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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA AULA TESTES DIAGNÓSTICOS Eleonora D’Orsi Lúcio Botelho Sérgio Freitas DIAGNÓSTICO • Processo de decisão clínica que baseia-se, conscientemente ou não, em probabilidade Uso dos testes diagnósticos ��Identificar/confirmar a presença de doença ou situação relacionada à saúde ��Avaliar a gravidade do quadro clínico ��Estimar o prognóstico ��Monitorar a resposta a uma intervenção DIAGNÓSTICO • Raciocínio probabilístico – Qual a probabilidade de diagnóstico de meningite em um paciente com febre, vômitos e cefaléia? – Se o paciente apresentar rigidez de nuca, a probabilidade de diagnosticar a doença aumenta? TESTES DIAGNÓSTICOS • Exames realizados em laboratório (hemograma, bioquímica, exames de imagem) • Exames histológicos • Um conjunto de sinais e sintomas • Qualquer classificação onde se compara um procedimento com um padrão ouro TESTES DIAGNÓSTICOS • Padrão ouro (gold standard) • Melhor exame disponível • Menor probabilidade de erro • Escolhido criteriosamente AS APARÊNCIAS, PARA A MENTE, SÃO DE QUATRO TIPOS: • As coisas são o que parecem ser; • Ou são, e não parecem ser; • Ou não são, mas parecem ser; • Ou não são nem parecem ser. Epitectus, Séc II D.C. A relação entre parecer e ser Ser + _ Parecer + As coisas são o que parecem ser Não são mas parecem ser _ São mas não parecem ser Não são nem parecem ser A relação entre teste e doença Doença + _ Teste + Verdadeiro positivo Falso positivo _ Falso negativo Verdadeiro negativo Doentes classifi- cados como sadios (Falso negativo) Doentes classifi- cados como doentes Sadios classifi- cados como doentes (Falso positivo) Sadios classifi- cados como sadios Aplicação dos testes diagnósticos Doença Teste Sim Não Total Positivo Verdadeiro + (a) Falso + (b) a + b Negativo Falso – (c) Verdadeiro – (d) c + d Total a + c b + d a +b +c +d Sensibilidade = (a / a+c) x 100 Especificidade = (d / b+d) x 100 PROPRIEDADES DOS TESTES DIAGNÓSTICOS Sensibilidade • Sensibilidade (S): – proporção de verdadeiros positivos entre todos os doentes – probabilidade de um teste dar positivo na presença da doença – avalia a capacidade do teste detectar a doença quando ela está presente Especificidade • Especificidade (E): – Proporção de verdadeiros negativos entre todos os sadios – Probabilidade de um teste dar negativo na ausência da doença – Avalia a capacidade do teste afastar a doença quando ela está ausente. •SENSIBILIDADE: Proporção das pessoas com a doença de interesse que têm o resultado do teste positivo •ESPECIFICIDADE: Proporção das pessoas sem a doença de interesse que têm o resultado do teste negativo •ACURÁCIA: É a proporção de acertos de um teste diagnóstico % verdadeiros positivos + verdadeiros negativos Sensibilidade • Probabilidade de que o teste seja positivo se a doença estiver presente • Quanto maior a sensibilidade de um teste, maior a chance de detectar a doença Sensibilidade • Testes sensíveis são indicados quando o risco de não diagnosticar a doença acarreta graves conseqüências para o doente • Testes sensíveis excluem um diagnóstico • Testes sensíveis são úteis para reduzir possibilidades diagnósticas (triagem ou screening) – Ex. inquéritos sorológicos, teste anti-HIV em banco de sangue Especificidade • Probabilidade de que o teste seja negativo se a doença estiver ausente • Testes muito específicos são usados para confirmar a presença da doença • Testes altamente específicos são úteis quando os falso-positivos podem levar o paciente a tratamento desnecessário Screening – Rastreamento – Triagem • É a busca em pessoas assintomáticas de algum sinal ou sintoma que possa ser indicativo de uma provável doença • Visa o diagnóstico precoce de uma doença, interferindo no prognóstico • Testes para Screening devem ser mais Sensíveis do que Específicos Screening – Rastreamento – Triagem - Critérios • Baixo custo • Fácil aplicação • Não invasivo • Alta Sensibilidade � pouco falso negativo - Doenças indicadas • Graves • Alta prevalência na fase pré-clínica • Melhora do prognóstico caso tratamento seja iniciado na fase pré-clínica Em termos práticos, é mais útil para o clínico: O resultado negativo de um teste altamente sensível O resultado positivo de um teste altamente específico PROPRIEDADES DOS TESTES DIAGNÓSTICOS Doença Teste Sim Não Total Positivo Verdadeiro + (a) Falso + (b) a + b Negativo