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UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO CDC
1.1 - Conceitos de: consumidor, fornecedor, produtos
e serviços;
1.2 - Direitos básicos do consumidor.
1.3 - Princípios constitucionais e específicos.
CONCEITO DE CONSUMIDOR 
O conceito de consumidor encontra-se no artigo 2º CDC,
vejamos:
“Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
utiliza produto ou serviço como destinatário final”.
Complementando a definição de consumidor, pessoa nacional
ou estrangeira.
Conforme a teoria finalista adotada pelo STJ, consumidor não
é somente aquele que compra o produto ou o serviço, mas
quem o usufrui, de modo que está abrangido quem recebe
um presente ou doação, pois é esse o destinatário final.
Vejamos o que significa destinatário final:
É a pessoa que adquire o produto para consumo próprio ou de sua
família, ou seja, este conceito exclui a pessoa que adquire produto
como insumo para implementar em seu ramo de trabalho.
Vejamos dois exemplos:
Exemplo 1 – “uma cabelereira que adquire um secador de cabelos
para utilizar em seu salão de belezas não é considerada
consumidora, pois ela não é destinatária final, o destinatário final
será o cliente do salão, o secador não será para seu uso pessoal ou
de sua família, mas sim para ser utilizado como ferramenta de seu
trabalho”
Exemplo 2 – “uma cabelereira que apesar de ter o seu secador no
salão de beleza, adquire outro secador para seu uso pessoal ou de
sua família, neste caso, como comprou o aparelho para uso
pessoal, ela é consumidora, porque é destinatária final”.
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇAO
Consumidor por equiparação é todo aquele que, apesar de não ter
participado diretamente da relação de consumo, sofre as
consequências do efeito danoso decorrente de defeito na prestação
de serviço à terceiros, que ultrapassa o seu objeto.
O artigo 17do CDC prevê que se equiparam aos consumidores
todas as vítimas do evento.
Vejamos um exemplo: Uma empresa de telefonia, ao providenciar a
instalação de um aparelho num determinado apartamento, acaba
danificando a linha telefônica do apartamento vizinho, que não é
consumidor dos serviços da referida empresa.
Nesse caso, quem sofreu o referido dano será considerado
consumidor por equiparação em relação à empresa de telefonia que
acarretou os danos;
Empresas também podem ser conceituadas como
consumidores (pessoas jurídicas também são
abrangidas pela definição).
Isto porque, quando adquirem bens que não serão
utilizados como insumos para suas atividades finais de
comercialização, como por exemplo, quando adquirem
materiais para escritório, ou contratam serviços de
gerência ou segurança, se equiparam ao consumidor.
Vejamos alguns exemplos:
Espólio (ente despersonalizado é consumidor por
equiparação);
Condomínio Edilício, ente despersonalizado, pode ser
considerado pessoa jurídica, de acordo com Enunciado n. 90,
do Conselho da Justiça Federal, da Jornada de Direito Civil;
Prefeitura que adquire um eletrodoméstico, (ente público);
Empresa que tem a conta de telefone cortada. (ente privado).
CONCEITO DE FORNECEDOR E PRESTADOR DE 
SERVIÇOS
O conceito encontra-se no artigo 3ª caput do CDC, vejamos:
“Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços”.
O termo fornecedor do artigo 3º do CDC está em sentido
amplo, englobando o fornecedor de produtos e o prestador de
serviços. Existe uma ampliação do numero de pessoas que
podem ser fornecedoras de produtos e prestadoras de
serviços.
EX: Empresário individual - um vendedor de sanduíche que
os faz em casa e vende na praia, com finalidade lucrativa,
pois trata-se de um ente despersonalizado ou
despersonificado, uma sociedade irregular ou sociedade de
fato, camelôs, órgãos públicos ou privados.
ATENÇÃO: Para a caracterização do fornecedor ou prestador
é imperioso o fato do mesmo desenvolver uma atividade, que
vem a ser a soma de atos coordenados para uma
finalidade específica.
Deve haver a habitualidade, uma pessoa que vende uma
moto ou um apartamento uma vez não se enquadra como
fornecedor conforme inteligência dos artigos do CC
artigo 966 aponta os requisitos para a caracterização do
empresário, e 3 do CDC, a atividade desenvolvida deve
ser tipicamente profissional, com intuito de lucro direto
ou vantagens indiretas.
Habitualidade – é a principal característica do fornecedor.
Fornecer produto ou serviço deve ser uma atividade habitual
da pessoa. Assim, quem vende de forma eventual não é
considerado fornecedor.
