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Sistema Nervoso Autônomo - Simpático e Parassimpático - Dor e Temperatura,

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TUTORIAL 3: Reflexos e Emoções
1. Estudar o SNAu. 
A porção eferente do SNP pode ser subdividida na parte composta pelos NEURÔNIOS MOTORES SOMÁTICOS e NEURÔNIOS AUTONÔMICOS. O sistema nervoso EFERENTE SOMÁTICO é voluntário (terminando em músculos estriados esqueléticos), enquanto o sistema nervoso AUTÔNOMO é involuntário (terminando em músculos lisos, estriado cardíaco e glândulas). Do ponto de vista anatômico, uma diferença muito importante diz respeito ao número de neurônios que ligam o SNC ao órgão efetuador (músculo ou glândula). Esse número no SNS é de apenas um neurônio, o NEURÔNIO MOTOR SOMÁTICO, cujo corpo, na medula, localiza-se na coluna anterior, saindo o axônio pela raiz anterior e terminando em placas motoras nos músculos estriados esqueléticos. Já no SNA, há dois neurônios unindo o SNC ao órgão efetuador; um deles tem o corpo dentro do SNC (medula ou tronco encefálico), o outro tem seu corpo localizado no SNP. Corpos de neurônios situados fora do SNC tendem a se agrupar, formando dilatações denominadas GÂNGLIOS. Assim, os neurônios do SNA, cujos corpos estão situados fora do SNC, se localizam em gânglios e são denominados NEURÔNIOS PÓS-GANGLIONARES; e os que possuem os corpos dentro do SNC são os NEURÔNIOS PRÉ-GANGLIONARES.
· ORGANIZAÇÃO GERAL DO SNA
Neurônios pré e pós-ganglionares são os elementos fundamentais da organização da parte periférica do SNA. Os corpos dos neurônios pré-ganglionares localizam-se na MEDULA (na medula, eles ocorrem de T1 a T12, L1 e L2 e S2, S3 e S4. Na PORÇÃO TORACOLOMBAR – de T1 a L2, os neurônios pré-ganglionares se agrupam, formando uma coluna muito evidente, a COLUNA LATERAL. O axônio desses neurônios, envolvido pela bainha de mielina e pela bainha de neurilema, constitui a FIBRA PRÉ-GANGLIONAR, onde termina fazendo sinapse com o neurônio pós-ganglionar) ou no TRONCO ENCEFÁLICO (no tronco, eles se agrupam formando núcleos de origem de alguns nervos cranianos, como o nervo vago). 
Já os corpos dos neurônios pós-ganglionares estão situados nos GÂNGLIOS do SNA, onde são envolvidos por um tipo especial de células neurogliais denominadas ANFICITOS. Seu axônio envolvido apenas pela bainha de neurilema (amielínica) constitui a FIBRA PÓS-GANGLIONAR. Essas fibras terminam nas vísceras em contato com glândulas, musculo liso e cardíaco.
Nos gânglios do SNA, a proporção entre fibras pré e pós-ganglionares varia muito, e no sistema simpático, usualmente uma fibra pré-ganglionar faz sinapse com grande úmero de neurônios pós-ganglionares.
 OBS: existem áreas no encéfalo que regulam as funções viscerais, assim como o comportamento emocional, sendo a mais importante o hipotálamo. Impulsos originados aí são levados por fibras especiais que terminam fazendo sinapse com os neurônios pré-ganglionares. Por esse mecanismo, o SNC influencia o comportamento das vísceras; a existência dessas conexões ajuda a entender as alterações do funcionamento visceral que frequentemente acompanham os graves distúrbios emocionais. 
· DIFERENÇAS ENTRE O SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO
· DIFERENÇAS ANATÔMICAS
a) POSIÇÃO DOS NEURÔNIOS PRÉ-GANGLIONARES: no SIMPÁTICO, esses neurônios se localizam na medula torácica e lombar (entre T1 e L2). Já no PARASSIMPÁTICO, eles se localizam no tronco encefálico e na medula sacral (S2, S3 e S4). 
b) POSIÇÃO DOS NEURÔNIOS PÓS-GANGLIONARES: no SIMPÁTICO, os gânglios se localizam longe das vísceras e próximos da coluna vertebral (paravertebrais e pré-vertebrais). No PARASSIMPÁTICO se localizam próximos ou dentro das vísceras.
c) TAMANHO DAS FIBRAS PRÉ E PÓS: no SIMPÁTICO, a fibra pré é curta e a pós, longa. Já no PARASSIMPÁTICO temos o contrário.
d) ULTRAESTRUTURA DA FIBRA PÓS-GANGLIONAR: essas fibras contêm vesículas sinápticas de dois tipos: GRANULARES (grandes ou pequenas) e AGRANULARES. A presença de VESÍCULAS GRANULARES PEQUENAS (contêm noradrenalina) é específica das fibras simpáticas, mas pode conter também as dos outros tipos. Já as parassimpáticas predominam as VESÍCULAS AGRANULARES (a maioria contém acetilcolina).
· DIFERENÇAS FARMACOLÓGICAS
As drogas que imitam o simpático (adrenalina e noradrenalina – aumento da PA, do ritmo cardíaco) são chamadas SIMPATICOMIMÉTICAS. Já as que imitam o parassimpático (acetilcolina) são PARASSIMPATICOMIMÉTICAS. Sabe-se que a ação da fibra nervosa sobre o efetuador, seja músculo ou glândula, se faz por ação de um neurotransmissor, dos quais os mais importantes são ACETILCOLINA e NORADRENALINA. As que liberam acetilcolina são chamadas de COLINÉRGICAS, e as que liberam noradrenalina são NORADRENÉRGICAS ou ADRENÉRGICAS. 
OBS: A acetilcolina e noradrenalina, são sintetizados nas varicosidades do axônio. Ambos são moléculas pequenas, facilmente sintetizadas por enzimas citoplasmáticas. Os neurotransmissores sintetizados nas varicosidades são empacotados em vesículas sinápticas como forma de armazenamento. A liberação de neurotransmissores segue o padrão encontrado em outras células: DESPOLARIZAÇÃO – SINALIZAÇÃO PELO CÁLCIO – EXOCITOSE. Quando um potencial de ação atinge a varicosidade, os canais de Ca2 dependentes de voltagem abrem-se, o Ca2entra no neurônio, e o conteúdo das vesículas sinápticas é liberado por exocitose. Após ser liberado na sinapse, o neurotransmissor difunde-se pelo líquido intersticial até encontrar um receptor na célula-alvo ou se afasta da sinapse.
As fibras pré-ganglionares, tanto simpáticas como parassimpáticas são COLINÉRGICAS que atuam sobre os receptores colinérgicos nicotínicos dos neurônios pós-ganglionares, assim como as fibras pós-ganglionares parassimpáticas que também são COLINÉRGICAS, no entanto atuam sobre os receptores colinérgicos muscarínicos das células-alvo. Contudo, a grande maioria das pós-ganglionares simpáticas são ADRENÉRGICAS (com exceção das fibras que inervam as glândulas sudoríparas e os vasos dos músculos estriados esqueléticos que, apesar de simpáticas, são colinérgicas) que atuam sobre os receptores adrenérgicos das células-alvo (esses receptores podem ser de dois tipos: alfa e beta).
Um pequeno número de neurônios autonômicos não secreta esses dois neurotransmissores, sendo conhecidos como neurônios não adrenérgicos não colinérgicos; algumas das substancias químicas que eles utilizam incluem a SUBSTÂNCIA P, SOMATOSTATINA, PEPTÍDEO INTESTINAL VASOATIVO (VIP), ADENOSINA, ÓXIDO NÍTRICO e o ATP.
