Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SISTEMA ENDÓCRINO FUNÇÃO O Sistema endócrino, em conjunto com o sistema nervoso, regula e controla todas as funções do organismo. Os dois são os principais mecanismos de comunicação e coordenação do corpo. Entretanto, mesmo trabalhando em parceria, há diferenças entre eles, a exemplo de: • Sistema Nervoso: sua comunicação ocorre por sinais elétricos (impulsos nervosos); a informação é passada de forma rápida; seus efeitos são de curta duração. • Sistema Endócrino: sua comunicação ocorre por sinais químicos (hormônios); sua resposta ocorre de forma mais lenta; seus efeitos são mais duradouros. As glândulas endócrinas são responsáveis pela produção de hormônios e estão amplamente distribuídas pelo corpo. Essas não têm ductos, pois os hormônios fabricados são jogados diretamente na corrente sanguínea. Os hormônios são mensageiros químicos que influenciam/controlam as atividades de outros tecidos ou órgãos. O fato de serem jogados na corrente sanguínea ocorre para que seus efeitos possam chegar até os tecidos mais distantes. GLÂNDULAS Hipófise: também chamada de glândula pituitária ou adenohipófise. É uma glândula altamente vascularizada e constituída por tecido epitelial glandular. Sintetiza e libera oito hormônios, dentre eles: • FSH: hormônio estimulador do folículo – estimula o crescimento e a secreção de estrógenos nos folículos ovarianos e a espermatogênese nos testículos. • ICSH: hormônio das células intersticiais – secreta andrógenos (hormônios masculinos) através do testículo. • LH: hormônio luteinizante – realiza a secreção de progesterona pelo corpo lúteo. • MSH: hormônio estimulador de melanócitos – aumenta a pigmentação cutânea. • STH: somatotropina – controla o crescimento do corpo. • LTH: mamotropina – responsável pelo crescimento da mama feminina. • ACTH: adrenocorticotropina – secreta hormônios corticais da glândula supra-renal. • TSH: tirotropina – estimula a atividade da glândula tireoide. Neuro hipófise: constituída por tecido nervoso. Sintetiza dois hormônios (vasopressina e ocitocina) quando impulsos nervosos vão para o hipotálamo e estimulam a liberação desses na neuro hipófise. • ADH: vasopressina – antidiurético, responsável por controlar a absorção de água dos túbulos renais. • Ocitocina: promove a contração do músculo não estriado do músculo e da mama. Tireoide: altamente vascularizada, é localizada na região anteroinferior do pescoço (abaixo do pomo de adão – “gogó”). É constituída por dois lobos (direito e esquerdo) que são conectados entre si por um istmo, e é envolvida por uma cápsula de tecido conjuntivo. É responsável pela secreção e armazenamento de hormônios como: • T4: tiroxina – junto com o T3, regula o ritmo metabólico da célula. • T3: influencia no crescimento e no desenvolvimento do sistema nervoso e no ritmo cardíaco. • Calcitonina: responsável pelo controle dos níveis de cálcio no sangue. Usada para tratar doenças como a osteoporose, porque favorece o depósito desse mineral nos ossos. *Existem casos depressivos que têm relação com disfunção na tireoide. As vezes os sintomas depressivos desaparecem com o tratamento da tireoide (quando essa relação existe). Assim, caso haja suspeita de que a depressão é por disfunção tireoidiana, deve o psicólogo encaminhar o paciente para um endocrinologista, para que o seu trabalho (psicoterapia) seja feito em conjunto com o tratamento médico. A produção de hormônios pela tireoide é controlada por outra glândula, a hipófise ou pituitária, que está localizada no cérebro. Por sua vez, a hipófise é controlada por uma região cerebral chamada hipotálamo. O hipotálamo envia informações à hipófise, que controla a produção de T3 e T4 pela tireoide. Assim, o hipotálamo, a hipófise e a tireoide trabalham em conjunto na regulação da quantidade de hormônios tireoidianos presentes no organismo. Quando os níveis de T3 e T4 na circulação sanguínea estão baixos, o hipotálamo estimula a hipófise, que passa a secretar um hormônio estimulante da tireoide, chamado TSH. Na presença do TSH, a tireoide aumenta sua produção e os níveis hormonais voltam ao equilíbrio. De forma inversa, quando há muito T3 e T4 no sangue, o hipotálamo não estimula a hipófise que, por sua vez, não produz o TSH e, portanto, a tireoide não é estimulada. Alguns distúrbios podem afetar