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DIREITO CONSTITUCIONAL RESUMO P2

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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Remédios constitucionais são garantias instrumentais destinadas à proteção dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. Servem como instrumentos à disposição das pessoas para reclamarem, em juízo, uma proteção a seus direitos, motivo pelo qual são também conhecidos como ações constitucionais.
São elas: a) habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de injunção e ação popular. Este post traz um resumo esquematizado em tabelas dos aspectos mais relevantes das ações constitucionais.
	Habeas corpus
	Legislação
	Art. 5º, LXVIII e LXXVII, CF.
	Objetivo
	Destinado à proteção da liberdade de locomoção, esteja ela ameaçada ou violada por ilegalidade ou abuso de poder (ainda que de modo indireito).
	Legitimidade ativa
	Qualquer pessoa, independente da presença de advogado. Não é necessária a capacidade de estar em juízo e nem a capacidade postulatória.
	Legitimidade passiva
	Qualquer pessoa, inclusive a figura do próprio impetrante.
	Espécies
	Preventivo
	Há apenas ameaça de constrangimento à liberdade.
	
	Repressivo
	É aquele em que já existe um ato constrangedor (direta ou indiretamente) à liberdade do agente.
	Observações
	· Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
· Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
· Não cabe habeas corpus em relação a punições disciplinares militares (caso não haja ilegalidade nessas punições).
	Habeas data
	Legislação
	Art. 5º, LXXII e LXXVII, CF.
	Objetivo
	Destina-se: a) para assegurar o conhecimento de informações pessoais em registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados.
	Legitimidade ativa
	Pessoa física (brasileira ou estrangeira) ou pessoa jurídica.
	Legitimidade passiva
	Entidades governamentais da Administração direta e indireta e pessoas jurídicas de direito privado que mantenham banco de dados aberto ao público.
	Observações
	· É uma ação de caráter personalíssimo e, portanto, só é possível pleitear informações relativas ao próprio impetrante.
· Tem-se admitido, excepcionalmente, a legitimação dos herdeiros ou cônjuge de falecido para o habeas data.
· Este remédio constitucional prevê o esgotamento da via administrativa, ou seja, não cabe habeas data se não houver recusa por parte da autoridade administrativa.
	 Mandado de segurança
	Legislação
	Art. 5º, LXIX e LXX, CF.
	Objetivo
	Proteção de direito líquido e certo (direito expresso em lei que possa ser demonstrado de plano mediante prova pré-constituída) que não é amparado por habeas corpus ou habeas data.
	Legitimidade ativa
	Mandado de segurança Individual
	O titular do direito líquido e certo, seja ele pessoa física (brasileira ou estrangeira) ou jurídica.
	
	Mandado de segurança coletivo
	a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelos menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
	Legitimidade passiva
	A entidade coatora (e não a pessoa jurídica à qual ela está vinculada).
	Observações
	· O prazo de decadência deste remédio constitucional é de 120 dias, com início a partir do conhecimento oficial da violação do direito. O prazo é decadencial do direito – não se suspende nem se interrompe desde que iniciado.
· Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.
· Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.
	 Mandado de injunção
	Legislação
	Art. 5º, LXXI, CF.
	Objetivo
	Suprir a falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas relativas à nacionalidade, à soberania e à cidadania
	Legitimidade ativa
	Qualquer pessoa cujo exercício de um direito esteja inviabilizado pela falta de norma regulamentadora.
	Legitimidade passiva
	Autoridade ou órgão responsável pela expedição da norma regulamentadora.
	Observações
	· Não cabe mandado de injunção diante da falta de norma regulamentadora de direito previsto em lei infraconstitucional.
· Não cabe mandado de injunção se já existe norma regulamentadora do direito previsto na Constituição, ainda que defeituosa.
· Não cabe mandado de injunção se a CF outorga uma mera faculdade ao legislador para regulamentar ou não direito previsto na CF.
	 Ação popular
	Legislação
	Art. 5º, LXXIII, CF.
	Objetivo
	Anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
	Legitimidade ativa
	Brasileiro nato ou naturalizado, português equiparado (se houver reciprocidade em Portugal), maior de 16 anos (desnecessária a assistência), inscrito na Justiça Eleitoral.
	Legitimidade passiva
	Pessoas públicas ou privadas e entidades estatais e autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
	Espécies
	Preventiva
	Busca o impedimento do ato lesivo.
