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Capítulo 1Teorias de Personalidade A teoria da personalidade e a história da psicologia · O objetivo do 1° capítulo é esclarecer o papel geral que a TP desempenhou no desenvolvimento da psicologia durante o século passado, através das cinco fontes de influência sobre a TP. · AS CINCO FONTES DE INFLUÊNCIA DA TP SÃO: 1. Charcot, Janet, Freud, Jung, McDougall – preocupavam-se em determinar a natureza da TP. Foram os primeiros teóricos da personalidade. 2. Tradição Gestáltica e de William Stern – preocupavam-se com o comportamento e fizeram um estudo fragmentados de pequenos elementos de tais comportamentos. 3. Impacto da Psicologia Experimental e da Teoria da Aprendizagem – ambas se preocupavam com a ciência empírica melhor controlada, melhor entendimento da natureza da TP e apreciação do comportamento modificado. 4. Tradição psicométrica – foco na mensuração e estudo das diferenças individuais. 5. Genética e fisiologia – foco na identificação e descrição da personalidade. SÉCULO XIX · Surge a Psicologia a partir da Fisiologia, bem como, a TP, que deve muito à medicina já que seus primeiros teóricos eram médicos: Freud, Jung e McDougall. · A fisiologia exerce forte influência sobre a TP. · Os teóricos da personalidade estavam tirando suas ideias mais simples da psicologia clínica, mais próximos dos dados clínicos e de suas próprias reconstruções criativas. · Os psicólogos experimentais estavam atentos ao laboratório experimental, com valores inspirados na ciência natural. Sendo assim, contribuíram pouco para os teóricos da personalidade. · A TP é dissidente/discordante do desenvolvimento da psicologia. · HÁ DUAS GENERALIZAÇÕES SOBRE A TP: 1. A TP é discordante do desenvolvimento da psicologia e que jamais se inseriu na psicologia acadêmica, livrando-se dos modos convencionais de pensamento e dos preconceitos referentes ao comportamento humano. 2. As TP são funcionais em sua orientação, e se preocupavam com questões que fazem a diferença no ajustamento e na sobrevivência do indivíduo, como por exemplo, o desenvolvimento de sintomas neuróticos incapacitantes. Portanto, mais ampla na finalidade e mais prática em orientação. “Os teóricos da personalidade costumavam atribuir um papel crucial aos processos motivacionais.” · A motivação era vista como a chave para entendimento do comportamento humano. · Freud e McDougall foram os pioneiros no processo motivacional · Preocupação com o funcional e motivacional. · Acreditava-se que um entendimento adequado do comportamento humano só vai surgir a partir do estudo da pessoa em sua totalidade. · Defendiam que o estudo do comportamento deveria levar em conta, o contexto/ambiente do indivíduo. · A TP é integrativa, promove o estudo da pessoa em sua totalidade. · Os teóricos experimentalistas consideram os processos motivacionais como um entre os vários problemas e lida com ele por meio de um pequeno número de conceitos ligados aos processos fisiológicos. O QUE É PERSONALIDADE? · Allport extraiu quase 50 definições diferentes que ele classificou em algumas categorias amplas. · Allport tem mais definições sobre a personalidade: · Biossocial: a personalidade se assemelha ao termo de “valor da impressão social”, ou seja, o indivíduo é aquilo que mostra para os outros. (Allport não concorda). · Biofísica: a personalidade se ampara nas qualidades e nas características do indivíduo. · Globalizante/Coletânea: engloba a personalidade por enumeração. É uma listagem de características importantes para descrever o outro. Essa definição usa o termo personalidade para incluir tudo sobre o indivíduo. · Integrativa/Organizadora: diz que é aquilo que dá ordem e congruência a todos os comportamentos distintos que o indivíduo apresenta. · Além disso, há também o ajustamento do indivíduo na personalidade, que consiste em aspectos únicos que o indivíduo apresenta em seu comportamento. · Temos também a essência da condição humana, que é aquilo que existe de mais característico na personalidade do indivíduo, não apenas por diferenciá-lo, mas sim porque é o que ele de fato é. · Nenhuma definição de personalidade pode ser generalizada, pois depende inteiramente da abordagem teórica do observador. O QUE É UMA TEORIA? · Uma teoria surge em oposição a um fato e quando uma teoria é confirmada, ela se torna um fato. · Funções de uma teoria: · Uma teoria é um conjunto de convenções criado pelo teórico, não é algo predeterminado pela natureza. Ou seja, é uma escolha convencional do interesse do observador. · Deve conter duas partes: 1. Suposições relevantes sistematicamente relacionadas uma à outra: deve haver relação com os eventos empíricos aos quais a teoria se refere. 