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Química Analítica Qualitativa KÁTIA CELINA DA SILVA RICHETTO QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA 1ª Edição Taubaté Universidade de Taubaté 2014 Copyright©2014.Universidade de Taubaté. Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. Administração Superior Reitor Prof.Dr. José Rui Camargo Vice-reitor Prof.Dr. Marcos Roberto Furlan Pró-reitor de Administração Prof.Dr.Francisco José Grandinetti Pró-reitor de Economia e Finanças Prof.Dr.Luciano Ricardo Marcondes da Silva Pró-reitora Estudantil Profa.Dra.Nara Lúcia Perondi Fortes Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof.Dr. José Felício GoussainMurade Pró-reitora de Graduação Profa.Dra.Ana Júlia Urias dos Santos Araújo Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof.Dr.Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro Coordenação Acadêmica Profa.Ma.Rosana Giovanni Pires Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino Coordenação Tecnológica Profa. Ma. Susana Aparecida da Veiga Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Ma. Fabrina Moreira Silva Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira Coord. de Curso de Pedagogia Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais Revisão ortográfica-textual Projeto Gráfico e Diagramação Autor Profa. Dra. Ana Maria dos Reis Taino Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira Profa. Dra. Lídia Maria Ruv Carelli Barreto Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira Me.Benedito Fulvio Manfredini Kátia Celina da Silva Richetto Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 Central de Atendimento:0800557255 Polo Taubaté Polo Ubatuba Polo São José dos Campos Avenida Marechal Deodoro, 605–Jardim Santa Clara Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 Telefones: Coordenação Geral: (12)3621-1530 Secretaria: (12)3625-4280 Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 Tel.: 0800 883 0697 e-mail: nead@unitau.br Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h Av Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 Parque Residencial Jardim Aquarius Tel.: 0800 883 0697 e-mail: nead@unitau.br Horário de atendimento: 8h às 22h Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi Sistema Integrado de Bibliotecas/UNITAU R529q Richetto, Kátia Celina da Silva Química analítica qualitativa / Kátia Celina da Silva Richetto. Taubaté: UNITAU, 2012. 62p. : il. ISBN: 978-85-65687-61-4 Bibliografia 1. Química analítica. 2. Análise funcional e sistemática. 3. Atividade e equilíbrio químico. I. Universidade de Taubaté. II. Título. PALAVRA DO REITOR Palavra do Reitor Toda forma de estudo, para que possa dar certo, carece de relações saudáveis, tanto de ordem afetiva quanto produtiva. Também, de estímulos e valorização. Por essa razão, devemos tirar o máximo proveito das práticas educativas, visto se apresentarem como máxima referência frente às mais diversificadas atividades humanas. Afinal, a obtenção de conhecimentos é o nosso diferencial de conquista frente a universo tão competitivo. Pensando nisso, idealizamos o presente livro- texto, que aborda conteúdo significativo e coerente à sua formação acadêmica e ao seu desenvolvimento social. Cuidadosamente redigido e ilustrado, sob a supervisão de doutores e mestres, o resultado aqui apresentado visa, essencialmente, às orientações de ordem prático-formativa. Cientes de que pretendemos construir conhecimentos que se intercalem na tríade Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de forma responsável, porque planejados com seriedade e pautados no respeito, temos a certeza de que o presente estudo lhe será de grande valia. Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa leitura. Bons estudos! Prof. Dr. José Rui Camargo Reitor Apresentação A Química é uma ciência, ou seja, um ramo de conhecimento humano que visa compreender melhor alguns eventos que ocorrem na natureza ou em laboratórios, estudando-os com uma linha organizada de trabalho. Aprender Química é se envolver no estudo das substâncias ao nosso redor, de onde vêm, quais suas propriedades, que utilidades possuem e quais as vantagens ou os problemas que eventualmente podem trazer à humanidade. No início e durante o Desenvolvimento da Química, a maioria das análises empregava a separação dos componentes de interesse (analitos) por meio de técnicas como precipitação, extração ou destilação. Os compostos são identificados por sua cor, solubilidade, ponto de fusão e ponto de ebulição. Esses fatores contribuem para identificação das espécies químicas. Os analitos podem ser identificados por volumetria e gravimetria, ou seja por titulação e medidas de massa – métodos relativamente simples, que exigem poucos equipamentos e oferecem resultados confiáveis. Apesar de a química analítica atual ser dominada por técnicas instrumentais, o princípio de funcionamento de alguns de seus instrumentos baseia-se em técnicas tradicionais ainda muito utilizadas atualmente. A análise qualitativa é empregada quando se pretende determinar ou identificar as espécies ou elementos químicos presentes numa amostra, podendo ser eles atômicos ou moleculares, de origem mineral, animal e vegetal. A análise quantitativa é empregada para se determinar a quantidade de uma espécie ou elemento químico numa amostra. Determina concentrações, volumes ou massa exata da substância, por meio de técnicas de gravimetria, volumetria, instrumentais, entre outras; é expressa por resultados numéricos dos componentes da amostra. Aqui, neste livro- texto, denominado Química Analítica Qualitativa, apresentamos algumas técnicas de análise, um estudo sobre cátions e ânions, entre outros assuntos interessantes. Aproveite para estudar com afinco e construir sempre mais conhecimentos!!! Sobre a autora Kátia Celina da Silva Richetto é professora da Universidade de Taubaté - UNITAU, desde 1997; é Coordenadora do Laboratório de Química da UNITAU. É Engenheira Química, formada pela FAENQUIL/USP/Lorena; Mestre em Engenharia Mecânica, área de Materiais, ênfase compósitos, pela UNESP de Guaratinguetá; Doutora em Engenharia de Matérias, ênfase em cerâmicos, pela FAENQUIL/USP/Lorena. Caros(as) alunos(as), Caros( as) alunos( as) O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta com profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande experiência adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, por mais de 35 anos de História e Tradição. Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais preparada especificamente para este fim, e por conteúdopresente em salas virtuais. A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e atividades aplicadas, cada livro-textoapresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo estudado. Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais atores desta formação. Para todos, os nossos desejos de sucesso! Equipe EAD-UNITAU Sumário Palavra do Reitor ............................................................................................................. ix Apresentação ................................................................................................................... xi Sobre a autora ................................................................................................................ xiii Caros(as) alunos(as) ....................................................................................................... xv Ementa .............................................................................................................................. 1 Objetivos ........................................................................................................................... 2 Introdução ......................................................................................................................... 3 Unidade 1. Química Analítica ....................................................................................... 5 1.1 Objeto da Química Analítica ...................................................................................... 5 1.2 Análise Gravimétrica .................................................................................................. 6 1.2.1 Métodos da Análise Gravimétrica ........................................................................... 6 1.2.1.1 Precipitação .......................................................................................................... 6 1.2.1.2 Volatização ........................................................................................................... 6 1.2.2 Vantagens e desvantagens ....................................................................................... 7 1.3 Análise Volumétrica ................................................................................................... 7 1.3.1 Divisões para Análise Volumétrica ......................................................................... 8 1.3.1.1 Volumetria ou titulação ácido-base ...................................................................... 8 1.3.1.2 Volumetria ou titulação de óxido-redução ou redox ............................................ 9 1.3.1.3 Volumetria de precipitação ................................................................................... 