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1 – 4 – Exame físico das mamas Anatomia da mama A mama possui um pequeno grau de movimentação sobre a fáscia peitoral profunda. Isto ocorre pois há um pequeno espaço de tecido conjuntivo frouxo no espaço entre a mama e a fáscia profunda, chamado de espaço submamário. Patologias como carcinomas mamários podem causar aderência e fixação das mamas em seus músculos subjacentes. As mamas são irrigadas principalmente por ramos da artéria torácica interna e das artérias intercostais. 2 – 4 – Drenagem linfática das mamas Da papila, aréola e dos lóbulos da glândula mamária, a linfa segue para o plexo linfático subareolar. Daí, cerca de 75% seguem para os linfonodos axilares, principalmente os dos quadrantes laterais da mama, através dos linfonodos anteriores ou peitorais. O restante da linfa, ou seja, a parte dos quadrantes mediais e inferiores, irão drenar para os linfonodos paraesternais e para os linfonodos abdominais, respectivamente. A linfa seguirá caminho desembocando em outros linfonodos maiores, chegando aos troncos linfáticos, e seguindo até chegarem às veias braquiocefálicas. Comumente no câncer de mama pode ocorrer o acometimento dos linfonodos axilares, e um processo cirúrgico de dissecção pode ser necessário. Esse tipo de cirurgia indicará a possível presença de metástases e influenciará prognósticos e terapias. Entretanto pode acarretar dor, formação de seroma, redução de mobilidade do braço, sensação prejudicada e linfedema. Exame físico O exame das mamas divide-se em inspeção estática, dinâmica e palpação. A inspeção estática tem o objetivo de identificar visualmente sinais sugestivos de câncer,tais como alterações no contorno da mama, ulcerações cutâneas ou do complexo areolopapilar Na inspeção estática, coloca-se a paciente sentada de frente para o observador, com o tórax desnudo, e membros superiores relaxados ao lado do corpo. Anotamos após a observação, alterações de pele, pigmentações, cicatrizes, simetria, contornos, retrações e abaulamentos, dando atenção especial às aréolas e papilas. No caso de adolescentes ou pacientes com suspeitas sindrômicas, avalia-se o estágio do desenvolvimento mamário de acordo com a classificação dos estágios de Tanner. 3 – 4 – Na inspeção dinâmica a realização de manobras é para realçar possíveis retrações e abaulamentos, que podem sugerir ou não processos malignos, bem como, verificar o comprometimento dos planos musculares, cutâneo e gradil costal. São realizadas as manobras solicitando à paciente que eleve lentamente as mãos sobre a cabeça e em seguida baixar e pressionar com as mãos as asas do osso ilíaco bilateralmente, para contrair a musculatura peitoral. A manobra de inclinação do tronco para frente com os braços abertos é útil em pacientes com mamas grandes ou pendulares e para melhor observação de retração do complexo areolopapilar, que pode sugerir malignidade. A palpação envolve as mamas, axilas e fossas supra e infraclaviculares. Deve ser realizada com a paciente em decúbito dorsal, os braços estendidos para trás da cabeça. Com a face palmar da mão, percorrer os quadrantes mamários no sentido horário da porção mais externa a mais interna, até chegar à porção central da mama, onde está o complexo areolopapilar. Pode-se complementar a palpação em caso de dúvida, utilizando a técnica com as polpas digitais em compressões superficiais, médias e profundas. Para se palpar a cadeia axilar esquerda, o braço esquerdo do examinador apoia o braço esquerdo da paciente que deve estar fletido e em ângulo de 90 graus com o tórax. Com a mão direita o examinador palpa a cadeia axilar, nos diferentes níveis, bem como as fossas infra e supraclaviculares. Para se palpar a cadeia axilar direita, fazemos o oposto, e o examinador utiliza a mão esquerda para a palpação. 4 – 4 – Cada área de tecido deve ser examinada aplicando-se três níveis de pressão em sequência: leve, média e profunda, correspondendo ao tecido subcutâneo, ao nível intermediário e mais profundamente à parede torácica; Deve-se realizar movimentos circulares com as polpas digitais do 2º, 3º e 4º dedos da mão como se estivesse contornando as extremidades de uma moeda. A região da aréola e da papila (mamilo) deve ser palpada e não comprimida. No caso da mulher mastectomizada deve-se palpar a parede do tórax, a pele e a cicatriz cirúrgica; Durante a palpação, deve-se observar possíveis alterações na temperatura da pele e a existência de nódulos. A pesquisa de descarga papilar deve ser feita aplicando-se compressão unidigital suave sobre a região areolar, em sentido radial, contornando a papila. A saída da secreção pode ser provocada pela compressão digital de um nódulo ou área de espessamento, que pode estar localizado em qualquer região da mama; A expressão papilar deverá ser realizada rotineiramente se houver história de secreção espontânea ou presença de nódulos, devendo ser registrado a cor, consistência, quantidade e local exato. A descrição de nódulos deve incluir informações quanto à localização (contada em cm a partir do mamilo) ao seu tamanho (cm ou polpa digital), formato (oval, redondo, indiferenciado), consistência (lisa, irregular, amolecida ou endurecida), sensibilidade (dolorosa ou não) e mobilidade (livre ou fixa em planos profundos e quantidade (solitário ou múltiplos) 5 – 4 – Detecção precoce É uma forma de prevenção secundária e visa a identificar o câncer em estágios iniciais, momento em que a doença pode ter melhor prognóstico. