas não funcionariam: a propriedade privada e as classes reapareceriam, por uma lei natural - os pobres eram pessoas infelizes, que na loteria da vida tinham tirado um bilhete em branco; era inevitável seu sofrimento e suas necessidades Teoria Malthusiana da População: - desejo quase insaciável de prazer sexual conduz à reprodução humana incontida, levando ao crescimento geométrico da população (dobrando a cada geração), - aumentos da produção agrícola ocorrem em progressão aritmética: a cada geração, menores aumentos ou no máximo iguais Thomas Malthus (1766 - 1834) “Todas as crianças nascidas além do que seria preciso para manter a população nesse nível [de consumo mínimo] devem, necessariamente, morrer, a menos que seja aberto espaço para elas pelas mortes de adultos. [...] Para agir de maneira consistente, portanto, deveremos facilitar, em vez de tentar, de maneira tola e em vão, impedir as operações da natureza para produzir essa mortalidade” Solução: Controles da taxa de natalidade e mortalidade: - medidas preventivas → esterilidade, abstinência, controle de nascimentos - medidas positivas → aumentam mortalidade: guerra, pragas, miséria, fome (fenômenos naturais) Thomas Malthus (1766 - 1834) Contra a Lei dos Pobres (1795) que garantia renda mínima para as famílias. Argumentos: -leis dos pobres pioram condições dos pobres aumentando a população sem aumentar a quantidade de alimentos: “ a propriedade privada e divisão de classes garantem a ordem social, sem isso haveria anarquia, pois as pessoas inferiores esbanjam, não haveria acumulação e progresso. Os ricos proprietários têm valor econômico e moral, o valor moral os diferencia dos pobres. Somente com acumulação de propriedades realizada pelas pessoas de alto valor moral haveria recursos para sustentar os pobres, porque os ricos dividem seus recursos, empregando-os, o sistema da propriedade e desigualdade é responsável pelas grandes realizações culturais da humanidade.” Thomas Malthus (1766 - 1834) Emenda à Lei dos Pobres (1834): Aboliu todo auxílio para pessoas fisicamente capazes fora de abrigos; para receber auxílio, um homem deveria penhorar todos os seus bens e seria separado de mulher e filhos. (*) se as projeções malthusianas se confirmassem, a população mundial seria hoje de 256 bilhões de pessoas Thomas Malthus (1766 - 1834) Princípios de Economia Política (1820) 1- Valor e troca Economia capitalista = economia de trocas mercantis e monetárias, baseadas na propriedade privada - valor e excedente se definem no mercado, conforme produção (oferta) e demanda (diferente de Smith,Ricardo e Marx, onde excedente é criado na produção) -valor depende dos custos de produção (as três rendas: salário, lucro e renda da terra) e da demanda - a quantidade de trabalho pode ser a medida do valor, mas também é preciso considerar a medida em dinheiro - forças da oferta e demanda de mercado não ajustam automaticamente o preço de mercado ao preço natural - a moeda tem importância máxima → distribuição e valor da produção nacional Thomas Malthus (1766 - 1834) Princípios de Economia Política (1820) Riqueza = objetos materiais necessários, úteis ou agradáveis (independente de resultar de trabalho) - nenhuma riqueza pode existir, a menos que a demanda exceda o custo de produção (em trabalho) - o emprego de trabalho se justifica quando este é produtivo: trabalhadores produzem um valor maior do que recebem como salário → o empregador tem lucro - terra e capital aumentam a produtividade do trabalho, renda e lucro são partes dos custos = preço natural - preço de mercado = preço natural <=> demanda efetiva iguala o valor da oferta - renda: resultado natural do dom divino da terra gerar mais produto que necessário para os que nela trabalham Thomas Malthus (1766 - 1834) 2- Teoria da superprodução (depressões) Investigou o processo de circulação da moeda e das mercadorias → invalidam a lei de Say - Padrão de gastos das três classes: A - trabalhadores gastam toda sua renda com subsistência B - capitalistas têm paixão em acumular e não tinham tempo ou inclinação para gastar seus lucros em consumo ou serviços pessoais C - proprietários de terra, são cavalheiros do ócio, com renda garantida, gastam em conforto, criados, promovendo a arte, universidades e a cultura; gastam sempre toda a renda em consumo ou serviços pessoais Thomas Malthus (1766 - 1834) 2- Teoria da superprodução (depressões) Demanda efetiva e as crises: 1- falta de demanda efetiva devido a: - trabalhadores possuíam baixo poder de consumo e salários de subsistência; - capitalistas possuíam maior poder de consumo (ânsia de acumular mais), → gastavam pouco para poder investir