9 1.3.1.4 Volumetria de complexação ................................................................................. 9 1.3.2 Vantagens e desvantagens ....................................................................................... 9 1.4 Métodos Instrumentais ............................................................................................. 10 1.4.1 Refratômetros ........................................................................................................ 10 1.4.2 Espectrômetros ...................................................................................................... 11 1.4.3 Polarímetros ........................................................................................................... 11 1.4.4 Microscópios ......................................................................................................... 12 1.5 Técnicas de reações analíticas .................................................................................. 12 1.5.1 Ensaios por via seca ............................................................................................... 13 1.5.1.1 Aquecimento ....................................................................................................... 13 1.5.1.2 Ensaio do maçarico de sopro .............................................................................. 14 1.5.1.3 Ensaios da chama................................................................................................ 14 1.5.1.4 Ensaios com pérolas ........................................................................................... 15 1.5.2 Ensaios por via úmida............................................................................................ 15 1.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 16 1.5 Atividades ................................................................................................................. 16 Unidade 2. Análise funcional e sistemática ................................................................ 17 2.1 Análise funcional e sistemática ................................................................................ 17 2.2 Classificação dos cátions em grupos analíticos ........................................................ 17 2.2.1 Primeiro grupo de cátions (K + , Na + , Li + , Rb + , Cs + , NH4 + e Mg 2+ ) ....................... 18 2.2.1.1 Íon potássio (K + ) ................................................................................................. 18 2.2.1.2 Íon Sódio (Na + ) ................................................................................................... 19 2.2.1.3 Íon Amônio (NH4 + ) ............................................................................................ 19 2.2.1.4 Íon Magnésio (Mg ++ ) .......................................................................................... 20 2.2.2 Segundo grupo de cátions (Ca +2 , Sr +2 e Ba +2 ) ...................................................... 21 2.2.3 Terceiro grupo de cátions (Al, Cr, Fe, Mn, Zn, Co, Ni) ....................................... 21 2.2.3.1 Íon Níquel (Ni 2+ ) .............................................................................................. 22 2.2.3.2 Íon Cobalto (Co 2+ ) ............................................................................................ 23 2.2.3.3 Íon Ferro II (Fe 2+ ) ............................................................................................. 23 2.2.3.4 Íon Ferro III (Fe 3+ ) ............................................................................................ 23 2.2.3.5 Íon Manganês (Mn 2+ ) ....................................................................................... 24 2.2.3.6 Íon Cromo (Cr 3+ ) .............................................................................................. 24 2.2.3.7 Íon Alumínio (Al 3+ ) .......................................................................................... 25 2.2.3.8 Íon Zinco (Zn 2+ ) ................................................................................................ 25 2.2.4 Quarto grupo de cátions (Ag + , Pb 2+ , Hg2 2+ , Hg 2+ , Cu 2+ , Cd 2+ e Bi 3+ ) ................. 26 2.2.4.1 Íon Prata (Ag + ) ..................................................................................................27 2.2.4.2 Íon Chumbo (Pb 2+ ) ........................................................................................... 27 2.2.4.3 Íon Cobre (Cu 2+ ) ................................................................................................. 28 2.2.4.4 Íon Cádmio (Cd 2+ ) ............................................................................................ 28 2.2.4.5 Íon Bismuto (Bi 3+ ) ............................................................................................ 28 2.3. Classificação de ânions em grupos analíticos ......................................................... 28 2.3.1 Primeiro grupo de ânions ....................................................................................... 29 2.3.1.1 Íon Sulfato (SO4 2- ) .............................................................................................. 30 2.3.1.2 Íon Tiossulfato (S2O3 2- ) ..................................................................................... 30 2.3.1.3 Íon Carbonato (CO3 2- ) ........................................................................................ 31 2.3.1.4 Íon Fosfato (PO4 3- ) ............................................................................................. 31 2.3.1.5 Íon Tetraborato e Borato (B4O7 2- e BO2 - ) ........................................................... 32 2.3.2 Segundo grupo de ânions ....................................................................................... 33 2.3.2.1 Íon Cloreto (Cl - ) ................................................................................................. 33 2.3.2.2 Íon Brometo (Br - ) ............................................................................................... 33 2.3.2.3 Íon Iodeto (I - ) ...................................................................................................... 34 2.3.2.4 Íon Sulfeto (S2 - ) .................................................................................................. 34 2.3.3 Terceiro grupo de ânions ....................................................................................... 35 2.3.3.1 Íon Nitrato ((NO3 - ) ............................................................................................. 35 2.3.4 Mistura de ânions dos grupos I, II e III ................................................................. 35 2.3.4.1 Pesquisa dos ânions do grupo I .......................................................................... 36 2.3.4.2 Pesquisa dos ânions do grupo II ......................................................................... 36 2.3.4.3 Pesquisa dos ânions redutores ............................................................................ 36 2.3.4.4 Pesquisa dos ânions oxidantes ............................................................................ 36 2.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 37 2.5 Atividades ................................................................................................................. 37 Unidade 3. Atividade Química e Equilibrio Químico ............................................... 39 3.1 Atividade química .................................................................................................... 39 3.2 Coeficiente de atividade ........................................................................................... 40 3.3 Atividade química em métodos analíticos ................................................................ 40 3.4 Equilíbrio químico .................................................................................................... 41 3.5 Lei da ação das massas ............................................................................................. 43 3.6 Equilíbrio homogêneo e heterogêneo ....................................................................... 46 3.7 Determinação da constante de equilíbrio ................................................................. 47 3.8 Fatores que influenciam no equilíbrio químico ........................................................ 48 3.8.1 Efeito da adição de reagentes ................................................................................ 48 3.8.2 Efeito da pressão .................................................................................................... 49 3.8.3 Efeito da temperatura ............................................................................................ 50 3.9 Síntese da Unidade ................................................................................................... 51 3.10 Atividades ............................................................................................................... 51 Unidade 4. Ácidos, Bases e Sais ................................................................................... 53 4.1 Sais ........................................................................................................................... 53 4.2 Ácidos e bases .......................................................................................................... 