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*Anafilaxia Vs. Choque anafilático Paciente 36 anos, hipertenso, asmativo, em uso de beta-2 de longa + corticoide inalatório e atenolol, apresenta edema palpebral bilateral, lesões urticariformes e dispneia aguda, iniciados 20min após a ingestão de AAS 500mg. Relata história prévia de alergia a AINH (geralmente tem reações cruzadas com outros do grupo, como o AAS). Ao exame físico: REG, dispneico, +++/+4, cianótico PA: 120x80, SaO2 89% Sudorese intensa, taquicárdico Ausculta pulmonar: sibilos difusos ANAFILAXIA – EMERGÊNCIA MÉDICA 1º. Diagnóstico da síndrome – saber fazer diagnostico de anafilaxia; 2º. Etiologia – investigar o que desencadeou; 3º. Prevenção – sabendo a etiologia, fatores de risco, prevenir com orientações e condutas médicas. DEFINIÇÃO: Reação sistêmica aguda grave, potencialmente fatal, decorrente da ação de mediadores inflamatórios liberados por mastócitos e basófilos ativados após o contato com uma substancia causadora especifica. ETIOLOGIA: Veneno de inseto: o Abelha, Vespa, Formiga – são insetos que tem ferrão, inoculam veneno após picada e nosso corpo produz anticorpos de memória contra esse veneno. Em um contato posterior pode ter uma reação alérgica. Caso essa reação alérgica seja sistêmica, é a anafilaxia. Obs.: mosquito não produz anafilaxia, a dermatite que causa após picada é o prurigo estrófulo. Medicamentos: o Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): Exemplos: Dipirona. Paracetamol – é um inibidor fraco das COXs, geralmente os pacientes alérgicos toleram bem, sendo na dose de 500-700mg, respeitando o intervalo de 8/8h. Diclofenaco. Ibuprofeno. Naproxeno. Nimesulida. Cetoprofeno. Celecoxib. Piroxicam AAS (ácido acetilsalicílico). o Antibióticos Beta-lactâmicos Alimentos o Nozes, camarão, crustáceos – adultos; o Leite, ovo, corantes – criança; Geralmente tem seu efeito exacerbado quando associado a práticas de exercícios físicos. Látex Tem sido mais utilizados luvas de Nitrila, devido a alergia a látex.A inalação do pó que tem nas luvas de látex, pode causar urticária, asma até anafilaxia. REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO 1 Fisiopatologia Como acontece? Para desenvolver alergia, precisa ter tido um contato anterior – 1ª exposição. Ex.: Ferroadas de abelhas. As proteínas do veneno inoculado estimulam a produção de anticorpos contra esses antígenos. Há o reconhecimento pelas Células dendríticas, que irão levar a informação até os órgãos linfoides secundários para fazer a apresentação do antígeno aos Linfócitos T virgens (Th0). Se o indivíduo tiver tendência a desenvolver alergia, irá ser direcionado para Th2, que irá estimular produção de IgE específica. Os linfócitos B ao reconhecerem as proteínas do veneno e apresentar aos Th0, também irá estimular essa produção de IgE. Esses IgEs ficaram ligados aos receptores dos mastócitos → Fase de sensibilização. Obs.: O diagnóstico de alergia não se dá somente pela reação dos anticorpos específicos, e sim em conjunto com a história clínica. Exames de sangue (ImmunoCAP) que fazem pesquisa dos IgEs específicos contra alérgenos no soro. Teste cutâneo de Leitura Imediata (Prick Test) – no caso de venenos de inseto, faz-se o intradérmico. Com os resultados dos testes, podemos dizer se há sensibilização. O paciente pode continuar a se expor a substancia causadora da sensibilidade e não desenvolver quadro clínico de alergia. 