e aumentar lucros futuros; - nobreza proprietária garantia certo grau de demanda (gasto com o consumo). Crises: - elevação da taxa de lucro + demanda efetiva insuficiênte Thomas Malthus (1766 - 1834) 2- Teoria da superprodução (depressões) → capitalistas gastam lucros com compra de novo capital MAS progresso econômico → mais lucros Lucros passam a ser acumulados PORQUE Investimento do lucro → aumento dos salários → aumento dos custos → redução dos lucros PORTANTO Capitalistas preferem manter em moeda improdutiva Acumulação com mudançatécnica → menos trabalhadores → mais produção mas menos demanda → crise Thomas Malthus (1766 - 1834) - superprodução → lucros excessivos que levam a uma taxa insustentável de acumulação - Solução: - alterar a distribuição da renda, capitalistas com menos lucros e proprietários de terra com mais renda - a guerra elimina o problema (Ex. Inglaterra e América sofreram muito pouco e foram enriquecidas pelas guerras napoleônicas e sofrem muito por causa da paz ) - gasto em obras públicas, em épocas de sofrimento econômico agudo: rodovias, canais, pontes ... - impostos necessários para financiar essas obras não podem sair da aplicação produtiva mas da acumulação. Thomas Malthus (1766 - 1834) - Contra a Lei de Say salários < custos totais de produção PORTANTO: - não há como vender a produção total da indústria, - queda nos preços → queda na taxa de lucro - insuficiência de demanda → estagnação no mercado Outras causa da estagnação: - Excesso de acumulação e poupança Solução: - Controle para evitar poupanças excessivas, - Balança comercial favorável, - Gastos com obras públicas durante a crise. “...o livre mercado não era capaz de criar empregos.” Thomas Malthus (1766 - 1834) Contribuições de Malthus: - Visão da pobreza como parte necessária do sistema - Correspondência de seu pensamento com o poder e os interesses da aristocracia rural, em declínio mas dominante no parlamento inglês; (defesa da Lei dos Cereais) - Atualidade: ideia da pobreza inevitável - Aceitação natural da desigualdade social, culpa dos pobres, devido a sua fraqueza ou inferioridade moral - Demanda Agregada, Keynes - Crise, Marx Ricardo X Malthus Pontos em comum: 1- economia política não é neutra em relação aos valores e aos interesses das classes sociais. 2- Lei da população e Rendimentos decrescentes da agricultura. 3- Lei da população de Malthus → teoria dos salários de subsistência de Ricardo. Ambos contra a “leis dos pobres”. Ricardo X Malthus Divergências: 1- “lei de Say” X princípio da demanda efetiva → Ricardo venceu o debate até Keynes cem anos depois. 2- Ricardo defendia o livre-comércio, e Malthus defendia o protecionismo em relação aos produtos agrícolas. 3- Ricardo era mais liberal e acreditava nos mecanismos auto-reguladores da economia, Malthus apontou grandes problemas, mas não foi muito eficiente nas soluções. 4- Ricardo e a queda da taxa de lucro, redução do estímulo a novos investimentos. X Malthus e a elevação da taxa de lucro, falta de consumo e de demanda efetiva. John Stuart Mill (1802-1873) • Educação precoce (13 anos) • Aluno de Ricardo. • O último dos grandes Economistas Clássicos John Stuart Mill (1802-1873) Obras: - Sistema de Lógica (1843) - Ensaios sobre algumas questões não resolvidas em Economia Política (1844) - Princípios de Economia Política (1848) - Emancipação da Mulher (1851) - Da Liberdade (1859) - Pensamentos sobre a Reforma Parlamentar - Considerações sobre o Governo Representativo (1861) - Utilitarismo (1863) - Um exame da Filosofia de Sir William Hamilton (1865) - Augusto Comte e o Positivismo (1865) - A sujeição da mulher (1869) John Stuart Mill (1802-1873) Princípios de Economia Política, com algumas de suas aplicações à Filosofia Social (1848): - principal obra de economia - compilação de ideias anteriores, - popularizou o pensamento econômico de seus predecessores - combinação da teoria do valor e da produção baseada no trabalho com elementos utilitaristas na explicação da demanda e do valor de troca - manual de economia mais importante até a publicação de Princípios de Economia (1890), de Marshall John Stuart Mill (1802-1873) Princípios de Economia Política, com algumas de suas aplicações à Filosofia Social (1848): Estrutura: 1) A Produção 2) A Distribuição 3) As Trocas 4) Influência do Progresso da Sociedade Sobre a Produção e a Distribuição 5) A Influência do Governo John Stuart Mill (1802-1873) Princípios de Economia Política, com algumas de suas aplicações à Filosofia Social (1848): - leis da produção são gerais, válidas para todas as sociedades (leis da matéria e das técnicas físicas de produção), - leis da