53 4.3 pH e pOH .................................................................................................................. 56 4.4 Sistema Tampão ....................................................................................................... 57 4.5 Sintese da Unidade ................................................................................................... 59 4.6 Atividades ................................................................................................................. 59 Referências ..................................................................................................................... 61 Referências Complementares ......................................................................................... 62 11 ORGANIZE-SE!!! Você deverá usar de 3 a 4 horas para realizar cada Unidade. Química Analítica Qualitativa Ementa EMENTA Objeto da Química Analítica, análise funcional e sistemática de cátions e ânions, atividade e equilíbrio químico, ácidos, bases e sais. Apresentar a Química Analítica Qualitativa, os estudos sobre cátions e ânions, bases e ácidos e suas reações correspondentes. 22 Objetivo Geral Compreender as propriedades dos principais grupos de cátions e ânions e executar as reações químicas envolvidas. os Obj eti vos Objetivos Específicos Compreender os princípios básicos de equilíbrio químico dos principais íons orgânicos, necessários à interpretação dos fenômenos que ocorrem nas diversas áreas da química. Aplicar métodos de identificação de cátions e ânions e análise quantitativa por métodos gravimétricos e volumétricos. Explicar a química de ácidos e bases. 33 Introdução A Química Analítica envolve métodos voltados para a determinação da composição da matéria. Os métodos qualitativos geram informações sobre a identidade das espécies atômicas ou moleculares ou mesmo grupos funcionais na amostra. Já os métodos quantitativos proporcionam resultados numéricos relacionados à quantidade dos componentes na amostra. O presente livro-texto apresenta-se dividido em quatro Unidades. Na primeira Unidade, estudaremos a Química analítica em si, os tipos de análise (Gravimétrica e Volumétrica), os métodos instrumentais mais utilizados para fornecer os resultados e as técnicas de reações analíticas. Na segunda Unidade, discutiremos a análise funcional e sistemática, separando cátions e ânions por grupos. Na terceira Unidade, serão tratadas as definições e a utilização de atividade químicae equilíbrio químico. Na derradeira Unidade, estudaremos sais, ácidos e bases, assim como soluções tampão – assuntos pertinentes à análise química, tema em pauta. Bons estudos!!! 44 55 Unidade 1 Unidade 1 . Química Analítica Nesta Unidade, vamos estudar sobre a química analítica em si, suas técnicas, equipamentos usados e ensaios. 1.1 Objeto da Química Analítica A Química Analítica é a ciência que estuda os princípios e a teoria dos métodos de análise química que nos permitem determinar a composição química das substâncias ou de misturas delas. A análise permite-nos determinar a composição qualitativa da substância em estudo, ou seja, identificar os elementos ou íons que a constituem e também a composição quantitativa, ou seja, estabelecer as proporções entre os elementos ou íons que tinham já sido identificados. A finalidade da Análise Qualitativa é a identificação ou pesquisa dos elementos ou íons que constituem a substância em estudo. A Análise Quantitativa permite determinar a composição quantitativa dos elementos que entram na constituição da substância em estudo. Normalmente, a Análise Qualitativa deve preceder à Análise Quantitativa. A Química Analítica e, em particular a Análise Qualitativa, tem enorme importância científica e prática, porque apresenta um conjunto de métodos de investigação das substâncias e das suas transformações. Quanto à Análise Quantitativa, consiste no estudo de técnicas relacionadas à gravimetria e à volumetria. 66 1.2 Análise Gravimétrica Na Química, análise gravimétrica consiste em determinar a quantidade proporcional de um elemento, radical ou composto presente em uma amostra, eliminando todas as sustâncias que interferem e convertendo o constituinte ou componente desejado em um composto de composição definida, que possa ser pesado. Os cálculos são realizados com base no peso atômico e no peso molecular, e se fundamentam em uma constância na composição das sustâncias puras e na composição das reações químicas (estequiometria). Na literatura em química analítica, a análise gravimétrica é muitas vezes citada como gravimetria, não devendo ser confundida, contudo, com a gravimetria da Geofísica. 1.2.1 Métodos da Análise Gravimétrica São métodos da Análise gravimétrica a precipitação e a volatização, conforme detalhados a seguir. 1.2.1.1 Precipitação Neste caso, o material sujeito à análise, chamado analito, é transformado em um precipitado pouco solúvel; depois é submetido à filtração, purificação (por meio da lavagem e aquecimento) e finalmente é pesado. Para que este método possa ser aplicado, é necessário que no analito estejam presentes as seguintes propriedades: baixa solubilidade alta pureza ao precipitar alta filtrabilidade composição química definida ao precipitar 1.2.1.2 Volatização Neste método se medem os componentes da amostra que são ou podem ser voláteis, ou seja, que evaporem a temperatura ambiente. O método será direto se evaporarmos o analito e o pesarmos a partir de uma sustância absorvente que tenha sido previamente http://pt.wikipedia.org/wiki/Evapora%C3%A7%C3%A3o 77 pesada. Assim o ganho de peso corresponderá ao analito analisado. O método será indireto se volatilizarmos o analito e pesarmos o resíduo posterior à volatilização. Assim a perda de peso sofrida corresponde ao analito que foi volatilizado. O método por volatilização só pode ser utilizado se o analito é a única sustância volátil ou se o absorvente é seletivo para o analito. 1.2.2 Vantagens e desvantagens Em relação as vantagens desta análise, caso seus métodos sejam seguidos cuidadosamente, tem-se: fornece resultados altamente precisos. Por isso, a análise gravimética foi usada para determinar as massas atômicas de muitos elementos com seis casas decimais de precisão; existe pouco espaço para o erro instrumental e não requer uma série de padrões para o cálculo de uma variável desconhecida; os métodos não exigem equipamentos de alto custo; devido a seu alto grau de precisão, quando realizada corretamente, pode ser usada para calibrar outros instrumentos em substituição de padrões de referências. Em relação às desvantagens desta análise, tem-se: a análise gravimétrica normalmente somente provê capacidade de determinação para um único elemento, ou um limitado grupo de elementos, de uma vez; métodos são frequentemente modificados e uma pequena distorção em um passo intermediário em um procedimento pode consequentemente significar desastre para a análise (formação de coloide na precipitação da análise gravimétrica, por exemplo). 1.3 Análise Volumétrica Análise volumétrica, também chamada de Volumetria, é um método de análise química quantitativa que se fundamenta na medição do volume de solução de um reagente necessário e suficiente para efetuar determinada reação. A volumetria é por vezes chamada de titrimetria, termo oriundo do inglês titration, titulação. http://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_qu%C3%ADmica http://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_quantitativa http://pt.wikipedia.org/wiki/Volume http://pt.wikipedia.org/wiki/Solu%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Reagente http://pt.wikipedia.org/wiki/Reac%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesa 88 A titulação é uma das técnicas utilizadas em volumetria. Em um processo titulante, determina-se o volume de uma solução "A" que reage com uma outra solução "B" de concentração e volume previamente determinados. Quando a titulação é realizada para comparações entre um ácido e uma base, a técnica passa a ser chamada de titulação ácido-base. A partir desse volume de "A" que reagiu com "B", pode-se determinar a concentração de "A" através da fórmula: CA x VA = CB x VB, onde: CA = Concentração da solução A VA = Volume da solução A CB = Concentração da solução B VB = Volume da solução B Um indicador, escolhido de acordo com a reação a se realizar, é utilizado para indicar quando a reação entre A e B se completou, e isso é revelado por uma mudança da cor do meio reacional. Após isso, cálculos de volumetria são aplicados, usando-se o volume gasto de uma solução para a titulação da outra. 1.3.1 Divisões para Análise Volumétrica A volumetria está dividida em quatro tipos, classificados com base no tipo de reação química principal envolvida na determinação. 1.3.1.1 Volumetria ou titulação ácido-base Este método de volumetria baseia-se na reação de um ácido com uma base. O fator de controle da realização e finalização da reação é o pH, que representa a quantidade de íons hidrogênio (H + ) ainda presentes no meio reacional. Importante salientar que algumas titulações ácido-base não são realizadas em meios aquosos, podendo-se usar outros solventes, como por exemplo o etanol. 