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ANATOMIA E FISIOLOGIA OCULAR SBCMC II Oftalmologia ESTRUTURAS OCULARES ● A primeira estrutura do olho humano é o aparelho lacrimal, que vem seguido da córnea. ● A córnea é uma estrutura avascular, de 40 dioptrias, formada por fibras de colágeno e necessariamente transparente (porque do contrário, não vai passar luz). ○ O nosso olho é uma estrutura muito complexa e específica. Só a córnea, já é formada por 05 camadas, e ocorrendo acometimento de qualquer uma delas, o paciente já vai ter uma alteração de visão. ● Posteriormente à córnea, vem a íris e bem ao centro da íris existe uma “fenda”, que é a pupila. ● O espaço entre a córnea e a íris é preenchido pelo humor vítreo. ● Passando a pupila existe uma outra estrutura, também transparente e avascular, o cristalino. O cristalino tem 20 dioptrias. ○ Opacidade do cristalino ⇒ catarata. ● Após o cristalino temos a retina, que vai até o fundo do olho, onde localiza-se o nervo óptico. Existem muitas doenças que acometem o nervo óptico, por exemplo o glaucoma. ● Todo o trajeto da retina até o nervo óptico é preenchido pelo humor vítreo. ● Externamente, nós temos as pálpebras e os cílios, que tem função de proteção. Obs: dioptrias = graus. Dizer que a córnea tem 40 dioptrias é o mesmo que dizer que ela converge a imagem em 40º. Obs 2: um objeto emite um feixe de luz que é captado pelo sistema ocular. Essa luz ao passar pela córnea sofre uma convergência de 40 dioptrias. Depois passa pelo cristalino e sofre uma convergência de 20 dioptrias. Ou seja, a luz quando passa do cristalino já sofreu uma convergência de 60º APARELHO LACRIMAL ● No canto mais interno do olho nós temos o ponto lacrimal, que acompanhado das glândulas lacrimais, tem como função fazer a lubrificação do olho. ● A lágrima é produzida pelas glândulas lacrimais principais e acessórias, que ficam espalhadas por toda a superior conjuntivais e a borda das pálpebras. ● O excesso de lágrima é drenado pelos canais lacrimais superior e inferior para o saco lacrimal e deste para o meato inferior do nariz. ● A alteração do aparelho lacrimal leva ao que chamamos “olho seco”, presente por exemplo na Sd. de Sjögren. É grave, pode levar à perfuração do olho. N. TRIGÊMEO (V PAR) ● O n. Trigêmeo é o V par de nervo craniano e emite 03 ramos: o oftálmico, o maxilar e o mandibular. Através do ramo oftálmico vai fazer a inervação sensível do olho. ● A córnea é a região mais inervada do olho, por isso qualquer cisco, por menor que seja, vai causar uma dor considerável. ● Herpes Ocular: após o contato, o vírus fica alojado no gânglio trigeminal e vai se manifestar em momentos de imunodepressão. MUSCULATURA OCULAR ● Os músculos reto lateral e reto medial são responsáveis pelo olhar para os lados. ○ Ao olharmos para o lado direito, o músculo reto lateral do olho direito vai contrair e o medial vai relaxar, enquanto no olho esquerdo o reto medial vai contrair e o lateral vai relaxar. ● Os músculos reto superior e reto inferior fazem a elevação e o abaixamento do olhar. ● Os músculos oblíquos fazem a inciclodução e a exciclodução. ● No estrabismo, ocorre uma alteração no sincronismo destes músculos, o que vai gerar uma irregularidade no movimento ocular. ● Os músculos oculares estão localizados bastante próximos dos ossos, então podem ser lesados no TCE. Inervação Motora: !!! MÚSCULO FUNÇÃO INERVAÇÃO Reto Lateral Abdução (olhar para fora) N. Abducente (VI) Reto Medial Adução (olhar para dentro) N. Oculomotor (III) Reto Inferior Abaixamento (olhar para baixo) N. Oculomotor (III) Reto Superior Elevação (olhar para cima) N. Oculomotor (III) Oblíquo Inferior Exciclodução (“virar o olho” para fora) N. Oculomotor (III) Oblíquo Superior Inciclodução (“virar o olho” para dentro) N. Troclear (IV) Ex: se um paciente não consegue fazer um olhar para fora (lateral/têmpora) com