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AINES - Farmacologia

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Anti-inflamatórios 
não esteroides (AINES) 
FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS 
• Podem ser divididos em: 
- Anti-inflamatórios esteroides (glicocorticoides); 
- Anti-inflamatórios não esteroides (AINES). 
 
• Inflamação: através de uma agressão externa por 
meio de trauma, calor, microrganismos, reações 
imunes podem causar uma destruição (injúria) do 
tecido, causando uma inflamação. A inflamação vai ser 
traduzida através do rubor, tumor (edema), calor, dor, 
perda de função. 
 
• Histórico: 
- Egito Antigo – 1550 a.C : escrito no Papiro de Ebers, o 
homem já buscava algo para melhorar a dor. 
- Hipócrates: século V a.C, macerava a casca do 
salgueiro, espécie Salix para melhorar a dor. 
- Síntese do ácido acetilsalicílico (1859). 
- Disponibilização do ácido acetilsalicílico para 
terapêutica (1900). 
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS – AINES 
• Muito conhecidos popularmente, de venda livre, não 
precisa de retenção de receita. 
 
• Ações terapêuticas dos AINES: 
- Ação analgésica: realiza o controle/alívio de dores leve 
a moderados. 
Ex: utilização após cirurgia bucal 
- Ação antipirética: diminui a temperatura em pacientes 
febris. 
- Ação anti-inflamatória: reduz a inflamação. 
- Ação trombolítica: atua na cascata de coagulação. 
 
• Cascata inflamatória: a partir da membrana 
plasmática, existe a ação da enzima Fosfolipase 2, 
enzima responsável pela geração do Ácido 
Araquidônico. Sob o ácido araquidônico, ocorre a ação 
da Cicloxigenase e da Lipoxigenase, que formam, 
respectivamente, eicosanoides tipos prostaciclinas, 
prostaglandinas e tromboxanos (é nessa via que os 
AINES atuam) e leucotrienos. 
 
• Mecanismo de ação dos AINES: inativam a 
Cicloxigenase (COX), e essa inibição, reduz a 
produção de prostaciclinas, prostaglandinas e 
tromboxanos A2. 
 
Obs: a maioria dos AINES são inibidores reversíveis da 
cicloxigenase, o AAS (ácido acetilsalicílico) inativa a 
cicloxigenase. 
 
Whalen, Karen. Farmacologia ilustrada [recurso eletrônico] / Karen Whalen, 
Richard Finkel, Thomas A. Panavelil ; tradução e revisão técnica: Augusto 
Langeloh. – 6. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2016 
 
 
https://docplayer.com.br/amp/14961841-Antiinflamatorios-nao-esteroidais-
aines.html 
https://docplayer.com.br/amp/14961841-Antiinflamatorios-nao-esteroidais-aines.html
https://docplayer.com.br/amp/14961841-Antiinflamatorios-nao-esteroidais-aines.html
• Ação da Cicloxigenase (COX): a sua ação sob o 
ácido araquidônico formando eicosanoides tipo 
prostaciclinas, prostaglandinas e tromboxanos, que 
são importantes para manutenção da vida, alguns 
órgãos como rins, plaquetas, mucosa gástrica são 
dependentes da presente deles para manutenção do 
organismo. As prostaglandinas estão envolvidas no 
processo inflamatório e no processo de dor. 
COX 1: gera prostaglandinas que estão envolvidas na 
citoproteção gastrointestinal, agregação plaquetária, 
função renal. 
COX 2: gera prostaglandinas que estão envolvidas na 
dor, febre, inflamação e auxilia na função renal 
COX 3: gera uma prostaglandina envolvida na dor e 
febre. 
*a mesmo eicosanoide que causa dor, febre, inflamação, 
ajuda na função renal, protege a mucosa gástrica etc. 
Por isso é importante um uso correto do medicamento. 
* na mucosa gástrica, o PG faz controle sobre a 
liberação de HCL e pode estimular a produção de muco, 
garantindo proteção gástrica. Com a utilização do 
AINES, a inibição da produção das PGs pode ter uma 
redução na proteção gástrica, gerando um desequilíbrio 
entre a produção de HCL e produção de muco. Se o 
paciente já tiver uma gastrite ou uma úlcera, o quadro 
pode ser piorado. Por isso, não é indicado o AINES 
nesse caso. 
AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA 
• A inibição da enzima COX pelos AINES, diminui a 
produção de prostaglandinas: 
 
- Reduzindo a vasodilatação; 
- Reduz o edema; 
- Melhora a dor (hiperalgesia inflamatória); 
- Não impede a migração celular para o foco 
inflamatório; 
- Não tem efeito sobre o processo de liberação de 
enzimas lisossômicas ou produção de radicais livres do 
O2 tóxico. Isto é, o processo inflamatório é mantido, 
principalmente em casos crônicos (artrite e vasculite), 
os AINES não conseguem inibir totalmente. 
 