2. Um conjunto de definições empíricas: essas definições permitem a interação mais precisa dos termos ou conceitos da teoria com os dados empíricos. · A teoria leva à observação de relações empíricas relevantes ainda não-observadas. · A teoria é suposta e sua aceitação ou rejeição é determinada por sua utilidade. · Essa utilidade tem dois componentes: verificabilidade e abrangência. · Além disso, a teoria é um meio de organizar e interagir tudo o que é conhecido sobre um conjunto de eventos relacionados. · Há também o componente simplicidade, mas só depois de terem sido resolvidas as questões de abrangência e de verificabilidade. UMA TEORIA DA PERSONALIDADE · Consideram o homem como unidade integrada. · São teorias gerais do comportamento humano, em conjunto com as definições empíricas necessárias. A TEORIA DA PERSONALIDADE E OUTRAS TEORIAS PSICOLÓGICAS · Há 4 grupos de teorias: 1. Psicodinâmica: foca nos motivos inconscientes e o conflito intrapsíquico resultante. 2. Estruturais: foca nas diferentes tendências comportamentais que caracterizam os indivíduos. 3. Experenciais: observam a maneira pela qual a pessoa percebe a realidade e experiência seu mundo. 4. Teorias da Aprendizagem: ênfase no processo de aprendizagem ao invés das tendências resultantes. ÊNFASE NA PSICODINÂMICA · Centrada nas pulsões de uma pessoa individual, especialmente as do campo inconsciente. · Conflitos infantis não resolvidos ainda são carregados na vida adulta. · Freud defendia o determinismo psíquico, ou seja, para ele há forças inconscientes que determinam o comportamento. · Para Freud, o homem é mal e é um feixe de instintos que livre da cultura exerce sua sexualidade e agressividade para seu próprio prazer. · Existem leis tanto internas quanto externas, que estão envolvidas em nossas vidas na sociedade. Se não tem lei, não tem cultura, o homem é uma besta selvagem. As pessoas não matam, não roubam, pelas leis, tanto internas quanto externas. · Os desejos para não entrarem em conflito com a moralidade, acaba sendo recalcado e assim acabam surgindo doenças, como as neuroses. · Para neuróticos a lei interna é tão forte, que apenas de pensar em fazer certas coisas, já é horrível, como se tivesse sido feito, um mal estar, uma ressaca moral. · A neurose é a consequência de o homem querer viver mais. Neurose está ligada muito na realidade. · No psicótico falta realidade que existe em excesso na neurose. Desejo → recalca para o inconsciente → Neurose · Esses desejos e pulsões recalcadas posteriormente voltam em formas de sintomas neuróticos. · As histéricas na época de Freud eram mulheres que não podiam entrar em contato com seus desejos, recalcando os próprios e consequentemente adoecendo, sendo internadas, levando títulos de loucas. Freud em sua teoria da psicanálise tenta encontrar a cura da histeria, e seu método era a escuta.Neurose e Psicose e Perversão – existem funcionamentos psíquicos e psicopatologia. Existem dois lados extremos a Organização Mental e as Psicopatologias, estamos entre esses extremos, em um momento apresentamos uma ansiedade (organização mental), quando a duração dessa ansiedade pode consequentemente se transformar em algo mais graves com crises, se tornando uma psicopatologia. A neurose, psicose e perversão são as psicopatologias, e podemos ir de um ‘normal’, para uma neurose e podemos voltar de uma neurose paraum ‘normal’. · Os resíduos inconscientes quais foram recalcados, não ficam quietos lá, eles tentam voltar. · As estruturas propostas por Freud podem ser