· DIFERENÇAS FISIOLÓGICAS
De modo geral, o simpático e o parassimpático possuem ação antagônica em um determinado órgão (existem exceções, como nas glândulas salivares, que ambos aumentam a secreção, embora a do parassimpático seja mais fluida e muito mais abundante). A maioria dos órgãos possuem terminações mistas; mas, alguns, como as glândulas sudoríparas, os músculos eretores do pelo e o corpo pineal, são puramente simpáticas, ou a glândula sublingual do homem que é puramente parassimpática.
Uma das diferenças fisiológicas é que o PARASSIMPÁTICO tem ações sempre localizadas a um órgão ou setor do organismo, já que seus gânglios estão próximos dos órgãos, além da fibra pré-ganglionar fazer sinapse com um número relativamente pequeno de fibras pós-ganglionares; enquanto que o SIMPÁTICO, embora também localizada, tendem a ser difusas, atingindo vários órgãos, já que seus gânglios estão longe das vísceras e as fibras pré-ganglionares fazem sinapse com grande número de fibras pós-ganglionares. 
Os terminais ramificados do axônio estendem-se ao longo da superfície do tecido-alvo, porém a membrana subjacente da célula-alvo não possui aglomerados de receptores em locais específicos. Em vez disso, o neurotransmissor é simplesmente liberado no líquido intersticial para se difundir até o local onde os receptores estiverem localizados. O resultado é uma forma de comunicação menos direta do que aquela que ocorre entre um neurônio motor somático e o músculo esquelético. A liberação difusa do neurotransmissor autonômico permite que um único neurônio pós-ganglionar possa afetar uma grande área do tecido-alvo. A liberação dos neurotransmissores autonômicos está sujeita a diferentestipos de modulação. Por exemplo, as varicosidades simpáticas contêm receptores para hormônios e para sinais parácrinos, como a histamina. Esses moduladores podem facilitar ou inibir a liberação do neurotransmissor. Alguns neurônios pré-ganglionares fazem a coliberação de neuropeptídeos e acetilcolina. Os neuropeptídeos atuam como neuromoduladores, produzindo potenciais sinápticos lentos que modificam a atividade dos neurônios pós-ganglionares. 
OBS: Em determinadas circunstâncias, todo o SISTEMA SIMPÁTICO é ativado, produzindo uma descarga em massa, na qual a medula da suprarrenal (que recebe inervação pré-ganglionar) é também ativada, lançando no sangue a adrenalina que age em todo o organismo. Temos assim, uma REAÇÃO DE ALARME que ocorre em certas manifestações emocionais e situações de emergência (síndrome de emergência de Cannon), em que o individuo deve estra preparado para lutar ou fugir (impulsos nervosos da visão -> cérebro -> medo -> hipotálamo -> impulsos nervosos que descem pelo tronco encefálico e medula -> ativação dos neurônios pré-ganglionares simpáticos da coluna lateral -> diversos órgãos -> reação de alarme). Nesse momento, o corpo se prepara para o esforço físico, seja correr ou lutar, e para isso há maior transformação de glicogênio em glicose, aumento do suprimento sanguíneo nos músculos estriados esqueléticos, através do aumento do ritmo cardíaco e vasoconstrição nos vasos mesentéricos e cutâneos (o indivíduo fica pálido de modo a mobilizar mais sangue para os músculos), aumento da PA, dilatação dos brônquios, dilatação das pupilas, diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres, aumento da sudorese e ereção dos pelos.
A situação acima ajuda a lembrar das ações do simpático, que inclui ainda, nos órgãos genitais, a responsabilidade pela ejaculação, e o parassimpático pela ereção.
· SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO
· ASPECTOS ANATÔMICOS
1. TRONCO SIMPÁTICO: é a principal formação anatômica do simpático, formado por uma cadeia de gânglios unidos através de RAMOS INTERGANGLIONARES. Cada tronco simpático estende-se, de cada lado, da base do crânio ate o cóccix, onde termina unindo-se com o lado oposto. Os gânglios do tronco se dispõem de cada lado da coluna vertebral em toda a sua extensão, e são GÂNGLIOS PARAVERTEBRAIS. 
Na porção cervical do tronco, temos três gânglios: CERVICAIS SUPERIOR, MÉDIO (frequentemente não é observado no homem) E INFERIOR (usualmente, está fundido com o primeiro torácico, fprmando o GÂNGLIO CERVICOTORÁCICO ou ESTRELADO).
Na porção torácica do tronco, o número de gânglios é usualmente menor (10 a 12) do que o dos nervos espinhais torácicos, pois pode haver fusão de gânglios vizinhos. 
Na porção lombar do tronco, há de três a cinco gânglios, na sacral, de quatro a cinco, e na coccígea, apenas um gânglio ímpar, para o qual converge, e terminam os dois troncos simpáticos de cada lado. 
2. NERVOS ESPLÂNCNICOS E GÂNGLIOS PRÉ-VERTEBRAIS: da porção torácica do tronco originam-se a partir de T5 os NERVOS ESPLÂNCNICOS MAIOR (que terminam no gânglio celíaco), MENOR (terminam no gânglio aórtico-renal) e ISMO, os quais têm trajeto descendente, atravessam o diafragma e penetram na cavidade abdominal, onde terminam nos GÂNGLIOS PRÉ-VERTEBRAIS (estes se localizam anteriormente à coluna vertebral e à aorta abdominal, em geral próximo à origem dos ramos abdominais desta artéria, dos quais recebem o nome). Assim, existem: dois GÂNGLIOS CELÍACOS DIREITO e ESQUERDO, situados na origem do tronco celíaco; dois GÂNGLIOS AÓRTICO-RENAIS, na origem das artérias renais; um GÂNGLIO MESENTÉRICO SUPERIOR e outro MESENTÉRICO INFERIOR, próximos à origem das artérias mesentéricas. 
Apesar de os nervos esplâcnicos se originarem aparentemente de gânglios paravertebrais, eles são constituídos por FIBRAS PRÉ-GANGLIONARES, além de um número considerável de FIBRAS VISCERAIS AFERENTES.
3. RAMOS COMUNICANTES: são filetes nervosos que unem o tronco simpático aos nervos espinhais, e são de dois tipos: RAMOS COMUNICANTES BRANCOS (ligam a medula ao tronco simpático, sendo, pois, constituídos de fibras pré-ganglionares, além de fibras viscerais aferentes. Só existem nas regiões torácica e lombar alta, já que os neurônios pré-ganglionares só existem nos segmentos medulares de T1 a L2) e CINZENTOS (são constituído de fibras pós-ganglionares).
4. FILETES VASCULARES E NERVOS CARDÍACOS: do tronco simpático, e especialmente dos gânglios pré-vertebrais, saem pequenos filetes nervosos que se acolam à adventícia das artérias e seguem com elas até as vísceras. Assim, do polo cranial do gânglio cervical superior sai o NERVO CAROTÍDEO INTERNO e que pode se ramificar formando o PELO CAROTÍDEO INTERNO, que penetra no crânio, nas paredes da artéria carótida interna. Dos gânglios pré-vertebrais, filetes nervosos acolam-se à artéria aorta abdominal e seus ramos. Do tronco simpático, emergem filetes que chegam às vísceras por um trajeto independente das artérias, como exemplo os NERVOS CARDÍACOS SUPERIOR, MÉDIO e INFERIOR, que se destacam dos gânglios cervicais correspondentes, dirigindo-se ao coração. 