99 1.3.1.2 Volumetria ou titulação de óxido-redução ou redox Este método envolve o uso de agentes oxidantes para a titulação de agentes redutores e vice-versa. Tem como restrição básica a necessidade de grande diferença entre os potenciais de oxidação e redução, de modo a permitir resultado do andamento e final da reação mais nítidos. Tais resultados e andamentos são medidos por meio de indicadores químicos ou de diversos métodos de medição relacionada à corrente elétrica (métodos eletrométricos), que seriam indicadores físicos para o comportamento da reação. 1.3.1.3 Volumetria de precipitação Neste método, o agente titulante forma um produto insolúvel, ou seja, um precipitado com a solução em análise. Apesar de ser muito semelhante à análise gravimétrica, tem como vantagem não ser limitada pela necessidade de uma massa final mensurável, podendo utilizar-sede outros parâmetros com seus métodos para a quantificação dos resultados. Ainda dentro deste método, utiliza-se a potenciometria (determinação do pH), a condutimetria (determinação da condutividade elétrica), a amperometria (determinação da corrente elétrica produzida), e o método fotométrico (determinando-se a coloração, pela absorbância por meios eletrônicos). 1.3.1.4 Volumetria de complexação Este método baseia-se na reação chamada complexação, que é a formação de um complexo, preferencialmente colorido, solúvel em água com o analito, no caso, um íon metálico. Tem como fundamento o fato de que muitos íons metálicos formam complexos suficientemente estáveis. Este reagente complexante muitas vezes é um agente quelante. As reações envolvidas na determinação de seu andamento e finalização podem ser controladas pelo pH. 1.3.2 Vantagens e desvantagens As vantagens da volumetria são: é um método muito mais rápido do que a análise gravimétrica. Permite ser realizada, por exemplo, dispensando-se o uso de buretas precisas, e apenas dispondo-se de seringas – mesmo feitas de polímeros e disponíbilizadas em kits http://pt.wikipedia.org/wiki/Agente_oxidante http://pt.wikipedia.org/wiki/Agente_redutor http://pt.wikipedia.org/wiki/Potencial_redox http://pt.wikipedia.org/wiki/Bureta http://pt.wikipedia.org/wiki/Seringa 1100 práticos –, para uso por profissionais em campo, que não sejam químicos experientes, nem mesmo profissionais com formação superior ou técnica sofisticada. é mais fácil de ser instalada em campo e laboratório. é viável economicamente. Apesar de ser um conjunto de técnicas relativamente antigas em química analítica, representa significativa economia e adequada confiabilidade nos laboratórios com menos recursos, podendo perfeitamente ser aplicada na quantificação da grande maioria de compostos químicos em diversos segmentos da indústria e em controle de qualidade. Presta-se para o controle tanto de qualidade (teor) de matérias primas, quanto de intermediários, assim como de produtos acabados; sua precisão supera muitas vezes as exigências de diversos setores. A desvantagem deste método: Possui como desvantagem ser um método menos preciso do que a análise gravimétrica. 1.4 Métodos Instrumentais Os métodos instrumentais básicos da Química Analítica são os refratômetros, os espectrômetros, os polarímetros e os microscópios. 1.4.1 Refratômetros Refratômetro é um instrumento óptico utilizado para medir o índice de refração de uma substância translúcida. O aparelho faz uso do princípio do ângulo crítico ou ângulo limite de reflexão total, que tenha relação com alguma propriedade do material. A luz que passa de um meio ao outro sofre refração, uma mudança do ângulo de incidência, que, medida, pode revelar características próprias do material. Ele pode ser utilizado para determinar a identidade de um material desconhecido, baseado no seu índice de refração; pode ser utilizado para determinar a concentração de uma substância dissolvida em outra ou ainda determinar a pureza de uma determinada substância. http://pt.wikipedia.org/wiki/Composto_qu%C3%ADmico http://pt.wikipedia.org/wiki/Controle_de_qualidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Instrumento_%C3%B3ptico http://pt.wikipedia.org/wiki/Refra%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2ncia http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngulo http://pt.wikipedia.org/wiki/Luz http://pt.wikipedia.org/wiki/Material http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_refra%C3%A7%C3%A3o 1111 O uso mais comum é determinar a concentração de açúcar em um fluido, também conhecido por índice de Brix, em frutas, doces preparados, mel e outros alimentos. É usado também para medir a concentração de proteínas ou a salinidade no sangue. Tem ainda variado uso na indústria, para medir líquidos anticongelantes e outros fluidos industriais. Existem quatro tipos principais de refratômetro: tradicionais ou manuais, digitais, de laboratório (refractômetro de Abbe) e os chamados refratômetros em linha. Um outro, menos comum, chamado de Rayleigh, é usado para medir índice refrativo de gases. 1.4.2 Espectrômetros O espectrômetro, particularmente, sofreu muitos aperfeiçoamentos que permitiram fazer análise de elementos difíceis de serem estudados usando o método de queima de Bunsen. Gustav Robert Kirchhoff (1824 - 1887), em 1859, enunciou suas leis da espectroscopia. Mostrou que um corpo incandescente emite um espectro contínuo de luz e que um corpo excitado produz um espectro com linhas brilhantes. Os gases aquecidos, quando submetidos à luz branca, absorvem as mesmas cores emitidas por seus vapores quando excitados. Usando essas leis, Kirchoff e Bunsen descobriram vários elementos, a partir de 1860. Os astrônomos com uso dos espectrômetros passaram a determinar a composição química das estrelas. Os químicos passaram a utilizá-lo com frequência nos seus estudos e nas suas análises. 1.4.3 Polarímetros A utilização da luz em análise orgânica iniciou-se com a polarimetria. Esta técnica utiliza o fenômeno de polarização da luz, descoberto por Huygens, no século XVII. Jean Baptiste Biot (1774 - 1862), cristalógrafo francês, em 1813, descobriu que a luz, ao atravessar uma placa de quartzo ou alguns líquidos, tem seu plano de polarização girado. Verificou-se esse fenômeno com a essência de terebentina, alguns óleos naturais, como o de limão ou uma solução alcoólica de cânfora. http://pt.wikipedia.org/wiki/Brix http://pt.wikipedia.org/wiki/Fruta http://pt.wikipedia.org/wiki/Mel http://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADna http://pt.wikipedia.org/wiki/Sal http://pt.wikipedia.org/wiki/Sangue 1122 A partir de 1828, foram feitos vários melhoramentos nos polarímetros. Passou-se a usar um prisma especial, invenção de William Nicol (1768 - 1851), para separar a luz polarizada incidente em dois feixes. Utilizou-se luz monocromática alguns anos mais tarde. O polarímetro tornou-se mais popular depois que se descobriu como usar luz branca introduzindo-se no caminho óptico uma cunha de quartzo compensadora. Como o açúcares são opticamente ativos, o polarímetro passou a ser adotado na análise de alimentos, particularmente na determinação da sacarose, na indústria açucareira. O uso de luz polarizada se estendeu ao estudo do isomerismo óptico de compostos e complexos orgânicos. 1.4.4 Microscópios O microscópio é um aparelho utilizado para visualizar estruturas minúsculas como as células. Os avanços da Óptica levaram à melhoria dos microscópios, que, a partir de 1820, passaram a ser usados regularmente. Um dos responsáveis por estes avanços foi Ernst Abbe (1840 - 1905), um físico, que em 1872 desenvolveu um condensador de luz o qual fica na parte inferior da platina do microscópio. Ao final do século XIX, uma variedade considerável de instrumentos e métodos tinha sido desenvolvida e era regularmente usada em química analítica. Muitos desses instrumentos e métodos passaram a ser usados nas indústrias, principalmente nas de alimentos e de remédios. 1.5 Técnicas de reações analíticas A análise qualitativa é a parte da química analítica que se preocupa com a identificação dos constituintes de uma amostra, que pode ser de natureza mineral, vegetal ou animal. O procedimento para a identificação de uma espécie química consiste em provocar nela uma variação em suas propriedades, que possa ser facilmente observada e que corresponda com a constituição da dita substância. O agente que promove a variação chama-se reagente, pois reage quimicamente com o produto que se deseja reconhecer. Pode-se trabalhar com o reagente dissolvido ou não em solução; logo, existem dois tipos de ensaios: reações por via seca e reações por via úmida. 1133 As primeiras são aplicáveis a substâncias sólidas, e as últimas, a substâncias em solução. Os ensaios por viaseca parecem ter perdido sua popularidade; no entanto, frequentemente eles fornecem informações úteis num período de tempo comparativamente mais curto. A análise qualitativa pode ser conduzida em várias escalas. Em macroanálise, a quantidade de substâncias empregada é de 0,5- 1g e o volume de solução tomado para análise é cerca de 20 mL. Na chamada semimicroanálise, a quantidade usada para análise é reduzida por fator de 0,1- 0,05, isto é, para cerca de 0,05g e o volume de solução para cerca de 1 mL. Para microanálise o fator é da ordem de 0,01 ou menos. Não há uma linha nítida de demarcação entre semimicro e microanálise. A primeira é chamada análise por centigramas, e a última, análise por miligrama; mas estes termos apenas indicam as quantidades usadas em análise. Para uma análise de rotina, a escolha se situa entre semimicro e macroanálise. A maioria das reações por via seca pode ser usada com pequenas modificações para a semimicroanálise. São empregadas técnicas diferentes para reações por via úmida em macro, semimicro e microanálise. 