distribuição são históricas, decorrem de instituições humanas (leis da propriedade) - troca → subordinada, não é o centro da economia política - distribuição resulta de convenções humanas e pode ser reformada; - produção tem leis próprias que não podem ser mudadas pelos reformadores sociais John Stuart Mill (1802-1873) Princípios de Economia Política, com algumas de suas aplicações à Filosofia Social (1848): - Leis naturais: a) lei do interesse pessoal – princípio hedonístico, cada homem procura o bem, a riqueza e evita o mal, a miséria, o esforço; b) lei da livre concorrência – se cada indivíduo é o melhor juiz dos seus interesses, deve ter a liberdade de escolher o caminho para os realizar – laisser faire e livre concorrência; c) lei da população – teses de Malthus; d) lei da oferta e da procura – o preço aumenta na razão direta da procura e na razão inversa da oferta – esta lei determina o valor de todos os produtos, do capital, da terra e do trabalho; John Stuart Mill (1802-1873) Princípios de Economia Política, com algumas de suas aplicações à Filosofia Social (1848): - Leis naturais: e) lei do salário – distingue entre salário corrente, determinado pela lei da oferta e da procura, e salário natural, determinado pelo custo de vida do trabalhador; f) lei da renda – Stuart Mill amplia a lei de Ricardo para os produtos agrícolas a todos os produtos manufacturados; g) lei da troca internacional – a troca entre países proporciona a cada parte uma economia de uma quantidade de trabalho, que representa um ganho a favor do país importador. John Stuart Mill (1802-1873) Utilidade → Motivações para os atos individuais além do prazer: - senso de dever, honra, filantropia, sentimentos de grupo ou classe, padrões de comportamento herdados, atividades tradicionais da comunidade - o prazer derivado das faculdades superiores é mais valioso que qualquer outro, possuiu superioridade intrínseca “É melhor ser um Sócrates insatisfeito do que um tolo satisfeito” - considerado fundador da justificativa metodológica do racionalismo dedutivo em economia (a partir de leis psicológicas) John Stuart Mill (1802-1873) Teoria do valor - soma teoria do valor-trabalho com a perspectiva utilitarista para explicar os valores de Troca - produção: requisitos = trabalho+objetos naturais apropriados - custo = trabalho empregado na produção; todos os demais elementos da despesa do capitalista podem ser reduzidos a trabalho - preço natural = salários + lucros (excepcionalmente rendas) - riqueza = coisas úteis que possuem valor de troca (objetos materiais que podem ser acumulados) - trabalho produtivo produz riquezas materiais direta ou indiretamente - capital → origem na poupança = estoque acumulado da produção do trabalho - limite da riqueza não é falta de consumidores → Aumento de salários ou lucros levam a demanda crescente de bens necessários ou de luxo pelos empregados e bens de luxo pelos empregadores John Stuart Mill (1802-1873) Teoria do valor - no longo prazo → produção industrial terá custos decrescentes - no curto prazo → produção agrícola terá custos crescentes (origem da renda da terra) - pode haver aumento geral de preços mas nunca um aumento geral do valor - demanda depende do valor; representada por uma função, determina, junto com a oferta, o preço e a quantidade demandada - oferta -> estoque dado, produção sem limites e com limites (custos constantes ou crescentes) - custo de produção = soma dos rendimentos (salário, lucro e eventualmente renda) MAS trabalho é principal componente - Custos podem ser crescentes → mercadorias que dependem da produção agrícola (o valor dos produtos agrícolas e minerais depende dos custos necessários para produzir e trazer ao mercado) - os custos também têm componentes não naturais, como as taxas (impostos),que afetam os valores John Stuart Mill (1802-1873) Princípios de Economia Política, com algumas de suas aplicações à Filosofia Social (1848): “O meio mais simples que se pode imaginar para manter os salários do trabalho no nível desejado seria fixá-los por lei (...). Provavelmente, ninguém jamais sugeriu que os salários devam ser absolutamente fixos, já que os interesses de todas as partes envolvidas muitas vezes exigem que variem; mas alguns propuseram fixar um salário mínimo, deixando que a variação acima desse nível seja ajustada mediante concorrência.” (Princípios de Economia Política, vol I, página 413) John Stuart Mill (1802-1873) Salários - em concorrência → salário médio depende do montante de capital destinado ao emprego de trabalho e do tamanho da população (educação pode reduzir tamanho das famílias) - não é determinado apenas pelos custos de