Exemplo: 1 “se uma loja de eletroeletrônicos vende uma TV,
ela é fornecedora, pois faz isso com habitualidade, ou seja,
esta é sua atividade”.
Exemplo 2 – “se uma pessoa vende um aparelho de TV, que
tem em casa, a um amigo, porque adquiriu um aparelho novo,
não está caracterizada a habitualidade, pois esta não é uma
atividade de comércio que pratica com frequência”.
Caso o aparelho apresente defeito, a proteção é dada pelo Código 
Civil, não haverá aplicação do CDC.
PRODUTO
Conforme dispõe o § 1º do artigo 3º do CDC, produto é todo
bem móvel ou imóvel, material ou imaterial, novo ou usado,
fungível ou infungível, colocado no mercado de consumo.
São todos os produtos passíveis de serem comercializados.
Incluem-se, entre esses produtos, a eletricidade e o gás.
O termo é amplo, abrangendo os bens móveis (carros, motos,
sofás etc.), os bens imóveis (exemplos: apartamentos,
terrenos etc.), os bens materiais, isto é, corpóreos, de
existência física, e os bens imateriais, incorpóreos, isto é, os
direitos (exemplo: programas de computador).
SERVIÇO
Conforme dispõe o parágrafo o § 2º do art. 3º do CDC,
serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito ou securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Quando o CDC trata da remuneração, não quer
especificamente dizer a remuneração direta, ou seja, o
pagamento direto efetuado pelo consumidor ao fornecedor,
mas também a remuneração indireta, aquele benefício
comercial indireto fruto da prestação de serviços ou do
fornecimento de produtos aparentemente gratuitos. Vejamos
alguns exemplos:
Exclui-se expressamente do conceito de serviço no CDC:
a) os serviços gratuitos;
b) as relações trabalhistas (estas são regidas pela CLT).
No tocante aos serviços gratuitos, só são excluídos se forem
pura ou inteiramente gratuitos. Se houver uma remuneração
indireta (serviços aparentemente gratuitos), impõe-se a
incidência do CDC.
Pois, neste caso, são apenas aparentemente gratuitos,
havendo remuneração indireta:
Vejamos alguns exemplos:
• Estacionamentos gratuitos em supermercados, shopping
centers etc. Há uma intenção de remuneração, pois o
objetivo é atrair o consumidor ao estabelecimento. A
empresa responde, perante o cliente, pela reparação do
dano ou furto de veículo ocorrido em seu estacionamento
(súmula 130 do STJ), ainda que o consumidor nada tenha
consumido.
Exemplo 1 – Estacionamento gratuito em shopping center.
Aparentemente é gratuito, contudo, o fornecedor lucra com as
compras efetuadas e os serviços utilizados pelo consumidor,
assim, se houver furto do veículo no shopping, o consumidor
deverá ser indenizado conforme regras do CDC.
• Distribuição de amostras grátis como forma de divulgação
do produto.
Exemplo 2 – Distribuição de amostras grátis, a premissa é a
mesma, pois distribuir de forma gratuita é uma forma de
divulgação do produto e, caso o produto apresente defeito, o
consumidor estará protegido pelo CDC.
SERVIÇO PÚBLICO
Nem todos os serviços públicos estão abrangidos pelo
conceito de serviço do CDC, somente o serviço público que
for remunerado de forma direta e voluntária pelo consumidor
(§2º do art.3º). Exemplos: água, luz,telefone, metrô etc.
Porém, os serviços remunerados por impostos ou taxas, cujo
pagamento é obrigatório, ou seja, independe da vontade do
consumidor, submete-se aos ditames do Direito Administrativo
e do Direito Tributário.
PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO 
CONSUMIDOR
PRINCÍPIO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR (ART. 
4º , INC. I, DO CDC)
Este princípio reconhece a vulnerabilidade do consumidor como
agente mais frágil nas relações de consumo e estabelece normas
protetivas ao consumidor. Atenção: O conceito de vulnerabilidade
é diferente do de hipossuficiência. Todo consumidor é sempre
vulnerável, característica essencial à própria condição de
destinatário final do produto ou serviço, porém nem sempre
será hipossuficiente.
Hipossuficiente é um adjetivo que significa ausência ou
carência, uma pessoa que não possui recursos para se sustentar
e arcar com suas responsabilidades financeiras, PORÉM, uma
vez enquadrado como consumidor terá direito aos benefícios
previstos no CDC, apesar de possuir condições financeiras.
