BNCC E SEUS DESAFIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO

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ATIVIDADE 1.1 - BNCC E SEUS DESAFIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO
Analise a BNCC e sua correlação com os direitos humanos e as ODS 2030 e elabore um texto dissertativo, com o mínimo de uma lauda, conforme as orientações a seguir:
Materiais de referência para realização da atividade: Texto da BNCC (Educação Infantil, Ensino Médio ou Ensino Fundamental, conforme o segmento do estágio), Declaração Universal dos Direitos Humanos e ODS 2030.
Produção do Texto Dissertativo.
O texto dissertativo (com suas palavras) deverá fazer menção à:
a) Origem da declaração dos direitos humanos (E ODS 2030);
b) Propostas gerais presentes na BNCC (consultar a introdução documento);
c) Uma competência específica (fundamental e médio) ou campo de experiência (infantil), a pelo menos 01 artigo da DUDH ou a pelo menos 01 ODS (para Educação Infantil, deve-se considerar a ODS 4 Meta 4.2);
d) Correlação entre a importância da presença e do desenvolvimento dessa competência na formação do estudante egresso na educação infantil, do ensino médio ou fundamental, explicando-a adequadamente.
Os direitos humanos surgiram devido as lutas dos homens por melhorias de vida, emancipação e garantia de seus direitos. Devido as brutalidades e horrores da segunda guerra mundial, os povos se mobilizaram em busca da paz, começou-se assim, uma luta contra a violência, surgiu a Organização das Nações Unidas (ONU) ela serviu de base para a criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e cada estado tinha autonomia para decidir como asseguraria seus direitos. Em 1948, o processo que garante os direitos do homem foi consolidado através da Carta da ONU. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos mais importantes, inclusive exerce influencia as legislações de vários países. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) dispõem de 30 artigos e descreve direitos e liberdades sem distinção de cor, raça, sexo, língua, religião, crença política, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou qualquer outro fator discriminatório. Garante também direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, tendo como princípios a universalidade, indivisibilidade e a interdependência. 
No Brasil a Carta das Nações Unidas promulgada pelo presidente Getúlio Varga em 22 de outubro de 1945, pelo Decreto nº 19.841, foi incorporada ao decreto da qual faz parte o Estatuto da Corte Internacional de Justiça, assinada em São Francisco nos Estados Unidos em 26 de junho de 1945. Uma atribuição a Carta das Nações Unidas é tratar de situações e conflitos de forma pacífica e sem dispor de violência, chamada de Solução Pacífica de Controvérsias, presente no artigo 33.1:
as partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha (Carta da Organização das Nações Unidas, 1945).
As Nações Unidas ainda coordenam um compromisso chamado de Agenda Global 2030, que possuem 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas para serem atingidas entre 2016 e 2030, dentre elas destaca-se os direitos humanos, promoção dos direitos do homem e compromissos ambientais. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são objetivos pertencentes a Agenda Global 2030 que buscam estimular o desenvolvimento de três dimensões: econômica, social e ambiental. Visa criar um mundo de respeito aos direitos humanos e a dignidade, almeja pela democracia, justiça, igualdade e combate à discriminação, visa a oportunidade para todos, direito a saúde e a educação, erradicar a fome mundial e a pobreza 
A Constituição brasileira inspirada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, garante os direitos econômicos, sociais e culturais:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. [...] ( Constituição Federal (Texto compilado até a Emenda Constitucional nº 106 de 07/05/2020).
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. [...]  Constituição Federal (Texto promulgado em 05/10/1988).
A constituição Federal Brasileira garante acesso universal a educação, devido a isso Implementou-se a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem cumprir ao longo de todo o ensino básico, tendo seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento devidamente assegurados. Contribui para o alinhamento de políticas e ações de ensino no âmbito federal, estadual e municipal, referente a formação educacional de professores, elaboração de conteúdo, avaliações e critérios para a infraestrutura da instituição de ensino. 