1.5.1 Ensaios por via seca Os ensaios por via seca são considerados etapas preliminares para identificação das amostras estudadas e são chamados assim porque são realizados sem dissolver a amostra. Dentre eles estão: aquecimento, ensaio do maçarico do sopro, ensaio da chama e ensaio com pérolas. 1.5.1.1 Aquecimento Estes ensaios podem ser realizados em tubos fechados numa das extremidades (contendo ou não reagente) e em tubos abertos nas duas extremidades. O ensaio utilizando o segundo tubo é realizado quando se necessita de forte oxidação para a identificação da espécie desejada. O aquecimento da amostra (com ou sem reagente) presente em ambos pode levar a uma sublimação ou o material pode fundir-se ou decompor-se, acompanhado de modificação na cor, ou ainda desprender um gás que pode ser reconhecido por certas propriedades características. 1144 a) Quando ocorre a formação de gases ou vapores incolores, colocam-se duas tiras de papel tornassol (azul e vermelho) previamente umedecidas próximo à abertura do tubo de ensaio que contém a amostra. Os resultados possíveis estão na tabela a seguir: Tabela 1. Identificação de substâncias, quando há formação de gases ou vapores incolores, via aquecimento. Cor do papel tornassol após contato Identificação de espécies vermelho passa para azul amoníacos dos sais amoniacais (sulfato, cloreto, acetato) azul passa para vermelho ácidos voláteis (acético, cianídricos e sulfídricos), ácido fluorídrico (corrosão do vidro) e gás carbônico (turvação da água de cal). Descorado gás sulfúrico de sulfitos (não alcalinos), alguns sulfatos, sulfetos, tiossulfatos (com sublimação do enxofre) sem mudanças oxigênios dos peróxidos, cloratos, bromatos, iodatos, nitratos e outros (intensificam a combustão), condensam nas paredes dos tubos, água (gotas incolores) e mercúrio (gotas cinzentas) b) Quando ocorre formação de gases ou vapores coloridos: 1- Cloro: amarelo-esverdeado, colore em violáceo a água alcalina de anilina 2- Bromo: vermelho, colore em azul a água de anilina 3- Nitrosos: vermelhos, colorem em azul a solução sulfúrica de difenilamina 4- Iodo: roxo característico 1.5.1.2 Ensaio do maçarico de sopro Utiliza-se para estes ensaios a chama de um bico de Bunsen. Ele é efetuado numa cavidade na superfície do bloco de carvão, sendo a amostra em exame misturada com carbonato de sódio e umedecida para formar uma pasta queimada na chama redutora (interna, azul), sobre a superfície de carvão vegetal. O carvão, além de servir como suporte, participa da reação exercendo a ação redutora ao queimar-se. 1.5.1.3 Ensaios da chama Os compostos de certos metais são volatilizados na chama de Bunsen, comunicando-lhe cores características. Os cloretos estão entre os compostos mais voláteis. O ensaio é conduzido com a imersão de um fio de platina em ácido clorídrico concentrado e numa 1155 porção da amostra em exame; em seguida esse mesmo fio umedecido é levado à chama. A tabela abaixo mostra as cores de diferentes metais. Tabela 2: Coloração da chama e identificação de espécies Coloração da chama Identificação dos Metais Amarelo dourada persistente Na Violeta ou lilás K Vermelho-tijolo Ca Carmesim Sr Verde amarelada Ba Azul pálida Pb, As, Sb, Bi, Cu 1.5.1.4 Ensaios com pérolas As pérolas comumente usadas nos ensaios por via seca são as de bórax (Na2B4O7.10H2O) ou de sal de fósforo (Na(NH4)HPO4.4H2O). O bórax é mais usado porque adere melhor ao fio de platina, facilitando a análise. Há pérolas que são mais nítidas com o sal de fósforo (molibdênio, tungstênio) e outras com o bórax (cério, vanádio). Em geral as colorações das pérolas são semelhantes. A pérola de sal de fósforo tem a propriedade (como o bórax) de verificar os óxidos metálicos, dando origem a fosfatos de colorações características, ou incolores, que identificam o metal. 1.5.2 Ensaios por via úmida A maioria das reações de análise qualitativa é conduzida por via úmida, por isso serão detalhadas nos itens posteriores. Investigações preliminares devem ser realizadas, principalmente a análise do pH da solução, utilizando-se de papel tornassol ou fita indicadora. Os resultados destes ensaios estão listados na tabela 3 a seguir, em termos do caráter das soluções examinadas: Caráter da solução Interpretação Ácida pode ser causada por ácidos livres, sais ácidos, sais que produzem uma reação ácida, devido à hidrólise, ou uma solução de sais em ácidos. Neutra estão ausentes os ácidos livres, bases livres, sais ácidos e sais que apresentam uma reação ácida ou alcalina, devido à hidrólise. Básica ou alcalina pode ser devido a hidróxidos dos metais alcalinos e alcalino- terrosos, carbonatos, sulfetos, hipocloritos e peróxidos de metais alcalinos etc. 1166 Posteriormente pode-se evaporar a solução à secura e observar a cor e o aspecto do resíduo. Se não houver resíduo, apenas substâncias voláteis podem estar presentes, tais como amônia, dióxido de carbono, dióxido de enxofre, gás sulfídrico, ácido clorídrico, ácido bromídrico, ácido iodídrico, ácido fluorídrico, ácido nítrico ou sais de amônio. 1.4 Síntese da Unidade Nesta Unidade discutimos sobre a definição de química analítica e a diferenciação entre os métodos de analise gravimétrica e volumétrica. Também foram discutidas as técnicas de análise por via seca e por via úmida. 1.5 Atividades 1) Defina química analítica 2) Qual a diferença entre analítica quantitativa e qualitativa? 3) Cite as desvantagens do método volumétrico. 4) Quais os dois tipos de ensaios usados para análise. Descreva-os. 1177 Unidade 2 Unidade 2 . Análise funcional e sistemática Nesta Unidade, vamos estudar como são classificados cátions e ânions, assim como compreender as principais reações e métodos de análise envolvidos. 2.1 Análise funcional e sistemática A análise funcional e sistemática de uma solução deve ser iniciada pelos ensaios preliminares, seguida de ensaios para ânions e separação e identificação dos cátions presentes. Essa identificação é feita com a adição de reagentes específicos (ácido clorídrico, gás sulfídrico, amônia, sulfeto de amônio ou carbonato de amônio), que promoverá a formação de precipitados; em seguida eles são analisados. Os grupos de cátions são classificados de acordo com a adição desses reagentes específicos. A classificação dos ânions, adotada por Arthur Vogel, envolve a identificação por produtos voláteis obtidos por tratamento com ácidos e os que dependem de reações em solução. Este procedimento é chamado de ensaio. 2.2 Classificação dos cátions em grupos analíticos Para fins de análise qualitativa sistemática, os cátions são classificados em cinco grupos, tomando-se por base sua peculiaridadea determinados reagentes, ou seja, os íons de comportamento análogo são reunidos dentro de um grupo. Os reagentes usados para a classificação dos cátions mais comuns são o ácido clorídrico, o ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio), o sulfeto de amônio e o carbonato de amônio. A classificação baseia-se no modo como os cátions reagem a tais reagentes pela formação ou não de precipitados. 1188 Os cincos grupos e suas características estão listados na Tabela 4, como se segue: Tabela 2.1 Classificação dos cátions em grupos analíticos Sulfetos solúveis na água Sulfetos (ou, em seu lugar, hidróxidos) insolúveis na água Carbonatos solúveis na água * Carbonatos insolúveis na água Sulfetos (ou hidróxidos) solúveis nos ácidos diluídos Sulfetos insolúveis nos ácidos diluídos GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO VI GRUPO V K + Na + NH4 + Mg 2+ Ba 2+ Sr 2+ Ca 2+ Al 3+ Cr 3+ Fe 3+ Fe 2+ Mn 2+ Zn 2+ Co 2+ Ni 2+ a) Subgrupo I: cloretos insolúveis na água: Ag + Pb 2+ Hg2 2+ b) Subgrupo II: cloretos solúveis na água: Cu ++ Cd 2+ Bi 3+ Sulfetos solúveis em Na2S: Hg 2+ AsV AsIII SbV SbIII SnIV Não tem reagente geral Reagente geral: (NH4)2CO3 Reagente geral:(NH4)2S ou H2S, em meio básico Reagente geral: H2S, em presença de HCl Reagente geral: HCl Serão abordados neste estudo os cátions que ocorrem com mais frequência nas amostras comuns. Serão estudadas apenas as reações mais importantes de um número limitado de cátions. 2.2.1 Primeiro grupo de cátions (K+, Na+, Li+, Rb+, Cs+, NH4 + e Mg2+) A maior parte dos sais que eles formam é solúvel em água. A solubilidade em água dos seus sulfetos, hidróxidos, carbonatos e cloretos é particularmente importante porque permite distinguir o Grupo I de cátions de todos os outros grupos. 2.2.1.1 Íon potássio (K+) O potássio é um metal branco prateado e mole. Funde a 63,5ºC. Ele permanece inalterado no ar seco, mas é rapidamente oxidado no ar úmido, cobrindo-se com um filme azul. O metal decompõe-se violentamente em água, desprendendo hidrogênio e queimando com uma chama violeta: 1199 2 K + 2 H2O ↔ 2 K + + 2 OH - + 2 H2 ↑ Reação com Íons ClO4 - O íon potássio em solução não muito diluída forma com íon perclorato um precipitado branco, cristalino, de perclorato de potássio. K + + ClO4 - → KClO↓ Coloque 5 gotas da solução a analisar em um tubo de ensaio e adicione solução de ácido perclórico. Ocorre a formação de um precipitado branco, cuja solubilidade pode ser reduzida adicionando-se solução alcoólica de ácido perclórico; esta não deve ser aquecida, pois pode produzir explosão perigosa. 