	
	Repressiva
	Busca o ressarcimento dos danos causados pelo ato lesivo.
	Observações
	· Salvo comprovada má-fé, o impetrante está isento de custas judiciais e dos ônus da sucumbência.
· O objeto da ação deve ser ato administrativo. Não cabe ação popular, por conseguinte, a decisão judicial.
· Em casos de desistência de ação popular, o Ministério Público deve dar prosseguimento à ação.
DIREITOS SOCIAIS
2 CONCEITO
Os direitos sociais pertencem à segunda dimensão de Direitos Fundamentais, que está ligada ao valor da igualdade material (a igualdade formal já havia sido consagrada na primeira geração, junto com os direitos de liberdade). Não são meros poderes de agir – como o são as liberdades públicas -, mas sim poderes de exigir, chamados, também, de direitos de crédito:
Há, sem dúvida, direitos sociais que são antes poderes de agir. É o caso do direito ao lazer. Mas assim mesmo quando a eles se referem, as constituições tendem a encará-los pelo prisma do dever do Estado, portanto, como poderes de exigir prestação concreta por parte deste[10].
Em que pese a responsabilidade pela concretização destes direitos possa ser partilhada com a família (no caso do direito à educação), é o Estado o responsável pelo atendimento dos direitos fundamentais de segunda dimensão, ou seja, ele é o sujeito passivo[11].
Em didática definição, André Ramos Tavares conceitua direitos sociais como direitos “que exigem do Poder Público uma atuação positiva, uma forma atuante de Estado na implementação da igualdade social dos hipossuficientes. São, por esse exato motivo, conhecidos também como direitos a prestação, ou direitos prestacionais”.
De fato, os direitos sociais exigem a intermediação dos entes estatais para sua concretização; consideram o homem para além de sua condição individualista, e guardam íntima relação com o cidadão e a sociedade, porquanto abrangem a pessoa humana na perspectiva de que ela necessita de condições mínimas de subsistência.
Por tratarem de direitos fundamentais, há de reconhecer a eles aplicabilidade imediata (artigo 5º, § 1º da CF), e no caso de omissão legislativa haverá meios de buscar sua efetividade, como o mandado de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
Se, de um lado, os direitos individuais servem ao fim de proporcionar liberdade ao indivíduo, limitando a atividade coercitiva do Estado, os direitos sociais, de outro, visam assegurar uma compensação das desigualdades fáticas entre as pessoas, que apesar de pertencerem a sociedades complexas, “possuam prerrogativas que os façam reconhecer-se como membros igualitários de uma mesma organização política”. [16]
1.3 FINALIDADE
Os direitos sociais surgem no prisma de tutela aos hipossuficientes, “assegurando-lhes situação de vantagem, direta ou indireta, a partir da realização de igualdadereal (...) Visam, também, garantir a qualidade de vida”[17] das pessoas.
A declaração de igualdade formal, propiciada com a declaração dos direitos humanos de primeira dimensão, não foi suficiente para proporcionar igualdade de condições no acesso a bens e serviços. Não havia garantia expressa, prevista em Lei ou norma constitucional, a tutelar o acesso ao trabalho, lazer, moradia, saúde, segurança, previdência social, alimentação. A desigualdade econômica criou abismos entre os detentores da riqueza e os pobres; estes não ostentavam condições para desfrutar de prestações mínimas para uma vida digna.
O tratadista destaca inexistir uma vinculação entre “direito social e estado socialista e direito individual e estado liberal, pois em ambos os tipos de organização política estão presentes estas duas dimensões de prerrogativas”[20], dado que os direitos sociais são reconhecidos por sua importância, porquanto visam proteger setores sociais mais frágeis, de modo a construir uma nação mais homogênea.
Vale destacar que a Constituição Federal de 1988 estabelece como objetivos fundamentais da República erradicar a pobreza e a marginalização, bem como reduzir as desigualdades sociais e regionais (artigo 3º, inciso III), metas que só poderão ser alcançadas com o avanço dos direitos sociais.
1.4 CLASSIFICAÇÃO
A amplitude dos temas inscritos no art. 6º da Constituição deixa claro que os direitos sociais não são somente os que estão enunciados nos artigos 7º, 8º, 9º, 10 e 11. Eles podem ser localizados, principalmente, no Título VIII - Da Ordem Social, artigos 193 e seguintes.