De acordo com a BNCC:
“a educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza” 
O BNCC deve estar em conformidade com o Plano Nacional de Educação (PNE) como mostra o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), fincado nos princípios éticos, políticos e estéticos. Espera-se que o BNCC promova melhorias na qualidade da educação, unifique o ensino tanto das escolas públicas quanto das privadas, assim como forneça garantia de acesso e permanência nas escolas. As aprendizagens essenciais definidas na BNCC precisam assegurar que os alunos sejam capazes de desenvolver dez competências gerais que estimulam o pensamento crítico, que de acordo com a Base Nacional Comum Curricular são: 
1. Conhecimento: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; 
2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo: Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas; 
3. Repertório Cultural: Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural; 
4. Comunicação: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo;
5. Cultura Digital: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva;
6. Trabalho e Projeto de Vida: Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,consciência crítica e responsabilidade;
7. Argumentação: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. de seu projeto de vida.
8. Autoconhecimento e Autocuidado: Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9.Empatia e Cooperação: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10.Responsabilidade e Cidadania: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
O professor deve ser um protagonista ativo na educação, trabalhando com ética e respeito. Uma competência desejável é a flexibilidade de educar e ensinar aos alunos com menos recursos sociais e econômicos, tratando-os com a mesma dignidade daqueles que se encontram em níveis sociais mais ricos. O professor não deve levar o modo mais rústico de se expressar desses alunos vindos de periferias e com menos renda per capita, como falta de educação ou grosseria, pois estes foram criados e educados para conviver nesse meio e a forma que falam ou se expressam é reflexo do ambiente em que vivem.
 O professor ainda deve usar princípios como igualdade, universalidade, indivisibilidade e a interdependência, princípios provenientes da Declaração Universal dos Direitos Humanos, durante o ensino dentro e fora da sala de aula. Algumas vezes, as aulas são ministradas de forma extremamente conservadora, com fontes referenciais fixas e rígidas, em alguns casos livros que foram reformulados ou a reformulação é muito antiga, esse fator dificulta a compreensão por parte dos alunos, que veem todo o conteúdo trabalhado em sala de aula, totalmente fora da sua rotina, ele não se sente inserido neste meio. Devido a isso há muitas dúvidas, incompreensões e dificuldades de aprendizagem.
	O docente, portanto, deve conseguir ter a flexibilidade necessária para conseguir trabalhar em diversos meios tanto raciais, socioeconômicos e culturais, sempre sendo um profissional ético e humano, livre de discriminações e deve conseguir aproximar o conteúdo trabalhado em sala de aula da realidade em que o aluno vive e também promover a cidadania, vetar práticas como o bullying em todo o ambiente escolar, ensinar aos alunos seus direitos e deveres como cidadãos inseridos na sociedade, promover o conhecimento, o pensamento científico, crítico e criativo, o repertorio cultural, a cultura digital, a comunicação e o trabalho em equipe.
De acordo com o artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Artigo 26
1.	Todos os seres humanos têm direito à educação. A educação será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A educação elementar será obrigatória. A educação técnico profissional será acessível a todos, bem como a educação superior, esta baseada no mérito.
2.	A educação será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A educação promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3.	Os pais têm prioridade de direito na escolha do género de educação que será ministrada aos seus filhos.
Referencias:
QUAL a relação da Agenda 2030 com Direitos Humanos?. [S. l.], 2016. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/agenda-2030/qual-a-relacao-da-agenda-2030-com-direitos-humanos/. Acesso em: 17 nov. 2020.
O QUE é a Agenda 2030?. [S. l.], 2016. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/agenda-2030/o-que-e-a-agenda-2030/. Acesso em: 18 nov. 2020.
TEMER, Michel. A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS E OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: AVANÇOS E DESAFIOS. [S. l.]: GOVERNO DE GOVERNO FEDERAL, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/declaracao-universal-dudh/cartilha-dudh-e-ods.pdf. Acesso em: 15 nov. 2020.
DA SILVA, Rossieli Soares. Base Nacional Comum Curricular EDUCAÇÃO É A BASE. [S. l.]: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 11 maio 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 12 nov. 2020.
ARTIGO 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/course/lesson/articles-26-30/read-article-26.html. Acesso em: 12 nov. 2020.
DIREITOS Humanos em Educação: SÉRIE CADERNOS PEDAGÓGICOS. [S. l.], Jan 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12331-direitoshumanos-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 6 nov. 2020.