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Aula - CRIME CONSTRANGIMENTO ILEGAL

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CONSTRANGIMENTO ILEGAL – Art. 146 
Monitoria dia 19
1. Objeto jurídico
· Tutela liberdade de escolha individual, no sentido mais amplo possível
· Crime é alguém te forçar a fazer algo ou não te deixar fazer que você não deseja 
· Não tem finalidade especifica de obter uma vantagem econômica (extorsão) 
2. Tipo objetivo
· Núcleo: constranger a fazer algo que a lei não te obriga fazer ou constranger a não fazer algo que a lei te permite
2.1. Meio de execução
· violência física (ex: agressão)
· Simples ameaça (grave o suficiente para que você não mude de ideia)
· Qualquer outro meio apto a interferir na formação de vontade da vitima (ex: uso de substâncias que causam alteração ou perturbação psíquica, que deixam mais suscetíveis a influencias externas)
· Discussão sobre hipnose: seria um meio apto ou não?
· Normalmente, a cosia que o agente esta te forçando a fazer é licita
· Se o agente te força a cometer um delito, é um crime especifico da Lei 9.455/97 (tortura) – forçar alguém a cometer um crime em seu lugar 
3. Sujeito Ativo
· Comum (qualquer pessoa)
4. Sujeito Passivo
· Em princípio é comum
· Mas tem que ser uma pessoa que tem capacidade de autodeterminação (não pode ser um bebe, ou alguém com incapacidade mental)
5. Subsidiariedade
· Constrangimento ilegal é meio de execução para alguns outros delitos (estupro, extorsão)
· É absorvido por crimes mais graves 
6. Elemento subjetivo 
· Dois elementos subjetivos: dolo e consciência de que aquilo que se exige que a vitima faça é algo ilegítimo (ilegitimidade da exigência)
· Só existe forma dolosa
· Ilegitimidade Absoluta: não tem nenhuma base que a sustente, não tem nem direito material (ex: marido que não deixa a esposa sair de casa porque ele é marido dela)
· Ilegitimidade Relativa: existe um direito, mas este não é exigível judicialmente (ex: dívida de jogo)
7. Consumação
· Se dá se a pessoa constrangida, de alguma forma, responde a esse ato de constrangimento (se ela muda sua forma de agir em razão do constrangimento sofrido)
· Se a pessoa simplesmente ignora = tentativa 
AMEAÇA – Art. 147 
1. Tipo Objetivo
· Tipo penal: ameaçar alguém 
· Ameaça pode ser de qualquer jeito 
· Delito de ameaça é geralmente absorvido pelo de constrangimento ilegal 
1.1. Elemento normativo: ameaça deve causar um mal injusto e grave
· Mal injusto: mal que não possui respaldo legal 
· Mal grave: deve ser efetivo (se a pessoa ignorar não é mal grave)
· Obs: Mal verossímil: possibilidade de o mal ser executado ou não?
· Discussão: depende não só da ameaça, mas também de quem é a vitima
· Mal inverossímil: pessoa baixinha quer bater numa pessoa gigante e gorda – não há possibilidade real da ameaça ser realizada, embora seja um mal injusto e grave 
· Quando uma pessoa poderosa no mundo do crime, consegue realizar a ameaça, ainda que não pessoalmente (a pessoalidade da execução da ameaça não é uma exigência)
2. Meios: qualquer meio, maior amplitude possível (importante é ter comunicação)
3. Sujeito Ativo: delito comum (qualquer pessoa)
· Obs: se quem está ameaçando é um servidor público – Abuso de autoridade (Lei 4891/65)
4. Sujeito Passivo:
· Alguém: há uma vitima determinada (seja uma pessoa ou um grupo de pessoas)
· Gritar que vai matar todo mundo – não é crime de ameaça 
· Vou matar sua filha – vitima: filha e a mãe e o pai 
· Obs: exaltação de ânimos: doutrina x jurisprudência
· Pessoas começam a discutir, aumentam o tom de voz e se ameaçam de morte
· Doutrina muito majoritária: exaltação de ânimos não é excludente de ilicitude (continua existindo ameaça)
· Jurisprudência: não há delito de ameaça, se a ameaça se dá no contexto de uma discussão (não há intenção real de levar a cabo a ameaça, foi falado no calor do momento)
5. Consumação 
· Consumação da ameaça: formal – basta que a ameaça seja feita, independentemente de qualquer desdobramento 
· Dificuldade de comprovação (as pessoas não saem ameaçando em público) 
6. Ação Penal 
· Publica condicionada a representação da vítima: polícia e o MP vão agir se a vítima solicitar
· Se a vítima não solicitar, eles estão impedidos de atuar 
SEQUESTRO OU CARCERE PRIVADO – Art. 148
1. Tipo objetivo: simples privação da liberdade de alguém, sem nenhuma finalidade especifica 
· O dolo é somente privar a liberdade da vitima 
· Finalidade não é relevante para a consumação do delito (ex: caso da Eloá) 
2. Sequestro x Cárcere privado: local – diferença doutrinaria 
· Sequestro: a vitima esta num local do qual ela não consegue sair, é isolado, mas lá ela tem liberdade de locomoção (caso Elisa Samudio)
· Cárcere privado: quando a vítima é mantida num espaço muito reduzido (quarto, freezer, guarda-roupa)
· Calculo de pena também é diferente: cárcere privado é mais agressivo (pena maior)
· Obs: consentimento do ofendido: afasta a ilicitude?
· Doutrina: sim – bem jurídico liberdade de locomoção é disponível 
· Problema: síndrome de Estocolmo (desenvolve afeição pelo sequestrador como mecanismo de defesa
· Jurisprudência: não 
3. Elemento subjetivo: dolo simples (a finalidade não importa)
4. Sujeito ativo: comum (qualquer pessoa)
· Se for servidor público – abuso de autoridade 
5. Sujeito passivo: comum (qualquer pessoa)
6. Consumação: legislação não define o tempo mínimo para ser considerado sequestro
· Jurisprudência: quando a liberdade da vitima for atingida por tempo relevante 
· Se a vitima consegue escapar, ainda que muito rápido: é tentativa de sequestro (cessação da privação de liberdade se deu contra a vontade do agente)
7. Formas qualificadas - §1º
a. Vítima 60 anos:
· Sumula 711 STF: se a pessoa faz aniversario de 60 anos no meio do sequestro – aplica a qualificadora para o crime inteiro (crime permanente)
b. Fraude enganando profissional de saúde: 
c. Periodo maior de 15 dias: maior risco de danos psciologicos 
d. Fins libidinosos: 
· Interpretação majoritária: sera qualificado se a pessoa que realiza os atos de natureza sexual não é a pessoa sequestradora (sequestro é para que um terceiro tenha relações sexuais com ela)
· Se o sequestrador é o estruprador = crime de estupro

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