Os direitos sociais podem ser agrupados em grandes categoriais: a) os direitos sociais dos trabalhadores, por sua vez subdivididos em individuais e coletivos; b) os direitos sociais de seguridade social; c) os direitos sociais de natureza econômica; d) os direitos sociais da cultura; e) os de segurança.
Uadi Lammêgo Bulos[21] destaca que os direitos sociais da seguridade social envolvem o direito à saúde, à previdência social, à assistência social, enquanto que os relacionados à cultura abrangem a educação, o lazer, a segurança, a moradia e a alimentação.
José Afonso da Silva, em Curso de Direito Constitucional positivo, propõe a divisão dos direitos sociais em: i) relativos aos trabalhadores; ii) relativos ao homem consumidor. Na primeira classificação, isto é, direitos sociais do homem trabalhador, teríamos os direitos realtivos ao salário, às condições de trabalho, à liberdade de instituição sindical, o direito de greve, entre outros (CF, artigos 7º a 11).
Na segunda classificação, ou seja, direitos sociais do homem consumidor, teríamos o direito à saúde, à educação, à segurança social, ao desenvolvimento intelectual, o igual acesso das crianças e adultos à instrução, à cultura e garantia ao desenvolvimento da família, que estariam no título da ordem social.
1.5 PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 explicitou amplo rol de direitos sociais, tornando ainda mais relevante o tema de sua eficácia. De fato, apenas positivar direitos, reconhecê-los e apontar sua importância não é suficiente; quanto maior a consagração formal de direitos sociais, maior a dificuldade de lhes garantir uma aplicação efetiva.
Como se tratam de direitos a prestações, que envolvem um custo especial[23], deve-se refletir em que medida os direitos sociais, por força do disposto no § 1º, artigo 5ºda CF, estão em condições de serem diretamente aplicáveis. Sem esquecer, aliás, que inexiste norma constitucional destituída de eficácia e aplicabilidade.
Observa-se pela história que a obrigação de atender aos direitos sociais ditou ao Estado a expansão dos serviços públicos, especialmente dos anos vinte para frente. Hoje, em que pese o notável avanço, permanece válido discutir até que ponto o Estado deve dar o atendimento a esses direitos ou apenas amparar sua busca.
1.6 RESERVA DO POSSÍVEL
A reserva do possível, nas suas diversas dimensões, está ligada diretamente às limitações orçamentárias que o Estado possui. Para se determine a razoabilidade de determinada prestação estatal é importante pensar no contexto: a saída adequada para A deve ser a saída adequada para todos os que se encontram na mesma situação que A.
Trata-se, também, de atenção ao princípio da isonomia, capitulado no artigo 5º daConstituição Federal.
Alguns autores denominam este princípio como a reserva do “financeiramente possível”[27], relacionando-o com a necessidade de disponibilidade de recursos, principalmente pelo Estado, para sua efetiva concretização.
1.7 MÍNIMO EXISTENCIAL
A doutrina contemporânea desenvolveu o conceito de mínimo existencial, que nada mais é que o “conjunto de condições materiais essenciais e elementares cuja presença é pressuposto da dignidade para qualquer pessoa. Se alguém viver abaixo daquele patamar, o mandamento constitucional estará sendo desrespeitado”[28].
1.9.3 TRABALHO
O direito ao trabalho, isto é, de ter um trabalho ou de trabalhar, é o meio mais expressivo de se obter uma existência digna[33], e está previsto na CF/88 como um direito social, e não mais como uma obrigação social, tal como previa a Constituição de 1946.
Constitui um dos fundamentos do Estado democrático de Direito os valores sociais do trabalho (CF, artigo 1º, inciso IV), ademais, o artigo 170 da CF funda a ordem econômica na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tudo a assegurar uma existência digna a todos, em atenção à justiça social.
Nos termos do art. 22, I, da CF, compete privativamente à União legislar sobre direito do trabalho, não estando ela obrigada a utilizar-se de lei complementar para disciplinar a matéria, que somente é exigida, nos termos do art. 7º, I, da mesma Carta, para regrar a dispensa imotivada.
1.9.4 MORADIA
O direito à moradia foi inserido no artigo 6º da Constituição por meio de Emenda Constitucional, a de número 26, de 14.2.2000, embora já se cogitasse de sua fundamentalidade pelo disposto no artigo 23, IX da CF.
O direito à moradia não é necessariamente direito a uma casa própria, mas sim a um teto, um abrigo em condições adequadas para preservar a intimidade pessoal dos membros da família (art. 5, X e XI), uma habitação digna e adequada.