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO ESTATAL – Elencado no
art.4º do CDC, demonstra a ideia de que o Estado tem o
dever de intervir nas relações de consumo para defender os
interesses dos consumidores. O objetivo maior é garantir o
respeito aos interesses consumeristas. A intervenção será
não apenas na edição de leis, mas também de fiscalização
dos produtos e serviços colocados no mercado;
Assim, entidades como o PROCON e o Judiciário,
fiscalizam o direito do consumidor.
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO 
Este princípio preocupa-se que os consumidores sejam
informados de forma adequada, está implícito no Artigo 4º,
IV do CDC que responsabiliza pelo esclarecimento dos
direitos e deveres dos consumidores e fornecedores, com
vistas a harmonizar a relação de consumo e de tornar ilegal
qualquer ato ou procedimento que atente contra o direito à
informação do consumidor. Todas as informações devem ser
amplas, substanciais, extensivas a todos os aspectos da
relação de consumo estabelecida.
A ausência da informação já se torno motivo de
vulnerabilidade.
Esta informação também possui o objetivo de gerar um
consumo consciente. Por não ter o consumidor as
informações necessárias para realizar o processo decisório
de aquisição ou não do produto ou serviço, evitando assim
práticas de consumo irrefletidas, tais como
superendividamento. Pode-se educar a sociedade de
forma:
1) Formal - introduzindo-se uma educação sobre
consumo nas disciplinas do ensino básico;
2) Informal - fornecida pelos meios de comunicação social,
geralmente pelo PROCON, pela promotoria do direito do
consumidor ou, pela imprensa.
PRINCÍPIO DA BOA - FE OBJETIVA 
Abordado no artigo 4º, III do CDC, é o modelo de
comportamento a ser seguido por todos os fornecedores no
mercado de consumo, baseando-se em valores éticos,
de maneira a respeitar as expectativas do consumidor na
relação jurídica. Este princípio tem como base o art. 1º, III e
art. 3º I da CF ( principio da dignidade da pessoa humana e
o princípio da solidariedade).
Vejamos um exemplo: Contratos com cláusulas de
interpretação duvidosa, a interpretação deve seguir de
acordo com a boa-fé objetiva.
A boa-fé objetiva cria deveres anexos aos contratos que
devem ser respeitados, EX: o dever de cuidado, o dever de
informação e o dever de cooperação.
Obrigação de informação: o fornecedor deve informar ao
consumidor todas as características do produto;
Obrigação de cuidado: impõe ao fornecedor a obrigação de
adotar uma conduta protetiva, voltada ao cuidado de danos
patrimoniais e à pessoa do consumidor.
Obrigação de cooperação: as partes devem cooperar entre
si para que as obrigações sejam atendidas.
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA
Esse princípio não está previsto de forma expressa no
ordenamento jurídico, porém origina-se do princípio da
boa-fé objetiva e estabelece que o fornecedor tem que
respeitar as autenticas expectativas do consumidor na
relação de consumo, tanto as expectativas
relacionadas ao conteúdo do contrato quanto as
expectativas relacionadas ao bem de consumo.
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO
Este princípio contemplado no art. 4º, III do CDC tem como
objetivo a busca da igualdade entre as partes, uma vez que,
diante do fornecedor, o consumidor é vulnerável. Com isso,
a busca por uma igualdade deve sempre nortear o legislador
e o magistrado no momento de interpretá-las e aplicá-las.
O equilíbrio na relação jurídica entre consumidor e
fornecedor, tem que existir tanto no plano material quanto no
pano processual de acordo com CDC.
No plano material seria, o estabelecimento da
responsabilidade objetiva por dano ao consumidor;
No plano processual, a inversão do ônus da prova com
o objetivo de equilibrar a relação entre ambos.
PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA
Em todas as fases da relação de consumo deve
existir transparência, mesmo após a fase contratual.
É o que acontece quando o produto apresenta
defeito e o fornecedor realiza o recall, conforme art.
4º do CDC e a Política Nacional das Relações de
Consumo.
PRINCÍPIO DO COMBATE AO ABUSO
VI, do art. 4º do CDC, tutela a relação entre os
fornecedores, combatendo, as práticas de concorrência
desleal.
PRINCÍPIO DO ACESSO À JUSTIÇA
Previsto no artigo 6º, incisos VII e VIII do CDC).
Garante que todos têm direito do acesso à justiça para
invocar perante o Estado um direito. Assim, o legislador
buscou fornecer meios para facilitar ainda mais o
acesso de todos à justiça, como uma forma de defesa
de seus direitos a fim de reequilibrar ou reduzir a
distância entre o consumidor e o fornecedor.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Neste princípio rege a informação ou mensagem publicitária,
evitando quaisquer danos ao consumidor dos produtos ou
serviços anunciados.