2ª Exposição O antígeno irá se ligar ao IgE especifico da superfície dos mastócitos, e irá desencadear uma reação cruzada e liberação dos mediadores inflamatórios dos mastócitos (aminas vasoativas, como histamina). Esses mediadores é que causaram os sintomas da Hipersensibilidade tipo I. Manifestações Clínicas: Obs.: Nosso corpo produz IgE para nos proteger de helmintos. A hipersensibilização não é fisiológica. Mecanismos: As reações de hipersensibilidade nem sempre são mediadas por IgE. Com isso nem sempre conseguimos identificar o agente causador da anafilaxia. Não mediada por IgE – hemotransfusão, complexos imunes formados durante infecção. Não imunológica – morfina, contraste radiológico, exercícios fisicos → induzem liberação inespecífica dos mastócitos. Obs.: a) Não é o iodo do contraste radiológico e dos frutos do mar que causa a reação de anafilaxia. O próprio contraste é mais osmolar que o sangue, e essa diferença da osmolaridade ativa o complemento, e essa ativação maciça provoca degranulação inespecífica dos mastócitos. O iodo está no contraste, mas não é ele que causa a reação. b) A inflamação aos frutos do mar se dá por uma reação às proteínas especificas. c) Alergia por iodo causa dermatite de contato. SÍNDROME ANAFILAXIA É o conjunto de sinais e sintomas que descrevem anafilaxia, independente do mecanismo. Ação sistêmica dos mediadores inflamatórios → expressão clínica variável. Cutâneos: Urticaria Angioedema Hiperemia conjuntival Palidez Sudorese Cianose de extremidades. Vias aéreas: Rinite (prurido, espirros) Broncoespasmo Edema de glote Gastrointestinal: Vômitos Diarreias Dor abdominal Problemas intestinais associados a outros sintomas da anafilaxia Cardiovasculares: Vários níveis de hipotensão – pode chegar ou não a choque circulatório. Quadro mais grave da anafilaxia Outras manifestações: Tonturas Sensação de fraqueza e síncope Diminuições no débito cardíaco Os sintomas não acontecem ao mesmo tempo ou presentes. A reação anafilaxia é individual. CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICOS Evento agudo → avaliação rápida e sistemática – avaliar gravidade – estabilização Critérios clínicos: Conduta: Uso de adrenalina O critério 3 é menos prevalente. Foi feito para englobar alguns pacientes que tem a doença Mastocitose (linfoproliferativa). Produz muito mastócitos e desencadeia anafilaxia mais facilmente. Sintomas mais graves. Após exposição a alergeno conhecido. Órgãos diferentes da pele - sistêmico TRATAMENTO DA CRISE: 1. Protocolo para reconhecer 2. Remover o agente desencadeante 3. Avaliar circulação, vias aéreas, respiração, estado mental, pele e massa corpórea. 4. Deitar o paciente, para melhorar o retorno venoso e diminuir hipotensão. 5. Chamar ajuda 6. Injetar adrenalina IM – vasto lateral da coxa: Adulto: 0,3-0,5mg (1:1000) Criança: 0,01mg/kg no máximo 0,3mg (1:1000) 7. Fornecer O2 8. Acesso Venoso 9. Realizar RCP se necessário Dica: Pegar uma seringa de insulina, aspirar 0,5ml e trocar a agulha da seringa que é intradérmica, por uma agulha intramuscular. Isso porque a agulha intramuscular é mais duro pra aspirar. Não são drogas de 1ª linha: Anti-histamíco Glicocorticoides Mecanismo de ação da Adrenalina: Efeitos Adversos: o Sensação de ansiedade o Medo o Cefaleia o Tontura o Palpitação e tremor Overdose: o Arritmias ventriculares o Angina o IAM o Edema pulmonar o Hemorragia craniana → Benadryl (mais difícil de encontrar). → Pode dar foco de dermatite alérgica. Demorar 4h para agir – não indicado para situação emergencial. https://noticias.4medic.com.br/bula/benadryl/ https://noticias.4medic.com.br/bula/benadryl/ https://noticias.4medic.com.br/bula/benadryl/ https://noticias.4medic.com.br/bula/benadryl/ Por que via intramuscular (lateral da coxa)? Devido a rápida absorção (8min) e concentração sérica mais elevada. A via subcutânea leva (35min) para absorção. A via intravenosa pode causar overdose mais facilmente que as outras vias. Causas para falta de resposta: o Rápida progressão da anafilaxia o Administração tardia da adrenalina o Uso de dosesbaixas ou via de administração errada Obs.: Não se pode dar alta depois de aplicar adrenalina, pois pode haver recrudescência nas 24h. → Anafilaxia bifásica
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