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Sistema motor Visão semiológica Residência Médica em Neurologia – HUOL Anna Beatriz G. Zuza (MR2) Fontes Bibliográficas: **** O exame neurológico (Dejong) **** DUUS Diagnóstico Topográfico em Neurologia Trajeto do trato piramidal Obs: O trato corticonuclear inerva os seguintes núcleos de pares cranianos: V (trigêmeo), VII (Facial), IX (Glossofaríngeo), X (vago), XI (Acessório) e XII (Hipoglosso). Algumas áreas corticais adjacentes formam arcos complexos entre si e com o córtex motor primário e cerebelo, com a função de: Modular movimentos Regular o tônus muscular Sistema motor Os estímulos gerados no 2° neurônio motor percorrem as raízes anteriores, os plexos nervosos e os nervos periféricos em seus percursos até os músculos esqueléticos. Os estímulos são transmitidos para as células musculares através das placas motoras terminais da junção neuromuscular. Visão Geral das manifestações clínicas de doença do sistema motor Força e Potência Motora; - Situações Especiais* Presença de movimentos anormais; Volume e Contorno dos músculos; Coordenação; Tônus Muscular: Hipotonia; Hipertonia: Rigidez Espasticidade Plástica: Resistência uniforme durante toda a amplitude do movimento, independente da velocidade do movimento. Gegenhalten (Paratonia): Aumento do tônus PROPORCIONAL à tentativa do examinador em movê-la; Roda denteada: Variações tipo catraca, espasmódica, trêmula, causada principalmente pelo tremor superposto. A fraqueza muscular pode causar perda da velocidade, rapidez ou agilidade do movimento e diminuição da amplitude do movimento antes que haja perda da potência na avaliação formal da força. Outras manifestações da diminuição da força motora são: fatigabilidade, variação da força em testes repetidos, perda da coordenação, irregularidade no movimento e tremor. 4 Visão Geral das manifestações clínicas de doença do sistema motor SITUAÇÕES ESPECIAIS: Pacientes com alteração no nível de consciência ou coma: Lactentes ou crianças pequenas: 5 Visão Geral das manifestações clínicas de doença do sistema motor Classificar como: Generalizada ou Localizada; Simétrica ou Assimétrica; Proximal ou Distal; Neurônio Motor Superior ou Inferior; Hipertonia Espástica: Perda do controle descendente inibitório dos neurônios gama nos fusos musculares Fibras musculares ficam permanentemente ativadas. Generalizadas – Exemplos: Distúrbios da medula espinal; Doença generalizada do N. periférico Distúrbios da junção neuromuscular Distúrbio muscular primário ELA Força e Potências motoras O exame de força avalia principalmente a contração muscular VOLUNTÁRIA ou ativa, em vez de contração reflexa. A força pode ser cinética (Força para mudar de posição) ou estática (força para resistir ao movimento em posição fixa) Fatores complicadores: Dor, espasmo, simulação, distúrbios ortopédicos, incapacidade de compreender ou cooperar com a avaliação, hipercinesias. Escala de Força (MRC): Não são lineares. Não estão uniformemente esparçados. Padrões de fraqueza muSCULAR Pode ser: Fraqueza NÃO orgânica: É decorrente de T. psiquiátrico, T. conversivo, simulação. Algumas dicas: Se o examinador reduzir o nível de resistência, o paciente com fraqueza NÃO orgânica não continuará a puxar ou empurrar. De maneira, que por menor que seja a força aplicada, o paciente não persiste e nunca vence o examinador. Testes funcionais discordantes: Fraqueza aparente na dorsiflexão do pé, mas o paciente não tem dificuldade para ficar de pé apoiado sobre o calcanhar. Se o examinador erguer e soltar um membro, este poderá cair devagar na paralisia psicogênica como forma de evitar lesão. Sinal de Hoover (marcha automática): Quando um paciente normal em decúbito dorsal flexiona o quadril para levantar uma perna, a outra perna move-se para baixo (O contra movimento de extensão da perna oposta é um movimento associado normal). Na fraqueza NÃO orgânica, pode-se se sentir o movimento de extensão da perna “paralisada” quando a perna “normal” é erguida. O sinal de Hoover é a ausência do movimento associado esperado. Fraqueza não orgânica: T. Conversivo T. Factício Simulação Pacientes que apresentam déficts neurológicos, tendo como exacerbação do