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EIXO HIPOTÁLAMO- HIPOFISÁRIO UNICID CURSO DE ENFERMAGEM Profa. Arlete Stucchi HIPOTÁLAMO Corresponde a uma pequena área no SNC responsabilizada por fenômenos vitais dentro do organismo. Abaixo do hipotálamo encontramos a glândula Hipófise HIPÓFISE HIPOTÁLAMO HIPOTÁLAMO É responsável pelo comando da endocrinologia em geral, exercendo sua ação direta sobre a hipófise e indireta sobre outras glândulas tais como adrenal, gônadas, tireóide, mamárias, e ainda sobre vários tecidos orgânicos (muscular, ósseo, vísceras) pois possui células sensíveis aos níveis circulantes de esteróides, glicocorticóides, T3, T4, e outros hormônios, sendo assim capaz de regular a secreção destes através de um mecanismo de feedback negativo. HIPOTÁLAMO Também age sobre a regulação do metabolismo em geral através dos vários centros que influenciam no sono/vigília, fome, e sede entre outras, a partir da sensibilização dos diferentes receptores que despolarizam quando da composição alterada do sangue, da temperatura, etc. HIPÓFISE A glândula Hipófise está dividida em duas regiões: Neurohipófise ou hipófise posterior Adenohipófise ou hipófise anterior ADENOIPÓFISE NEUROIPÓFISE Neuroipófise A Neuroipófise é uma extensão das células que compõem o hipotálamo. Seus hormônios são produzidos no hipotálamo e armazenados e secretados na neurohipófise, sendo eles: Hormônio Antidiurético (ADH) ou vasopressina: Ocitocina NEUROIPÓFISE HIPOTÁLAMO Hormônio Antidiurético (ADH) ou vasopressina: A VASOPRESSINA (ADH) é um hormônio polipeptídico. Controla a taxa de excreção de água na urina, ajudando assim a controlar a quantidade de água nos líquidos do organismo. O hormônio anti-diurético também apresenta o nome de vasopressina devido a sua capacidade de aumentar a pressão arterial em virtude do efeito vasoconstritivo. A vasopressina também está envolvida no funcionamento do reconhecimento social, sendo que a infusão de vasopressina no cérebro pode prolongar a duração da memória de reconhecimento social Hormônio Antidiurético (ADH) ou vasopressina: O estímulo para a liberação gera um estímulo nervoso que se propaga ao longo dos axônios do Hipotálamo, chegando à Neuroipófise e liberando o ADH no sangue. O ADH age nos túbulos renais e nos vasos sanguíneos. NEUROIPÓFISE HIPOTÁLAMO LIBERAÇÃO DE ADH PARA CIRCULAÇÃO CONTROLE DA SECREÇÃO DE ADH Num dia muito quente, por exemplo, o suor faz com que você perca água, aumentando a concentração de sais de seu plasma. Os osmoceptores enviam a informação para o Hipotálamo, que faz com você sinta sede. A função da sede é fazer com que você inicie um comportamento exploratório, no sentido de encontrar água. Ao mesmo tempo, na eventualidade de você não encontrar água (imagine o mesmo estímulo em um leão, no meio da savana africana), o Hipotálamo faz com que a Neuroipófise secrete Hormônio Anti- Diurético (ADH), que vai agir nos rins, produzindo reabsorção de água (SERÁ EXPLICADA EM SISTEMA URINÁRIO) , reduzindo a produção de urina (diurese), de modo a economizá-la. Caso você beba água, a concentração de sais em seu plasma se reduz, e o Hipotálamo, ao perceber isso, faz com que a Neuroipófise pare de secretar ADH. SEDE Hipótálamo recebe a informação Aumento da concentração iônica plasmática Reabsorção de água nos rins Redução da concentração iônica plasmática Ingestão de água NEUROIPÓFISE secreta ADH f FEEDBACK NEGATIVO SEDE Hipótálamo recebe a informação Aumento da concentração iônica plasmática Reabsorção de água nos rins Redução da concentração iônica plasmática Ingestão de água NEUROIPÓFISE secreta ADH f FEEDBACK NEGATIVO - - Diabetes insipidus Diabetes insípidus constitui no aumento da diurese (diabetes) devido a um aumento na excreção de água pelos rins. Pode ter origem Central quando a Hipófise reduz a produção de ADH, devido a causas desconhecidas, a traumatismos na cabeça, a tumores na hipófise ou devido a complicações em neurocirurgias, ou causas nefrogênicas, quando ocorre resistência do tecido renal ao ADH devido a toxicidade por lítio, doença