AÇÃO ANALGÉSICA 
• A dor inicia no nociceptor (só responde a estímulos 
nocivos), ele quando em presença de altos níveis de 
prostaglandinas e prostaciclinas, sensibiliza as 
terminações nervosas a ação da bradicinina, histamina 
e serotonina, o nociceptor fica sensibilizado. Sendo 
assim, quando em presença de níveis elevados dessas 
substâncias (PGE e PGI), o nociceptor precisa de 
estímulos mínimos para causar dor. 
 
• Dessa forma, quando se toma AINES, ele inibe a 
COX, fazendo redução na produção de PGs, o que 
reduz a dor. 
 
AÇÃO ANTIPIRÉTICA 
• A febre pode ser causado quando ocorre alguma 
injuria ( ex: infecção viral , bacteriana) , os 
macrófagos produzem citocinas pró-inflamatórias e 
interleucinas. Esse aumento de citocinas no endotélio, 
estimula a produção de PGEs pelas COX. O aumento 
de PGEs no hipotálamo leva ao aumento da 
temperatura (Aumento no ponto de ajuste da 
temperatura corporal, já que a febre é protetora até 
certos níveis, na tentativa de acabar a origem da 
infecção). 
 
• O uso dos AINES, inibe a COX, diminui a produção 
de PGEs, e o hipotálamo reduz a febre. 
 
AÇÃO TROMBOLÍTICA 
• Os tromboxanos gerados pela ação da COX sob o 
ácido araquidônico são potentes agregantes 
plaquetários. 
 
• Essa agregação plaquetária nem sempre é 
desejável, por exemplo em pacientes com risco de 
infarto, acidente vascular encefálico e trombose. É 
desejável que ele fique na ação anti-agregante 
plaquetária. 
 
• Por isso, o ácido acetilsalicílico, por exemplo, é 
utilizado na ação anti-agregante plaquetária. 
 
• Os tromboxanos são produzidos através da ação da 
COX-1. Quando o indivíduo faz uso do AAS, ocorre a 
inibição da COX, resultando na inibição dos 
tromboxanos. A ausência desses impede a agregação 
plaquetária. 
 
 
 AÇÃO PROTETORA DOS RINS 
• As PGE geradas pela COX-1 e COX-2, elas são 
responsáveis pela dinâmica sanguínea renal. O uso 
dos AINES, ao reduzir a produção de PGEs, a 
depender da idade do indivíduo e da terapêutica do 
medicamento, o uso dos AINES pode gerar uma 
alteração da dinâmica sanguínea renal, podendo 
causar uma nefrite crônica e necrose papiar central ou 
até insuficiência renal aguda. 
 
• Por isso é importante levar em consideração a 
idades dos pacientes para a utilização de AINES. 
Deve-se evitar o uso de AINES em idosos. 
 
* “A maioria dos AINEs é bem absorvida por 
administração oral e circula extensamente ligada a 
proteínas plasmáticas. A maioria é biotransformada 
pelo fígado, principalmente a metabólitos inativos. 
Poucos (p. ex., nabumetona e sulindaco) têm 
metabólitos ativos. A eliminação de fármacos ativos e 
metabólitos ocorre primariamente pela urina. “ * 
Whalen, Karen. Farmacologia ilustrada [recurso eletrônico] / Karen Whalen, 
Richard Finkel, Thomas A. Panavelil ; tradução e revisão técnica: Augusto 
Langeloh. – 6. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2016 
 
EFEITOS ADVERSOS 
• Irritação gástrica: diminuição na citoproteção 
gástrica pela diminuição das PGEs, diminuição do 
muco e aumento do HCL. 
 
• Efeito anti- agregante plaquetário: impede a 
agregação plaquetária, aumentando o risco de 
sangramentos (e do tempo). 
 
• Salicilismo: uso de altas doses de salicilato 
(intoxicação leve a grave) pode gerar zumbido, 
tonteiras, diminuição da audição, náuseas e vômitos. 
 
• Reações cutâneas: erupções cutâneas leves, 
urticária a reações de fotossensibilidade. 
 
• Efeito sobre os rins, principalmente em pacientes 
idosos: O uso dos AINES, ao reduzir a produção de 
PGEs, a depender da idade do indivíduo e da 
terapêutica do medicamento, o uso dos AINES pode 
gerar uma alteração da dinâmica sanguínearenal, 
podendo causar uma nefrite crônica e necrose papiar 
central ou até insuficiência renal aguda. 
 
• Efeitos cardíacos: os fármacos com maior 
seletividade relativa para COX2 estão relacionados ao 
aumento do risco de eventos cardiovasculares, por 
diminuir a produc ̧ão de PGI2 mediada pela COX-2. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA 
• Existem medicamentos de estruturas químicas bem 
diferentes, mas que convergem para o mesmo 
mecanismo de ação. Sendo assim, o indivíduo pode ter 
alergia a um AINE e não ter aos outros. 
 
