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CLARETIANO – REDE DE EDUCAÇÃO GUILHERME MATHEUS DAMASCENO RA 8132640 DOCÊNCIA: CONHECIMENTO, PRÁTICA E ENGAJAMENTO PROFISSIONAL PORTFÓLIO 1 - CICLOS 1 E 2 SÃO PAULO - SP 2021 https://mdm.claretiano.edu.br/docconpraengpro-g04311-2021-01-grad-ead https://mdm.claretiano.edu.br/docconpraengpro-g04311-2021-01-grad-ead 2 Guilherme Matheus Damasceno RA 8132640 São Paulo - SP 2021 Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da disciplina “Docência: Conhecimento, Prática e Engajamento Profissional” do curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Claretiano, ministrado pelo Profa. Eliane Aparecida Piza Candido 3 Sumário 1. Memórias da Educação Básica. ........................................................................... 4 2. Abordagem Sociocultural. ..................................................................................... 4 3. Abordagem Humanista. ........................................................................................ 5 4. Abordagem Comportamentalista. ......................................................................... 6 Referências. ................................................................................................................ 7 4 1. Memórias da Educação Básica. Mantenho viva a memória do meu processo de aprendizado na Educação Básica referentes ao letramento e a alfabetização. Foi no percurso de transição da educação infantil para o ensino fundamental que vivenciei métodos pedagógicos dos quais me recordo com certa nostalgia. Umas das experiências que me recordo são com relação há uma professora que hoje esta aposentada, ela ministrava as aulas com rigor, porém nunca presenciei alguma ação agressiva ou desrespeitosa com nenhum aluno. Em 2002 ocorreu um dos auges da proliferação dos mosquitos Aedes aegypti no Brasil, e algumas das atividades propostas pela docente tinha como diretriz a conscientização da eliminação dos focos de proliferação dos mosquitos. Dia após dia realizávamos atividades que giravam em torno da temática da dengue e do combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, que na época chamávamos simplesmente de Mosquito-da-dengue. Lembro-me que as atividades transpassavam por diversas disciplinas: ciências, português (letramento), geografia, artes etc. Todavia, foi na atividade da disciplina de “Artes” que ao receber a tarefa para desenhar um foco de proliferação e os mosquitos, que mantenho a memória de uma intervenção pedagógica. Como era uma lição de casa solicitei ajuda do meu pai, que de forma entusiasmada desenhou no meu caderno o que foi solicitado realizando a atividade proposta. Fiquei muito feliz por ter recebido ajuda e pelo meu desenho ter sido o mais belo da classe, não perdi a oportunidade de exibir-me para os colegas, porém ao levar meu caderno para avaliação da professora fui questionado: “Guilherme foi você mesmo que desenhou?”. Respondi que meu pai tinha me ajudado, ela escreveu um bilhete para os meus pais solicitando que continuassem me auxiliando, mas que não realizassem minhas tarefas, a fim de que meu desenvolvimento fosse contínuo e de fato eu aprendesse. 2. Abordagem Sociocultural. Ao refletir sobre os processos bancários da educação como instrumentos de opressão, Paulo Freire acentuou seu caráter vertical e fundamentalmente narrador, experiência que se assemelha com sermões de exposição desconectados da 5 realidade dos educandos. Por educação bancária, o autor caracterizou todo ato pedagógico que se assenta no ato de depositar conhecimentos na mente dos educandos, encarados como seres passivos diante da construção do próprio saber. Como possui um aspecto exclusivamente narrador e dissertador, esse tipo de educação: [...] conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em vasilhas, em recipientes a serem enchidos pelo educador. Quanto mais vá enchendo os recipientes com seus depósitos, tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente encher, tanto melhores educandos serão (FREIRE, 2005, p. 66, grifos no original). Nesse sentindo, compreendo que a ação da educadora que optou por abordar um tema relacionado com a campanha de conscientização que estava ocorrendo em todo país, foi produtivo e significativo, tendo em vista o que Paulo Freire defendeu, ou seja, uma prática de liberdade, propulsora de consciência crítica e capaz de promover a inserção social no seio do palco histórico da nossa sociedade excludente, dando voz aos oprimidos, até então sujeitos humanos invisibilizados e silenciados durante séculos de opressão colonial e de uma democracia burguesa. Pensar o mundo é julgá-lo; [...] o alfabetizando, ao começar a escrever livremente, não cópia palavras, mas expressa juízos. Estes, de certa maneira, tentam reproduzir o movimento de sua própria experiência; o alfabetizando, ao dar-lhes forma escrita, vai assumindo, gradualmente, a consciência de testemunha de uma história de que se sabe autor. Na medida em que se percebe como testemunha de sua história, sua consciência se faz reflexivamente mais responsável dessa história (FIORI, In: FREIRE, 2005, p. 12). 3. Abordagem Humanista. Ao receber a tarefa de realizar a lição de casa e solicitar ajuda dos meus pais, o foco do processo de ensino-aprendizagem se deslocou da figura da professora como a detentora do conhecimento para uma interação que ocorreu entre meus familiares e posteriormente com meus colegas, ou seja, conforme a abordagem humanista reverbera a arquitetura do meu saber não tinha como fundação os aparatos tecnológicos ou a supervisão imediata do educador, as relações interpessoais foram incentivadas e desfrutei de liberdade para realizar com criatividade a lição proposta. Nessa perspectiva, a afirmação de Rubem Alves, que propôs metodologias de ensino ativas para que os alunos tenham autonomia para saltar na elaboração crítica de seus conhecimentos, é oportuna: 6 Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob o controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. (ALVES, 2004, p.120). Compreendo que tais metodologias são úteis na elaboração de novos e contínuos ciclos de atualização, uma vez que o desafio educacional não esta associado à acumulação de informações que podem ser facilmente acessadas hoje por um smartphone, mas sim residem na capacidade de aprender e saber diferenciar as fontes verossímeis das fontes inverossímeis de conhecimento. 4. Abordagem Comportamentalista. Os reforços positivos ou negativos são parte integram este relato, uma vez que ao mencionar que a professora escreveu no meu caderno um bilhete para exortar os meus pais, recebo um reforço negativo que se traduz em uma nota negativa pelo não cumprimento da proposta pedagógica, por outro lado fui reforçado didaticamente há não delegar minhas responsabilidades e exercitar minhas habilidades. Nesse sentindo, a educadora realizou uma intervenção pedagógica comportamentalista. O ensino é tratado em função de uma tecnologia que, além da aplicação de conhecimentos científicos à prática pedagógica, envolveum conjunto de técnicas aplicáveis em sala de aula (MIZUKAMI, 1986, p. 35). De igual modo, a professora não tinha condições em assumir uma posição neutra em relação ao ocorrido, pois a transmissão da mensagem foi realizada utilizando uma linguagem intrinsecamente ligada à formação psicopedagógica do ser humano como corresponsável no processo de ensino-aprendizado. 7 Referências. ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas: a arte do voo ou a busca da alegria de aprender. São Paulo: ASA, 2004. 127 p. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 49. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
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