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CLARETIANO – REDE DE EDUCAÇÃO WALQUÍRIA DA SILVA BUARQUE RA8132652 Currículo e Avaliação da Educação CURRÍCULO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PORTFÓLIO - CICLO 3 SERRA TALHADA 2021 1-Considerando que, na “Educação Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as interações e as brincadeiras, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se” (BRASIL, 2020). Pesquise dois artigos publicados nos anos de 2019 e/ou 2020 que tratam da organização curricular da Educação Infantil na BNCC. Faça uma análise sobre cada um deles. A organização Curricular para a Educação Infantil na BNCC vem estruturada por cinco campos de experiências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento (BRASIL, 2017). Para que esses direitos sejam respeitados, dentro da proposta pedagógica, a BNCC propõe que sejam trabalhados a partir de dois eixos estruturantes: o brincar e as interações, sendo articulados dentro dos cinco campos de experiências, a saber: o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, sons, cores e formas; escuta, fala, pensamento e imaginação; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações que, por sua vez, são ligados às dez competências gerais que deverão ser atingidas até o final da Educação Básica, mas que já podem ser trabalhadas desde a Educação Infantil. Assim, ao conceber um currículo pautado nas experiências de meninos e meninas, a área da Educação Infantil evidencia que as necessidades das crianças, conforme Sacristán (200o, p.42), “tanto do ponto de vista de seu desenvolvimento quanto de sua relação com a sociedade passam a ser pontos de referência dos projetos educativos”. Trata-se, portanto, de um arranjo curricular que considera a relevância da experiência social dos indivíduos para a organização das práticas pedagógicas, possibilitando a recriação da vida cultural em termos de vivências que sejam potencialmente educativas.Esta proposta de trabalhar os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, ligados aos dois eixos estruturantes do brincar e as interações, articulados com os cincos campos de experiências, rompe com a perspectiva de um currículo baseado nos conhecimentos das disciplinas e valoriza a estrutura de um currículo espelhado na criança, nas suas experiências, no que ela precisa vivenciar desde a Educação Infantil até o final da Educação Básica, servindo-lhe de alicerce para o seu desenvolvimento integral (BRASIL, 2017) 2-Entendendo que as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos (Resolução CNE/CEB nº 7/2010), sinalizam os desafios à elaboração de currículos para essa etapa de escolarização, de modo a superar as rupturas que ocorrem na passagem não somente entre as etapas da Educação Básica, mas também entre as duas fases do Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais. Como está estruturada a BNCC do ensino fundamental? A BNCC para o ensino fundamental está estruturada da seguinte forma:Áreas de Conhecimento – São cinco e tem por objetivo integrar os trabalhos dos componentes curriculares, preservando as particularidades de cada um.Competências Específicos de área – Definem como as competências gerais se desenvolvem e direcionam como devem ser trabalhadas em todo o ciclo. Componentes curriculares – podem ser estruturados em um ou mais componentes curriculares. Estão organizados da seguinte forma: ● Linguagens: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa; ● Matemática; ● Ciências da Natureza: ciências; ● Ciências Humanas: Geografia e História; ● Ensino Religioso. Existiu uma preocupação durante a elaboração da Resolução CNE/CEB nº 7/2010 (Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos), voltada as passagens dos alunos da Educação Básica para o Ensino Fundamental, assim como dos anos iniciais para os anos finais do próprio Ensino Fundamental. É necessário que o percurso da aprendizagem seja continuo aos alunos e para que isso se torne real, foi determinado que é necessário reconhecer o conhecimento que o aluno já traz antes de iniciar o Ensino Fundamental e também retomar a ludicidade com a qual o aluno já estava mais acostumado a lidar anteriormente em seu dia-a-dia. (CORDÃO, 2010, p.8) O Artigo 30 da Resolução mencionada acima, determina o que os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar: I – a alfabetização e o letramento; II – o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, a Literatura, a Música e demais artes, a Educação Física, assim como o aprendizado da Matemática, da Ciência, da História e da Geografia; III – a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental como um todo e, particularmente, na passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro. (CORDÃO, 2010, p.8). 3-Faça uma análise de ambas as propostas curriculares, indicando pontos favoráveis e pontos desfavoráveis da BCNN. Para sua análise traga como referência pelos menos dois artigos que tragam visões distintas sobre o BNCC, ou seja, fundamentar teoricamente sua análise a partir das leituras realizadas até o momento e de um autor que é a favor da Base Nacional Comum Curricular e outro que seja contra. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os currículos têm como objetivo principal garantir as aprendizagens essenciais dos estudantes. Antes os docentes eram mais livres sobre como fariam os seus currículos, e a dinâmica em sala de aula. Já a nova versão diz respeito à uniformização do currículo para todo país.A partir deste momento muitos debates foram surgindo, para algumas pessoas, tal mudança representa um engessamento do currículo escolar, tendo em vista que o documento deverá ser seguido à risca, para outros, representa um avanço positivo de referências aos currículos diante da diversidade do país e garantia que os alunos vão aprender adequadamente. Luiz Carlos de Freitas e Anna Helena Altenfelder são profissionais que detém de visões diferentes quando se diz respeito a BNCC. Anna Helena Altenfelder, superintendente do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) afirma que a construção de uma base nacional é algo inédito no país e “O novo documento está mais claro e objetivo e assume o compromisso político de ter como propósito a formação humana integral e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva” (2017). Defendendo que a BNCC tem princípios fundamentais para o enfrentamento das desigualdades educacionais.Outro ponto apoiado por Altenfelder é a inclusão de objetivos que asseguram maior intencionalidade pedagógica aos direitos de aprendizagem e desenvolvimentos relacionados à oralidade e à escrita na Educação Infantil, pois tal medida contribuirá para redução da desigualdade no processo de alfabetização, que afeta especialmente estudantes de baixa renda situados em locais remotos com pouco acesso à cultura letrada. Porem “...o país terá o grande desafio de garantir as condições necessárias para a sua implementação” (Altenfelder, 2017). Já para Luiz Carlos Freitas, ex-diretor da Faculdade de Educação da UNICAMP a BNCC é importante para servir de referência aos currículos desde que ela respeite a diversidade do país como o Brasil e comece a repensar sobre o que a sociedade entende por uma boa educação. Segundo Freitas (2017) “...o MEC está criando uma malha de controle sobre as escolas...”. Econtinua a afirmar o argumento colocado “...garantir direitos aos mais pobres esconde os fundamentos da concepção da BNCC.” (Freitas, 2017).A intenção da base descrita por Freitas é padronizar para cobrar da escola, assim penalizando caso não ensine aos pobres ou ricos, independentemente de a escola ou dos docentes terem ou não estruturas concretas para poder desempenhar seus trabalhos. Pode-se concluir que a favor ou não da BNCC, os autores entendem que o documento sozinho não resolverá todos os déficits do sistema educacional, deixando explicito que o maior desafio é garantir as condições necessárias para a sua implementação, para que efetivamente seja fonte de outras políticas assegurado o direito à educação pública de qualidade.
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