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ADI (Ação Declaratória de Inconstitucionalidade) - Caso concreto 07

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE COMÉRCIO, inscrita no CNPJ nº..., 
com sede na rua ..., bairro ..., cidade ..., estado ..., CEP ..., representada por seu 
Presidente..., nacionalidade ..., inscrito no CPF sob o nº ..., residente e domiciliando na 
rua ..., bairro ..., cidade ..., estado ..., CEP ..., por seu advogado com poderes especiais, 
conforme procuração em anexo, com endereço profissional na rua..., bairro ..., cidade..., 
estado..., endereço eletrônico ..., onde recebera as intimações, vem com fulcro no Art. 
102, inciso I, “a” e “p” da CF e Art.1º da lei 9868/99 e demais pertinentes a matéria, 
propor: 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR 
 
pelo rito especial da Lei nº 9.868/99, em face NORMA nº ..., tendo como 
responsáveis pela aprovação e promulgação do ato impugnado o GOVERNADOR DO 
ESTADO KWY e ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO KWY esperando 
que seja recebida e, seguindo as formalidades de estilo do Regimento Interno do STF, 
seja distribuído em conformidade com seu artigo 66, e ao final declarada a 
inconstitucionalidade do referido dispositivo, pelos fatos e fundamentos a seguir: 
 
 
I – DOS FATOS 
O Estado KWY editou norma determinando a gratuidade dos estacionamentos 
privados vinculados a estabelecimentos comerciais, como supermercados, 
hipermercados, shopping centers. 
A referida norma estabeleceu também a imposição de multas pelo 
descumprimento e gradação nas punições administrativas, além de delegar ao PROCON 
local a responsabilidade pela fiscalização dos estabelecimentos relacionados no 
instrumento normativo. 
No entanto, resta evidente que tal norma viola expressamente o que é 
preconizado pela Constituição Federal, a matéria em comento é reservada a competência 
privativa da União, razão pela qual não resta outra alternativa aos estabelecimentos a 
propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade através da entidade que lhes 
representa, qual seja Confederação Nacional do Comércio. 
 
 
II – FUNDAMENTOS 
1) DO CABIMENTO 
Como cediço, é cabível ação direta de inconstitucionalidade contra lei ou ato 
normativo estadual ou federal contrário à Constituição da República (artigo 102, I, “a”), 
abrangendo tanto vícios formais, quanto vícios materiais. 
No caso sob exame, convém ainda registrar que se trata de Diploma Legislativo 
posterior à promulgação da Constituição Federal, razão pela qual resta atendido o 
princípio da contemporaneidade entre o ato atacado e o parâmetro constitucional 
indicado. 
Deste modo, não há dúvida em relação à adequação da via eleita pelo Requerente. 
 
2) DA LEGITIMIDADE 
A legitimidade ativa da Confederação Nacional do Comércio para a propositura 
da presente encontra assento artigo 103, IX, CRFB/88 e artigo 2º, IX, da Lei nº 9.868/99, 
salientando-se que esta confederação demonstra possuir pertinência temática ao caso, 
considerando que se trata de direito à propriedade privada e livre iniciativa no exercício 
de atividade de toda categoria do comércio, direito esse que não pode ser exercido em 
razão da edição da norma questionada. 
 
3) DA COMPETÊNCIA 
Na forma do artigo 102, I, a, CRFB/88 é de competência originária do STF o 
processamento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo federal ou estadual. 
Ressalta-se que se trata de norma editada pelo Estado KWY, uma vez aprovado 
pela Assembleia Legislativa vem gerando efeitos sobre os estabelecimentos comerciais 
do estado, razão pela qual, dúvida não há quanto a competência originária do STF na 
presente ação. 
 