2.2.1.2 Íon Sódio (Na+) O sódio é um metal branco prateado e mole. Funde a 97,5ºC. Ele oxida rapidamente no ar úmido e deve, portanto, ser mantido em nafta solvente ou xilênio. O metal reage violentamente com a água, formando hidróxido de sódio e hidrogênio: 2 Na + H2O → 2 Na + + 2 OH - + H2↑ Reação com acetato de uranilo e magnésio (ou uranilacetato de magnésio) Coloque em um tubo de ensaio 3 gotas da solução a analisar e adicione excesso de solução de acetato de magnésio e uranilo. Agite a mistura, friccionando a parede do tubo de ensaio com um agitador. A formação de um precipitado amarelo cristalino indica a presença de íons sódio. 2.2.1.3 Íon Amônio (NH4 +) Os íons amônio são derivados do amoníaco, NH3, e do íon hidrogênio, H + . As características destes íons são semelhantes às dos íons de metais alcalinos. Reações com base forte 2200 A presença do íon amônio (NH4 + ) em solução pode ser detectada adicionando-se um excesso de base forte (NaOH ou KOH) para converter o íon NH4 + em amônia (NH3). A seguir, aquece-se a solução alcalina para expelir o gás NH3; a amônia liberada é detectada pelo odor característico ou pelo papel de tornassol vermelho umedecido com água destilada, o qual se torna azul. NH4 + + OH - → NH3↑ + H2O Adicionar a um tubo de ensaio 3 gotas de solução cloreto de amônio (NH4Cl) 0,2 M e 8 gotas de hidróxido de sódio 4 M. Aquecer cuidadosamente o tubo e testar a amônia desprendida por meio de um papel de tornassol vermelho colocado sobre o tubo, porém, sem tocá-lo. Pode-se igualmente utilizar o papel de fenolftaleína que o amoníaco avermelha. A viragem é mais nítida neste caso. 2.2.1.4 Íon Magnésio (Mg++) O magnésio é um metal branco, maleável e dúctil. Funde a 650ºC. Queima facilmente em ar ou oxigênio com uma luz branca brilhante, formando o óxido MgO e o nitreto Mg3N2. O metal é lentamente decomposto pela água à temperatura ambiente, mas, no ponto de ebulição da água, a reação processa-se rapidamente: Mg + 2 H2O → Mg(OH)2↓ + H2↑ O magnésio forma o cátion divalente Mg 2+ . Seu óxido, hidróxido, carbonato e fosfato são insolúveis; os outros sais são solúveis. Eles têm sabor amargo. Alguns dos sais são higroscópicos. Reação com base forte Coloque em um tubo de ensaio 5 gotas de uma solução de cloreto de magnésio 0,2 M e em seguida adicione gotas de hidróxido de sódio. Ocorrerá a formação de um precipitado branco gelatinoso de Mg(OH)2 2211 Mg 2+ + 2OH - → Mg(OH)2(s) Este precipitado é solúvel em solução de cloreto de amônio. Adicionar ao precipitado algumas gotas de solução 4M de NH4Cl até se observar a dissolução do precipitado. 2.2.2 Segundo grupo de cátions (Ca+2, Sr+2 e Ba+2) As reações de separação do grupo II podem ser realizadas ao mesmo tempo, pois seguem um mesmo padrão de identificação. Reação com carbonato de amônio, (NH4)2CO3 Colocar, em tubos de ensaio separados, 10 gotas da solução em análise (Ca 2+ , Ba 2+ e Sr 2+ ) e adicionar solução de carbonato de amônio. Agitar, aquecer em banho maria e observar. Centrifugar o precipitado e, após desprezar o sobrenadante, separar o precipitado em duas partes. Uma parte deve ser tratada com algumas gotas de cloreto de amônio 6 M e a outra com algumas gotas de ácido ácido acético 6M. Ba +2 + CO3 -2 → BaCO3↓ Os compostos CaCO3, BaCO3 e SrCO3 (precipitado branco) são solúveis em ácidos minerais diluídos e em ácido acético. Reações de identificação dos cátions do grupo II, usando a prova da chama. Utilizar cloreto ou nitrato de Bário, Estrôncio ou Cálcio; umedecer a amostra com ácido clorídrico concentrado e levar à chama do Bico de Bunsen: coloração amarelo- esverdeado (Ba 2+ ), vermelho-carmim (SR 2+ ) e vermelho-tijolo (Ca +2 ) 2.2.3 Terceiro grupo de cátions (Al, Cr, Fe, Mn, Zn, Co, Ni) O grupo III, também chamado de grupo do sulfeto de amônio, compõe-se de íons de sete metais que são precipitados como hidróxidos ou sulfetos numa solução tamponada com NH4OH/NH4Cl, contendo (NH4)2S. O reagente precipitante para o grupo é o íon sulfeto. 2222 Reação com hidróxido de sódio NaOH Coloque em tubos de ensaio (separados) 5 gotas de solução 0,2 M de M(NO3)2 (M 2+ = Ni 2+ , Co 2+ Fe 2+ , Mn 2+ , Zn 2+ ) e M(NO3)3 (M 3+ = Fe 3+ , Cr 3+ , Al 3+ ) e adicione lentamente (gota a gota) a solução de hidróxido de sódio até a formação do precipitado. Observe as cores dos precipitados formados. Continue adicionando NaOH aos precipitados formados e observe os casos em que há dissolução desses, na presença de excesso de reagente. O íon Co2+ é precipitado como um sal básico de cor azul que sob aquecimento em excesso de hidróxido é convertido a Co(OH)2, de cor rosa. Os hidróxidos de Fe2+ e Mn2+ também mudam de cor com o tempo, devido à oxidação a Fe(OH)3 e MnO(OH)2. O Mn(OH)2 de cor branca passa a MnO(OH)2 de cor marrom. O precipitado verde acinzentado de Cr(OH)3 dissolve-se quando há excesso de NaOH, devido à formação do tetrahidroxicromiato (cromito), Cr(OH)4 O precipitado branco gelatinosode Al(OH)3 é solúvel no excesso de reativo NaOH devido à formação do íon complexo aluminato, Al(OH) 4- ; também se dissolve em ácidos. O precipitado branco de Zn(OH)2 é solúvel no excesso de reativo (NaOH) e em ácidos diluídos. 2.2.3.1 Íon Níquel (Ni2+) O níquel é um metal duro, branco, prateado, dúctil, maleável e muito tenaz (aderente). Funde a 1455ºC e é ligeiramente magnético. Reação com dimetilglioxima Em um tubo de ensaio, coloque 10 gotas da solução a analisar, adicione gotas de solução alcoólica de dimetilglioxima e a seguir gotas de hidróxido de amônio ou acetato de sódio. Haverá formação de um precipitado vermelho de dimetilglioximato de níquel. A precipitação pode ser acelerada por aquecimento, principalmente quando se trata de soluções diluídas. 2233 2.2.3.2 Íon Cobalto (Co2+) O cobalto é um metal de cor cinza-aço, levemente magnético. Funde a 1490ºC. O metal dissolve-se facilmente em ácidos minerais diluídos. Reação com tiocianato de amônio Coloque 10 gotas da solução a analisar em um tubo de ensaio e adicione solução concentrada (ou alguns cristais) de tiocianato de amônio e 10 gotas de álcool amílico. A coloração azul que aparece na fase alcoólica deve-se ao íon cobaltotiocianato. Co 2+ + 4 SCN - → [Co(SCN)4]2- 2.2.3.3 Íon Ferro II (Fe2+) O ferro, quimicamente puro, é um metal branco prateado, tenaz e dúctil. Funde a 1535ºC. O metal comercial raramente é puro e, em geral, contém pequenas quantidades de carbureto, silicieto, fosfeto e sulfeto de ferro, e um pouco de grafite. O ferro pode ser magnetizado. Reação com Ferricianeto de potássio [hexacianoferrato (III) de potássio] Em um tubo de ensaio, coloque 10 gotas da solução a analisar e adicione solução de ferricianeto de potássio. Obtém-se um precipitado azul escuro de ferricianeto de ferro(II) ou azul de Turnbull que é decomposto por soluções de hidróxido sódio ou de potássio, mas é insolúvel nos ácidos. 3 Fe 2+ + 2 [Fe(CN)6] 3- → Fe3[Fe(CN)6]2 ↓ Fe3[Fe(CN)6]2 + 6 OH - → 2[Fe(CN)6 3- ] + 3 Fe(OH)2 2.2.3.4 Íon Ferro III (Fe3+) Reação com Ferrocianeto de potássio 2244 Coloque 10 gotas da solução em um tubo de ensaio e adicione solução de ferrocianeto de potássio. Haverá formação de um precipitado azul intenso de ferrocianeto férrico ou azul da Prússia. O precipitado é insolúvel em ácido clorídrico diluído, porém solubiliza em ácido clorídrico concentrado, soluções de hidróxidos alcalinos ou quando adicionamos o agente precipitante em excesso. 4 Fe 3+ + 3[Fe(CN)6] 4- →Fe4[Fe(CN)6]3 2.2.3.5 Íon Manganês (Mn2+) O manganês é um metal branco acinzentado, semelhante na aparência ao ferro fundido. Funde a cerca de 1250ºC. Reação com água quente Reage com água quente, formando hidróxido de manganês (II) e hidrogênio. Mn 2+ + H2O → Mn (OH)2 2.2.3.6 Íon Cromo (Cr3+) Reação com H2O2/NaOH a quente Coloque 10 gotas da solução a analisar em um tubo de ensaio, adicione solução de hidróxido de sódio até dissolução do precipitado formado e formação do complexo solúvel, Cr(OH) 4- . Adicione a seguir gotas de água oxigenada 3%. Aquecer à ebulição até o aparecimento da cor amarela devido à formação do íon CrO4 2- . À solução amarela obtida acima, adicione gotas de ácido sulfúrico até o meio tornar-se ácido (solução alaranjada) e adicione peróxido de hidrogênio. Ocorre formação de ácido percrômico, identificado pelo aparecimento de coloração azul 2255 intensa. Em solução aquosa, o ácido percrômico é muito instável, este se dissocia com formação de Cr 3+ e a coloração azul rapidamente se transforma em verde, podendo desaparecer. A adição de álcool amílico ou éter dietílico aumenta a estabilidade do ácido percrômico, e este passa para a camada destes solventes. 2.2.3.7 Íon Alumínio (Al3+) Reação com Alizarina Uma reação característica para a identificação de Al 3+ é reagir o precipitado de hidróxido de alumínio com alizarina. Obtém-se uma laca vermelha, devido à formação de alizarinato de alumínio. Os íons Fe 3+ , Cr 3+ , Mn 2+ e outros interferem na reação, mas isto pode ser evitado tratando a solução com ferrocianeto de potássio. Para realizar esta reação, adicione algumas gotas de alizarina no precipitado de hidróxido de alumínio obtido acima. A reação pode ser realizada sobre uma tira de papel filtro, colocando-se uma gota da solução a analisar e alizarina e expondo a vapores de amônia. No caso de mascaramento da reação por íons interferentes, impregnar previamente o papel em solução de ferrocianeto de potássio. 