· LOCALIZAÇÃO DOS NEURÔNIOS PRÉ-GANGLIONARES SIMPÁTICOS, DESTINO E TRAJETO DAS FIBRAS PRÉ-GANGLIONARES
Corpo do neurônio pré-ganglionar na coluna lateral da medula de T1 a L2 -> Fibras pré-ganglionares -> Raízes ventrais -> Tronco do nervo espinhal -> Ramo ventral -> Ramos comunicantes brancos -> Tronco simpático -> Sinapse com os neurônios pós-ganglionares. 
Os neurônios pós-ganglionares podem estar em três posições: EM UM GÂNGLIO PARAVERTEBRAL SITUADO NO MESMO NÍVEL, através de um ramo comunicante branco; SITUADO ACIMA OU ABAIXO DESTE NÍVEL, através dos ramos interganglionares; e EM UM GÂNGLIO PRÉ-VERTEBRAL, através dos nervos esplâncnicos. 
· LOCALIZAÇÃO DOS NEURÔNIOS PÓS-GANGLIONARES SIMPÁTICOS, DESTINO E TRAJETO DAS FIBRAS PÓS-GANGLIONARES
Neurônios pós-ganglionares nos gânglios para e pré-vertebrais -> Fibras pós-ganglionares -> Glândula, músculo liso ou cardíaco.
Essas fibras podem seguir por três trajetos: POR INTERMÉDIO DE UM NERVO ESPINHAL, através do ramo comunicantes cinzento; INTERMÉDIO DE UM NERVO INDEPENDETE que liga diretamente o gânglio à víscera; e POR INTERMÉDIO DE UMA ARTÉRIA. 
· SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO
· PARTE CRANIANA e PARTE SACRAL DO SNP
É constituída por alguns NÚCLEOS DO TRONCO ENCEFÁLICO (aqui localizam-se os corpos dos neurônios pré-ganglionares, cujas fibras pré-ganglionares atingem os gânglios através dos pares cranianos III, VII, IX e X), GÂNGLIOS (daqui saem fibras pós-ganglionares para as glândulas, musc. liso e cardíaco. São os gânglios ciliar, pterigopalatino, óptico e submandibular) e FIBRAS NERVOSAS em relação com alguns nervos cranianos.
O trajeto da fibra pré-ganglionar até o gânglio pode ser muito complexo; frequentemente, ela chega ao gânglio através de um nervo diferente daquele no qual saiu do tronco encefálico.
Já a parte sacral controla os órgãos pélvicos.
A inervação parassimpática direciona-se primariamente para a cabeça, pescoço e os órgãos internos. O principal nervo parassimpático é o NERVO VAGO (X. Que contém cerca de 75% de todas as fibras parassimp).
· PLEXOS VISCERAIS
Quanto mais próximos das vísceras, mais difícil se torna separar, por dissecação, as fibras do simpático e do parassimpático. Isto ocorre porque se forma, nas cavidades torácica, abdominal e pélvica, um emaranhado de filetes nervosos e gânglios, constituindo os chamados PLEXOS VISCERAIS, que não são puramente simpáticos ou parassimpáticos, mas que possuem os dois, além de fibras aferentes viscerais. 
1. PLEXOS DA CAVIDADE TORÁCICA: nessa cavidade existem três plexos: CARDÍACO, PULMONAR E ESOFÁGICO, cujas fibras parassimpáticas se originam do VAGO, e as simpáticas, dos TRÊS GÂNGLIOS CERVICAIS E SEIS PRIMEIROS TORÁCICOS.
2. PLEXOS DA CAVIDADE ABDOMINAL: nessa cavidade existem os plexos: CELÍACO e ENTÉRICO (apesar de certa independência, é o SNA que lhe confere ritmo e coordenação em relação às informações provenientes de todo o organismo, inclusive com comportamentos emocionais; épor isso que cólicas e distúrbios intestinais são comuns em diversas situações emocionais).
3. PLEXOS DA CAVIDADE PÉLVICA: as vísceras pélvicas são inervadas pelo plexo HIPOGÁSTRICO. 
2. Estudar o funcionamento dos receptores de dor e temperatura, e os circuitos neuronais relacionados. 
· GENERALIDADES
Os SISTEMAS SENSORIAIS do corpo humano variam amplamente em complexidade. Os sistemas mais simples são neurônios sensoriais únicos com ramificações dendríticas que funcionam como receptores, como os receptores da dor e do prurido e são TERMINAÇÕES NERVOSAS NÃO ENCAPSULADAS (“LIVRES”). Os sistemas mais complexos são formados por órgãos sensoriais multicelulares, como a orelha e o olho e são TERMINAÇÕES NERVOSAS ENVOLTAS POR CÁPSULAS DE TECIDO CONECTIVO.
Informação -> Medula -> Encéfalo -> Tálamo -> Córtex Cerebral OU Informação -> Nervos cranianos -> Tronco encefálico -> Tálamo -> Córtex cerebral
Cada uma das principais divisões do encéfalo processa um ou mais tipos de informação sensorial. Por exemplo, o mesencéfalo recebe informação visual, e o bulbo recebe aferências geradas a partir dos sons e do gosto. O TÁLAMO é importante pois atua como uma estação de retransmissão e processamento antes que a informação seja repassada ao cérebro (a única exceção que não passa pelo tálamo é a informação olfatória). 
Os receptores dos sentidos somáticos são encontrados tanto na pele quanto nas vísceras. A ativação dos receptores desencadeia potenciais de ação no NEURÔNIO SENSORIAL PRIMÁRIO ASSOCIADO. Na medula espinal, muitos dos neurônios sensoriais primários fazem sinapse com interneurônios, que funcionam como NEURÔNIOS SENSORIAIS SECUNDÁRIOS (Os neurônios associados aos receptores da nocicepção, temperatura e tato grosseiro fazem sinapse com seus neurônios secundários assim que entram na medula espinal, especificamente no CORNO DORSAL. Todos os neurônios sensoriais secundários CRUZAM A LINHA MÉDIA DO CORPO em algum ponto, de modo que as sensações do lado esquerdo do corpo são processadas pelo hemisfério direito do cérebro, e vice-versa. Os neurônios secundários da nocicepção, temperatura e tato grosseiro cruzam a linha média na MEDULA ESPINHAL e se projetam para o encéfalo). No tálamo, os neurônios sensoriais secundários fazem sinapse com os NEURÔNIOS SENSORIAIS TERCIÁRIOS, os quais, por sua vez, projetam-se para a região somatossensorial do córtex cerebral.
Os sinais AFERENTES dos nociceptores são levados ao SNC por dois tipos de fibras sensoriais primárias: fibras A (A-delta) e fibras C. A sensação mais comum transmitida por essas vias é percebida como dor, mas quando a histamina, ou algum outro estímulo, ativa um subgrupo de fibras C, percebe-se a sensação chamada de prurido (coceira). A DOR é uma percepção subjetiva, a interpretação do encéfalo sobre a informação sensorial transmitida pelas vias que se iniciam nos nociceptores. A dor é classificada em dois tipos principais: DOR RÁPIDA (descrita como aguda e localizada é sentida, dentro de 0,1 segundo, após a aplicação de estímulo doloroso e é transmitida ao SNC por fibras mielinizadas do tipo A-delta) e DOR LENTA (descrita como surda e mais difusa começa somente após 1 segundo ou mais, aumentando lentamente durante vários segundos e, algumas vezes, durante minutos e é transmitida por fibras não mielinizadas do tipo C).