quadro fatores psicológicos precedentes. A condição não é simulada ou intencionalmente produzido. Produção intencional de sinais ou sintomas físicos. A motivação consiste em assumir um papel de enfermo (ganho secundário). A motivação é inconsciente, mas os sintomas são produzidos de forma consciente e voluntária com o objetivo de angariar cuidados e chamar atenção. Exemplo: Síndrome de Munchausen; A motivação quanto a produção dos sintomas são conscientes e voluntários. O objetivo é sempre palpável e material: aposentadoria, licenças, indenizações, cuidados de terceiros. Conhecido como oportunismo. Sem Incentivos Externos: Transtorno Factício. Com Incentivos Externos: Simulação Queixas principalmente neurológicas: T. Conversivo Variadas queixas em diversos sistemas de órgãos: T. de Somatização Doença Simulada Produzida Intencionalmente (Síndromes de Dissimulação) Produzida Inconscientemente (Transtornos Somatoformes) Exames de força muscular Exame de movimentos e músculos do pescoço Os principais movimentos do pescoço são: Flexão Extensão (retração) Rotação Flexão lateral (inclinação, abdução) Muitos grupos musculares diferentes contribuem para os vários movimentos do pescoço. Com exceção do ECM e do trapézio, não é possível examiná-los individualmente, fazendo-se por isso a avaliação do movimento (por exemplo flexão do pescoço) e não de músculos específicos. E tem importância em serem avaliados sozinhos (ECM e do trapézio)? O nervo acessório, com segundo, terceiro e quarto segmentos cervicais é que supre essa musculatura. O músculo esplênio da cabeça é um potente rotador ipsilateral da cabeça; a contração bilateral dos esplênios estende o pescoço. E é comum a injeção de toxina botulínica nos músculos trapézio e esplênios para o tratamento de distonia cervical. Exame de movimentos e músculos do pescoço O paciente tenta flexionar o pescoço contra a resistência; é possível ver e palpar o esternocleidomastoideo, platisma e outros músculos flexores. O paciente tenta estender o pescoço contra a resistência do examinador aplicada na região occipital, é possível ver e palpar a contração do trapézio e de outros músculos extensores e pode-se avaliar a força do movimento. Exame de movimentos e músculos doS MEMBROS SUPERIORES Os movimentos da escápula são: Elevação Depressão Retração (Afastamento da parede torácica) Protração (Aproximação da parede torácica) Rotação Obs: A interação harmoniosa dos movimentos da escápula e da articulação do ombro se chama ritmo escapuloumeral e o principal movimento que avalia essa interação é a abdução do ombro. Músculos escapulares Exame de movimentos e músculos doS MEMBROS SUPERIORES Exame dos músculos romboides. Com a mão sobre o quadril, o paciente retrai o ombro contra a tentativa do examinador de empurrar o cotovelo para frente. É possível ver e palpar os músculos que se contraem. Músculos escapulares Avaliação da escápula Exame do músculo trapézio. Durante a retração do ombro contra resistência, é possível ver as fibras transversas do músculo. Exame do músculo serrátil anterior. O paciente empurra uma parede com os braços estendidos no plano horizontal à frente do corpo; normalmente, a margem medial da escápula continua próxima da parede torácica. Serrátil anterior: N. Torácico Longo (C5-C7) Rombóides: N. dorsal da escápula (C4-C5) 16 Avaliação da escápula A fraqueza do M. serrátil anterior ou trapézio levam à protusão posterior da margem medial ou de toda a escapula Escápula “Alada”. Trapézio (Paralisia do N. acessório) Atua na abdução lateral do braço no plano coronal do corpo. Na sua fraqueza, a escápula alada é mais visível na tentativa de abdução do que de elevação anterior. Serrátil Anterior (Paralisia do N. torácico longo) Causa anormalidade quando se tentaelevar o braço para frente, no plano sagital do corpo. Articulação do ombro Principais movimentos: Abdução Adução Rotação lateral e medial Flexão, extensão e elevação do braço Exame dos rotadores laterais do braço. É possível ver e palpar o m. infraespinal que se contrai durante a rotação lateral do braço com o cotovelo fletido junto ao corpo. Exame do músculo deltoide. O paciente tenta abduzir o braço contra a resistência; é possível ver