o funcionamento da tireoide, levando a uma produção excessiva ou deficiente de T3 e T4. O primeiro caso é chamado de hipertireoidismo, o segundo de hipotireoidismo. Paratireoides: estruturas ovoides ou lentiformes localizadas nas margens do lobo posterior da glândula tireoide. Secreta o hormônio paratireoideo (PTH), o qual controla o nível e distribuição de cálcio e fósforo (aumento dos níveis plasmáticos de cálcio e a diminuição dos níveis plasmáticos de fosfato). Os órgãos algo são os ossos, o trato digestório e os rins. Glândulas adrenais/suprarrenais: produzem hormônios que participam da regulação dos níveis de sódio, potássio e água do organismo, do metabolismo dos carboidratos e nas respostas do corpo em situação de stress. Existem duas, mas que realizam a mesma função. • São divididas em duas partes, a interna (medula) e a externa (córtex). • Parte interna: secreta hormônios, como as catecolaminas, nas quais a norepinefrina (noradrenalina) e a epinefrina (adrenalina) fazem o controle da pressão arterial, da frequência cardíaca e respiratória, da digestão e do suor e das atividades reguladas pelo sistema nervoso simpático. • Parte externa: tem um aspecto amarelado pela presença do colesterol. Secreta hormônios corticosteroides (cortisona e cortisol), hormônios sexuais (testosterona) e mineralocorticoides (aldosterona). o Cortisona e cortisol: resposta ao estresse e regulação do metabolismo. o Aldosterona: controle da pressão arterial e das concentrações de sódio e potássio no organismo e estimulação da síntese de andrógenos (testosterona e hormônios similares). Pâncreas: é um órgão alongado localizado na parte superior do abdome. Secreta dois hormônios: a insulina e o glucagon (fazem feedback negativo). • Insulina: diminui os níveis de glicose através do aumento do transporte de glicose do sangue para o interior das células ou estimula as células a queimar glicose como combustível. • Glucagon: aumenta os níveis de glicose através da conversão de glicogênio em glicose no fígado ou da conversão de proteínas em glicose. Ovários: produz o estrógeno e a progesterona que atuam no desenvolvimento e funcionamento dos órgãos genitais e na expressão das características sexuais femininas, como surgimento das mamas, distribuição da gordura nos quadris e coxas e de pelos em áreas específicas do corpo. Testículos: secreta a testosterona, responsável pela maturação dos espermatozoides e pela expressão de características sexuais masculinas, como crescimento do musculoesquelético, dos pelos e aumento da laringe, acompanhado pela alteração na voz. Timo: amadurece os linfócitos imaturos, transformando-os em linfócitos T (defesa do organismo). Glândula pineal: altera a atividade da adeno-hipófise, da neuro-hipófise, do pâncreas endócrino, das paratireoides, do córtex e medula da glândula suprarrenal e das gônadas (ovário e testículo). Secreta a melatonina, responsável pelo ciclo sono-vigília. Secreções pineais alcançam as células-alvo via líquido cérebro-espinhal ou através da corrente sanguínea. EIXO HIPOFISÁRIO Também chamado de “eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal”, pois essas estruturas têm estreita relação. O cérebro atua sobre o hipotálamo: os estímulos que nós recebemos são captados pelo hipotálamo, que funciona como uma antena que produz efeito em relação a produção do hormônio GnRH, o qual atua sobre a hipófise/glândula pituitária. Essa glândula produz hormônios como o LH, FSH, que por exemplo, influenciam nas gônadas. OCITOCINA ERELACIONAMENTOS HUMANOS A ocitocina, ou “hormônio do amor”, é um neurotransmissor natural produzido pelo hipotálamo e liberado a partir da neuro hipófise. É conhecida como “hormônio do amor”, pois está relacionada com as emoções, fortalecendo os vínculos. Assim, tem papel fundamental nas relações interpessoais. Promove sentimentos de união, bem-estar, empatia e confiança. Nos bebês prematuros, o contato com os pais faz aumentar os níveis de ocitocina, ajudando a diminuir o risco de atrasos no desenvolvimento neurológico. Quando a ocitocina aumenta, os níveis de cortisol (hormônio do estresse) diminuem. É considerada como neurotransmissor, pois age como um mensageiro, levando mensagens para diversas partes do nosso organismo. A produção de ocitocina pode ocorrer por meio de: trabalho de parto, amamentação, contato