• Derivados do ácido salicílico: 
- 1° AINES; 
- Ação sobre COX-1; 
- Forte ação sobre os tromboxanos, alterando o tempo 
de sangramento; 
- Utilizados em pacientes com risco de infarto agudo do 
miocárdio – 100mg; 
- Inibição irreversível da agregação plaquetária, as 
plaquetas presentes no período do uso do medicamento 
perdem a capacidade de voltar a se agregar, mesmo na 
ausência do fármaco. Vão sofrer apoptose. Outra 
geração de plaquetas na ausência de medicamento irá 
conseguir se agregar. 
- Relação dose-resposta em platô: em uma determinada 
dose, aumento o efeito tóxico e não aumenta o efeito 
terapêutico. 
- Deve ser utilizado com cautela em pacientes com 
asma, pois a inibição da síntese de PGEs pode causar 
desvio de rota na produção de leucotrienos, piorando o 
quadro de asma. 
- Não deve ser utilizado em crianças, pela possibilidade 
de desenvolver síndrome de Reye (hepatite tóxica) 
- Propriedades farmacológicas: analgésicos, 
antipiréticos, anti-inflamatórios. Usados na terapia do 
infarto do miocárdio pela inibição da agregação 
plaquetária. 
- Propriedades farmacocinéticas: 
1- São ácidos fracos, não ionizados, começa parte da 
sua absorção no estômago. 
2- Presente no plasma de forma livre ou ligado a 
proteínas plasmáticas. 
3- Excretado 25% de forma inalterada; 
4- Em doses baixas, meia-vida de 4h. Doses altas meia-
vida de até 15h. 
- Mais conhecidos: Melhoral, AAS, aspirinas. 
 
• Derivados do ácido heteroarilacético: 
- Muito utilizados: Diclofenaco sódico, Diclofenaco 
potássico. 
- Grande potencial terapêutico: analgésicos, 
antipiréticos, anti-inflamatórios. 
- Uso na Odontologia e Medicina. 
- Mecanismo de ação: inibição reversível da COX, 
quando ocorre a parada do medicamento, tudo volta 
como era antes. 
- Posologia oral: comprimido ou drágeas. Poder ter 
administração I.M. 
 
• Derivados do ácido propiônico: 
- Cetoprofeno, Ibuprofeno e Naproxeno. 
- Mecanismo de ação: inibição reversível da COX, 
quando ocorre a parada do medicamento, tudo volta 
como era antes. 
- Ibuprofeno: 
1- Grande potência analgésica; 
2- Maior tolerabilidade pelo TGI, por isso foi liberado o 
uso em crianças; 
3- Ação sobre sistema de cininas; 
4 – Efeito dose-resposta. 
- Naproxeno: liberado para uso pediátrico. 
- Interações: podem aumentar as concentrações 
plasmáticas de lítio (doenças psiquiátricas), da digoxina 
(pacientes com insuficiência cardíaca) e do metotrexato 
(imunossupressor). Pode, também, interferir no efeito 
dos diuréticos e dos anti-hipertensivos. 
 
• Derivados da fenoximetanosulfanilida: 
- Nimesulida: 
1- Indicado para dores leves a moderada, além de ter 
uma seletividade intermediária. 
2- Fracos inibidores da COX 1 e 2. 
3- Mais seletivo para COX-2. 
4- Moderados efeitos indesejados (por exemplo, efeitos 
gástricos, mas não é aval para uso de pacientes 
portadores de gastrites e úlceras). 
5- Restrições para uso em pacientes alérgicos a 
aspirina. 
 
• Ácidos enólicos (oxicans): 
- Mecanismo de ação: inibição reversível da COX, e o 
Meloxican inibe seletivamente a COX 2. 
- Propriedades farmacológicas: analgésicos, 
antipiréticos, anti-inflamatórios. 
- Meia- vida de eliminação lenta – uso único diário ou 
12/12h. 
- Indicado para dismenorreia; 
- Piroxicam, Tenoxicam, Meloxicam. 
 
• Derivados do Ácido Pirrolacético: 
- Cetorolaco: 
1- Toragesic. 
2- Forte ação analgésica; 
3- Indicado: via oral, intramuscular, endovenosa, ocular 
e sublingual. 
4- Indicado para pacientes com até 65 anos 
 
• COXIBS: 
- Inibidores seletivos da COX - 2. 
- Características farmacológicas: menor efeito adverso, 
não tem propriedades antitrombóticas. 
- Posologia confortável devido à alta potência. 
- Menores efeitos adversos, já que a mucosa gástrica 
é protegida predominantemente pelas PGE geradas 
pela COX-1 
- Apresentação restrita. 
- Celecoxibe, Etoricoxib, Valdecoxib. 
* As PGE geradas pela COX-2 ajudam na função renal. 
 REFERÊNCIAS: 
Whalen, Karen. Farmacologia ilustrada [recurso eletrônico] / 
Karen Whalen, Richard Finkel, Thomas A. Panavelil ; 
tradução e revisão técnica: Augusto Langeloh. – 6. ed. – 
Porto Alegre: Artmed, 2016

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