exemplificadas da seguinte maneira: Em um auditório (consciente) onde está acontecendo um evento, os palestrantes começam suas apresentações, porém, duas pessoas (desejos) na plateia começam a conversar muito alto, portanto, os seguranças aparecem e retiram essas duas pessoas (repressão/recalcamento), levando-os para o lado de fora (inconsciente). As pessoas que foram retiradas, tentam voltar para o auditório, mas os seguranças não permitem para fazer a resistência. As duas pessoas resolvem mudar de roupas, o segurança não reconhece e acaba deixando elas entrarem (atos falhos/sonhos/chistes). · O inconsciente não é acessado diretamente, as únicas formas são pelos atos falhos, sonhos e chistes. · Atos falhos: resíduos recalcados que voltam involuntariamente. · Chistes: brincadeiras que são socialmente aceitas e não são condenadas, como seriam fora do contexto do “humor”. É classificado como uma verdade, algo na maioria das vezes inconsciente, e encontra um caminho pelo humor. Os chistes podem ser de cunho erótico ou sobre questões sérias (religião). 16/03/2021 · Inconsciente recalcado – desejos reprimidos; · Inconsciente pulsional – experiências nunca recalcadas, ou seja, experiências que já nascem conosco, porém, não havia um consciente formado ainda; · Clivado – experiências não digeridas, sem sentido. Não tem lugar no psiquismo; Teoria psicanalítica clássica de Freud História pessoal de Freud · Freud nasceu na Morávia, em 1856; · Estudou medicina; · Dedicou-se a psiquiatria e neurologia; Nas décadas de 1880/1890 Freud fixa-se como neurologista de renome. Introduz explicações funcionais, correlacionando áreas motoras, acústicas e visuais do cérebro. Em 1885 seu interesse pela psiquiatria e particularmente pela histeria, o leva a conseguir uma bolsa de estudos para estudar com Charcot, em Paris. Charcot Charcot descobrira que através da hipnose poderia eliminar temporariamente a manifestação de sintomas histéricos de suas pacientes. As perturbações que assumiam aparentemente dimensões físicas não eram a expressão de um foco lesional, mas sim a manifestação de um processo sugestivo, em geral traumático, que desencadeava a sintomatologia física. Freud acompanhou seus estudos e suas descobertas. Embora a teoria específica de Charcot não tenha tido utilidade para a Psicanálise, as correlações entre processos sugestivos e sintomas de doenças mentais constituíram a base para o pensamento de Freud. Breuer e o método catártico Outro colaborador nas ideias de Freud foi Joseph Breuer, médico vienense que já realizava pesquisas de tratamento da histeria com a hipnose ao mesmo tempo que Charcot. · Breuer: através da hipnose, o paciente lembra de uma série de fatos passados profundamente dolorosos que até então eram inconscientes = desaparecimento dos sintomas. Este método foi denominado de método catártico. Início da teoria psicanalítica de Freud · Charcot → psiquiatra francês / hipnose pacientes histéricas; · Breuer → médico vienense / cura pela fala; · Freud → sustentava que os conflitos sexuais eram a causa das histerias; Método Catártico O método catártico foi o primeiro método da Psicanálise = descarga.“A cura pela fala” Porém, Freud começou a perceber pontos negativos da hipnose, como: · Os sintomas reaparecem. · Certos indivíduos não são hipnotizáveis. · Não ensina nada sobre a origem da doença. Então, se a pessoa consegue se recordar acordada de fatos ocorridos durante a hipnose então não há necessidade de hipnose. A conclusão foi de que a pessoa em estado de consciência pode recordar coisas de seu passado. E então neste momento Freud rompe com a hipnose. Conceito de resistência A resistência é uma força que se opunha às recordações do paciente (principalmente recordações infantis). E mesmo quando vencida continuava a distorcer fatos. Freud percebeu que a maioria dos traumas eram de natureza sexual e representavam desejos e tendências que iam contra a moral. Esses desejos datavam da infância. Então, Freud recorreu a natureza sexual para explicar sobre os traumas que causam a histeria. Porém, posteriormente Freud acaba percebendo que o que as histéricas relatavam eram realidade psíquica. Ou seja, nem todas as histéricas relatavam abusos verdadeiros, a maior parte das recordações informadas eram recordações falsas. Nas histéricas existe fantasias e não traumas sexuais, assim, Freud acaba abandonando está explicação de trauma pois, não era realidade que adoecia as histéricas e sim a fantasia, deixando de trabalhar com isso e trabalhando com realidade psíquicas. Estes fatos levaram Freud a fazer três afirmações fundamentais que já constituíam a essência de sua teoria:O psicanalista Ferenzci acaba retomando o conteúdo de trauma para trabalhar o abuso sexual infantil. 