· RECEPTORES PARA DOR E SUA ESTIMULAÇÃO
1. OS RECEPTORES PARA DOR SÃO TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES: esses receptores existem dispersos nas camadas superficiais da PELE, bem como em certos TECIDOS INTERNOS, como o periósteo, as paredes das artérias, as superfícies articulares e a foice e o tentório da abóbada craniana, mas não no SNC. A maioria dos outros tecidos profundos está pouco suprida com terminações nervosas para a dor; porém, lesões teciduais extensas podem se somar e causar dor lenta e crônica na maioria dessas áreas.
2. TRÊS TIPOS DE ESTÍMULOS EXCITAM OS RECEPTORES: esses estímulos desencadeiam a dor e podem ser MECÂNICOS, TÉRMICOS (geralmente, a dor rápida é desencadeada por esses estímulos) e QUÍMICOS (a dor crônica pode ser desencadeada pelos três. Algumas das substâncias que excitam o tipo químico de dor são: bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina e enzimas proteolíticas. Além disso, as prostaglandinas e a substância P aumentam a sensibilidade das terminações nervosas, mas não excitam diretamente essas terminações. As substâncias químicas são de modo especial importantes para a estimulação do tipo de dor lenta e persistente que ocorre após lesão tecidual.
3. NATUREZA NÃO ADAPTATIVA: Ao contrário da maioria dos outros receptores do corpo, os receptores para dor se adaptam muito pouco e algumas vezes não se adaptam. De fato, em certas circunstâncias, a excitação das fibras dolorosas fica progressivamente maior, à medida que o estímulo persiste, em especial para a dor lenta persistente nauseante. Esse aumento da sensibilidade dos receptores para dor é chamado HIPERALGESIA.
· VIAS DUPLAS PARA A TRANSMISSÃO DOS SINAIS DOLOROSOS AO SNC
Apesar de todos os receptores para a dor serem terminações nervosas livres, essas terminações utilizam duas vias separadas a depender do tipo de dor para a transmissão de sinais dolorosos para o SNC. 
· FIBRAS DOLOROSAS PERIFÉRICAS – FIBRAS “RÁPIDAS” E “LENTAS”
Os sinais rápidos são desencadeados por estímulos MECÂNICOS ou TÉRMICOS que são transmitidos pelos nervos periféricos para a medula espinhal por meio de fibras A-delta do tipo pequeno (com velocidade entre 6 e 30 m/s). Já a dor lenta é desencadeada princ. por estímulos QUÍMICOS que são transmitidos para a medula espinhal por fibras tipo C (com velocidade entre 0,5 e 2 m/s). Devido a este SISTEMA DUPLO DE INERVAÇÃO PARA A DOR, o estímulo doloroso súbito, em geral, causa sensação dolorosa “dupla”: DOR PONTUAL RÁPIDA (avisa a pessoa rapidamente sobre o perigo) que é transmitida para o cérebro pela via de fibras A, seguida, em 1 segundo ou mais, por uma DOR LENTA (tende a aumentar com o passar do tempo) transmitida pela via das fibras C.
Os neurônios sensoriais primários da nocicepção terminam no corno dorsal da medula espinal. A ativação do nociceptor pode seguir duas vias: (1) RESPOSTAS PROTETORAS REFLEXAS, que são integradas na medula espinal, e iniciam muito rápido, afastando a área estimulada automaticamente da fonte do estímulo e (2) VIAS ASCENDENTES PARA O CÓRTEX CEREBRAL, responsáveis pela sensação consciente (dor ou prurido). Os neurônios nociceptivos primários fazem sinapses com interneurônios nas respostas reflexas espinais ou em neurônios secundários que se projetam ao encéfalo.
· VIAS DUPLAS PARA DOR NA MEDULA ESPINHAL E NO TRONCO CEREBRAL
Ao entrar na medula espinhal, os sinais dolorosos tomam duas vias para o encéfalo: pelo TRATO NEOESPINOTALÂMICO ou TRATO ESPINOTALÂMICO LATERAL (Fibras do tipo A -> Cornos posteriores -> Substância gelatinosa -> Neurônios de segunda ordem do trato espinotalâmico lateral -> Comissura anterior -> Cruzamento para o lado oposto da medula -> Coluna anterolateral -> Tálamo (no tálamo, pode ir para o NÚCLEO MEDIAL , que é dor do pescoço pra cima, ou NÚCLEO LATERAL, que é dor do pescoço pra baixo)-> Córtex cerebral (no GIRO PÓS CENTRAL). Acredita-se que o glutamato seja a substância neurotransmissora secretada nas terminações nervosas para a dor rápida) ou TRATO PALEOESPINOTALÂMICO ou TRATO ESPINORETICULOTALÂMICO (Fibras do tipo C -> Cornos dorsais – aqui, os axônios longos se unem, em sua maioria, às fibras das vias de dor rápida – -> Substância gelatinosa -> Comissura anterior -> Cruzamento para o lado oposto da medula -> Formação reticular -> Tálamo -> Córtex. Os terminais de fibras para dor do tipo C que entram na medula espinhal liberam tanto o neurotransmissor glutamato como a substância P – associada a sensação de dor mais duradoura. A localização da dor transmitida pela via paleoespinotalâmica é imprecisa, o que se deve à conectividade multissináptica difusa dessa via).
OBS: Acredita-se que o córtex desempenhe papel especialmente importante na interpretação daqualidade da dor, mesmo que a percepção da dor seja função principalmente dos centros inferiores.
· CAPACIDADE ESPECIAL 
Os sinais dolorosos possuem uma capacidade especial de desencadear uma EXCITABILIDADE ENCEFÁLICA GERAL. A estimulação elétrica das ÁREAS RETICULARES DO TRONCO CEREBRAL e dos NÚCLEOS INTRALAMINARES DO TÁLAMO, áreas onde terminam os sinais da dor lenta, tem forte efeito de alerta sobre a atividade neural de todo o encéfalo. De fato, essas duas áreas constituem parte do principal “SISTEMA DE ALERTA”. Isso explica porque é quase impossível para a pessoa dormir nos casos de dor grave.
· MODULAÇÃO DA DOR
O SISTEMA DA ANALGESIA consiste em três grandes componentes: (1) as áreas PERIVENTRICULAR e da SUBSTÂNCIA CINZENTA PERIAQUEDUTAL DO MESENCÉFALO e REGIÃO SUPERIOR DA PONTE que circundam o aqueduto de Sylvius e PORÇÕES DO TERCEIRO E DO QUARTO VENTRÍCULO. Os neurônios dessas áreas enviam sinais para (2) o NÚCLEO MAGNO DA RAFE, delgado núcleo da linha média, localizado nas regiões inferior da ponte e superior do bulbo, e o NÚCLEO RETICULAR PAR AGIGANTO CELULAR, localizado lateralmente no bulbo. Desses núcleos, os sinais de segunda ordem são transmitidos pelas colunas dorsolaterais da medula espinhal, para (3) o COMPLEXO INIBITÓRIO DA DOR LOCALIZADO NOS CORNOS DORSAIS DA MEDULA ESPINHAL. Nesse ponto, os sinais de analgesia podem bloquear a dor antes dela ser transmitida para o encéfalo (Vários neurotransmissores estão envolvidos no sistema da analgesia; em especial, destacam-se a encefalina e a SEROTONINA - A serotonina faz com que os neurônios locais da medula também secretem encefalina que causa inibições pré-sináptica e pós-sináptica das fibras de dor, os aferentes dos tipos C e A em suas sinapses nos cornos dorsais).
