Buscar

ECA 30 anos: Proteção de Crianças e Adolescentes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

01: ECA 30 anos: novos rumos para a proteção de crianças e jovens brasileiros 
02ATIVIDAD 2: ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
. A realidade do Brasil sempre foi de discriminação no que diz respeito aos direitos da criança e do adolescente.
No século XIX somente iam para a escola crianças das classes mais abastadas, mas mesmo assim era muito difícil mantê-las estudando em razão das dificuldades da época, como distância e separação da família.
Na data em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 30 anos, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgãos dos Poderes Executivo e Legislativo, entidades ligadas ao tema e representantes da sociedade civil estarão reunidos virtualmente para avaliar a aplicação de seus artigos na efetiva proteção de crianças e adolescentes e debater sobre os novos desafios enfrentados para reduzir violações de seus direitos, especialmente em momentos como o que vivenciamos com a pandemia da Covid-19.
Segundo o Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos, houve aumento de 9% no número de denúncias no Disque 100, entre 11 e 24 de março de 2020 – período que coincide com as primeiras medidas de confinamento, como o início da suspensão das aulas em vários estados. As principais violações registradas foram exposição de risco à saúde, maus-tratos e ausência de recursos para sustento familiar. As principais vítimas são do sexo feminino e o número de crianças e adolescentes que sofrem violência tem crescido. O Estatuto da criança e do adolescente (ECA) é um documento que reúne as leis específicas que asseguram os direitos e deveres de crianças e adolescentes aqui no Brasil. Ele nasce da luta de diversos movimentos sociais que defendem os direitos de crianças e adolescentes, já que antes do estatuto existia apenas o “Código de Menores” que tratava de punir as crianças e adolescentes consideradas infratores.
Desde 1990 com o ECA as crianças e os(as) adolescentes são reconhecidos como sujeitos de direitos e estabelece que a família, o Estado e a sociedade são responsáveis pela sua proteção, já que são pessoas que estão vivendo um período de intenso desenvolvimento físico, psicológico, moral e social.
O Brasil possui 69 milhões de pessoas entre 0 e 19 anos, segundo dados do IBGE, de 2019. Em 2018, 46% das crianças e adolescentes de 0 a 14 anos viviam em condição domiciliar de baixa renda, 4,1% das crianças de 0 a 5 anos viviam em situação de desnutrição e mais de 1,3 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos estavam fora da escola, conforme demonstra o estudo recém divulgado pela Fundação Abrinq.
Enfrentamento da violência
O aumento dos casos de violência cometidos contra crianças e adolescente será amplamente debatido no evento. Os especialistas abordarão, entre outras, as questões relacionadas à violência urbana, aos protocolos de abordagens e operações táticas policiais no contexto em que transitam crianças e adolescentes, assim como a apuração mais célere dos casos de violência praticados contra esses cidadãos brasileiros, com a devida investigação, responsabilização e garantia de reparação para as famílias.
Seja por meio de balas perdidas ou por crimes direcionados à infância e adolescência, os assassinatos de jovens atingem números alarmantes no país. Segundo dados recentes da UNICEF, no Brasil, 31 crianças ou adolescentes morrem por dia vítimas de violência. Um dos casos com maior repercussão ocorreu no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. A vítima, João Pedro Mattos, de 14 anos, foi baleada e morta por um tiro de fuzil, dentro de casa, enquanto brincava com os primos.
03-Gestão de políticas públicas e intersetorialidade: diálogo e construções essenciais para os conselhos municipais
 As políticas públicas e intersetoriais estão cada vez mais presentes nas dinâmicas governamentais e sociais como um todo a intersetorialidade ainda se estabelece como um processo desafiante a ser exercido, pois implica, necessariamente, em efetivar articulações entre os conselhos instituídos e desses para com a sociedade em suas diversas escalas.