renal,hipocalemia, gravidez, medicamentos. Diabetes insipidus - causas Redução da secreção de ADH Hipófise Hormônio antidiurético Hipófise Hormônio antidiurético Causas: Idiopática Traumatismo craniano Tumor da hipófise neurocirurgia Causas: Toxicidade por litio Doença renal Hipocalemia Gravidez medicamentos Nefrogênica Central Resistência do rim ao ADH Ocitocina Produzido pelo hipotálamo e armazenado na neuroipófise. Existem receptores sensoriais em diversos locais do corpo, incluindo o sistema cardiovascular. Ocitocina A ocitocina age como um neurotransmissor. A ocitocina possui importância fundamental no trabalho de parto e na ejeção do leite. A ocitocina atua no trabalho de parto estimulando as contrações uterinas, bem como promove a dilatação do canal vaginal e afastamento da sínfise púbica. A sucção promovida pelos bebê na auréola do seio da mãe também promove a liberação da ocitocina, que tem como função ajudar na secreção do leite. Ocitocina A ocitocina é também muito conhecida como o “hormônio do amor” e “hormônio da ligação”. Estudos mostram que o hormônio está relacionado ao comportamento social de diversos mamíferos, e pesquisadores sugerem que ele também nos influencia de modo semelhante. Parceiros estáveis e que são satisfeitos têm níveis de ocitocina mais alto. Este hormônio é liberado quando ocorre orgasmo durante o ato sexual em homens e mulheres. Controle da secreção: Ocitocina A ocitocina é liberada na hora do parto, por estímulos ainda não bem entendidos. Após o parto, ao levar o bebe ao seio para amamentá-lo, a sucção é percebida por nervos, comunicam essa sensação ao hipotálamo. O hipotálamo faz com que a Neuroipófise secrete ocitocina, que vai provocar contração da musculatura associada às glândulas mamárias, provocando a ejeção do leite. Importante: a ocitocina apenas provoca a ejeção do leite, a produção do leite é controlada pelo hormônio prolactina, que estudaremos em Adenoipófise. Controle da secreção: Ocitocina Uma vez que o Hipotálamo faz parte do Sistema Nervoso (sempre é bom enfatizar isso), após algum tempo de amamentação o choro do bebe faz com que esse processo se inicie. As mães que trabalham fora também já perceberam que, se acostumaram o bebe com um horário de amamentação (de 3 em 3 horas, por exemplo), exatamente nesse horário o seio começa a “pojar” (liberar leite), provando que se produziu um ritmo interno da secreção de ocitocina. NEUROIPÓFISE secreta OCITOCINA Ejeção de leite Controle da secreção: Ocitocina Hipótálamo recebe a informação Ritmo Choro do bebê Adenohipófise Ao contrário da Neurohipófise, a Adenohipófise produz seus próprios hormônios, mas sua secreção é controlada pelo Hipotálamo (também considerado glândula endócrina). O Hipotálamo secreta hormônios ou fatores liberadores e hormônios ou fatores inibidores de liberação. HIPOTÁLAMO HIPOTÁLAMO ADENOIPÓFISE Hipotálamo e Adenohipófise estão ligados pelo sistema hipotalâmico-porta- hipofisário . O sangue passa pelo Hipotálamo primeiro, levando seus hormônios para agir sobre a Adenohipófise. HIPOTÁLAMO libera fatores de liberação (RF) ou inibição(IH) ADENOIPÓFISE Libera seus hormônios, que caem na circulação e vão agir nos órgãos-alvo Circulação sanguínea FATORES DE LIBERAÇÃO sinalizam para ADENOIPÓFISE HIPOTÁLAMO . Tal sistema tem como finalidade conduzir certas substâncias do hipotálamo para a hipófise no sentido de controlar esta última. Essas substâncias, são chamadas de Fatores de Liberação (R.F = Releasing Factor) ou de Inibição (IH = Inhibitting Hormone) e tem como finalidade regulara liberação dos hormônios da Adenoipófise Os hormônios controladores da hipófise são uma forma especial de integrar os sistemas nervoso e endócrino, dando origem ao que se denominou neuroendocrinologia. Hormônios da Adenohipófise Hormônios: Hormônio de crescimento (GH) Prolactina Hormônio tireoestimulante (TSH) Hormônio Adrenocorticotráfico (ACTH) Gonadotrofinas (FSH e LH ou ICSH) Hormônio de crescimento (GH) ou somatotrofina ou H. somatotrófico – Funções O hormônio do crescimento exerce seus efeitos diretamente