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. Existem duas formas de fazer a detecção precoce: Método diagnóstico - realizado para diagnóstico diferencial de lesões palpáveis da mama Método de rastreamento - é entendido como um exame de rotina ao exame físico. É feito por profissional de saúde treinado – geralmente enfermeiro ou médico Câncer de mama A maioria dos cânceres de mama começam nas células que revestem os ductos. Alguns começam nas células que revestem os lobos, enquanto um número pequeno se inicia em outros tecidos, tais como o adiposo e o fibroso da mama. O câncer de mama pode ser “in situ”, aquele em que ainda não há risco de invasão e metástase, com chances de cura de aproximadamente 100%. Mesmo os tumores invasivos podem ser curados se o diagnóstico for estabelecido em fase precoce. As células cancerosas da mama podem entrar nos vasos linfáticos e começarem a crescer nos gânglios linfáticos. Se as células cancerosas se espalharem para os gânglios linfáticos, há uma maior chance de que as células possam também ter entrado na corrente sanguínea e se disseminado para outras partes do corpo. Quanto mais células cancerosas da mama houver nos gânglios linfáticos, maior a probabilidade da doença ter se disseminado também para outros órgãos. Encontrar células cancerosas em um ou mais linfonodos influencia no esquema de tratamento. Entretanto, nem todas as mulheres com células cancerosas nos linfonodos desenvolvem metástases, e outras que não tinham doença no gânglios linfáticos podem desenvolver metástases posteriormente. Recomenda-se para o rastreamento de câncer de mama: Rastreamento por meio do exame clínico da mama, para as todas as mulheres, devendo ser realizado em todas as consultas clínicas, independente da faixa etária; Rastreamento por mamografia, para as mulheres com idade entre 50 a 69 anos, com o máximo de dois anos entre os exames; Exame clínico da mama e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama; 6 – 4 – 7 – 4 – Investigação diagnóstica O momento do exame clínico das mamas (ECM)é uma ótima oportunidade para o profissional fazer educação em saúde e informar a população feminina sobre o câncer da mama, sinas de alerta, fatores de risco, detecção precoce e a composição e variabilidade da mama normal. O ECM na investigação diagnóstica é o procedimento realizado para avaliar sinais e sintomas referidos por pacientes a fim de realizar o diagnóstico diferencial entre alterações suspeitas de câncer e aquelas relacionadas a condições benignas; Sinais e sintomas considerados como referência urgente para o diagnóstico mamário: Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos; Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual; Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo; Descarga papilar sanguinolenta unilateral; Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos; Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral; Presença de linfadenopatia axilar; Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja; Retração na pele da mama; Mudança no formato do mamilo (Inversão, descamação ou ulceração) Mama masculina A mama masculina apresenta estruturas que permanecem rudimentares ao longo da vida do homem. Isto é, seus ductos são pequenos e não possuem a presença de lóbulos e alvéolos, apresentando apenas um pouco de tecido fibroadiposo. A aréola é bem desenvolvida, enquanto a papila mamária é pequena. Alguns homens apresentam uma proliferação benigna ou crescimento excessivo do tecido mamário, conhecida como ginecomastia, associada ao acúmulo de líquido nos ductos glandulares. Nesse sentido, geralmente sua causa deriva do desequilíbrio hormonal, entre estrógenos e andrógenos. 8 – 4 – O câncer de mama masculino é mais frequente em homens com idades entre os 50 e 65 anos, assim como em homens que tenham casos de câncer de mama na família. Sintomas do câncer de mama masculino Presença de nódulo indolor que pode provocar coceira ou até mesmo ferida que não cicatriza na região da aréola (bico da mama); Pele enrugada ou ondulada; Retração do mamilo; Secreções no mamilo; Vermelhidão ou descamação da pele da mama ou mamilo; Alterações do volume da mama; Inchaço de linfonodos na axila. Muitos casos de câncer de mama masculino são diagnosticados em estágio avançado, fase em que a cura pode ser mais difícil de ser alcançada. Prevenção do câncer de mama Evitar a obesidade, através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos; Evitar ingestão de álcool, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos
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