 
III – DO DIREITO 
Verificando a edição da norma que determina a gratuidade dos estacionamentos 
privados vinculados aos estabelecimentos comerciais acima mencionados, a 
Confederação Nacional do Comércio evidenciou a pertinência temática para propositura 
da presente ação, já que a violação aos fundamentos constitucionais com a edição de tal 
norma atinge a categoria do Comércio, sendo a requerente parte legitima para a 
propositura da referida ação, conforme disposto pelo Art. 108, inciso IX da CF. 
De acordo com o Art.22, inciso I da CF, compete originariamente à UNIÂO 
legislar sobre direito civil, sendo certo que a edição da norma pelo Estado viola a 
competência legislativa, pois interfere diretamente no direito de propriedade privada, 
resguardada pelo Art.5º, inciso XXII da CF. 
Não restam dúvidas de que ao determinar a gratuidade dos estacionamentos o 
ato normativo adentra no direito de propriedade, e portanto, o fundamento constitucional 
para a propositura da ADI encontra assento na invasão de competência para legislar sobre 
matéria devida à União. 
Ademais o Art. 170 da CF, estabelece que a todos é dado o direito de exercer 
atividade econômica, sendo princípio constitucional à livre iniciativa ao trabalho e a 
atividade econômica. Logo qualquer norma que retire do indivíduo sem justo motivo o 
exercício de iniciativa viola norma constitucional, o que deve ser revisto por este Egrégio 
Tribunal. 
Nese sentido segue jurisprudência: 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 
ESTADUAL. ESTACIONAMENTO EM LOCAIS PRIVADOS. 
COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO ART. 22, I DA 
CONSTITUIÇÃO. Esta Corte, em diversas ocasiões, firmou 
entendimento no sentido de que invade a competência da União 
para legislar sobre direito civil (art. 22, I da CF/88) a norma 
estadual que veda a cobrança de qualquer quantia ao usuário pela 
utilização de estabelecimento em local privado (ADI 1.918, rel. 
min. Maurício Corrêa; ADI 2.448, rel. Min. Sydney Sanches; ADI 
1.472, rel. min. Ilmar Galvão). Ação direta de 
inconstitucionalidade julgada procedente. 
(STF - ADI: 1623 RJ, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Data 
de Julgamento: 17/03/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 
DJe-072 DIVULG 14-04-2011 PUBLIC 15-04-2011 EMENT VOL-
02504-01 PP-00011) 
O Professor José Afonso da Silva, em seu curso de Direito Constitucional 
Positivo ensina: 
 
“à liberdade de iniciativa envolve a liberdade de indústria e 
comércio ou liberdade de empresa e a liberdade de contrato.” 
 
Portanto, deve ser declarada a inconstitucionalidade da norma, com efeitos ex 
tunc, sendo consequência lógica do Estado Democrático do Direito, alicerçado na 
Supremacia da Constituição, não merecendo, portanto, por todos os motivos expostos a 
modulação dos efeitos da decisão que de deseja. 
 
 
DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR 
No caso em questão, presentes estão os requisitos para a concessão da medida, 
conforme preceitua o Art.10 da lei 9868/99. 
O fumus boni iuris reside no fato de que o ato normativo interfere diretamente 
no direito à propriedade privada, violando competência privativa da União. 
O periculum in mora pode ser constatado no perigo iminente de aplicação de 
multa e gradação administrativa da punição pelo órgão fiscalizador, bem como, no 
prejuízo monetário aos estabelecimentos comerciais que sejam sujeitos à lei. 
 
 
IV – DOS PEDIDOS 
Diante todo o exposto, requer: 
1) Que seja concedida medida cautelar para suspender o ato normativo nº..., 
editado pelo estado KWY, até o julgamento em definitivo da presente ação; 
2) A notificação do governador do Estado KWY e da Câmara do Estado KW
Y, para que prestem informações na forma do artigo 6º e parágrafo único, da 
Lei nº 9.868/99; 
3) A oitiva do Advogado-Geral da União para a defesa da norma; 
4) A oitiva do Procurador-Geral da República; 
5) A procedência do pedido, confirmando a cautelar deferida, com a declaração 
de inconstitucionalidade da norma nº ... com efeitos ex tunc, erga omnes e 
vinculante; 
6) Requer a produção de provas das provas admitidas em direito na forma do 
artigo 3º, paragrafo único da Lei 9.868/99, em especial documental. 
 
 
DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). 
 
 
Nestes termos,Pede deferimento. 
 
 
Local, Data... 
 
 
Advogado 
OAB/UF nº

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