físico, abraço, sexo, atividade física, alimentação balanceada etc. Solidão, estresse, ansiedade, depressão, sedentarismo, hábitos como fumar, beber, açúcares e carboidratos em excesso fazem diminuir os seus níveis. A adrenalina antagoniza a ação da ocitocina, desencadeando medo, estresse e ansiedade. RESPOSTA DO CORPO AO ESTRESSE O hipotálamo capta as informações provenientes do córtex (que processou os estímulos recebidos do ambiente) e produz o CRH, o qual estimula a hipófise que libera o ACTH (hormônio adrenocorticotrópico) que atua na glândula suprarrenal que produz o cortisol (hormônio do estresse). O estresse impacta o sistema imune, digestório etc. A condição permanente de estresse causa grandes consequências no corpo. HORMÔNIOS SEXUAIS Ciclo ovariano: diz respeito ao processo de amadurecimento da célula que dá origem ao óvulo. O útero se prepara mensalmente para engravidar. Assim, produz o endométrio responsável pela implantação do ovo-zigoto (célula fecundada). Se a mulher engravidar, o endométrio permanece e se desenvolve. Caso não ocorra gravidez, ele se descama, ocorrendo a menstruação (decorrente da queda dos níveis de estrógeno e progesterona). O ciclo dura em média 28 dias. Etapas: 1. A liberação de FSH estimula o desenvolvimento folicular. 2. O folículo libera estradiol (um dos estrógenos). 3. O estradiol, em seu nível máximo, inibe o FSH e ocorre o pico do LH. 4. O pico de LH promove a ovulação/rompimento do folículo (mais ou menos no 14º dia) – 80% de chance de engravidar. *Esse décimo quarto dia diz respeito ao dia 14 antes do primeiro dia do ciclo. 5. Forma-se o corpo lúteo que libera estrógeno e progesterona. *O endométrio se forma com a presença do estrógeno e se mantém devido a progesterona. 6. A progesterona inibe o LH. 7. Ocorre a retração do corpo lúteo que diminui a liberação de estrógeno. e progest. – TPM. 8. Novo ciclo – 1º dia da menstruação. Gravidez: o endométrio libera HCG (exclusivo da gestação) que mantém altos os níveis de estrógeno e progesterona, pois se esses níveis caírem, a mulher menstrua e o embrião é mandado para fora do corpo. Endometriose: formação do endométrio fora do útero. Esse endométrio, mesmo estando no local errado, sofre a ação dos hormônios, ficando espesso e depois afinando, o que causa um sangramento fora do local correto (que seria a menstruação). Causa problemas para conseguir engravidar (mas não é impossível que engravide). Síndrome do ovário policístico: síndrome que apresenta alguns sintomas, dentre eles: acne, queda de cabelo, pelos em excesso, ciclo menstrual irregular etc. Para ser considerada como detentora da síndrome, a mulher precisa se encaixar em 02 de 03 critérios. • Critérios: cistos nos ovários, hiperandrogenismo clínico/laboratorial (excesso de produção de hormônios) e alterações na menstruação. • Como necessita de apenas dois critérios, as vezes a mulher nem apresenta cistos, mas tem a síndrome. E, as vezes a mulher tem apenas os cistos, não tendo a SOP. Ovário policístico: envolve a presença de cistos no ovário. O cisto ovariano é uma coleção de líquido envolta por uma fina membrana no interior de um ou ambos os ovários. Os sintomas podem ser parecidos com os da SOP, mas a síndrome envolve muito mais. • Os ovários produzem e liberam os folículos para serem fecundados. Entretanto, no ovário policístico tais folículos não são liberados, fazendo com que fique com vários cistos. Hormônios masculinos: a hipófise produz o FSH e o LH que atuam nos testículos estimulando a produção de testosterona e controlando a produção de espermatozoides. Os testículos produzem a testosterona que atua no sistema reprodutor, induzindo o amadurecimento dos órgãos genitais, promovendo o impulso sexual e controlando a síntese de espermatozoides. Além disso, a testosterona estimula órgãos diversos, o que faz com que as características sexuais secundárias apareçam. Andropausa: decorre da diminuição da produção da testosterona, atingindo os homens a partir dos 50 anos. Alguns dos sintomas são: ondas de calor, suores e sensação de frio, diminuição da massa muscular, aumento da gordura corporal, diminuição do desejo sexual, problemas de memória, mau humor, desânimo etc. O homem se mantém produzindo seu principal hormônio sexual por mais tempo que a mulher. Ou seja, a menopausa chega antes da andropausa.
Compartilhar