produção - Governo → não pode aumentar o total dos pagamentos de salário ao fixar um salário mínimo maior que o de equilíbrio entre oferta e demanda de trabalho (salários mais altos de alguns implicariam perda de emprego e renda salarial de outros) - MAS pode aumentar a reserva de salários através da taxação, usando a tributação dos rendimentos para superar o desemprego -Greves ensinam às classes operárias a relação entre salário e oferta de trabalho - Simpatia pelos trabalhadores, melhoria de sua condição “até um limite máximo” como o mais desejável para a sociedade John Stuart Mill (1802-1873) Lucros e Renda - Determinantes da taxa de lucros = abstinência+risco+esforço - lucros = remuneração da abstinência → recompensa por deixar de consumir seu capital e por permitir que ele seja consumido por trabalhadores produtivos - Causa do lucro → o trabalho produz mais que o necessário para sua manutenção; lucro vem da capacidade de produção do trabalho e não da troca - Lucro é componente do preço natural da mercadoria - Lucro reflete um custo de produção (pago na troca, por um serviço produtivo do capital ou do capitalista) - Lucro têm 3 parcelas: juros, garantia e os salários de direção John Stuart Mill (1802-1873) Lucros e Renda - Taxa de lucro tende a nivelar-se entre todos os setores EXCETO: diferenças no risco, na atração de diferentes empregos e no monopólio - Renda da terra não compõe os custos de produção - Renda resulta de monopólio quando há escassez de um recurso - Renda pode entrar nos custos, quando for inevitável John Stuart Mill (1802-1873) Tendência decrescente da taxa de lucro e estado estacionário Queda na taxa de lucro → efeito da acumulação com crescimento da população → preços dos aumentam → aumentar a renda → reduz o lucro Exceções: exportação de capital e crises comerciais periódicas - fluxo de capitais para colônias e outros países em busca de lucros maiores → desvia parte do aumento de capital que teria dado origem à queda dos lucros; - capital é aplicado e gera fluxo de produtos agrícolas baratos que permitem expandir capital e população internos sem reduzir os lucros - desperdício de capital nas épocas de expansão dos negócios e de exagerada especulação e nas épocas de reviravolta comercial que sempre as sucedem; - excesso de capital leva à acumulação em empreendimentos de lucro incerto ou que produzem além das necessidades do mercado John Stuart Mill (1802-1873) Lei de Say Defendeu a Lei de Say - “superprodução de mercadorias” era na verdade uma suboferta monetária (demanda por moeda menor que sua oferta) - No longo prazo o mercado automaticamente sai das depressões e alcança pleno emprego John Stuart Mill (1802-1873) Lei dos valores internacionais (lei do equilíbrio da procura internacional) “os produtos de um país se trocam pelos produtos de outros países, àqueles valores que são necessários para que a totalidade de suas exportações possa pagar exatamente a totalidade de suas importações” Existe “procura recíproca” (demanda mútua) Pressuposto: valores exportados são iguais aos importados - valor relativo das mercadorias depende das condições de demanda em cada país, e dos custos de produção - depende da capacidade produtiva do país que está voltada para exportação X capacidade produtiva dos parceiros comerciais voltada para os mercados desse país - quanto menos capacidade produtiva tiver de ser dedicada por um país à exportação/importação, mais favoráveis serão as relações de troca John Stuart Mill (1802-1873) Propriedade Privada: - Propriedade privada não é uma realidade imutável, divina ou sagrada - Leis da propriedade não estão de acordo com os princípios que a justificam (divisão justa ou aquisição por iniciativa própria) - Propriedade privada retém traços de sua origem → os ordenamentos sociais da Europa distribuíram a propriedade pela conquista e pela violência Concentração da Propriedade Privada: - cria uma classe parasita, que vive luxuosamente, com renda e sem ligação necessária com a atividade produtiva - não é justo nem saudável exista uma “classe” que não trabalhe Estrutura de classes existente não é permanente - não é de esperar que a divisão da raça humana em duas “classes hereditárias” possa manter-se para sempre John Stuart Mill (1802-1873) Sociedade e Governo: - sociedade socialista ou comunista moralmente superior ao “estado atual da sociedade”, desigual e injusta baseada na propriedade privada (com distribuição do produto do trabalho na razão inversa do trabalho) - repartição de lucros e cooperativas, operando em regime concorrencial devem melhorar as condições das classes trabalhadores (junto com informação e