A também pode ser SUPRIMIDA NO CORNO DORSAL da medula espinal, antes que os estímulos cheguem aos tratos espinais ascendentes. Os INTERNEURÔNIOS INIBIDORES tonicamente ativos da medula espinal geralmente inibem as vias ascendentes da dor. Na TEORIA DO PORTÃO para a modulação da dor, as FIBRAS A que levam informação sensorial de estímulos mecânicos ajudam a bloquear a transmissão da dor. As fibras A fazem sinapse com interneurônios inibidores e aumentam a atividade inibidora dos interneurônios. Se estímulos simultâneos de fibras C e A chegam ao neurônio inibidor, a resposta integrada é a inibição parcial da via ascendente da dor, de modo que a dor percebida pelo cérebro é menor. A teoria do portão para o controle da dor explica por que esfregar um cotovelo ou uma canela esfolada diminui a dor: o ESTÍMULO TÁTIL DE ESFREGAR ATIVA FIBRAS A e ajuda a diminuir a sensação de dor. 
· RECEPTORES DE TEMPERATURA
O ser humano pode perceber diferentes graduações de frio e calor: frio congelante, gelado, frio, indiferente, morno, quente e muito quente. As graduações térmicas são discriminadas por pelo menos TRÊS TIPOS DE RECEPTORES SENSORIAIS: receptores para frio (em números consideravelmente maiores do que os receptores de calor), receptores para calor e receptores para dor (só são estimulados pelos graus extremos de calor ou de frio e, portanto, são responsáveis, junto com os receptores para frio e calor, pelas sensações de “frio congelante” e “calor extremo”). Os receptores também são TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES, e os sinais de calor são transmitidos principalmente pelas FIBRAS NERVOSAS DO TIPO C, com velocidades de transmissão de somente 0,4 a 2 m/s; já os sinais de frio possui um TIPO ESPECIAL DE TERMINAÇÃO NERVOSA MIELINIZADA FINA DO TIPO A5 que se ramifica diversas vezes e os sinais são transmitidos desses receptores por meio de FIBRAS NERVOSAS DO TIPO A com velocidades de aproximadamente 20 m/s (acredita-se que algumas sensações de frio sejam também transmitidas por fibras nervosas do tipo C, o que sugere que algumas terminações nervosas livres também possam funcionar como receptores para o frio.
· EFEITOS ESTIMULATÓRIOS DA ELEVAÇÃO E DA QUEDA DA TEMPERATURA —ADAPTAÇÃO DOS RECEPTORESTÉRMICOS
Quando o receptor para frio é, de súbito, submetido à queda abrupta na temperatura, inicialmente, ele é fortemente estimulado, mas essa estimulação diminui, em outras palavras, o receptor “se adapta” em grande parte, mas nunca em 100%. Quando a temperatura da pele está ativamente caindo, a pessoa sente muito mais frio do que quando a temperatura permanece fria, no mesmo nível. Inversamente, se a temperatura está aumentando, a pessoa sente muito mais calor do que sentiria na mesma temperatura, se ela fosse constante. A resposta às alterações de temperatura explica o extremo grau de calor que se sente quando se entra em banheira de água quente e o frio extremo quando se sai de sala aquecida para fora de casa em dia frio.
· TRANSMISSÃO DOS SINAIS TÉRMICOS NO SISTEMA NERVOSO 
Em geral, os sinais térmicos são transmitidos por VIAS PARALELAS às vias da dor. Ao entrar na MEDULA ESPINHAL, os sinais cursam por alguns segmentos de modo ascendente ou descendente no TRATO DE LISSAUER, terminando, principalmente, nas lâminas I, II e III dos CORNOS DORSAIS — como para a dor. Após certo grau de processamento por um ou mais neurônios da medula espinhal, os sinais cursam por LONGAS FIBRAS TÉRMICAS ASCENDENTES que cruzam para o TRATO SENSORIAL ANTEROLATERAL OPOSTO e terminam (1) em ÁREAS RETICULARES DO TRONCO CEREBRAL e (2) no COMPLEXO VENTROBASAL DO TÁLAMO. Alguns sinais térmicos são também retransmitidos para o CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL DO COMPLEXO VENTROBASAL. Ocasionalmente verifica-se, em estudos utilizando microeletródios, que neurônio da área somatossensorial primária é diretamente responsivo a estímulo de frio ou de calor, em área específica da pele. Entretanto, a remoção de todo o giro cortical pós-central, no ser humano, reduz, mas não abole a capacidade de distinguir as graduações da temperatura.
3. Estudar as grandes vias aferentes da dor. 
As vias aferentes são aquelas que levam aos centros nervosos os impulsos nervosos originados nos receptores periféricos. Dentre eles, existem alguns conceitos importantes: RECEPTOR (sempre uma terminação nervosa sensível ao estímulo que caracteriza a via); TRAJETO PERIFÉRICO (é um nervo espinhal ou craniano e um gânglio sensitivo anexo a estes nervos); TRAJETO CENTRAL (é por onde as fibras que se agrupam em feixes – tratos, fascículos, lemniscos – e ainda núcleos relés, que são os II, III e IV da via considerada, passam pelo SNC) e ÁREA DE PROJEÇÃO CORTICAL (que é o córtex cerebral ou cerebelar – no caso do primeiro, a via permite distinguir diversos tipos de sensibilidade, e é consciente; já o segundo, não determina qualquer manifestação sensorial e é utilizado para integração motora e é inconsciente). 
Essas grandes vias podem ser consideradas como cadeias neuronais unindo os receptores ao córtex. No caso das VIAS CEREBELARES inconscientes, esta cadeia é constituída apenas por dois neurônios (I e II). Já nas VIAS CEREBRAIS conscientes, é constituída por três neurônios (I – neurônio sensitivo que geralmente se localiza fora do SNC, em um gânglio sensitivo e se bifurca em T, dando um prolongamento central que penetra no SNC pela raiz dorsal dos nervos espinhais ou por um nervo craniano e outro periférico que se liga ao receptor; II – localiza-se na coluna/corno posterior da medula ou em núcleos de nervos cranianos e origina axônios que geralmente cruzam o plano mediano logo após sua origem e entram na formação de um trato ou lemnisco; III – localiza-se no tálamo e origina um axônio que chega ao córtex por uma radiação talâmica. 
· VIAS DE DOR E TEMPERATURA 
São vias aferentes que penetram no SNC por nervos espinhais e existem duas principais: NEOESPINOTALÂMICA ou TRATO ESPINOTALÂMICO LATERAL que vai diretamente ao tálamo; e PALEOESPINOTALÂMICA ou TRATO ESPINO-RETICULAR (VIA ESPINO-RETICULO-TALÂMICA). 
Além da área somestésica, respondem a estímulos nociceptivos NEURONIOS DO CÓRTEXA da parte ANTERIOR DO GIRO DO CÍNGULOE DA ÍNSULA. Ambos fazem parte do sistema límbico e parecem estar envolvidos no processamento do componente emocional da dor. Indivíduos com lesões aí são indiferentes a dor. A dor é a mesma, só que eles não se importam com ela.
· VIA NEOESPINOTALÂMICA
Seus neurônios I localizam-se nos gânglios espinhais nas raízes dorsais e seu prolongamento central penetra na medula e termina na coluna/corno posterior, onde faz sinapses com o neurônio II. Os axônios do II cruzam o plano mediado pela comissura branca, ganham o funículo lateral do lado oposto, infletem-se cranialmente para constituir o TRATO TALÂMICO LATERAL. Ao nível da ponte, as fibras desse trato se unem com as do espinotalâmico anterior para constituir o lemnisco espinhal, que termina no TÁLAMO fazendo sinapse com os neurônios III. Estes se localizam no tálamo, no NÚCLEO VENTRAL POSTEROLATERAL. Seus axônios pela cápsula interna e coroa radiada chegam à área somestésica do córtex cerebral situado no GIRO PÓS-CENTRAL. Aqui chegam impulsos originados no tronco e nos membros do lado oposto e responsável pela dor aguda e bem localizada na superfície do corpo.
