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TÂMARA MELO – MEDICINA CLÍNICA INTEGRADA 1° UND ASMA - FARMACOTERAPIA INTRODUÇÃO: O tratamento da asma é direcionado para a obstrução das vias aéreas e para a propensão que as vias aéreas têm de se obstruírem bastante e facilmente em resposta aos broncoconstritores inalatórios. O tratamento da asma tem dois componentes. O primeiro é o uso de um agente aliviador (resgate) na fase aguda (broncodilatador) para reverter a obstrução aguda das vias aéreas asmáticas. O segundo é o uso de medicações controladoras, que modifiquem o ambiente das vias aéreas asmáticas, de forma que ocorra com menos frequência broncoconstrição aguda que necessite de tratamento de resgate. Em cada indivíduo, a intensidade do tratamento da asma é ajustada, em sua maioria, para atingir cinco objetivos: Permitir que o paciente siga com suas atividades de vida diárias sem a excessiva interferência da asma; Permitir que o paciente durma sem o despertar causado pelos sintomas da asma; Minimizar o uso de tratamentos de alívio com broncodilatadores; Prevenir a necessidade de cuidados médicos imprevistos; Manter a função pulmonar razoavelmente próxima do normal Um paciente que atende a esses padrões é dito estar “em controle,” ao passo que um paciente cujas atividades da doença evitam que esses objetivos sejam atingidos é dito estar “fora de controle.” TRATAMENTOS ALIVIADORES: Todos os pacientes com asma podem receber a prescrição de um agente broncodilatador inalatório de alívio para ser usado no caso de se desenvolver uma Obstrução asmática aguda das vias aéreas. AGENTES BETA-ADRENÉRGICOS: Os agentes beta adrenérgicos Podem ser divididos em agentes de curta duração e agentes de longa duração. Os agentes β-adrenérgicos de curta duração (SALBUTAMOL E FENOTEROL) administrados por inalação constituem a base do tratamento broncodilatador para a asma. O músculo liso das vias aéreas constrito relaxa em resposta à estimulação de receptores β2-adrenérgicos Agonistas βadrenérgicos com graus variados de β2 -seletividade são disponíveis para uso em apresentações para inalação (por nebulizador ou inalador dosimetrado, oral ou parenteral. Pacientes com asma intermitente leve devem ser tratados com inalador β2-seletivo de curta duração (como o salbutamol) apenas em caso de necessidade (SOS). EFEITOS COLATERAIS → Estimulação simpática (agonistas simpaticomiméticos) causando Agitação, Tremores musculares Taquicardia e Palpitações, Arritmias cardíacas, Hipocalemia. TÂMARA MELO – MEDICINA CLÍNICA INTEGRADA 1° UND COMO USAR: Esse tratamento deve consistir em dois “jatos” do inalador, sendo o primeiro separado do segundo por um intervalo de três a cinco minutos, que parece permitir tempo suficiente para que o primeiro jato dilate as vias aéreas estreitadas, com isso oferecendo ao agente um melhor acesso às áreas afetadas do pulmão. Os pacientes devem ser instruídos a exalar até um volume confortável, para inspirar muito lentamente (como se eles estivessem tomando uma sopa quente), e acionar o inalador durante a inspiração. A inspiração até quase a CPT é seguida pela suspensão da respiração por cinco segundos, a fim de permitir o depósito de pequenas partículas de aerossol nas vias aéreas mais periféricas. Os pacientes devem receber instruções específicas para o uso correto do inalador a fim de se atingir uma melhor resposta terapêutica. ANTICOLINERGICOS: Os agentes atropínicos inibem os efeitos da acetilcolina liberada pelos nervos motores intrapulmonares que correm no vago e inervam os músculos lisos das vias aéreas. O brometo de ipratrópio, agente atropínico usado terapeuticamente na asma, é disponível para o uso em inalador dosimetrado. a dose recomendada é de dois jatos do inalador dosimetrado a cada quatro ou seis horas. Em adultos com asma não controlada, tiotrópio inalado (18 µg cada manhã) adicionado a um glicocorticoide inalado é mais eficaz do que uma dose dupla de glicocorticoides, e com efeito semelhante ao salmeterol. TRATAMENTOS PARA CONTROLE: CORTICOESTEROIDES INALADOS: São tratamentos eficazes de controle para melhora da função pulmonar e prevenção das exacerbações asmáticas em pacientes com asma persistente. Efeitos adversos comuns a todos os corticosteroides inalados, nas doses recomendadas, são a candidíase oral e a rouquidão (atribuídos à miopatia dos músculos da laringe); o risco e a gravidade podem ser reduzidos por meio de espaçadores de aerossóis e boa higiene da orofaringe. Sendo recomendado o enxágue da boca por gargarejo após a dose. BETA AGONISTAS DE AÇÃO PROLONGADA: Representados, principalmente pelo formoterol e pelo salmeterol. Têm uma duração de ação de quase 12 horas; sendo considerados mais como agentes para controle do que broncodilatadores. Os β-agonistas de ação prolongada devem ser usados somente quando eles são administrados em conjunto com corticosteroides inalados. Ao prescrever um inalador de combinação, o médico deve determinar a dose inalada de corticosteroides (fluticasona, budesonida ou beclometasona) de que o paciente necessita e, em seguida, escolher um produto combinado que irá liberar uma dose de β-agonista de longa duração com o corticosteroide inalado quando administrado em dois jatos, duas vezes por dia TÂMARA MELO – MEDICINA CLÍNICA INTEGRADA 1° UND CORTICOIDES SISTÊMICOS: Os corticosteroides sistêmicos são efetivos para o tratamento da asma persistente moderada a grave, bem como em exacerbações graves ocasionais em um paciente com asma usualmente leve. Como agem os corticoides: Inibe produção de citocinas pro- inflamatorias: o IL‑1α, IL‑1β, IL‑2, IL‑3, IL‑4, IL‑5, IL‑6, IL‑11, IL‑12, IL‑13, IL‑16, IL‑17, IFNγ, TNF; Induz produção de il anti-inflamatória: IL- 10; Inibe produção de leucotrienos e prostaglandinas (fosfolipase); Inibe liberação histamina (Receptor Fc Mastócitos); Inibe recrutamento de leucócitos: o E-selectina, I-CAM1, V-CAM1 o Quimiocinas - IL‑8, IL‑16, CCL2, CCL3, CCL5, CCL11, CCL24, CCL26; o Moléculas de adesão - CD44, LFA- 1, VLA-4; Ativa fagocitose de células apoptóticas Inibe deposição de colágeno, re- epitalização, angiogênese; Induz apoptose: linfócitos, eosinófilos, osteócitos; Modula a atividade de linfócitos – T e B (seleção e apresentação de Ag); REFÊRENCIAS: Cecil – Tratado de Medicina Interna KATZUNG, Bertram, MASTERS, Susan, TREVOR, Anthony. (2017). Farmacologia Básica e Clínica, 13ª edição. Porto Alegre: AMGH. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma – 2020
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