 No Estado brasileiro as experiências de construção dos espaços que tenham como finalidade a atuação conjunta da sociedade e do Estado no que tange a gestão de políticas públicas, assumem novas configurações com a Constituição Federal de 1988 por meio de diversas ferramentas como orçamento participativo, audiências públicas, conselhos municipais, entre outros. Nesses espaços busca-se a ampliação do debate no interior da sociedade, sobre os seus interesses e reais necessidades, bem como ampliar e democratizar a gestão pública, tendo como finalidade maior a ampliação da participação social nos processos decisórios e no controle das políticas públicas. Nesse sentido, mesmo com uma maior democratização da gestão pública à medida que se possibilita a inclusão dos interesses da sociedade na agenda pública, os espaços passam a produzir um tratamento focalizado e fracionado diante dos problemas sociais. A concepção dos conselhos dentro da gestão municipal não é algo relativamente novo tanto que as chamadas câmaras de vereadores eram denominadas como conselhos municipais. Nos anos 70 e 80 diversas experiências foram levadas por governos municipais e também sustentadas pelos movimentos sociais e atuação da sociedade civil, referente aos conselhos municipais. 
 A intersetorialidade das políticas públicas passou a ser uma dimensão valorizada à medida que não se observava a eficiência, a efetividade e a eficácia esperadas na implementação das políticas setoriais, primordialmente no que se refere ao atendimento das demandas da população e aos recursos disponibilizados para a execução das mesmas. Deste modo, a intersetorialidade passou a ser um dos requisitos para a implementação das políticas setoriais, visando sua efetividade por meio da articulação entre instituições governamentais e entre essas e a sociedade civil. Muito se tem falado na necessidade de uma gestão intersetorial das políticas públicas e de sua importância para a qualidade de vida da população. Sobre isso Junqueira (1999, p. 27) argumenta que: A qualidade de vida demanda uma visão integrada dos problemas sociais. A gestão intersetorial surge como uma nova possibilidade para resolver esses problemas que incidem sobre uma população que ocupa determinado território. Essa é uma perspectiva importante porque aponta uma visão integrada dos problemas sociais e de suas soluções. Com isso busca-se aperfeiçoar os recursos escassos procurando soluções integradas, pois a complexidade da realidade social exige um olhar que não se esgota no âmbito de uma única política social. Argumenta ainda que a intersetorialidade associa a ideia de “integração, de território, de equidade, enfim, de direitos sociais”, referindo-se “à população e aos seus problemas, circunscritos a um território ou região da cidade ou do município.” Ao se proceder a análise documental das leis e regimentos internos específicos aos conselhos municipais pesquisados, constata-se que os Conselhos Municipais da Saúde (CMS) e da Educação (COMED) não têm competências estabelecidas na perspectiva de ações intersetoriais. Já os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e da Assistência Social (CMAS) têm-nas nessa direção. No CMDCA (FASC, 2007), apresentam-se nos seguintes termos: Cap. VII - estabelecer ações conjuntas com as diversas entidades para a realização de eventos, estudos e pesquisas no campo da promoção, orientação, proteção integral e defesa da criança e do adolescente; Cap. V - participar do Orçamento Participativo do Município, definindo as prioridades a serem incluídas no Orçamento Municipal para a Criança e o Adolescente, no que se refere ou possa afetar as suas condições de vida. E, no CMAS (FASC, 2007), estas competências estão assim prescritas: Cap. X - participar do planejamento integrado e orçamentário do Municípioformulando as prioridades a serem incluídas no mesmo, no que se refere ou possa afetar as condições de vida da população; Cap. XII - estabelecer ação conjunta com a Secretaria do Desenvolvimento Comunitário e Habitação, Secretaria da Saúde, Secretaria da Educação e Cultura, Secretaria da Agricultura e Abastecimento, a realização de eventos, estudos e pesquisas integradas no campo da Assistência Social.
 Portanto, a intersetorialidade nas políticas públicas é compreendida como uma forma de articulação entre os diversos saberes, e a sua construção dentro dos modelos de conselhos municipais também é necessária. Os conselhos apresentam-se como espaços formados por uma história de enfrentamentos e de movimentos reivindicatórios da participação ativa da sociedade no processo democrático. Porém, revela-se como um processo desafiante, implicando na efetivação da articulação entre conselhos já instituídos, e desses para com a sociedade e o município.

Continue navegando