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DIREITO TRIBUTÁRIO I - CONCEITO - NATUREZA DO DIREITO TRIBUTÁRIO - AUTONOMIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO - RELAÇÃO JURÍDICA

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DIREITO TRIBUTÁRIO I - aula 10/02/2020 
CONCEITO DE TRIBUTO 
Código Tributário Nacional - Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se 
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada”. 
Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir 
O CTN permite a quitação de créditos tributários mediante a entrega de outras utilidades que possam ser expressas em 
moedas, deste que tais hipóteses estejam previstas no próprio texto do Código, que no seu art. 141 afirma que o crédito 
tributário somente se extingue nas hipóteses nele previstas. 
Entendimento STF: “O STF passou a entender que os Estados e o DF podem estabelecer outros meios não previstos 
expressamente no Código Tributário Nacional de extinção de seus créditos tributários, máxime porque podem conceder 
remissão, e quem pode o mais pode o menos”. 
Prestação compulsória 
Em se tratando de obrigação tributária, contudo, a lei é fonte direta e imediata, de forma que seu nascimento 
independe da vontade e até do conhecimento do sujeito passivo. A regra, sem exceção, é a compulsoriedade 
(obrigatoriedade) e não a voluntariedade. Assim, o proprietário de imóvel localizado na área urbana do Município deve 
pagar o respectivo IPTU, não havendo espaço para se falar em manifestação de vontade no nascedouro da obrigação. 
Prestação que não constitui sanção de ato ilícito 
Tributo: Não possui finalidade sancionatória; Visa a arrecadar e a intervir em situações sociais e econômicas 
Multa: É sanção por ato ilícito; O ideal é que não arrecade, pois visa a coibir o ato ilícito. 
O dever de pagar tributo surge com a ocorrência, no mundo concreto, de uma hipótese abstratamente prevista em lei 
(o fato gerador). Portanto, se alguém obtém disponibilidade econômica ou jurídica de rendimentos, passa a ser devedor 
do imposto de renda (CTN, art. 43), mesmo se esses rendimentos forem oriundos de um ato ilícito, ou até criminoso, 
como a corrupção, o tráfico ilícito de entorpecentes etc. 
A Constituição Federal, no seu art. 5.º, XLVI, “b”, prevê a possibilidade de que a lei, regulando a individualização da 
pena, adote, entre outras, a de perda de bens. Trata-se de formal autorização para a existência de confisco no Brasil, 
mas tão somente como punição. Ora, considerando que o tributo não pode se constituir em sanção por ato ilícito e que 
o confisco somente é admitido no Brasil como pena, há de se concluir que o tributo não pode ter caráter confiscatório, 
justamente para não se transformar numa sanção por ato ilícito. 
Prestação instituída em Lei 
Essa é uma regra sem exceção: o tributo só pode ser criado por lei (complementar ou ordinária) ou ato normativo de 
igual força (Medida Provisória). Isso decorre do princípio democrático: como a lei é aprovada pelos representantes do 
povo, pode-se dizer, ao menos teoricamente, que o povo só paga os tributos que aceitou pagar. 
*Embora não haja exceção à legalidade quanto à instituição de tributos, existem várias exceções ao princípio quanto à 
alteração de alíquotas 
 
Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada 
 A vinculação da atividade de cobrança do tributo decorre do fato de ele ser instituído por lei e se configurar como uma 
prestação compulsória. A autoridade tributária não pode analisar se é conveniente, se é oportuno cobrar o tributo. A 
cobrança é feita de maneira vinculada, sem concessão de qualquer margem de discricionariedade ao administrador. 
NATUREZA DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
Direito Público (Interno) Obrigacional e Comum 
O Direito Tributário pode ser classificado como ramo jurídico pertencente ao direito público, com a figura do Estado 
sempre presente em um dos polos da relação jurídica – e sempre em situação de superioridade jurídica perante o 
particular -, haja vista o interesse tutelado ser socialmente coletivo (o interesse público), o que dota suas normas 
jurídicas de compulsoriedade. 
O Direito Tributário é um direito obrigacional, pois vincula o Estado ao contribuinte, em uma relação de índole 
obrigacional, ou seja, em um liame estabelecido a partir da presença de partes (sujeito ativo e sujeito passivo), de 
prestação (objeto) e de vínculo jurídico (causa), como elementos estruturais da obrigação tributária. 
Por sua vez, o Direito Tributário é um direito comum, haja vista a fixação de regras de caráter geral, visando atingir uma 
generalidade de pessoas e situações. 
 *O direito tributário é um ramo do direito financeiro que estuda a relação entre o Fisco e o contribuinte, no que se
 refere à instituição, arrecadação, fiscalização e extinção de tributos. 
 
AUTONOMIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
O Direito Tributário desfruta de autonomia perante os demais ramos jurídicos. Apresenta-se como direito autônomo, 
em face da homogeneidade de sua estrutura normativa e de seus preceitos elementares. 
*Normas e Princípios próprios 
 
RELAÇÃO JURÍDICA 
O Direito Tributário é a representação positivada da ciência jurídica que abarca o conjunto de normas e princípios 
jurídicos, reguladores das relações intersubjetivas na obrigação tributária, cujos elementos são as partes, a prestação e 
o vínculo jurídico. 
As partes destacam-se como o ente público estatal, de um lado, e o contribuinte (ou responsável), de outro. O objeto 
é a obrigação em si, que pode consistir numa obrigação de fazer ou não fazer, de cunho instrumental (emitir notas 
fiscais, entregar Declarações, etc.). Por fim o vínculo jurídico (ou causa) é a norma jurídica que magnetiza o liame 
obrigacional. 
No polo ativo (credor), os entes tributantes ou pessoas jurídicas de direito público interno, também conhecidos por 
Fiscos – a União, os Estados-membros, os Municípios e o Distrito Federal. 
No polo passivo (devedor), o contribuinte (ou o responsável), representado pelas pessoas físicas ou jurídicas.

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