1. O esquecimento não é passivo. 2. Os conteúdos dos traumas psíquicos são de ordem sexual. 3. Os traumas foram reprimidos = esquecimentos. E para compor sua teoria, Freud elaborou: ↳ Estudos sobre o desenvolvimento da sexualidade infantil; ↳ Estudos acerca dos atos falhos; ↳ Estudos sobre os sonhos e percebeu que esta era a via para acessar o inconsciente; Psicanálise Foi o nome dado a esse método de exploração do inconsciente. As principais técnicas · Associação livre – deixar o paciente falar o que lhe vier à mente. · Atenção flutuante – como o terapeuta deve atuar. · Interpretação – subprodutos do inconsciente.O método que compõem a psicanálise é trazer o inconsciente ao consciente. Freud desenvolveu seu pensamento sobre energia psíquica, sob influência do pensamento positivista e determinista. Ou seja, o ser humano é como um sistema de energia, a qual se origina da alimentação e é gasta em propósitos variados (pensar/respirar/perceber/exercitar). Gastamos energia psíquica da mesma forma que gastamos energia para desenvolver outras atividades. Energia psíquica = atividade psicológica. Instinto / Pulsão Freud compreende todo o funcionamento da personalidade como derivado de energia instintiva. O instinto – é uma representação psicológica inata de uma fonte somática interna de excitação. Ou seja, é o conceito limite entre o somático (corpo) e psíquico (mente). O Id apresente uma “sede dos instintos”. Fornece a energia psicológica para as múltiplas operações da personalidade. É a fonte de energia psíquica. Os instintos operam de acordo com o princípio do prazer (reduzir tensão). A representação psicológica chama-se DESEJO e a excitação corpórea chama-se NECESSIDADE. ↳ Exemplo: estado de fome e desejo de alimento. O desejo age como motivo para o comportamento, por isso, os instintos são considerados os fatores propulsores da personalidade. Impulsionam e direcionam o comportamento e também determinam a direção que o comportamento tomará. O instinto exerce um controle seletivo ao aumentar a sensibilidade da pessoa a tipos específicos de estimulação. ↳ Exemplos: pessoa faminta – mais sensível aos estímulos alimentares / pessoa excitada - tende a responder mais a estímulos eróticos. Freud diz que o instinto é: “a medida daquilo de que a mente precisa para funcionar”. (1905) O instinto tem 4 aspectos característicos: 1. Uma fonte: é a necessidade do corpo. 2. Uma finalidade/meta: é resolver ou abolir uma necessidade do corpo, eliminar a excitação corporal. 3. Um objeto: é a pessoa ou coisa do mundo que é desejada para satisfazer o instinto, realização de ações prévias para que seja possível atingir a meta. 4. Um ímpeto: é a força determinada pela intensidade da necessidade subjacente. O instinto, segundo Freud: visa à redução de tensão; sua finalidade é essencialmente regressiva (REPOUSO/estado anterior ao aparecimento do instinto). O instinto também é conservador (sua meta é conservar o equilíbrio abolindo as excitações perturbadoras). Tem o aspecto de repetição (ciclo inevitável de excitação e repouso) – instinto de repetição. A personalidade é compelidaa repetir o inevitável ciclo da excitação à tranquilidade. A fonte e a finalidade do instinto – permanecem constantes por toda a vida, assim que surgem novas necessidades, novos instintos aparecem, ou seja, os objetos podem ser substituídos. Em contraste com a constância da fonte e a finalidade do instinto, o objeto ou os meios pelos quais a pessoa procura satisfazer suas necessidades variam. Esta