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Suzana Feltrin (Pandemira) – MED LVIII Núcleos da base • Grupamentos de substancia cinzenta envoltos pelo centro branco medular do cérebro. • Integrantes: claustro, corpo amigdalóide, núcleo caudado, putâme, globo pálido, núcleo acubens e núcleo basal de Meynert. • Núcleo subtalâmico*, substância negra* e núcleo pedúnculo pontino: não são propriamente ditos a núcleos da base, porém funcionalmente estão associados a eles e fazem parte das vias desses núcleos. • Gânglios da base – nomenclatura incorreta no jargão clinico. Cabeça do caudado: adição por qualquer tipo de estímulos viciantes. • Coroa radiada: formada por fibras nervosas, acima da capsula interna, quando ela passa os núcleos da base. A capsula interna é um feixe de fibras nervosas que se continua da base do pedúnculo cerebral, passa entre o tálamo e os núcleos da base, e acima deles ela se distribui em todos as porções do córtex formando uma coroa. • Logo depois da capsula externa, vemos o putâme, o mais lateral deles. Suzana Feltrin (Pandemira) – MED LVIII • Plano mais medial, removendo o putâme. • Globo pálido, encaixado no interior da cápsula interna. • Removido o globo pálido, nos deparamos com a capsula interna, formando a perna anterior, o joelho e a perna posterior. • Removida a capsula interna, vemos as estruturas mais mediais: o Núcleo caudado ▪ Cabeça: ocupa o corno anterior do ventrículo lateral. ▪ Corpo: ocupa a parte central do ventrículo lateral. ▪ Cauda: ocupa o teto do corno inferior do ventrículo lateral. ▪ Núcleo caudado – mais anterior. o Tálamo. Núcleos da base • Possuem conexões com áreas motoras, córtex pré-frontal (dorsolateral e orbitofronal), e sistema límbico. • Participam do planejamento e execução de movimentos. o Contração muscular, modulando a força muscular. o Movimentos de múltiplas articulações. o Sequencias temporais de movimentos. Aspectos importantes: • Lesões: alterações nos padrões de movimento + déficits cognitivos, de percepção e raciocínio. • Funcionam basicamente por meio de inibição ou desinibição (liberação de inibição) talâmica, favorecendo o fluxo de informação do tálamo ao córtex cerebral. • As doenças dos núcleos da base estão associadas a alterações de interações neuroquímicas (mediadores, receptores, alterações estruturais sinápticas, etc). Influenciam o circuito polissináptico entre córtex → núcleos da base → tálamo → córtex. • Distúrbios motores podem ser: o Hipocinéticos: ▪ Acinesia: dificuldade de início do movimento. ▪ Bradicinesia: redução da velocidade e amplitude do movimento. o Hipercinéticos – discinesias: ▪ Balismos: movimentos balísticos de uma extremidade, usualmente homolaterais. ▪ Movimentos coreiformes: movimentos rápidos e irregulares dos membros, lembram uma dança. ▪ Movimentos atetóides: movimentos lentos, contínuos e sinuosos, principalmente com as mãos. Nomenclatura e grupos: Suzana Feltrin (Pandemira) – MED LVIII Atualmente, consideram-se dois grandes conjuntos: • Corpo estriado dorsal: relacionado com áreas corticais de forma mais ampla. Formado por: o Estriado (caudado + putâme) o Pálido (globos pálidos medial e lateral) ▪ Estruturas anexas funcionalmente: núcleo subtalâmico e substância negra. • Corpo estriado ventral: relacionado com áreas límbicas. Formado por: o Estriado ventral = accumbens. o Pálido ventral = núcleo basal de Meynert. • Núcleo caudado + putâme = neoestriado ou estriado. o Enfermidade de Huntington perda de 90% de neurônios do corpo estriado. • Globos pálidos medial e lateral = paleoestriado ou pálido. • Substância negra conexões recíprocas com o estriado: o Parte compacta – dopaminérgica, conecta-se com o