e palpar o deltoide que se contrai. Exame do músculo supraespinal. É possível palpar a contração das fibras musculares nos estágios iniciais da abdução do braço. Exame do músculo peitoral maior. É possível ver e palpar a contração do músculo durante a tentativa de adução do braço contra a resistência. Exame do músculo latíssimo do dorso. É possível palpar as fibras se contraindo durante a adução contra resistência do braço em posição abduzida horizontal e lateral. Articulação do ombro 19 Articulação do cotovelo Os principais movimentos do cotovelo são: 1. Flexão e Extensão (Articulação do Cotovelo) 2. Pronação e Supinação na articulação radioulnar. Durante a tentativa de supinação do antebraço estendido contra a resistência, é possível ver e palpar o musculo braquiorradial contraindo. Exame do músculo bíceps braquial. Durante a tentativa de fletir o antebraço contra a resistência é possível ver e palpar o músculo bíceps que se contrai. Extensão do antebraço. Durante a tentativa de estender o antebraço parcialmente fletido contra resistência, é possível ver e palpar a contração do tríceps. Articulação do carpo Principais movimentos: Flexão e Extensão Adução (Flexão Ulnar) Abdução (Flexão radial) Flexão do carpo. Durante a flexão da mão no carpo contra resistência é possível ver e palpar o flexor radial e ulnar do carpo. Durante a tentativa de estender a mão no carpo contra a resistência, é possível palpar os músculos extensores do carpo. Articulação das mãos e dedos Principais movimentos: Flexão e Extensão Adução Abdução Oposição *** Oposição do polegar; ***Oposição do dedo mínimo; Abdução radial do polegar. Exame do músculo flexor profundo dos dedos Articulação das mãos e dedos M. Interósseoas M. Lumbricais. Abdução dos dedos Adução dos dedos Articulação das mãos e dedos Adução ulnar do polegar. O paciente tenta segurar um pedaço de papel entre o polegar e a margem radial do dedo indicador, enquanto a unha do polegar é mantida paralela às unhas dos demais dedos. Na neuropatia ulnar, a articulação IF é flexionada para compensar a fraqueza do adutor do polegar = SINAL DE FROMENT. Músculos do tórax e abdome Tórax: Os principais músculos do tórax são: M. intercostais internos e externos; e o diafragma. Obs: A presença de respiração abdominal + adução das margens costais = Alerta! Os músculos fixados no esterno, clavículas, escápulas atuam como músculos acessórios da respiração. Abdome: São: Reto abdominal, piramidal, transverso e oblíquos. No caso de paralisia dos músculos abdominais inferiores, os m. abdominais superiores tracionam o umbigo em sentido cefálico quando o paciente levanta a cabeça ou tenta fazer um exercício abdominal (Sinal de Beevor) Pelve: Músculos perineais e genitais externos: Não são acessíveis aos exame clínico habitual. Exame dos músculos abdominais. O paciente em decúbito dorsal tenta levantar a cabeça contra resistência. Músculos da coluna vertebral Os movimentos são: Flexão, extensão, rotação e inclinação lateral. A causa mais comum de fraqueza da musculatura paravertebral é a doença muscular primária, sobretudo as distrofias musculares, em especial a distrofia facioescapuloumeral. A fraqueza dos músculos extensores paravertebrais acarretam: Postura Lordótica Pode acarretar escoliose (muitas vezes de grau suficiente para exigir intervenção cirúrgica) Músculos da coluna vertebral Exame dos músculos abdominais e flexores da coluna vertebral. O paciente deitado, tenta sentar sem usar as mãos. Opção: Instruir o paciente a tentar encostar a ponta dos dedos das mãos nos dedos dos pés e voltar à posição ereta. Exame dos músculos extensores da coluna vertebral. O paciente, em decúbito ventral, tenta levantar a cabeça e a parte superior do tronco. Articulação do Quadril Os movimentos são: Flexão Extensão Abdução Adução Rotação medial e lateral Exame dos músculos flexores da coxa. O paciente tenta fletir contra a resistência. O joelho está fletido e a perna está apoiada na mão do examinador. Exame dos músculos extensores da coxa no quadril. O paciente, em decúbito ventral com a perna fletida no joelho tenta estender a coxa contra resistência; é possível palpar a contração do m. glúteo máximo e de outros extensores. Articulação