Não há dúvidas de que a casa própria seria o meio mais efetivo de se concretizar o direito à moradia, todavia, esta não é a realidade social vigente.
A própria impenhorabilidade do bem de família, levada a efeito pela Lei 8009/90, encontra fundamento no artigo 6º da Constituição Federal.
1.9.5 LAZER
A Constituição dispõe, no § 3º do Artigo 217 que “o Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social”. Tal direito está relacionado com o direito ao descanso dos trabalhadores, ao resgate de energias para retomada das atividades.
Costuma-se condenar os empregadores que, entregando excessiva carga de trabalho ao empregado, retiram-lhe o intervelo interjornada de modo a inibir o convívio social e familiar, suprimindo a oportunidade de ócio, isto é, de tempo destinado ao lazer, garantida constitucionalmente.
1.9.6 SEGURANÇA
A segurança tem o condão de conferir garantia ao exercício pleno, e tranquilo, dos demais direitos e liberdades constitucionais. Na dimensão de direito social está intimamente relacionada com o conceito de segurança pública, tratada no artigo 144da Constituição Federal.
Ensina José Afonso da Silva que segurança “assume o sentido geral de garantia, proteção, estabilidade de situação ou pessoa em vários campos, dependente do adjetivo que a qualifica (...) A segurança pública consiste numa situação de preservação ou restabelecimento dessa convivência social que permite que todos gozem de seus direitos e defesa de seus legítimos interesses”.[34]
O STF afirmou que o direito à segurança “é prerrogativa constitucional indisponível, garantido mediante a implementação de políticas públicas, impondo ao Estado a obrigação de criar condições objetivas que possibilitem o efetivo acesso a tal serviço. É possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado,quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo.”[35]
1.9.7 PREVIDÊNCIA SOCIAL
Com a Emenda Constitucional 20/1998, estão previstas prestações previdenciárias de dois tipos: os benefícios, que são prestações pecuniárias para a) aposentadoria por invalidez (CF, art. 201, I), por velhice e por tempo de contribuição (CF, art. 201, § 7º) b) nos auxílios por doença, maternidade, reclusão e funeral (art. 201, I, II, IV e V); c) no salário-desemprego (artigos 7º, II, 201, II, e 239); d) na pensão por morte do segurado (art. 201, V).
Os serviços que são prestações assistenciais: médica, farmacêutica, odontológico, hospitalar, social e de reeducação ou readaptação profissional.
1.9.8 PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA
Tal direito está inserido como direito previdenciário (artigo 201, II), e como direito assistencial (artigo 203, I e II). Destaca-se, também, no artigo 7º, XVIII da CFprevisão de licença à gestante.
1.9.9 ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS
A Constituição Federal estabelece que a assistência social será prestada aos necessitados, independentemente contribuírem ou não com a previdência social.
Direitos Políticos:
* Conceito:
- Direitos políticos são instrumentos por meio dos quais a Constituição Federal garante o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta, seja indiretamente.
- Prerrogativas ligadas à cidadania, no sentido de permitirem a escolha das decisões que serão tomadas pelos órgãos governamentais, representando a soberania popular.
- Apenas quem pode exercer os direitos políticos são os cidadãos brasileiros.
* Soberania popular:
- A soberania popular significa que a fonte de legitimação do poder é o povo, devendo ser ele quem decidirá as diretrizes adotadas pelo Estado.
- Forma de concretização da soberania popular  Sufrágio universal.
- Voto  Realização do sufrágio.
- Princípio um homem um voto (one man, one vote).
* Espécies de democracia:
a) Democracia direta  O povo exerce por si o poder, sem intermediários nem representantes.// Toda norma deve ser votada pelo povo de forma contínua e permanente.
b) Democracia representativa  O povo elege representantes, outorgando-lhes poderes para que, em nome deles e para o povo, governem o Estado.
c) Democracia semidireta ou participativa  “Sistema híbrido.”// Democracia representativa, com atributos e peculiaridades da democracia direta.// Sistema assimilado pela CF/88 (arts. 1º, parágrafo único, e 14).
* Institutos da democracia participativa:
- Como institutos da democracia participativa temos o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular (art. 14, I a III, da CF/88).
- Os Estados-membros têm amplas oportunidades para decidir, com relação ás matérias adstritas à sua esfera de competência, o momento de implementar os institutos do art. 14, I a III, da CF/88.