Por se tratar de um assunto bem amplo, a publicidade será
melhor estudada no capítulo DIREITOS BÁSICOS DO
CONSUMIDOR, pois desdobra-se em:
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
princípio da identificação da publicidade ( art. 36);
princípio da vinculação contratual da publicidade ( arts. 30 e 35);
princípio da veracidade ( art. 37 § 1º );
princípio da não-abusividade da publicidade ( art. 37 § 2º);
princípio da inversão do ônus da prova ( art. 38);
princípio da transparência da fundamentação publicitária ( art. 36,
parágrafo único);
princípio da correção do desvio publicitário ( art. 56, XII).
DIREITOS BÁSICOS DOS CONSUMIDORES 
O CDC em seu art. 6º traz os direitos básicos do
consumidor, em um rol meramente
EXEMPLIFICATIVO, não havendo o exaurimento dos
direitos básicos.
Contudo, de acordo com a cláusula de ABERTURA
DO MICROSSISTEMA, prevista no art. 7º do CDC,
todo direito do consumidor, que esteja expresso
em outra espécie normativa será inserido no
sistema consumerista.
DIREITO À PROTEÇÃO DA VIDA, SAÚDE E SEGURANÇA
“Art. 6º I do CDC - a proteção da vida, saúde e segurança
contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de
produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;”
Este direito está diretamente relacionado ao princípio da
dignidade da pessoa humana e, neste contexto, inserido o
consumidor, protegendo-o sua saúde e segurança.
Contudo, não é vedado ao fornecedor colocar no
mercado produtos que possam causar riscos a saúde e
segurança do consumidor, desde que esse risco seja normal
ou previsível.
Ex: Refrigerantes de laranja que possuem em sua fórmula
alta quantidade de corante que pode causar prejuízo a
saúde do consumidor, por se tratar de um risco normal e
previsível, não é vedada a colocação do produto no
mercado, desde que informe de forma clara e suficiente a
existência desse componente em sua fórmula.
Atenção: Quanto mais nocivo ou perigoso o produto 
fornecido, mais ostensiva e adequada deve ser a 
informação!!!!
Este direito contempla não só o conforto material, ou
seja, aquele que resulta do direito de aquisição de
produtos e serviços, especialmente essenciais, mas
também
O desfrute de prazer ligado ao lazer e ao bem-estar
moral e psicológicodo consumidor, contra os riscos
provocados por práticas no fornecimento de produtos e
serviços perigosos ou nocivos.
DIREITO À LIBERDADE DE ESCOLHA E IGUALDADE 
NAS CONTRATAÇÕES
Conforme prevê o art. 6º, inciso II do CDC:
"a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contratações".
Este direito estabelece que o fornecedor é obrigado a
prestar todas as informações acerca do produto e do
serviço, mesmo que este ainda não tenha sido adquirido
pelo consumidor.
Estas informações devem ser prestadas de forma clara e
precisa, não se admitindo falhas e/ou omissões.
DIREITO À INFORMAÇÃO
O direito à informação encontra-se inserido no art. 6º, inciso
III do CDC, in verbis:
“III - a informação adequada e clara sobre os diferentes
produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem.”
Este direito está diretamente relacionado ao anterior, mas
tem caráter específico de proporcionar que o consumidor
educado possa fazer a melhor escolha mediante as
informações fornecidas sobre o produto e/ou serviço.
DIREITO DE PROTEÇÃO CONTRA A PUBLICIDADE 
ENGANOSA E ABUSIVA
O art. 6º, IV do CDC assegura dentre os direitos básicos do
consumidor:
“IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e
serviços.”
No tocante à publicidade enganosa, verifica-se quando o
fornecedor apresenta ao consumidor informações que não
correspondem ao que lhe fora anunciado, que contenham qualquer
informação falsa que induza o consumidor a erro acerca da
natureza do produto ou serviço.
Podemos citar, como exemplo, o anúncio de um imóvel à
venda de dois quartos, quando na verdade se trata de um
dormitório e um closet.
Na propaganda abusiva é possível identificar uma certa
agressividade, suficiente para causar ao consumidor algum
comportamento prejudicial ou ameaçador à sua saúde, ou
seja, conduta capaz de induzir o consumidor a se comportar
de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde.
Exemplos desse tipo de propaganda são aquelas que se 
valem da ingenuidade ou inexperiência de crianças.