do Quadril Abdução da coxa no quadril. O paciente em decúbito tenta mover a perna estendida para fora contra resistência; é possível palpar a contração do glúteo médio e do tensor da fáscia lata. Exame da adução da coxa no quadril. O paciente em decúbito tenta aduzir a perna estendida contra resistência; é possível ver e palpar os músculos adutores (principais: longo, curto e magno). Articulações do quadril Sinal de Trendelenburg: Fraqueza da musculatura abdutora do quadril Obs: Fraqueza bilateral = Marcha anserina Ex: Radiculopatia lombossacra. Articulação do joelho Exame da flexão no joelho. O paciente em decúbito ventral, tenta manter a flexão da perna enquanto o examinador tenta estendê-la. A flexão do joelho é feita principalmente pelos músculos isquiotibiais: Biceps femoral, semimembranáceo e semitendíneo. Exame da extensão da perna no joelho. O paciente em decúbito dorsal tenta estender a perna no joelho contra a resistência, é possível palpar a contração do quadríceps femoral (reto femoral, vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio) Articulação do tornozelo Exame da flexão plantar do pé. O paciente tenta fazer a flexão plantar na articulação do tornozelo contra resistência; é possível palpar a contração do m. gastrocnêmio e sóleo (tríceps sural) Opção: Solicitar que o paciente fique na ponta dos pés. Exame da dorsiflexão do pé (extensão). O paciente tenta fazer a dorsiflexão contra resistência, é possível ver a contração do músculo tibial anterior. Opção: Solicitar que o paciente fique de pé apoiado nos calcanhares, elevando os dedos o máximo possível. Fraqueza na dorsiflexão do pé 32 Músculos dos pés e dedos Exame da dorsiflexão (extensão) dos dedos contra a resistência. Exame da flexão dos dedos contra a resistência. Exames para detecção de hemiparesia leve Exame do desvio pronador. Solicite ao paciente que fique com os membros superiores estendidos à frente, com as mãos voltadas para cima e olhos fechados. O paciente deve permanecer nessa posição no mínimo 30 segundos. Lesões do TCE leve podem levar a discreta pronação e ligeira flexão do cotovelo no lado anormal. Exames para detecção de hemiparesia leve Exame do desvio pronador. A tendência à pronação e a flexão na hemiparesia leve foi atribuída a uma leve hipertonicidade dos grupos dos músculos pronadores e flexores. Hiperpronação na mão + Flexão total do cotovelo + Rotação medial do ombro Paresia Espástica do MSD Exames para detecção de hemiparesia leve Teste por rolamento dos braços: A excursão do membro acometido tende a ser menor quando os antebraços rolam em torno um do outro, de modo que o membro normal tende a girar em torno do membro anormal (tende a ficar fixo) Sinal do quinto dedo: Com as mãos estendidas na posição de desvio do pronador, o dedo mínimo no lado da hemiparesia pode estar mais abduzido que o normal. Outras manobras deficitárias Mingazzini: Avalia déficit de força na musculatura de flexão do quadril e extensora da perna. Barré: Avalia déficit de força em musculatura flexora das pernas. Prova da queda do membro inferior em abdução. Outras manobras deficitárias Paciente em decúbito dorsal, com os membros superiores fletidos 90 graus, apoiados, com os dedos estendidos.Avaliar grau de perda de força em MMSS. PARA TOPOGRAFAR É Importante TER NOÇÃO DAS INERVAÇÕES SEGMENTARES E PERIFÉRICOS (NERVOS) DOS MÚSCULOS Tetraparesia Fasciobraquial S. Crural S. Cruzada Exemplos de Topografias Paraparesia Inervação de músculos responsáveis por movimentos do cíngulo do membro superior Músculo Inervação Segmentar Nervo Periférico Músculo Inervação Segmentar Nervo Periférico Inervação dos músculos responsáveis por movimentos do cíngulo dos MMSS Inervação de músculos responsáveis por movimentos do cíngulo dos MMSS Músculo Inervação Segmentar Nervo Periférico Músculo Inervação Segmentar Nervo Periférico Inervação dos músculos responsáveis por movimentos do Tórax e Abdome: Inervação dos músculos responsáveis por movimentos dos MMII Músculo Inervação Segmentar Nervo Periférico Músculo Inervação Segmentar Nervo Periférico Inervação dos músculos responsáveis por movimentos dos MMII Obrigada!
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