- Plebiscito e referendo:
Ambos visam consultar o povo a respeito de determinadas leis.
A diferença entre eles resulta do momento da consulta ao povo: no plebiscito, consulta-se o povo a respeito de uma propositura normativa antes de sua promulgação; no referendo, essa consulta é feita após a promulgação da propositura normativa.
Limites: mandamentos constitucionais, principalmente as cláusulas pétreas.
As normas emanadas do plebiscito sofrem controle de constitucionalidade.
Tanto o plebiscito quanto o referendo têm efeito mandamental, no sentido de vincularem o Poder Legislativo (ex: não pode o Legislativo elaborar lei em sentido diverso ao resultado do plebiscito).
O quórum necessário para a aprovação do plebiscito e do referendo é o de maioria simples da população.
É competência do Congresso Nacional autorizar plebiscito e convocar referendo (art. 49, XV, CF/88).
- Iniciativa popular:
é a permissão concedida ao povo para propor projeto de lei ao Congresso Nacional.
Requisitos: um por cento do eleitorado nacional, distribuídos em no mínimo cinco Estados-membros, com a consecução do apoio de no mínimo três décimos por cento dos eleitores em cada um deles.
* Capacidade eleitoral ativa:
- Direito de votar, capacidade de ser eleitor, alistabilidade.
- Requisitos para o exercício do voto:
a) Alistamento eleitoral na forma da lei (título eleitoral).
b) Nacionalidade brasileira.
c) Idade mínima de 16 anos.
d) Não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório.
- O voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e os menores de 70 anos de idade.
- O voto é facultativo para os maiores de 16 e menores de 18 anos de idade; para os analfabetos e para os maiores de 70 anos de idade.
- Características do voto:
1) Direto; 2) Secreto; 3) Universal; 4) Periódico; 5) Livre; 6) Personalíssimo; 7) Igualitário (princípio one man, one vote).
- V. art. 60, parágrafo 4º, II, CF/88. Lembrar que o voto obrigatório não é cláusula pétrea, sendo possível a promulgação de uma emenda constitucional instituindo a facultatividade do voto.
* Capacidade eleitoral passiva:
- Possibilidade de eleger-se, concorrer a um mandato eletivo.
- Condições de elegibilidade:
V. art. 14, parágrafo 3º, CF/88.
Condições de elegibilidade:
a) Nacionalidade brasileira; b) Pleno exercício dos diretos políticos; c) Alistamento eleitoral; d) Domicílio eleitoral na circunscrição; e) Filiação partidária; f) Idade mínima, dependendo do cargo.// Todos esses requisitos devem ser demonstrados quando do registro da candidatura, sendo que a idade mínima, uma das condições de elegibilidade, apenas deve ser aferida na data da posse.
- Idades mínimas para o exercício de cargos públicos:
35 anos  Presidente e Vice-Presidente da República e Senador.
30 anos  Governador e Vice-Governador; Governador e Vice-Governador do Distrito Federal.
21 anos  Deputado estadual; Deputado federal; Deputado distrital; Prefeito e Vice-Prefeito; Juiz de paz; Ministro de Estado.
18 anos  Vereador.
* Inelegibilidade:
- Impossibilidade de o cidadão ser eleito para um cargo público, impedindo o exercício da soberania passiva.
- As inelegibilidades estão previstas tanto na CF, normas estas que independem de regulamentação infraconstitucional, já que de eficácia plena e aplicabilidade imediata, comoem Lei Complementar, que poderá estabelecer outros casos de inelegibilidade (relativas) e os prazos de sua cessação.
1) Inelegibilidades absolutas:
- Impedimento eleitoral para qualquer cargo eletivo.
- Taxativamente previstas na CF.// Não se pode estabelecer inelegibilidade absoluta por lei ordinária ou lei complementar.
- São inelegíveis absolutamente (art. 14, parágrafo 4º, CF/88):
a) Inalistáveis, categoria esta que enquadra os estrangeiros e os conscritos, sendo estes os militares durante o serviço militar obrigatório.// O impedimento, no caso dos conscritos, é apenas durante o serviço militar obrigatório.// Os conscritos também não podem votar.
b) Analfabetos  a eles é concecida a capacidade eleitoral ativa de forma facultativa, mas não podem ser votados.
2) Inelegibilidades relativas:
- Impedimento eleitoral ao exercício de certos cargos eletivos em decorrência de condições especiais do cidadão.