Resolução 163/2014, adotada pelo Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda que institui
como prática abusiva a propaganda voltada a crianças.
Contudo, esta medida, apesar de representar um grande
avanço para a sociedade, carece de força normativa, e
criticada por alguns que consideram que a criança possui um
papel importante na relação de consumo.
Práticas abusivas que se encontram elencadas no
artigo 39 do CDC, são elas:
1) condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,
sem justa causa, a limites quantitativos;
2) recusar atendimento às demandas dos consumidores, na
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda,
de conformidade com os usos e costumes;
3) enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação
prévia, qualquer produto ou fornecer qualquer serviço;
4) prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do
consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe
seus produtos ou serviços;
5) exigir do consumidor vantagem manifestamente
excessiva;
6) executar serviços sem a prévia elaboração do orçamento
e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as
decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
7) repassar informação depreciativa, referente a ato
praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
8) colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos
órgãos oficiais competentes,
9) recusar a venda de bens ou a prestação de serviços,
diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante
pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação
regulados em leis especiais;
10) elevar sem justa causa o preço de produtos ou
serviços;
11) deixar de estipular prazo para o cumprimento de
sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a
seu exclusivo critério;
12) aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do
valor legal ou contratualmente estabelecido.
DIREITO À PROTEÇÃO CONTRATUAL
Estabelece o art. 6º do CDC, em seu inciso V, que ao
consumidor é assegurada:
"a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas".
Este direito estabelece que, ocorrendo fatos
supervenientes ao acordo contratual, capazes de tornar
as prestações excessivamente onerosas ao consumidor,
poderá este pleitear a modificação dessas respectivas
cláusulas a fim de restaurar o equilíbrio contratual outrora
existente.
Destaca-se que este dispositivo é uma forma de relativizar a
cláusula contratual e de enfatizar a função social dos
contratos, garantindo com isso, o objetivo principal da Lei
Consumerista, qual seja, defender a parte vulnerável da
relação jurídica, buscando equilibrar a relação.
Ora, essa proteção contra a onerosidade excessiva aplica-se
também e principalmente, com relação aos contratos de
adesão.
DIREITO À PREVENÇÃO E REPARAÇÃO DE DANOS
De acordo com o art. 6º, inciso VI do CDC, é garantido ao
consumidor:
"a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos".
A reparação de danos deve se pautar tanto no prejuízo
sofrido pelo consumidor (material ou moral), como
também deverá revelar seu caráter punitivo e pedagógico
em relação ao fornecedor, evitando-se a prática das mesmas
condutas ilícitas reiteradas vezes.
DIREITO DE ACESSO AOS ÓRGÃOS DE DEFESA
Consoante o disposto no art. 6º, inciso VII do CDC, é direito
básico do consumidor:
“o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas
à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção
Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados.”
Este inciso destaca os meios oferecidos ao consumidor para
buscar a tutela Estatal:
Via Judiciário – JECs;
Via administrativa – Procon e Codecon;
Estes órgãos visam prevenir ou reprimir qualquer
descontentamento em decorrência da relação de consumo,
seja em razão da falsa expectativa do produto ou serviço ou
pela existência de vício ou defeito.
Dentre os mecanismos destaca-se a assistência jurídica
gratuita, representada pelas Defensorias Públicas.
DIREITO À INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
A inversão do ônus da prova a favor do consumidor
encontra-se no no art. 6º, inciso VIII:
“a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias
de experiências”.
Esta inversão foge a regra geral do Código de Processo Civil
que incumbe ao autor o ônus de provar o fato constitutivo de
seu direito e ao réu o de provar o fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor.
Esta inversão instituída pelo CDC representa um importante
mecanismo de proteção com intuito de restabelecer a
igualdade e o equilíbrio da relação processual, contempla
inclusive a vulnerabilidade do consumidor.
Esta inversão do ônus da prova visa facilitar a defesa do
consumidor em juízo, desde que, a critério do Juiz, forem
identificadas a verossimilhança e a hipossuficiência do
consumidor.
Portanto, a inversão do ônus não é inerente aos processos
que envolvem relação de consumo, tampouco obrigatória.
DIREITO À ADEQUADA E EFICAZ PRESTAÇÃO DOS 
SERVIÇOS PÚBLICOS
Aplicam-se aos serviços públicos – tanto aos prestados
pela Administração Pública, quanto por suas
concessionárias,– não só as normas de Direito
Administrativo (art. 37, §6º, da Constituição), mastambém o Código de Defesa do Consumidor.

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