variação na escolha do objeto é possível, porque a energia psíquica é DESLOCÁVEL (ela pode ser gasta de várias maneiras). Os objetos podem ser substituídos, até que seja encontrado um satisfatório ou ao alcance da pessoa. O deslocamento de energia de um objeto a outro é o aspecto mais importante da dinâmica da personalidade – isto porque, revela a plasticidade da natureza humana e a versatilidade do comportamento. Assim, Freud classifica primeiramente os instintos/pulsões em: 1° teoria pulsional · Pulsões do ego / autoconservação · Pulsões sexuais / preservação da espécie Em 1920, com o lançamento de ‘Além do Princípio do prazer’, Freud reformula os instintos/pulsões: 2° teoria pulsional · Pulsões de vida - Junção da pulsão do ego e sexual · Pulsões de morte – Retorno ao inorgânico Pulsão de vida Está ligado a sobrevivência e propagação da raça. A fome, a sede e o sexo se enquadram nessa categoria. A forma de energia pela qual os instintos de vida realizam sua tarefa é chamada de libido. · LIBIDO - energia aproveitável para os impulsos de vida ou sexuais / forma de energia pela qual os instintos realizam sua tarefa. O instinto de vida ao qual Freud prestou mais atenção é o do sexo (o instinto sexual não é um único instinto, mas sim muitos). Há certo número de necessidades orgânicas distintas que dão origem a desejos eróticos. Cada um desses desejos tem sua fonte em determinada zona do corpo – ZONAS ERÓGENAS – é uma região da pele ou da membrana mucosa extremamente sensível à excitação que, quando manipulada, remove a excitação ou produz sensações agradáveis. Os lábios e a cavidade oral constituem uma dessas zonas erógenas, a região anal outra, e os órgãos sexuais uma terceira. Pulsão de morte As pulsões de morte cumprem sua tarefa de forma menos visível que os de vida. Segundo Freud: “a finalidade de toda vida é a morte”. O desejo de morte no ser humano é a representação psicológica do princípio de constância. Esse princípio afirma que todos os processos vivos tendem a retornar à estabilidade do mundo inorgânico. Um derivado importante do instinto de morte é a pulsão agressiva. · Impulso agressivo: é a autodestruição voltada contra objetos substitutos. Os instintos contêm toda a energia pela qual os três sistemas da personalidade id, ego e superego realizam o seu trabalho. Os instintos de vida e de morte e seus derivados podem se fundir, neutralizar um ao outro, ou substituir um ao outro. Comer, por exemplo, representa uma fusão da fome e da destrutividade que é satisfeita por morder, mastigar e engolir o alimento. O amor, um derivado do instinto sexual, pode neutralizar o ódio, um derivado do instinto de morte. Ou o amor pode substituir o ódio, ou o ódio, o amor. 1° e 2° tópicas 1° tópica de Freud O aparelho psíquico é composto por três sistemas: · Inconsciente - experiências recalcadas e que não são conscientes; · Pré-consciente - lembranças que podem ser resgatadas; · Consciente - sistema percepção-consciência, o que é pensado, imaginado; Está tópica funciona para o Freud até 1923, após ele publicar outra tópica. 1. INCONSCIENTE ↳ Parte mais arcaica do aparelho psíquico. Impulsos fundamentais e disposições afetivas hereditárias. ↳ Determina as ações do sujeito (sem que perceba). ↳Inscrições de primitivas experiências e sensações provindas de todos os órgãos dos sentidos. ↳ Funciona segundo as leis do processo primário. ↳ Repressões (secundária) e resistências. ↳ É atemporal. ↳ Não há lógica. ↳ Condensação. ↳ Deslocamento. ↳ A linguagem do inconsciente é simbólica e não verbal. ↳ Além das pulsões do id, também opera funções do ego e superego. ↳ Nunca é acessível diretamente. 2. PRÉ-CONSCIENTE ↳ Funciona como uma espécie de “peneira”. ↳ Seus conteúdos podem ser recuperados. ↳ Reservatório de tudo que possa ser lembrado (passado); 3. CONSCIENTE ↳ Corresponde a tudo aquilo de que o indivíduo está ciente em determinado instante (estímulos atuais e lembranças passadas). ↳ Considera a sequência de tempo dos eventos, estabelece relações lógicas, introduz fatores casuais, preenche as lacunas na linha dos pensamentos. 