sobre quase todos os tecidos do corpo humano. Ele provoca o crescimento de quase todos os tecidos do corpo que são capazes de crescer; realizando o aumento de tamanho das células e o aumento do número de mitoses. O GH promove uma multiplicação e uma diferenciação específica de alguns tipos celulares, tais como as células de crescimento ósseo e células musculares iniciais. Funções do GH Aumento da síntese protéica (especialmente nos músculos e ossos): Aumento da utilização de gordura por parte das células para gerarem energia, além de uma maior demanda de ácidos graxos dos tecidos adiposos para que estes sejam utilizados pelas células; Reduz o consumo de glicose hepática (efeito oposto da insulina); aumentando a concentração sanguínea de glicose (“Diabetes hipofisário”). (efeito diabetogênico). Retenção de sódio e eletrólitos; Aumento da absorção intestinal e eliminação renal de cálcio. Regulação da secreção do hormônio do crescimento A secreção do GH é controlada por dois fatores secretados no hipotálamo que são levados para a hipófise anterior através do sangue. São o hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) e o hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH ou somatostatina SST). Um feedback negativo faz o controle da secreção do hormônio do crescimento. Outros fatores inibidores da liberação do GH são os carboidratos provenientes da dieta e os glicocorticóides. Regulação da secreção do hormônio do crescimento Estímulos à secreção do Gh são: o jejum (especialmente com a deficiência de proteínas grave); a hipoglicemia, a baixa concentração de ácidos graxos livres no sangue; o sono profundo, a testosterona e o estrogênio; o exercício moderado, a excitação, o estresse e o trauma estimulam a secreção do GH. Funções e regulação do GH SONO HIPOGLICEMIA ESTRESSE OSSOS ↑captação aminoácidos ↑ síntese protêica ↑ síntese de DNA e RNA ↑ síntese de colágeno ↑ tamanho e número de células MÚSCULOS ↑captação aminoácidos e glicose ↑ síntese protêica LIBERA GHRH (liberação) ESTIMULA ADENOIPÓFISE A SECRETAR GH TECIDO ADIPOSO ↓captação De glicose ↑ lipólise Hipótálamo recebe a informação G H + ↑GH CIRCULANTE Funções e regulação do GH SONO HIPOGLICEMIA ESTRESSE OSSOS ↑captação aminoácidos ↑ síntese protêica ↑ síntese de DNA e RNA ↑ síntese de colágeno ↑ tamanho e número de células MÚSCULOS ↑captação aminoácidos e glicose ↑ síntese protêica LIBERA GHRH (liberação) ESTIMULA ADENOIPÓFISE A SECRETAR GH TECIDO ADIPOSO ↓captação De glicose ↑ lipólise Hipótálamo recebe a informação G H + ↑GH CIRCULANTE ENVELHECIMENTO DOENÇA ↑GLICEMIA LIBERA GHIH (inibição) INIBE A LIBERAÇÃO DE GH PELA ADENOIPÓFISE - Disfunções do GH -Gigantismo: excesso de produção de GH antes da puberdade; -Acromegalia: excesso de produção de GH após a puberdade -Deficiência de Hormônio de crescimento (DGHA) Acromegalia e Gigantismo As manifestações clínicas de acromegalia e gigantismo decorrem devido ao excesso da GH, resultante de do adenoma (tumor) hipofisário , sendo que pode ocorrer secreção ectópica (fora da hipófise) da GHRH em tumores carcinóides ou das ilhotas de langerhans no pâncreas. Acromegalia Sintomas da Acromegalia: face acromegálica com crescimento ósseo localizado e excessivo do crânio e da mandíbula; aumento das extremidades (dedos em “salsicha”); Gigantismo O gigantismo apresenta manifestações idênticas à acromegalia, sendo que ocorre em crianças e adolescentes. Pacientes com gigantismo poderão vir a desenvolver acromegalia, se a hipersecreção da GH persisitir na idade adulta ou se não for tratada. Acromegalia e gigantismo O Tratamento tem por objetivo reduzir ou controlar o crescimento do tumor, inibindo a hipersecreção de GH. Tratamento cirúrgico é ideal para microadenomas, macroadenomas não invasivos ou quando o tumor comprime outros órgãos vitais. A radioterapia é uma opção para diminuir o tamanho dos tumores de maiores dimensões, contudo está associada a aumento da mortalidade. A terapia farmacológica primária é importante para pacientes que se encontram numa fase avançada da doença. São administrados: agonistas dopaminérgicos, análogos de SST (somatostatina) e antagonistas do receptor de GH. CLASSIFICAÇÃO DA DEFICIÊNCIA DE HORMÔNIO DE CRESCIMENTO (DGHA) A DGHA pode ter tido início na infância (DGHA-I) ou se desenvolver na vida adulta (DGHA-A). Ela pode ser isolada DGHA (DGHA isolada) ou ser associada à deficiência de outros hormônios hipofisários (DGHA combinada). Por meio dos testes de estímulo para GH, pode-se classificá-la em DGHA parcial ou grave. CLASSIFICAÇÃO DA DEFICIÊNCIA DE HORMÔNIO DE CRESCIMENTO A DGHA pode ser de origem hipofisária, hipotalâmica ou ambas. Em relação às suas causas, podemos citar: -as neoplasias da região hipotálamo-hipofisária (adenomas hipofisários, craniofaringeomas, meningeomas etc.) e/ou seus tratamentos (cirurgia, radioterapia) permanecem como as causas mais prevalentes. - O tratamento desses pacientes tem sido realizado mediante reposição hormonal com GH recombinante humano (hrGH), com bons resultados. Prolactina (PRL) ou Hormônio Lactogênico Promove a produção do leite pelas glândulas mamárias; Promove a inibição do Fator de liberação de gonadotrofinas hipotalâmico, podendo bloquear a ovulação. Regulação da secreção de Prolactina: Na mulher que não está amamentando Normalmente o Hipotálamo está, constantemente, liberando Fator de Inibição da Prolactina (PRLIH). Desta maneira, a Adenoipófise está inibida com relação a esse hormônio, e a mulher não produz leite. Regulação da secreção de Prolactina: Na mulher que está amamentando Durante a amamentação, a sucção do bebe é percebida por nervos, que comunicam essa sensação ao hipotálamo. Dessa maneira o Hipotálamo é inibido, e pára de secretar Fator de Inibição, permitindo que a Adenoipófise libere prolactina, que agirá sobre as glândulas mamárias, estimulando a produção de leite. Durante algum tempo em que a mulher estiver amamentando o Hipotálamo continuará inibido, mas a duração dessa inibição varia de mulher para mulher. Regulação da secreção de Prolactina: ADENOIPÓFISE NÃO SECRETA PROLACTINA Hipótálamo recebe a informação e libera fator de inibição PRLIH Regulação da secreção de Prolactina: ADENOIPÓFISE SECRETA PROLACTINA Hipótálamo recebe a informação e PÁRA DE LIBERAR fator de inibição PRLIH - PRODUÇÃO DE LEITE HORMÔNIOS DA ADENOIPÓFISE Tireotrofina ou hormônio Tireo-estimulante (TSH) Estimula a glândula tireóide a secretar T3 e T4. A regulação da secreção desse hormônios será discutida quando discutirmos a glândula tireóide. LARINGE GLÂNDULA TIREÓIDE TRAQUÉIA Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) Estimula a secreção dos hormônios do córtex da glândula adrenal, em especial o cortisol. A regulação da secreção desse hormônios será discutida quando discutirmos a glândula adrenal. HORMÔNIOS DA ADENOIPÓFISE GLÂNDULAS ADRENAIS Hormônios gonadotróficos ou gonadotrofinas: São os hormônios folículo- estimulante (FSH) e Luteinizante (LH) ou estimulador das células intersticiais (ICSH), O FSH estimula o desenvolvimento dos óvulos nas mulheres e dos espermatozóides, noshomens. O LH (juntamente com o FSH) determina a ovulação nas mulheres e a secreção de hormônios sexuais nas mulheres e nos homens. HORMÔNIOS DA ADENOIPÓFISE TESTÍCULOS OVÁRIO PROLACTINA GONADOTRÓFICO TIREOTRÓFICO ADRENOCORTICOTRÓFICO GH ANTIDIURÉTICO OCITOCINAA HIPOTÁLAMO neurossecreção ADENOIPÓFISE lobo anterior NEUROIPÓFISE lobo posterior Glândula mamária produção de leite gônadas Glândula tireóide Supra-renal Osso (crescimento) Néfron Reabsorção de água Contrações do útero Glândula mamária expulsão de leite Eixo Hipotálamo-Hipofisário Bibliografia GUYTON, A.C. e HALL, J.E. Fisiologia Humana e mecanismos das doenças. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. HERLIHY, B. e MAEBIUS, N.K. Anatomia e Fisiologia do corpo humano saudável e enfermo. Barueri: Manole, 2000. JACOB, S.W.; FRANCONE, C.A. e LOSSOW, W.J. Anatomia e Fisiologia Humanas. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990 NETTER, F.H. Atlas de anatomia humana. 2ª. ed.Porto Alegre: Artmed, 2000.
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