o olho direito, ele tem acometimento de qual nervo? R: N. Abducente (VI), faz inervação do Reto Lateral - comum no DM. IRRIGAÇÃO ● O olho é irrigado pela artéria oftálmica, que é ramo da carótida interna. ● A artéria oftálmica emite vários pequenos ramos, o que torna o olho uma estrutura ricamente vascularizada. FUNDOSCOPIA ● No exame de fundo de olho, a gente consegue visualizar o nervo óptico e os vasos que irrigam o globo ocular. ● Em um fundo de olho normal (A), vemos um nervo óptico com bordas bem delimitadas, sem edema, vasos saindo do centro da papila do nervo, não tortuosos e não ingurgitados. ● O local de saída do vaso nos permite avaliar a escavação: é a perda de rima neural. Quando o paciente perde rima neural, os vasos começam a sair da periferia, isso é característico do glaucoma (B) ○ O glaucoma é uma neuropatia óptica, geralmente devido a hipertensão ocular - ocorre uma perda da rima neural, com alteração de visão lateral, em consequência de uma hipertensão ocular. ■ A pressão normal do olho vai até 21. ■ No Glaucoma, vai ocorrer alteração do campo visual lateral. O paciente enxerga muito bem olhando para frente, mas não tem o campo de visão amplo, não enxerga lateralmente. ○ Na fundoscopia do glaucoma o nervo tem bordas nítidas e os vasos estão preservados, o que ocorre é perda de rima neural, o que determina uma escavação. ● As características do exame de fundo de olho nos permite fazer diagnóstico de hipertensão intracraniana. Na HIC o paciente vai ter edema de papila: o nervo perde a delimitação das bordas, a papila fica ingurgitada, os vasos ficam tortuosos. (C) ○ No papiledema o nervo tem bordas imprecisas e vasos congestos. ○ A presença do edema na fundoscopia, pode determinar se há necessidade de intervenção cirúrgica diante de um problema neurológico: o paciente com edema de papila, tem indicação cirúrgica. TOPOGRAFIA DE CÓRNEA A córnea tem um relevo que é considerado normal, isso é medido através da topografia. Existe uma curvatura normal horizontal e vertical. ● No astigmatismo ocorre uma alteração onde uma dessas curvaturas (horizontal ou vertical) fica maior do que a outra. ● Na ceratocone ocorre uma curvatura excessiva da córnea, que fica mais pontuda, gerando uma alteração visual. ULTRASSOM DE CÓRNEA ● É indicado para avaliação do olho em casos em que há opacidades importantes de córnea, cristalino ou vítreo, impossibilitando a visualização de todas as estruturas através dos exames utilizados na rotina (oftalmoscopia) ● Nos exames de rotina, a gente consegue visualizar todas as estruturas do olho através de uma luz. ○ Caminho percorrido pela luz: filme lacrimal, córnea, humor aquoso, cristalino, humor vítreo, retina e nervo óptico. !!! ○ O comprometimento da transparência de uma dessas estruturas, indica a US de córnea. TOMOGRAFIA ● É importante nos casos de traumas, para visualização de rupturas arteriais, por exemplo. ● Todas as estruturas são visíveis, inclusive a região retro-ocular. RETINOGRAFIA ● É uma “foto” da retina ● É basicamente o que a gente vê na fundoscopia. ANGIOFLUORESCEINOGRAFIA ● É um exame que nos mostra a vascularização da retina. ● Importante para pacientes diabéticos, por exemplo. ● É feito uma injeção de contraste EV e posterior visualização do fundo do olho através da retinografia. ● É possível visualizar se existem vazamentos, edemas ou aneurismas. TOMOGRAFIA DE COERÊNCIA ÓPTICA (OCT) ● É uma tomografia da retina, para avaliação das 10 camadas da retina. ● Vai ser utilizado somente se não houverem alterações nos demais exames e mesmo assim o paciente continuar com alteração de visão. ● Nos mostra se existem edemas, alterações da mácula (é a região responsável pela visualização dos detalhes), etc. ● O nível da imagem visualizada na OCT é superior à imagem do microscópio.
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