2.2.3.8 Íon Zinco (Zn2+) Reação com ditizona Sobre uma tira de papel de filtro, coloque 1 gota de solução de um sal de zinco, e uma gota de solução de hidróxido de sódio. Contorne a mancha úmida formada com solução clorofórmica de ditizona, utilizando para isto um tubo capilar. Na presença de íons Zn 2+ , forma-se um anel característico de cor rósea. Na ausência deste íon a mancha torna-se amarela, própria da ditizona em meio alcalino. Tabela 2.2 REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO DOS CÁTIONS DO GRUPO III, usando a prova da chama. Compostos Chama oxidante Chama redutora Ni Castanha a frio Acinzentada 2266 Co Azul Azul ou acinzentada Fe Incolor a frio Amarela o quente Verde pálida Mn Violeta ametista Incolor Cr Verde esmeralda Verde esmeralda 2.2.4 Quarto grupo de cátions (Ag+ , Pb2+, Hg2 2+, Hg2+, Cu2+, Cd2+ e Bi3+) Os cátions deste grupo apresentam como característica importante o fato de seus sulfetos serem insolúveis em ácidos minerais diluídos, ao contrário dos sulfetos dos metais do grupo III que são solúveis nestes ácidos. Esta diferença de comportamento é usada para separar os íons deste grupo dos íons dos grupos anteriores. Os cátions do grupo IV são divididos em dois subgrupos: a) da prata, compreende os cátions: Ag +2 , Hg2 2+ e Pb 2+ , que precipitam com a adição de solução de HCl, pois os cloretos destes elementos são pouco solúveis em água. O cloreto de chumbo é ligeiramente solúvel em água e, por isso, o chumbo nunca é completamente precipitado quando se adiciona à amostra ácido clorídrico diluído. Os íons chumbo restantes podem ser quantitativamente precipitados com ácido sulfúrico em meio ácido, ou com H2S, junto com os cátions do 2 o subgrupo. b) do cobre, compreende os cátions Cu 2+ , Hg 2+ , Cd 2+ e Bi 3+ e Pb 2+ , cujos cloretos são solúveis em água. Os sulfetos do subgrupo do cobre são insolúveis numa solução de hidróxido de sódio. Reações de Separação dos Íons do Grupo IV (Subgrupo da Prata: Ag+, Hg2 2+ e Pb 2+ ), usando HCl diluído. Coloque em tubos de ensaio distintos, 5 gotas de solução 0,2 M de nitratos de Ag + , Pb 2+ , Hg2 2+ e adicione HCl 6 M, gota a gota com agitação, até a precipitação ser completa. Ag + + Cl - → AgCl 2277 O precipitado Branco de AgCl é solúvel em hidróxido de amônio, devido à formação de um complexo solúvel incolor. Reações de Identificação dos Íons do Grupo IV - Subgrupo da Prata 2.2.4.1 Íon Prata (Ag+) reação da prata com NaOH Coloque em um tubo de ensaio 10 gotas da solução a analisar e adicione solução de hidróxido de sódio. Haverá formação de um precipitado castanho escuro de óxido de prata, que dissolve-se com facilidade em NH4OH. 2 Ag + + 2 OH - → Ag2O↓ + H2O 2.2.4.2 Íon Chumbo (Pb2+) reação do chumbo com iodeto Coloque em um tubo de ensaio 10 gotas da solução a analisar. Adicione a seguir solução de iodeto de potássio. Ocorre formação de um precipitado amarelo, que é moderadamente solúvel a quente. Após resfriamento da solução, o precipitado apresenta-se na forma de lâminas brilhantes de cor amarelo ouro. O precipitado é solúvel em excesso de reagente. Pb 2+ + 2 I - → PbI2↓ Reações de Separação do Subgrupo doCobre (Cu2+, Hg2+,Pb2+, Cd2+e Bi3+) Reação com sulfeto Coloque em tubos de ensaio separados 5 gotas das soluções de nitratos de Cu 2+ , Hg 2+ , Pb 2+ , Cd 2+ e Bi 3+ e diluir com água até o volume de 2 mL. Adicione gotas de ácido clorídrico diluído, passando a seguir uma corrente de gás sulfídrico através da solução 2288 ou 0,5 mL de solução de tioacetamida 1M. Tampar os tubos e aquecê-los em banho maria. Observe a cor do precipitado formado. Cores dos sulfetos: HgS (preto), PbS (preto), CuS (preto); CdS (amarelo), Bi2S3(marrom). Reações de Identificação do Subgrupo do Cobre (Cu2+, Hg2+, Cd2+ e Bi3+) 2.2.4.3 Íon Cobre (Cu2+) reação com amônia Nas reações de separação, o Cu 2+, quando tratado com excesso de amônia, obtém-se uma solução de coloração azul intensa devido à formação do complexo Cu(NH3)4 2+ . Esta coloração azul é geralmente usada para identificar íons cobre. Na prova da chama os sais de cobre dão à chama cor verde esmeralda. 2.2.4.4 Íon Cádmio (Cd2+) Utilizando gás sulfídrico, com formação do precipitado amarelo de CdS, é usada para identificação deste cátion. 2.2.4.5 Íon Bismuto (Bi3+) reação com estanito de sódio Coloque em um tubo de ensaio a solução a analisar e adicione hidróxido de sódio em excesso. O precipitado de Bi(OH)3 deve ser centrifugado e separado do sobrenadante. O precipitado deverá ser tratado com solução de estanito de sódio no próprio tubo de ensaio. Deverá haver formação de um precipitado preto de bismuto elementar. Na prova da chama: os compostos de bismuto emprestam coloração branco-azulada à chama pálida do bico de Bunsen. 2.3. Classificação de ânions em grupos analíticos Esta classificação não está rigorosamente estabelecida, mas é na para a maioria dos autores baseada nas diferenças de solubilidade dos sais de bário e de prata dos ácidos 2299 correspondentes. No caso deste estudo os anions serão subdivididos em três grupos, segundo a classificação de ALEXÈEV . Na maior parte dos casos, os ânions não perturbam mutuamente a sua identificação (ao contrário dos cátions). Assim, é relativamente raro ocorrer as reações de separação. A pesquisa dos ânions faz-se na maior parte das vezes pelo método fracionado. Por esta razão, os reagentes gerais servem, não para separar os grupos, mas apenas para os colocar em evidência. Tabela 2.3 CLASSIFICAÇÃO DE ÂNIONS SEGUNDO ALEXÈEV GRUPO DO GRUPO CARACTERÍSTICA ÂNIONS QUE FORMAM O GRUPO REAGENTE GERAL I Sais de bário pouco solúveis na água SO4 2- (íon sulfato) SO3 2- (íon sulfito) S2O3 2- (íon tiossulfato) CO3 2- (íon carbonato) PO4 3- (íon fosfato) AsO4 3- (íon arseniato) AsO3 3- (íon arsenito) BO 2- ou B4O7 2- (íon borato) CrO4 2- (íon cromato) F - (íon fluoreto) SiO3 2- (íon silicato) C2O4 2- (íon oxalato) BaCl2 em solução neutra ou fracamente alcalina II Sais de prata pouco solúveis na água e HNO3 diluído Cl - (íon cloreto) Br - (íon brometo) I - (íon iodeto) S 2- (íon sulfeto) SCN - (íon tiocianato) [Fe(CN)6] 4- (íon ferrocianeto) [Fe(CN)6] 3- (íon ferricianeto) AgNO3 em solução ácida (utilizar HNO3) III Sais de bário e de prata hidrossolúveis NO3 - (íon nitrato) NO2 - (íon nitrito) CH3COO - (íon acetato) MnO4 - (íon permanganato) Não tem 2.3.1 Primeiro grupo de ânions O reagente geral do I grupo de ânions é BaCl2 em solução neutra ou fracamente alcalina (pH 7 a 9). 3300 2.3.1.1 Íon Sulfato (SO4 2-) O íon sulfato é o ânion do ácido sulfúrico H2SO4, ácido forte, que não o cede senão dificilmente aos ácidos halogenados: HCl, HBr, HI e ao HNO3. Entre os sais de ácido sulfúrico, os de bário, de estrôncio e de chumbo são pouco solúveis na água; o sal de cálcio é um pouco mais solúvel. Os outros sulfatos metálicos são hidrossolúveis. Alguns sulfatos básicos, tais como os de mercúrio, bismuto e cromo são também insolúveis em água, mas se dissolvem em HCl ou HNO3 diluídos. Reação usando Rodizonato de sódio: este ensaio é específico para sulfatos; os sais de bário produzem um precipitado marrom avermelhado com este reagente. Os sulfatos e o ácido sulfúrico provocam um descoramento imediato, devido à formação de sulfato de bário insolúvel. Coloque 1 gota de BaCl2 sobre o papel de filtro ou de reação à gota e 1 gota de solução aquosa a 0,5% de rodizonato de sódio recém-preparada. Trate a mancha marrom avermelhada com 1 gota de solução teste ácida ou alcalina. A mancha colorida desaparece. 2.3.1.2 Íon Tiossulfato (S2O3 2-) O íon tiossulfato é o ânion do ácido tiossulfúrico H2S2O3. Este ácido é ainda mais instável que o H2SO3 e, quando livre, decompõe-se com formação de SO2 e S. Entre os tiossulfatos, os dos metais alcalinos, assim como os do estrôncio, zinco, cádmio, níquel, cobalto, manganês e ferro II são solúveis na água. Os outros tiossulfatos são pouco solúveis (chumbo, prata e bário), sendo que muitos deles dissolvem-se em excesso de solução de tiossulfato. O íon S2O3 2- é incolor. As soluções aquosas dos tiossulfatos dos metais alcalinos têm uma reação quase neutra. Reação usando Solução de cloreto de bário (BaCl2): precipitado branco de tiossulfato de bário, Ba2S2O3, proveniente de soluções moderadamente concentradas de cloreto de bário. A precipitação é acelerada por agitação e fricção das paredes do recipiente com um bastão de vidro. 3311 S2O3 2- + Ba 2+ → BaS2O3 ↓ 2.3.1.3 Íon Carbonato (CO3 2-) O íon carbonato é o ânion do ácido carbônico; ácido extremamente fraco, desconhecido no estado livre. Quando é obtido a partir dos seus sais, decompõe-se quase completamente em anidrido carbônico e água. Dentre os carbonatos, são solúveis em água apenas os de sódio, potássio e amônio. Reação usando Solução de nitrato de prata: com formação de um precipitado branco de carbonato de prata: CO3 2+ + 2Ag + →Ag2CO3↓ O precipitado torna-se amarelo ou marrom após a adição de excesso de reagente, devido à formação de óxido de prata. 