· VIA PALEOESPINOTALÂMICA
Seus neurônios I localizam-se nos gânglios espinhais e penetram na medula do mesmo modo que a anterior. Os neurônios II situam-se na coluna posterior, e seus axônios dirigem-se ao funículo lateral do mesmo lado e do lado oposto, inflete-se cranialmente para constituir o TRATO ESPINO-RETICULAR. Este trato sobe na medula junto ao espinotalâmico lateral e termina fazendo sinapse com os neurônios III. Esses neurônios localizam-se na FORMAÇÃO RETICULAR e dão origem às fibras reticulotalâmicas que terminam nos NÚCLEOS DO GRUPO MEDIAL DO TÁLAMO, em especial os núcleos intralaminares. Esses núcleos projetam-se para áreas do córtex cerebral. Alguns neurônios IIII também projetam para a amígdala, o que parece contribuir para o componente afetivo da dor. 
4. Estudar os potenciais de ação (geração e transmissão) e as sinapses neuronais.
O sistema nervoso é constituído primariamente por dois tipos de células: os NEURÔNIOS – as unidades sinalizadoras básicas do sistema nervoso – e as células de suporte, conhecidas como CÉLULAS DA GLIA (glia ou neuroglia).
Os neurônios possuem longos processos que se estendem para longe do corpo celular, os DENDRITOS que recebem sinais de entrada, ou AXÔNIOS, que conduzem informações de saída. 
Pode-se classificar os neurônios de acordo com as suas funções: neurônios sensoriais (AFERENTES; conduzem informação sobre temperatura, pressão, luz e outros estímulos dos receptores sensoriais para o SNC), INTERNEURÔNIOS (localizados apenas dentro do SNC) e neurônios EFERENTES (MOTOR SOMÁTICO que possuem terminações espessas, chamadas de terminal axonal; e AUTONÔMICO que também possuem regiões espessas ao longo do axônio, denominadas varicosidades. Tanto o terminal axonal quanto as varicosidades armazenam e liberam os NEUROTRANSMISSORES). Os axônios longos dos neurônios periféricos aferentes e eferentes são agrupados junto com tecido conectivo, formando fibras que parecem cordas, denominadas NERVOS (podem ser nervos sensoriais, nervos motores ou mistos).
Os AXÔNIOS são especializados em conduzir sinais químicos e elétricos. O citoplasma do axônio é composto por vários tipos de fibras e filamentos, mas não possui ribossomos e retículo endoplasmático. Por essa razão, qualquer proteína destinada ao axônio ou ao terminal axonal deve ser sintetizada no retículo endoplasmático rugoso do corpo celular. As proteínas são, então, transportadas através do axônio por um processo chamado de TRANSPORTE AXONAL (que pode ser LENTO que transporta o material através do fluxo axoplasmático ou citoplasmático do corpo celular para o terminal axonal. O material é transportado em uma velocidade de apenas 0,2 a 2,5 mm/dia, ou seja, o transporte lento pode ser utilizado apenas por componentes que não são consumidos rapidamente pela célula, como as enzimas e proteínas do citoesqueleto. Ou RÁPIDO que transporta organelas em velocidades de até 400 mm/dia e ocorre em duas direções: transporte anterógrado (para a frente) transporta vesículas e mitocôndrias do corpo celular para o terminal axonal e o transporte retrógrado (para trás) transporta componentes celulares velhos para reciclagem, do terminal axonal para o corpo celular). 
· ESTABELECER SINAPSES DEPENDE DE SINAIS QUÍMICOS
 A região onde o terminal axonal encontra a sua célula-alvo é chamada de SINAPSE. O neurônio que transmite um sinal para a sinapse é denominado CÉLULA PRÉ-SINÁPTICA, e o neurônio que recebe o sinal é chamado de CÉLULA PÓS-SINÁPTICA. O espaço estreito entre duas células é a FENDA SINÁPTICA que é preenchida por uma matriz extracelular com fibras que ancoram as células pré e pós-sinápticas no lugar.
A grande maioria das sinapses no corpo são SINAPSES QUÍMICAS (em que a célula pré-sináptica libera sinais químicos que se difundem através da fenda sináptica e se ligam a um receptor de membrana localizado na célula pós-sináptica). O SNC humano também possui SINAPSES ELÉTRICAS, em que a célula pré-sináptica e a célula pós-sináptica estão conectadas através de junções comunicantes (permitem que correntes elétricas fluam diretamente de uma célula à outra; a transmissão de uma sinapse elétrica além de ser bidirecional também é mais rápida do que uma sinapse química). 
A formação das sinapses deve ser seguida de atividades elétrica e química, ou a sinapse desaparecerá. A sobrevivência das vias neuronais depende de fatores neurotróficos secretados pelos neurônios e pelas células da glia. 
· CÉLULAS DA GLIA
Apesar de as células da glia não participarem diretamente na transmissão dos sinais elétricos por longas distâncias, elas comunicam-se com os neurônios e fornecem um importante suporte físico e bioquímico. O sistema nervoso periférico possui dois tipos de células da glia – as CÉLULAS DE SCHWANN (mantêm e isolam os axônios por meio da formação da mielina; um único axônio pode possuir mais de 500 células de Schwann diferentes ao longo do seu comprimento e cada uma envolve um segmento de cerca de 1 a 1,5 mm, deixando espaços muito pequenos, chamados de nódulos de Ranvier, entre as áreas isoladas com mielina) e as CÉLULAS SATÉLITE (é uma célula de Schwann não mielinizadora e formam cápsulas de suporte ao redor dos corpos dos neurônios localizados nos gânglios); já o SNC possui quatro tipos de células diferentes: OLIGODENDRÓCITOS (mantêm e isolam os axônios por meio da formação da mielina), MICROGLIA (células especializadas do sistema imune que residem permanentemente no SNC), ASTRÓCITOS (Os astrócitos desempenham vários papéis: alguns são fortemente associados às sinapses, onde eles capturam e liberam substâncias químicas; abastecem os neurônios com substratos para a produção de ATP, e ajudam a manter a homeostasia do líquido extracelular do SNC captando K e água; as extremidades de alguns processos astrocitários cercam os vasos sanguíneos e fazem parte da barreira hematencefálica) e CÉLULAS EPENDIMÁRIAS (cria uma camada epitelial com permeabilidade seletiva, o epêndima, o qual separa os compartimentos líquidos do SNC).
· SINALIZAÇÃO ELÉTRICA NOS NEURÔNIOS
As células nervosas e musculares são descritas como tecidos excitáveis devido à sua habilidade de propagar sinais elétricos rápidos como resposta a um estímulo. 
A EQUAÇÃO DE NERNST calcula o potencial de membrana para um único íon. Todas as células vivas possuem uma DIFERENÇA DE POTENCIAL DE MEMBRANA DE REPOUSO (Vm) que representa a separação de cargas elétricas através da membrana celular. Dois fatores influenciam o potencial de membrana:
1. A DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL DE ÍONS ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR: Em geral, o sódio (Na), o cloreto (Cl− ) e o cálcio (Ca2) estão mais concentrados no líquido extracelular do que no citosol. O potássio (K) é mais concentrado no citosol do que no líquido extracelular. 
2. DIFERENÇAS DE PERMEABILIDADE DE MEMBRANA PARA ESSES ÍONS: A membrana celular em repouso é muito mais permeável ao K do que ao Na ou ao Ca2. Isso torna o K o íon que maiscontribui para a manutenção do potencial de membrana em repouso.