2° tópica de Freud · Id – lugar das pulsões; · Ego – contato com a realidade externa; · Superego – internalização dos pais, leis e normas; O comportamento é quase sempre o produto de uma interação entre esses três sistemas. Na segunda tópica consciente, pré-consciente e inconsciente se transformam em adjetivos. O id é inconsciente, o ego e o superego têm partes consciente e inconsciente. A relação das duas tópicas é uma relação de construção e não ruptura. 1. ID ↳ Constituído pelas pulsões. ↳ É a totalidade do aparelho psíquico ao nascer. ↳ Consiste em tudo que é psicológico, herdado. ↳ É o reservatório de energia psíquica do indivíduo. ↳ Não tem nenhum conhecimento da realidade objetiva. ↳ Princípio do prazer. ↳ Processo primário. ↳ Para atingir seu objetivo de evitar a dor e obter prazer, o id tem sob seu comando dois processos: ações reflexas e o processo primário. ↳ É considerado por Freud a verdadeira realidade psíquica – representa o mundo interno da experiência subjetiva. ↳ Não tolera estados de tensão desconfortáveis. ↳ É o sistema original da personalidade: ele é a matriz da qual se originam o ego e o superego. ↳ Inexiste o princípio da não-contradição. ↳ É atemporal. ↳ Não é verbal. ↳ Funciona pelos processos de condensação e deslocamento. ↳ Não é o inconsciente, mas é em quase sua totalidade, inconsciente.· Ações reflexivas: são reações inatas e automáticas como: piscar, espirrar. Geralmente reduzem a tensão imediatamente. · O processo primário: envolve uma reação psicológica a partir de uma imagem de um objeto que eliminará a tensão (satisfação de desejo). Essas imagens mentais desejadas são a única realidade que o id conhece. Ex.: sonhos, chupar o dedo. 2. EGO ↳ Dá o juízo da realidade – Princípio da Realidade – retardar a descarga da tensão até que seja encontrado o objeto apropriado para a satisfação da necessidade. ↳ Processo secundário – é o pensamento realista – o ego formula um plano para a satisfação da necessidade. Depois testa-o, geralmente pela ação. ↳ Mediador entre processos internos, id e superego e a realidade. ↳ Setor mais organizado e atual da personalidade. ↳ Domina a capacidade de síntese. ↳ Domínio da motilidade. ↳ Organiza a simbolização. ↳ Sede da angústia (real, neurótica, moral). ↳ É o executivo da personalidade, pois controla a ação, seleciona as características do ambiente as quais irá responder e decide que instintos serão satisfeitos e de que maneira. ↳ Para poder realizar eficientemente o seu papel – o ego tem o controle sobre todas as funções intelectivas e cognitivas. ↳ O ego é a parte organizada do id – seu papel principal é o de intermediário entre as exigências instintivas do organismo e as condições do ambiente. 3. SUPEREGO ↳ É o representante interno dos valores tradicionais e dos ideais da sociedade conforme interpretados para a criança, pelos pais e impostos por um sistema de recompensas e de punições. ↳ É a força moral da personalidade – árbitro moral. ↳ É um gerador de culpas. ↳ É ditado pelos objetos internos – introjeção. ↳ Representa o ideal mais do que o real e busca a perfeição mais do que o prazer. ↳ Ego ideal – internalização dos ideais valorizados dentro do grupo cultural. As ações aprovadas – incorporam-se ao EGO IDEAL (sub-sistema do superego). ↳ Introjeção – mecanismo pelo qual esta incorporação realizasse (a criança absorve os padrões morais dos pais). ↳ Com a formação do superego – o controle dos pais é substituído pelo autocontrole. ↳ Consciência moral – internalização das proibições. ↳ Segundo Freud, é considerado o superegoé o “herdeiro do Complexo de Édipo”. ↳ É necessário para o desenvolvimento do grupo social. ↳ Representa a herança sociocultural do sujeito. ↳ Suas funções são de: · Inibir os impulsos do id (sexual ou agressivo); · Persuadir o ego a substituir objetivos realistas por moralistas; · Buscar a perfeição; A personalidade normalmente funciona como um todo, pela interação das três estruturas. De modo geral, o id pode ser pensado como o componente biológico da personalidade, o ego como componente psicológico e o superego como o componente social.
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