- Estão previstas na Constituição Federal ou em lei complementar.
- Inelegibilidade relativa em razão da função exercida para um terceiro mandato sucessivo:
O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos não poderão ser reeleitos para um terceiro mandato sucessivo.
Tal inelegibilidade surge somente para um terceiro cargo subseqüente e sucessivo.
O vice, tendo ou não sido reeleito, se sucedeu o titular, poderá candidatar-se à reeleição por um período subseqüente.
Sucessão é diferente de substituição, sendo que esta significa assumir o cargo provisoriamente, enquanto aquela é a situação em que se substitui o titular do cargo eletivo e cumpre o mandato até o seu término.
O exercício da titularidade do cargo dá-se mediante eleição e sucessão.
Na hipótese de um vice-governador estarno segundo mandato como vice-governador e vir a suceder o governador nesse segundo mandato, poderá ele concorrer a uma nova eleição, pois, somente quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular do cargo.
- Inelegibilidade relativa em razão da função para concorrer a outros cargos:
O art. 14, parágrafo 6º, da CF/88, estabelece que, para concorrer a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Desincompatibilização  É o afastamento do cargo alguns meses antes da eleição para que se possa disputar a eleição.// O candidato se desvencilha de alguma circunstância que o impede de exercer a sua capacidade eleitoral passiva, ou seja, de eleger-se para determinado cargo.
A desincompatibilização deve dar-se somente para a candidatura a outros cargos, diversos, diferentes. Para a reeleição, portanto, não se precisa renunciar seis meses antes do pleito.
Em relação aos vices, a mencionada regra da desincompatibilização não incide, na medida em que não são mencionados no art. 14, parágrafo 6º, a não ser que tenham, nos seis meses anteriores ao pleito, sucedido ou substituído os titulares.
- Inelegibilidade relativa em razão do parentesco:
De acordo com o art. 14, parágrafo 7º, são inelegíveis, no território da circunscrição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, dos Governadores, dos Prefeitos, ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato a reeleição.
Parentes podem concorrer nas eleições, desde que o titular do cargo tenha o direto à reeleição e não concorra na disputa.
A hipótese do art. 14, parágrafo 7º, da CF/88, não é aplicada aos suplentes, mas apenas aos titulares dos mandatos, mesmo que se trate de laço de parentesco entre pai e filho.
Já decidiu o STF que a causa de inelegibilidade prevista no art. 14, parágrafo 7º, da Constituição alcança a cunhada de Governador quando concorre a cargo eletivo de Município situado no mesmo Estado.
Se os detentores dos cargos abrangidos pelo art. 14, parágrafo 7º, se desincompatibilizarem seis meses antes do pleito, a inelegibilidade desaparece. Ela também não permanece se os familiares já vinham exercendo um mandato anteriormente na mesma circunscrição eleitoral.
- Inelegibilidades previstas em lei complementar:
O instrumento para o estabelecimento de outras inelegibilidades só poderá ser a lei complementar, sob pena de inconstitucionalidade formal.
Somente novas inelegibilidades relativas poderão ser definidas, já que as absolutas só se justificam quando estabelecidas pela Constituição Federal, pelo poder constituinte originário.
Enquanto as hipóteses de elegibilidade revelam-se passíveis de válida disciplinação por lei ordinária, as hipóteses de inelegibilidade, além de derivadas do próprio texto constitucional, só podem derivar de norma inscrita em lei complementar (caso se trate de inelegibilidades relativas).
- Elegibilidade do militar:
O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições postas de acordo com o tempo de serviço na atividade militar:
I – menos de dez anos de serviço  O militar, nesse caso, deverá afastar-se da atividade, deixando de integrar os quadros efetivos das Forças Armadas.
II – mais de dez anos de serviço  Será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
* Perda ou suspensão dos direitos políticos:
- Art. 15, CF/88.
- A cassação de direitos políticos é vedada, mas a perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado.
II – Incapacidade civil absoluta.
III – Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os seus efeitos.
IV – Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII, da CF/88.
V- Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, parágrafo 4º.
- Em nenhuma hipótese será permitida a cassação de direitos políticos.
- Hipóteses de perda dos direitos políticos:
1) Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado  o indivíduo que perder a nacionalidade brasileira voltará à condição de estrangeiro.
2) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa  Para readquirir os direitos políticos a pessoa precisará tomar a decisão de prestar o serviço alternativo, não sendo o vício suprimido por decurso de prazo.