2.3.1.4 Íon Fosfato (PO4 3-) O íon fosfato é o ânion do ácido ortofosfórico H3PO4, ácido de força média. Como este ácido é classificado como triácido, ele pode formar três séries de sais: fosfatos neutros: dentre eles Na3PO4 , Ca3(PO4)2. hidrogenofosfatos: dentre eles Na2HPO4, CaHPO4. dihidrogenofosfatos: NaH2PO4, Ca(H2PO4)2 Entre os sais de H3PO4 são hidrossolúveis os dos metais alcalinos e de amônio, assim como os dihidrogenofosfatos de metais alcalino-terrosos, Ca(H2PO4)2 por exemplo. Os outros sais são pouco solúveis na água, mas dissolvem-se nos ácidos minerais e, muitos deles, no ácido acético; FePO4 e AlPO4 são insolúveis neste ácido. O BiPO4 é pouco solúvel em HNO3 diluído (0,5N). Os fosfatos de metais alcalinos têm uma reação fortemente alcalina. Reação usando mistura magnesiana (MgCl2 + NH4OH + NH4Cl): dá um precipitado cristalizado branco de MgNH4PO4. Coloque em um tubo de ensaio 10 gotas da solução em análise, adicione gotas de ácido clorídrico diluído e 10 gotas de solução de cloreto de magnésio. Adicione a seguir hidróxido de amônio até o meio tornar-se alcalino. 3322 PO4 3- + Mg 2+ + NH 4+ + 6H2O → MgNH4PO4.6H2O↓ 2.3.1.5 Íon Tetraborato e Borato (B4O7 2- e BO2 -) O ácido bórico (ortobórico) livre H3BO3 é um sólido cristalizado branco, bastante solúvel na água e que pertence aos ácidos mais fracos. Contudo, os seus sais, chamados boratos, não correspondem, pela sua composição, ao ácido ortobórico H3BO3, mas ao ácido metabórico HBO2 e ao ácido tetrabórico H2B4O7. Entre os boratos, apenas os dos metais alcalinos são hidrossolúveis. O mais importante deles é o tetraborato de sódio decahidratado Na2B4O7.10H2O (bórax). Como sais de ácido fraco, todos os boratos solúveis são fortemente hidrolisados em solução aquosae têm uma reação alcalina. Os boratos insolúveis na água dissolvem-se nos ácidos e suas soluções são incolores. Teste usando coloração da chama: os compostos voláteis de boro dão à chama cor verde. Como os boratos não são voláteis, pode-se usar o seguinte procedimento: mistura-se, sobre uma cápsula de porcelana ou sobre um vidro de relógio, um pouco da substância sólida, Na2B4O7.10H2O por exemplo, com pó de CaF, e molha-se esta mistura com algumas gotas de H2SO4 concentrado. Forma-se um composto de boro (BF3) de tal modo volátil que uma pequena porção desta mistura, colocada na extremidade de uma vareta de vidro aproximada de uma chama, confere, ao fim de um certo tempo, uma cor verde à parte exterior da chama. Podemos ainda verificar a presença de borato em uma amostra pela prova da chama, usando fio de platina. Neste teste utiliza-se ácido sulfúrico concentrado. Limpe o fio de platina em ácido clorídrico concentrado, molhe-o em ácido sulfúrico concentrado e toque a amostra de modo a aderir uma pequena quantidade desta. Leve o fio à chama pálida de Bunsen, na zona oxidante inferior. O aparecimento de chama verde indica a presença do íon borato. 3333 2.3.2 Segundo grupo de ânions O reagente geral dos ânions do II grupo é AgNO3 em presença de HNO3 diluído. 2.3.2.1 Íon Cloreto (Cl-) O íon cloreto é o ânion do ácido clorídrico HCl, solução aquosa de cloreto de hidrogênio gasoso. Pertence aos ácidos minerais mais fortes. As soluções de sais de HCl e de bases fortes (por exemplo NaCl, CaCl2) têm uma reação neutra e as soluções de sais de HCl e de bases fracas têm uma reação ácida. O que acaba de ser dito é válido também para os brometos e os iodetos, pois o HBr e o HI são ácidos tão fortes como o HCl. Entre os cloretos, são pouco solúveis AgCl (cloreto de prata), Hg2Cl2 (cloreto de mercúrio I), PbCl2 (cloreto de chumbo - este é escassamente solúvel a frio, mas prontamente solúvel em água fervendo), CuCl (cloreto de cobre I), BiOCl (oxicloreto de bismuto), SbOCl (oxicloreto de antimônio), Hg2OCl2 (oxicloreto de mercúrio). Os outros cloretos dissolvem-se bem. Reação usado ácido sulfúrico concentrado (H2SO4): atuando sobre cloretos secos (NaCl ou KCl), faz com que ocorra liberação de HCl gasoso, que pode ser reconhecido por seu odor picante, pela produção de fumaças brancas, por tornar vermelho um papel de tornassol azul úmido, quando este é aproximado da abertura do tubo de ensaio. 2.3.2.2 Íon Brometo (Br-) O íon brometo é o ânion do ácido bromídrico (HBr) que, como o HCl, é uma solução aquosa de brometo de hidrogênio gasoso. HBr é um ácido tão forte quanto o HCl. Entre os sais de ácido bromídrico (brometos), apenas Ag2Br, HgBr2 e PbBr2 são insolúveis na água (análogo aos cloretos). Em geral, os brometos assemelham-se pelas suas propriedades aos cloretos e não se distinguem destes senão por uma estabilidade ligeiramente menos forte à ação dos oxidantes. Reação usando ácido sulfúrico concentrado (H2SO4): forma HBr gasoso por ação sobre os brometos sólidos: 3344 NaBr + H2SO4 → NaHSO4 + HBr - Ao contrário de HCl, HBr é parcialmente oxidado a Br2 livre por H2SO4, o que se vê pela coloração castanha dos gases que libertam : 2HBr + H2SO4 → Br2 - + 2H2O + SO2 - 2.3.2.3 Íon Iodeto (I-) O íon iodeto é o ânion do ácido iodídrico HI, solução aquosa do iodeto de hidrogênio. Este ácido é tão forte quanto o HCl e o HBr. Entre os iodetos, são praticamente insolúveis na água os iodetos de prata (AgI), de chumbo (PbI2) e de cobre (CuI). Reação usando ácido sulfúrico concentrado (H2SO4): este ácido atua sobre os iodetos, assim como também atua sobre os brometos com a única diferença que a oxidação de HI livre é ainda mais fácil que a oxidação do HBr. O ácido sulfúrico é, nesta reação, reduzido a SO2 ou H2S: 8HI + H2SO4 → 4H2O + H2S↑ + 4I2 O iodo obtido é depositado sob a forma de um precipitado cinza-escuro ou torna a solução castanha. Se o conteúdo do tubo de ensaio for aquecido, libertam-se vapores de iodo violeta. Todas as reações citadas devem ser realizadas em capela, pois os vapores são tóxicos. 2.3.2.4 Íon Sulfeto (S2 -) O íon sulfeto (S2 - ) é o ânion do ácido sulfídrico que, do mesmo modo que os ácidos halogenados, é uma solução aquosa de H2S. O ácido sulfídrico é um dos ácidos mais fracos. Assim, os sulfetos de bases fortes têm em solução uma reação fortemente alcalina. Devido ao fato do H2S ser um ácido extremamente fraco, formando sais insolúveis com a maioria dos cátions, esta propriedade é utilizada para a separação dos cátions em grupos. Reação usando ácido clorídrico ou sulfúrico diluídos: o H2S gasoso pode ser identificado por seu odor característico e pelo enegrecimento do papel de filtro umedecido com solução de acetato de chumbo, assim como um papel de filtro umedecido com solução de acetato de cádmio torna-se amarelo. 3355 2.3.3 Terceiro grupo de ânions Não há reagente geral do III grupo. Os ânions NO2 - , NO3 - e CH3COO - são incolores e o MnO4 - é violeta. 2.3.3.1 Íon Nitrato ((NO3 -) O íon nitrato é o ânion do ácido nítrico HNO3. O ácido nítrico é um oxidante muito forte capaz de oxidar um grande número de redutores, por isso ele é utilizado em análise para dissolver numerosos sulfetos e diferentes metais e ligas, insolúveis em HCl e H2SO4. Os sais de HNO3 chamados nitratos são solúveis na água, exceto os sais básicos de bismuto e de mercúrio, assim como os sais de algumas bases orgânicas. Para estes ensaios utilize nitrato de sódio ou de potássio. Reação usando ácido sulfúrico concentrado: aquecendo o nitrato sólido com o reagente, formam-se vapores de cor avermelhada de dióxido de nitrogênio, acompanhado de vapores ácidos penetrantes de ácido nítrico, que formam fumaça no ar. O ácido sulfúrico diluído não tem ação. 4NO3 - + 2H2SO4 → 4NO2 - + O2 - + 2SO4 2- + 2H2O 2.3.4 Mistura de ânions dos grupos I, II e III Para proceder a análise em misturas de ânions dos três grupos citados anteriormente, algumas abordagens são necessárias: É de grande importância começar a análise por uma série de ensaios preliminares destinados a estabelecer a ausência de certos ânions na solução e assim simplificar a continuação da análise; por exemplo, a solução na qual se pesquisa os ânions não pode conter senão os cátions K + , Na + ou NH4 + . Todos os outros cátions formam com muitos ânions sais pouco solúveis na água, que perturbam a sua identificação e devem ser previamente eliminados por ebulição com carbonato de sódio. 3366 Se a reação da solução estudada é ácida (pH < 2), esta não pode conter ânions dos ácidos voláteis e instáveis, isto é CO3 - e S2O3 - . Se esta solução não tem cheiro, não contém também S2 - , SO3 2- e NO2 - . 2.3.4.1 Pesquisa dos ânions do grupo I A uma fração separada da solução neutra ou fracamente básica (pH » 7 a 9), [sendo que as soluções ácidas devem ser previamente neutralizadas com Ba(OH)2] adicionar uma solução de BaCl2. A formação de um precipitado indica os ânions do I grupo. Se não se forma precipitado, os ânions S2O3 2- e BO2 2- podem estar presentes, porque não são precipitados pelos íons Ba 2+ , apenas em soluções suficientemente concentradas. 2.3.4.2 Pesquisa dos ânions do grupo II A uma fração separada da solução estudada, adicionar uma solução de AgNO3. Caso se forme precipitado, acidificar com uma solução de HNO3. A insolubilidade do precipitado indica a possibilidade da presença dos ânions do II grupo ou do íon S2O3 2- , que dá com o íon Ag + um precipitado de Ag2S e com HNO3, um precipitado de enxôfre. 2.3.4.3 Pesquisa dos ânions redutores A 1 ml da solução estudada adicionar uma solução 2N de base e uma solução diluída de KMnO4. Na ausência de precipitado, aquecer a solução em banho maria durante um minuto. Um precipitado castanho
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