cultura) - o socialismo seria possível somente quando o caráter das pessoas houvesse melhorado - chegará o dia em que a luta pelas riquezas poderá acabar, sendo posta de lado pelos ricos, que não mais reivindicarão privilégios políticos - cooperativas podem provar que são econômica e socialmente bem sucedidas - relação dos patrões com os trabalhadores será substituída por associação de trabalhadores com o capitalista ou por associação própria dos trabalhadores John Stuart Mill (1802-1873) Intervenção do Governo: Objetivo: modificar os efeitos socialmente indesejáveis do livre mercado: 1- Erradicar a pobreza; - educação nacional eficaz das crianças da classe trabalhadora - durante uma geração, medidas para acabar com a pobreza extrema - uso das terras comuns em benefício dos pobres - financiamento não seria retirado do capital empregado na manutenção do trabalho, mas do excedente que não pudesse ser empregado (que iria para o exterior ou seria desperdiçado) 2- Leis que protegem o direito de associação, que impedem abuso ou excesso de trabalho de crianças, e limitam a jornada de trabalho John Stuart Mill (1802-1873) Intervenção do Governo: 3- Limites ao direito de herança; Via imposto, para restringir a acumulação de grandes fortunas nas mãos dos que não a adquiriram por esforço próprio 4- Regulação ou encampação de Monopólios Empresa deve visar o bem comum para que os lucros do monopólio possam ser auferidos pelo povo Autoridades municipais deveriam operar companhias de gás e água, cujos valores devem ser regulados 5 - Governo deve agir também fazendo coisas que servem ao interesse geral da sociedade, mas que não são rentáveis (exploração geográfica ou científica, estradas, docas, portos, irrigação, hospitais, escolas, Faculdades) John Stuart Mill (1802-1873) - Ativista das reformas legislativas, dialogo com o pensamento socialista, - Crítica aos princípios parlamentares e legais vigentes - Participou de diversas sociedades de debates dedicadas aos problemas sociais e intelectuais contemporâneos - Fundou a Sociedade Pró Voto Feminino (1865), - Foi membro do parlamento, votando com a ala radical do Partido Liberal (defesa dos direitos das mulheres) - Defesa do livre exercício das profissões sem discriminação contra as mulheres Socialismo Utópico - Principais Expoentes Robert Owen (1771 – 1858) Charles Fourier (1772 – 1840) Saint – Simon(1760 – 1825) Pierre Proudhon (1805 – 1870) Socialismo “Utópico” X Socialismo Científico • A “Utopia”, de Thomas More (1653) – composição da cidade-estado “ideal”. • O socialismo “utópico” buscava a composição da sociedade ideal, sem alterar universalmente as relações de produção. Origem no pensamento Iluminista do sec. XVII e XVIII. • O socialismo científico busca a alteração universal das relações de produção, pela via revolucionária, e tem suas origens na obra de Marx – Engels. Socialismo Utópico Bases: • Reorganização da sociedade – abolição da divisão entre trabalhadores e proprietários; • Distribuição do produto social de maneira igual entre os membros da sociedade; Robert Owen e o Sistema Cooperativo • Produção industrial voltada para o consumo interno – salários e preços determinados de acordo com as demandas internas; • Pode um sistema cooperativado competir satisfatoriamente com um empreendimento puramente capitalista? (diferenças de produtividade e custos) Saint-Simon, Fourier e os Falanstérios • Teoria social “bonapartista”. • Organização de toda a vida dos habitantes dos “falanstérios”, desde as relações de produção, a divisão do trabalho, até a vestimenta e os costumes. • Absurdo? Comunidades dos anos 1960. Proudhon e a origem do valor • Crítica à propriedade Privada • Defendeu: – associações dos trabalhadores (cooperativas) – propriedade coletiva dos trabalhadores da cidade e do campo em relação aos meios de produção, – revolução social poderia ser alcançada através de formas pacíficas. • Tentou criar um banco operário (empréstimos sem juros) • Ideia foi apropriada por capitalistas e acionistas que exigiriam imposição de juros em seus empréstimos. Proudhon e a origem do valor • Em Filosofia da Miséria, Proudhon aponta o erro existente no pagamento de salários pelo trabalho, e a exploração dos trabalhadores pelos proprietários; • Solução: trocar todas as coisas pelos seus respectivos “valores reais” • “A propriedade é um roubo” • Crítica de Marx: Miséria da Filosofia Resultados • Herança: o Sistema Cooperativo, por Owen. • Principais críticas: Karl Marx, Filosofia da Miséria (1847), e Friedrich Engels, Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico. • Experiências de mais de 30 anos no EUA e Sul da AL.
Compartilhar