A EQUAÇÃO DE GOLDMAN- -HODGKIN-KATZ (GHK) calcula que o potencial de membrana é resultante da contribuição de todos os íons que podem atravessar a membrana.
· O MOVIMENTO DOS ÍONS GERA SINAIS ELÉTRICOS 
O potencial de membrana em repouso das células vivas é determinado primeiramente pelo gradiente de concentração do K e a permeabilidade em repouso da célula ao K, Na e Cl–. Uma mudança tanto no gradiente de concentração de K como na permeabilidade iônica altera o potencial de membrana. Por exemplo, em repouso, a membrana celular de um neurônio é levemente permeável ao Na. Se a membrana aumentar subitamente a sua permeabilidade ao Na, o sódio entra na célula, a favor do seu gradiente eletroquímico. A adição do Na positivamente carregado ao líquido intracelular despolariza a membrana celular e gera um sinal elétrico.
O movimento de íons através da membrana também pode hiperpolarizar a célula. Se a membrana celular subitamente se torna mais permeável ao K, sua carga positiva é perdida de dentro da célula e esta se torna mais negativa (hiperpolariza). Uma célula também pode hiperpolarizar, se íons carregados negativamente, como o Cl, entrarem na célula a partir do líquido extracelular.
· CANAIS COM PORTÃO CONTROLAM A PERMEABILIDADE IÔNICA DO NEURÔNIO
Para a célula muda a sua permeabilidade iônica, ela abre ou fecha canais existentes na membrana. Os neurônios contêm uma grande variedade de canais iônicos com portão que alternam entre os estados aberto e fechado, dependendo das condições intracelulares e extracelulares. Um método mais lento de mudar a permeabilidade da membrana é inserir novos canais na membrana ou remover alguns canais existentes.
Os canais iônicos, em geral, são denominados de acordo com os principais íons que passam através deles. Existem quatro tipos principais de canais iônicos seletivos no neurônio: (1) canais de Na, (2) canais de K, (3) canais de Ca2 e (4) canais de Cl. 
A grande maioria dos canais com portão é classificada dentro de uma destas três categorias: 1. Os canais iônicos controlados MECANICAMENTE são encontrados em neurônios sensoriais e se abrem em resposta a forças físicas, como pressão ou estiramento. 2. Os canais iônicos DEPENDENTES DE LIGANTE da maioria dos neurônios respondem a uma grande variedade de ligantes, como neurotransmissores e neuromoduladores extracelulares ou moléculas sinalizadoras intracelulares. 3. Os canais iônicos DEPENDENTES DE VOLTAGEM respondem a mudanças no potencial de membrana da célula. Os canais de Na e K dependentes de voltagem possuem um importante papel na inicialização e na condução dos sinais elétricos ao longo do axônio.
· O FLUXO CORRENTE OBEDECE À LEI DE OHM 
Quando os canais iônicos se abrem, os íons podem mover-se para dentro ou para fora da célula. O fluxo de carga elétrica carregada por um íon é chamado de corrente de um íon, abreviada como Iíon. A direção do movimento iônico depende do gradiente eletroquímico do íon (combinação do elétrico com a concentração). ÍONS POTÁSSIO, EM GERAL, MOVEM-SE PARA FORA DA CÉLULA. O NA, O CL E O CA2 GERALMENTE FLUEM PARA DENTRO DA CÉLULA. O fluxo de íons através da membrana despolariza ou hiperpolariza a célula, gerando um sinal elétrico. O fluxo corrente, seja através de uma membrana ou dentro de uma célula, obedece a uma regra, chamada de lei de Ohm (I= V/R. Conforme a resistência R aumenta, o fluxo corrente I diminui). A resistência interna da maioria dos neurônios é determinada pela COMPOSIÇÃO DO CITOPLASMA E PELO DIÂMETRO DA CÉLULA. A composição citoplasmática é relativamente constante. A resistência interna diminui conforme o diâmetro da célula aumenta. Juntamente, a resistência da membrana e a resistência interna determinam o quão longe a corrente fluirá através de uma célula, antes que a energia se dissipe e a corrente morra. A combinação dessas duas resistências é chamada de constante de comprimento para um determinado neurônio.
As ALTERAÇÕES DE VOLTAGEM ao longo da membrana podem ser classificadas em dois tipos básicos de sinais elétricos: POTENCIAIS GRADUADOS (são sinais de força variável que percorrem distâncias curtas e perdem força à medida que percorrem a célula. Eles são utilizados para a comunicação por distâncias curtas. Se um potencial graduado despolarizante é forte o suficiente quando atinge a região integradora de um neurônio, ele inicia um potencial de ação) e POTENCIAIS DE AÇÃO (são grandes despolarizações muito breves que percorrem longas distâncias por um neurônio sem perder força. A sua função é a rápida sinalização por longas distâncias, como do seu dedo do pé até o seu cérebro).
1. OS POTENCIAIS GRADUADOS REFLETEM A INTENSIDADE DO ESTÍMULO: Os potenciais graduados nos neurônios são despolarizações ou hiperpolarizações que ocorrem nos dendritos e no corpo celular, ou, menos frequentemente, perto dos terminais axonais. Essas mudanças no potencial de membrana são denominadas “graduadas” devido ao fato de que seu tamanho, ou amplitude, é diretamente proporcional à força do estímulo. Um grande estímulo causa um grande potencial graduado, e um estímulo pequeno vai resultar em um potencial graduado fraco. Nos NEURÔNIOS DO SNC E DA DIVISÃO EFERENTE, os potenciais graduados ocorrem quando sinais químicos de outros neurônios abrem canais iônicos dependentes de ligante, permitindo que os íons entrem ou saiam do neurônio. Já nos NEURONIOS SENSORIAIS, estímulos mecânicos (como estiramento) ou estímulos químicos ocasionam a abertura de canais iônicos. Os potenciais graduados também podem ocorrer quando um canal aberto se fecha, diminuindo o movimento de íons através da membrana celular. Por exemplo, se os canais de vazamento de K se fecharem, menos potássio sai da célula. A retenção de K despolariza a célula.
2. OS POTENCIAIS DE AÇÃO PERCORREM LONGAS DISTÂNCIAS: Os potenciais de ação, também conhecidos como picos, são sinais elétricos que possuem força uniforme e atravessam da zona de gatilho de um neurônio até a porção final do seu axônio. Nos potenciais de ação, os canais iônicos dependentes de voltagem presentes na membrana axonal se abrem sucessivamente enquanto a corrente elétrica viaja pelo axônio. Como consequência, a entrada adicional de Na na célula reforça a despolarização, e é por isso que, diferentemente do potencial graduado, o potencial de ação não perde força ao se distanciar do seu ponto de origem. Pelo contrário, o potencial de ação no final do axônio é idêntico ao potencial de ação iniciado na zona de gatilho: uma despolarização com uma amplitude de aproximadamente 100 mV. O movimento em alta velocidade de um potencial de ação ao longo do axônio é chamado de condução do potencial de ação.
· FATORES QUÍMICOS ALTERAM A ATIVIDADE ELÉTRICA 
Várias substâncias químicas alteram a condução do potencial de ação ao se ligarem aos canais de Na, K ou Ca2 presentes na membrana neuronal. Por exemplo, algumas neurotoxinas se ligam e bloqueiam os canais de Na. Os anestésicos locais, como a procaína, que bloqueiam a sensibilidade, funcionam da mesma maneira. Se os canais de Na não estiverem funcionais, o sódio não consegue entrar na célula. Consequentemente, uma despolarização que se inicia na zona de gatilho não pode ser restaurada e perde força à medida que se move pelo axônio, semelhante ao que ocorre com um potencial graduado normal. Se a onda de despolarização consegue alcançar o terminal axonal, ela pode ser fraca demais para liberar neurotransmissores. Como resultado, a mensagem do neurônio pré-sináptico não é repassada para a célula pós-sináptica, e a comunicação falha.