3) Perda da nacionalidade brasileira em virtude da aquisição de outra  Mesmo não expressa no texto constitucional, trata-se de indiscutível hipótese de perda dos direitos políticos.
- Hipóteses de suspensão dos direitos políticos:
1) Incapacidade civil absoluta  Nessa hipótese, trata-se de interdição.
2) Condenação criminal transitada em julgado  os direitos políticos ficam suspensos enquanto durarem os efeitos da condenação.// Os cidadãos que se encontrem presos, aguardando julgamento, não têm cerceados os seus direitos políticos.
A suspensão dos direitos políticos no caso de condenação criminal transitada em julgado de Prefeito ou de Vereador tem aplicabilidade imediata, não necessitando de homologação por parte da Câmara de Vereadores.
O mesmo não ocorre com os membros do Congresso Nacional, Deputados e Senadores, que necessitam para que a sentença penal transitada em julgado tenha eficácia imediata de sua homologação por parte da Casa a qual pertencer o parlamentar.
3) Improbidade administrativa, nos termos do art1 37, parágrafo 4º, da CF/88  Acarreta a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens, o ressarcimento do erário e as sanções penais cabíveis.
4) Exercício assegurado pela cláusula de reciprocidade  Hipótese não prevista diretamente no art. 15 da CF.// O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade. Assim, o gozo dos direitos políticos em Portugal (por brasileiro) importará na suspensão do exercício dos mesmos diretos no Brasil.
* Princípio da anterioridade eleitoral e impedimento da vacatio legis:
- Art. 16, CF/88: “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando á eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.”
- Para a lei eleitoral não existe vacatio legis, entrando em vigor na data em que foi publicada.
Direitos de Nacionalidade
Conceito
É o vínculo jurídico-político que une uma pessoa a determinado Estado Soberano. Vínculo que gera direitos, porém, também obrigações.
Formas de Nacionalidade
· Nacionalidade Originária - é estabelecida pela Constituição Federal, é a nacionalidade dos natos. Normalmente a nacionalidade originária (primária, involuntária) é atribuída com base em dois critérios, de acordo com a legislação soberana de cada país:
Celso Bastos – “ O primeiro se funda no principio de que será nacional todo aquele que for filho de nacionais (jus sanguinis). O segundo determina serem nacionais todos aqueles nascidos em seu território (jus soli)”.
No Brasil, a nacionalidade originária é fixada pelo critério do jus soli.
Nato –> definido por dois critérios:
-> Critério “jus loci” – é brasileiro nato todo aquele que nasce na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que nenhum deles esteja a serviço de seu país.
-> Critério “jus sanguinis” – é brasileiro nato o filho de brasileiros que nascer no estrangeiro estando qualquer um dos pais a serviço da República Federativa do Brasil.
O filho de pai brasileiro ou mãe brasileira nascido no estrangeiro poderá optar pela nacionalidade brasileira, desde que venha residir no Brasil. Esse requerimento pode ser feito a qualquer momento e não pode ser recusado pelo Estado, ou seja, essa aquisição é potestativa, dependente exclusivamente da vontade do interessado.
A aquisição da nacionalidade provisória se dá com a simplesresidência no Brasil, sendo confirmada posteriormente com a manifestação da opção perante a Justiça Federal.
· Nacionalidade Secundária - A nacionalidade secundária (adquirida, voluntária) é a conferida aos naturalizados. Esse tipo de nacionalidade deve ser requerida pelo interessado e está sujeita à apreciação do órgão público responsável.
Naturalização –> a aquisição de nacionalidade secundária pode ser expressa ou tácita:
-> Tácita – concedida a todos os que se encontravam no Brasil à época da Proclamação da República e que não declaram o ânimo de conservar a nacionalidade de origem após a entrada em vigor da Constituição Federal de 1891.
-> Expressa – atualmente a única opção de naturalização prevista na Constituição Federal de 1988:
Naturalização ordinária – Art. 12, II, alínea “a”. A concessão ou não dessa naturalização é um poder discricionário do Executivo Federal, o requerente não tem direito subjetivo a essa naturalização.
Naturalização extraordinária – Art. 12, II, alínea “b”. O Executivo Federal não pode agora com discricionariedade aqui. preenchidos os requisitos exigidos será concedida a naturalização, ou seja, o requerente possui direito subjetivo.