Falso – (c) Verdadeiro – (d) c + d Total a + c b + d a +b +c +d Valor preditivo positivo VPP = a / a+b Valor preditivo negativo VPN = d / c+d VALORES PREDITIVOS • Dado que o exame foi realizado, qual a probabilidade de um resultado positivo ter realmente identificado a doença? • Probabilidade de doença, dado o resultado do teste • Valor preditivo positivo (VPP) • Valor preditivo negativo (VPN) • Também chamados probabilidades pós- teste VALOR PRETIVO POSITIVO: • Proporção de doentes entre todos os indivíduos com teste positivo. • Expressa a probabilidade de um paciente com teste positivo ter a doença VALOR PREDITIVO NEGATIVO: • Proporção de saudáveis entre todos os indivíduos com teste negativo. • Expressa a probabilidade de um paciente com teste negativo não ter a doença DETERMINANTES DO VALOR PREDITIVO (PROBABILIDADE PÓS-TESTE) • Sensibilidade • Especificidade • Prevalência da doença na população (probabilidade pré-teste) Valor Preditivo • Varia com a prevalência (probabilidade pré- teste da doença) • Para um mesmo teste, quanto maior a prevalência maior o VPP e menor o VPN • Faixa ideal de uso do teste: prevalência intermediária (entre 25% e 65%) • Quanto mais sensível, melhor o VPN – Redução falsos negativos • Quanto mais específico, melhor o VPP – Redução falsos positivos Valor preditivo positivo em função da prevalência da doença Valor preditivo negativo em função da prevalência da doença Para doença coronariana: Teste de esforço para o diagnóstico de doença coronariana, sensibilidade=70% especificidade=80% Clínica Probabilidade pré-teste VPP VPN Mulher jovem com dor atípica 5% 16% 98% Homem de 40 anos com dor atípica 50% 78% 73% Homem de 45-55 anos com angina típica 90% 97% 23% OUTRAS MEDIDAS Doença Teste Sim Não Total Positivo Verdadeiro + (a) Falso + (b) a + b Negativo Falso – (c) Verdadeiro – (d) c + d Total a + c b + d a +b +c +d Prevalência= a+c a+b+c+d Acurácia = (a + d)/Total x 100 Relação entre sensibilidade e especificidade • Teste ideal – Sensibilidade=100% – Especificidade=100% • Na prática – Aumento Sensibilidade diminui especificidade e vice-versa • Ponto de corte entre valores normais e anormais – Menor erro possível (falsos-positivos e falsos- negativos) CURVA ROC • Forma de expressar graficamente a relação entre sensibilidade e especificidade • Receiver Operator Characteristic Curve • eixo Y: Sensibilidade (proporção verdadeiros positivos) • eixo X: 1-especificidade (proporção falsos positivos) CURVA ROC • Quanto mais próxima do canto superior esquerdo do gráfico, melhor o poder discriminatório do teste. • Útil para comparar vários testes. • Teste ideal (sensibilidade e especificidade=100%): área total igual a 1 • Teste inútil: linha reta diagonal Testes múltiplos • Não existe teste diagnóstico perfeito (S=100% e E=100%) • Testes podem ser caros ou invasivos • Necessidade de uso de vários testes para definir o diagnóstico • Testes em paralelo • Testes em série Testes em paralelo • Aplicados simultaneamente • Diagnóstico rápido – situações de emergência • Resultado positivo se um ou todos os testes forem positivos • Resultado negativo se todos os testes forem negativos Testes em paralelo • Cálculo da sensibilidadecombinada de 2 testes A e B aplicados em paralelo Sp= SA + SB – (SA x SB) – Sp = sensibilidade combinada testes paralelos – SA = sensibilidade teste A – SB = sensibilidade teste B Testes em paralelo • Cálculo da especificidade combinada de 2 testes A e B aplicados em paralelo Ep= EA x EB – Ep = especificidade combinada testes paralelos – EA = especificidade teste A – EB = especificidade teste B Testes em série • Aplicados em série (dependendo do resultado do teste anterior) • Diagnóstico ambulatorial • Testes muito caros ou que oferecem risco • Sempre inicia pelo teste mais sensível e menos invasivo • Considera positivo se o primeiro e o segundo testes forem positivos • Considera negativo se o primeiro teste for negativo Testes em série • Cálculo da sensibilidade combinada de 2 testes A e B aplicados em série Ss= SA x SB – Ss = sensibilidade combinada testes em série – SA = sensibilidade teste A – SB = sensibilidade teste B Testes em série • Cálculo da especificidade combinada de 2 testes A e B aplicados em série Es= EA + EB – (EA x EB) – Es = especificidade combinada testes em série – EA = especificidade teste A – EB = especificidade teste B
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