As ALTERAÇÕES NAS CONCENTRAÇÕES DE K E CA2 NO LÍQUIDO EXTRACELULAR também são associadas a atividades elétricas anormais no sistema nervoso: A concentração sanguínea e intersticial de K é o maior determinante do potencial de membrana em repouso de todas as células. Se a concentração sanguínea de K sair do seu valor de referência de 3,5 a 5 mmol/L, o resultado é a alteração do potencial de membrana em repouso das células. Essa mudançanão é importante para a maioria das células, mas pode ter consequências sérias para o corpo como um todo devido à relação entre o potencial de repouso e a excitabilidade dos tecidos nervoso e muscular. Em níveis normais de K, potenciais graduados sublimiares não disparam um potencial de ação, mas os potenciais supralimiares, sim. Um aumento na concentração sanguínea de potássio – HIPERCALEMIA – altera o potencial de membrana em repouso de um neurônio a valores próximos ao limiar e faz a célula disparar potenciais de ação em resposta a potenciais graduados menores. Se a concentração plasmática de K ficar muito baixa – uma condição denominada HIPOCALEMIA – o potencial de membrana em repouso da célula hiperpolariza, distanciando-se do limiar. Nesse caso, um estímulo forte o suficiente para disparar um potencial de ação quando o potencial de repouso é o normal de 70 mV não alcança o valor limiar. Essa condição se apresenta como fraqueza muscular, pois os neurônios que controlam os músculos esqueléticos não estão disparando potenciais de ação normalmente.
· COMUNICAÇÃO CÉLULA A CÉLULA NO SISTEMA NERVOSO
A especificidade da comunicação neural depende de vários fatores: as moléculas sinalizadoras secretadas pelos neurônios, os receptores nas células-alvo para estas substâncias químicas e as conexões anatômicas entre os neurônios e seus alvos, as quais ocorrem em regiões conhecidas como sinapses.
· OS NEURÔNIOS COMUNICAM-SE NAS SINAPSES
Cada sinapse tem duas partes: (1) o TERMINAL AXONAL da célula pré-sináptica e (2) a MEMBRANA da célula pós-sináptica. As sinapses são classificadas como químicas ou elétricas dependendo do tipo de sinal que passa da célula pré-sináptica à célula pós-sináptica. As sinapses são classificadas como QUÍMICAS OU ELÉTRICAS dependendo do tipo de sinal que passa da célula pré-sináptica à célula pós-sináptica.
· OS NEUROTRANSMISSORES POSSUEM GRANDE VARIEDADE 
As moléculas neurócrinas podem ser agrupadas informalmente em sete classes diferentes, de acordo com a sua estrutura: (1) acetilcolina, (2) aminas, (3) aminoácidos, (4) peptídeos, (5) purinas, (6) gases e (7) lipídeos. Os neurônios do SNC liberam vários tipos diferentes de sinais químicos, incluindo alguns polipeptídeos conhecidos principalmente pela sua atividade hormonal, como os hormônios hipotalâmicos ocitocina e vasopressina. Em contrapartida, o SNP secreta apenas três substâncias neurócrinas importantes: os neurotransmissores acetilcolina e noradrenalina e o neuro- -hormônio adrenalina. Alguns neurônios do SNP cossecretam moléculas adicionais, como o ATP.
1. Síntese de neurotransmissores: A síntese de neurotransmissores ocorre tanto no corpo celular quanto no terminal axonal. Os polipeptídeos devem ser sintetizados no corpo celular, pois os terminais axonais não possuem as organelas necessárias para a síntese proteica. A síntese proteica segue as vias tradicionais. O grande propeptídeo resultante é empacotado em vesículas, juntamente às enzimas necessárias para o modificar. As vesículas, então, movem-se do corpo celular para o terminal axonal via transporte axônico rápido. Neurotransmissores pequenos, como acetilcolina, aminas e purinas, são sintetizados e empacotados em vesículas no terminal axonal. As enzimas necessárias para a sua síntese são produzidas no corpo celular e liberadas no citosol. Posteriormente, as enzimas dissolvidas são levadas ao terminal axonal via transporte axonal lento.
2. Liberação dos neurotransmissores: Os neurotransmissores no terminal axonal são armazenados em vesículas, então sua liberação para a fenda sináptica ocorre via exocitose. Até onde conseguimos observar, a exocitose nos neurônios é similar à exocitose em outros tipos celulares, porém ocorre mais rapidamente. As neurotoxinas que bloqueiam a liberação de neurotransmissores, incluindo as toxinas botulínica e tetânica, exercem a sua ação inibindo proteínas específicas do mecanismo de exocitose da célula.
3. Término da atividade dos neurotransmissores: Uma característica-chave da sinalização neural é a sua curta duração, devido à rápida remoção ou à inativação dos neurotransmissores na fenda sináptica. Lembre-se que a ligação do ligante com uma proteína é reversível e atinge um estado de equilíbrio, com uma razão constante entre neurotransmissor ligado e não ligado (p. 47). Se o neurotransmissor não ligado é removido da sinapse, os receptores liberam o neurotransmissor ligado, finalizando a sua atividade e mantendo constante a razão neurotransmissor não ligado/neurotransmissor ligado.
· INTEGRAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO NEURAL 
A comunicação entre os neurônios nem sempre é um evento um-para-um; frequentemente, o axônio de um neurônio pré-sináptico ramifica-se, e os seus ramos colaterais fazem sinapse com múltiplos neurônios-alvo. Esse padrão é chamado de DIVERGÊNCIA. Por outro lado, quando um número maior de neurônios pré-sinápticos fornece informação para um número menor de neurônios pós-sinápticos, o padrão é chamado de CONVERGÊNCIA. A combinação de convergência e divergência no SNC pode resultar em um único neurônio pós-sináptico fazendo sinapses com mais de 10 mil neurônios pré-sinápticos.
A habilidade do sistema nervoso de mudar a atividade nas sinapses é denominada PLASTICIDADE SINÁPTICA. A plasticidade de curta duração pode aumentar a atividade na sinapse (facilitação) ou reduzi-la (depressão). Por exemplo, em alguns casos de atividade prolongada em uma sinapse, a liberação de neurotransmissores diminui ao longo do tempo porque o axônio não consegue reabastecer o seu estoque de moléculas neurotransmissoras tão rapidamente, resultando em depressão sináptica. 
· AS ALTERAÇÕES NA TRANSMISSÃO SINÁPTICA SÃO RESPONSÁVEIS POR MUITAS DOENÇAS 
A transmissão sináptica é o passo mais vulnerável no processo de sinalização através do sistema nervoso. É o ponto onde muitas coisas dão errado, levando à perda da função normal. várias doenças do sistema nervoso são relacionadas a problemas na transmissão sináptica. Estas doenças incluem a doença de Parkinson, a esquizofrenia e a depressão. As doenças sinápticas mais bem compreendidas são aquelas que envolvem a junção neuromuscular entre os neurônios motores somáticos e os músculos esqueléticos. Um exemplo de patologia da junção neuromuscular é a miastenia grave.
Os fármacos que atuam na atividade sináptica, particularmente nas sinapses do SNC, são os mais antigos e mais amplamente utilizados de todos os agentes farmacológicos. A cafeína, a nicotina e o álcool são drogas comuns em muitas culturas. Algumas drogas que utilizamos para tratar distúrbios, como esquizofrenia, depressão, ansiedade e epilepsia, agem influenciando eventos na sinapse.

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