Essa naturalização é disciplinada pelo Estatuto dos Estrangeiros (Lei n.º. 6.815/80) e estabelece requisitos próprios:
-> capacidade civil;
-> o requerente deve ter visto permanente;
-> deve estar residindo no Brasil por quatros anos contínuos;
-> deve ler e escrever em português;
-> deve ter boa conduta, boa saúde e bom procedimento;
-> deve exercer profissão ou possuir bens que garantam a sua subsistência e a da sua família;
-> inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou mesmo no exterior por crime doloso a que seja prevista pena mínima de um ano de prisão.
A Lei n.º. 6.964/81 incluiu mais duas hipóteses de naturalização extraordinária:
Radicação precoce – Art. 115, I da lei citada.
Naturalização decorrente da conclusão, pelo estrangeiro, de curso superior no Brasil – Art. 115, II da lei citada.
Distinção entre brasileiro nato e naturalizado
Estatuto da Igualdade
Decorrente do tratado de 1971 entre Brasil e Portugal. A base do Estatuto da Igualdade é a reciprocidade. Isso quer dizer que, quando são conferidos direitos especiais aos brasileiros residentes em Portugal são conferidos os mesmos direitos aos portugueses residentes no Brasil.
Essa nacionalidade é chamada de Quase Nacionalidade e pode ampla ou restrita:
Restrita – os portugueses terão direitos semelhantes aos dos brasileiros naturalizados, exceto o direto de participação política ativa e passiva.
Ampla – os portugueses adquirirão os direitos políticos se solicitarem junto à Justiça Eleitoral, preenchendo, para tanto, os seguintes requisitos:
-> demonstração de quase nacionalidade restrita;
-> cinco anos de residência permanente no Brasil;
-> inexistência de antecedentes criminais;
-> domínio sobre o idioma comum escrito;
> demonstrar que gozam de direitos políticos em Portugal.Perda da Nacionalidade
Cancelamento da naturalização – o reconhecimento deve ser por sentença judicial transitada em julgado.
Aquisição voluntária e ativa de outra nacionalidade – atinge tanto os brasileiros natos quanto os naturalizado. A perda de nacionalidade nesse caso deve ser por meio de processo administrativo que culmina com o decreto que produz efeitos ex nunc. O decreto do Presidente da República apenas reconhece a perda de nacionalidade, o que acarreta essa perda é a aquisição de outra nacionalidade.
O Brasil admite a aquisição de outra nacionalidade sem perda da nacionalidade brasileira nas exceções descritas no Artigo 12, § 4º, II, alínea “a” e “b” da Constituição Federal de 1988.
Aproveitando o assunto nacionalidade é interessante abranger mais quatro temas correlatos com essa matéria:
· Banimento – envio compulsório de um nacional para o estrangeiro, com a imposição de lá permanecer durante prazo determinado ou indeterminado.
Conhecido como exílio, essa opção é vedada no Brasil está expressamente determinado sua proibição no artigo 5º, XLVII da Constituição Federal de 1988.
· Extradição – é a entrega de um país ao outro de indivíduo que lá deva responder a processo criminal e cumpri pena. Pode incidir sobre estrangeiros e brasileiros naturalizados, mas não há extradição de brasileiro nato.
Há duas possibilidade do naturalizado ser extraditado:
-> se cometeu crime comum antes da naturalização;
-> se comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, nos termos da lei, seja crime anterior ou posterior à naturalização.
O país que requerer a extradição deve informar ao Brasil, quais as acusações contra a pessoa (Principio da Especialidade)e comprometer-se a considerar, no cumprimento da pena, o montante da pena já cumprida  no Brasil (Principio da Detração).
O extraditado só poderá voltar ao Brasil com autorização por decreto do Presidente da República.
· Expulsão – é realizada quando um estrangeiro for condenado criminalmente no Brasil ou praticar atos nocivos aos interesses nacionais.
Há todo um processo para chegar a expulsão. O requerimento deve ser pedido pelo Ministério Público no prazo de 30 dias do trânsito em julgado da sentença condenatória. A expulsão será consumada pelo Presidente da República. Respeitando o devido processo legal, o vítima poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal para que o ato seja reavaliado.
· Deportação – é meramente documental e ocorre quando um estrangeiro ingressa e permanece, de forma ilegal, no território brasileiro. O estrangeiro poderá retornar ao nosso país quando regularizada sua situação e paga suas despesas de deportação.

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