estriado. o Parte reticular – GABA-érgica, conecta-se com o tálamo. ▪ Doença de Parkinson: perda de fibras nigro- estriatais com deficiência de dopamina no estriado. • Estriado ventral = porção anterior e ventral do putâme e do caudado onde ambos estão conectados. Abriga o núcleo accumbens e o tubérculo olfatório (sistema límbico). • Pálido ventral = ventral à comissura anterior. Também chamado de substância innominata. Abriga o núcleo basal de Meynert. o Esta região é uma das áreas com grande perda de neurônios colinérgicos na doença de Alzheimer. Suzana Feltrin (Pandemira) – MED LVIII Conexões • Participam de circuitos em alça – cortiço- estriado-talamo-corticais. • 5 tipos: o Circuito motor: córtex motor e somestésico – participa na regulação da motricidade voluntária. o Circuito oculomotor: campo ocular motor – movimentos oculares. o Circuito pré-frontal dorsolateral: área pré-frontal dorsolateral – núcleo caudado – globo pálido – núcleo dorsolateral do tálamo – córtex pré-frontal. o Circuito pré-frontal orbitofrontal: parte orbitofrontal do córtex pré- frontal. o Circuito límbico: giro do cíngulo – núcleo accumbens – grupo anterior do tálamo – giro do cíngulo. A região onde se origina o estimulo que vai passar pelo núcleo da base é que determina em que alça os núcleos farão parte. Em todas elas, o mecanismo de funcionamento é para aumentar ou diminuir o fluxo de atividade cortical envolvendo a alça cortiço-estriado-talamo- cortical. Circuito motor: • Divide-se em vias direta e indireta, com ações opostas. Ou seja: o Via direta facilita o fluxo de informações ao córtex cerebral via tálamo. Suzana Feltrin (Pandemira) – MED LVIII o Via indireta dificulta o fluxo de informações ao córtex cerebral via tálamo. Via direta: • Fibras corticais (glutamatérgicas, excitatórias) e fibras dopaminérgicas da parte compacta da substancia negra agem sobre receptores D1 excitatórias para o complexo estriatal. • Fibras estriatais inibem o globo pálido medial e sustância reticulada (GABAérgica e secreta substancia P). • Fibras Palidotalâmicas e nigrotalâmicas (inibitórias) são inibidas e destinam-se ao tálamo (núcleo ventral anterior e ventral lateral). Desinibição talâmica. • Resultado: liberação talâmica para estímulos dos neurônios talamocorticais. • AUMENTO DA ATIVIDADE DO TALAMO E EXCITAÇÃO DO CORTEX CEREBRAL. Via indireta: • Fibras corticais excitatórias para o estriado e núcleo subtalâmico. Fibras dopaminérgicas da parte compacta da substancia negra (agindo sobre receptores D2) inibitórias para o estriado. • Fibras estriadopalidais (GABA e encefalina) vão ao globo pálido lateral inibindo-o. • Fibras palidosubtalâmicas e palidopalidais inibitórias deixam de inibir o núcleo subtalâmico e o globo pálido medial. • Neurônios subtalâmicos aumentam a sua atividade por ação cortical e inibição da via palidosubtalâmica. Portanto, aumenta a atividade da via excitatória subtálamopalidal para o globo pálido medial e substância negra reticulada. • Excitação de neurônios inibitórios pálidotalamicos e nigrotalamicos para o tálamo. • Diminuição da atividade dos neurônios talamocorticais. • DIMINUIÇÃO DA ATIVIDADE CORTICAL. Suzana Feltrin (Pandemira) – MED LVIII Resumo • O equilíbrio entre as vias direta e indireta determina o fluxo final de informação eferente dos núcleos da base. • Os núcleos da base controlam o tônus e a forca muscular. • Sua função seria selecionar e inibir sinergias motoras. • Via direta – seleciona sinergias. • Via indireta – inibe sinergias. • Obs: a lesão dos núcleos da base não vai promover paralisia no paciente, mas uma alteração no ato motor, da forma como ele é realizado. Distúrbios hipocinéticos e hipercinéticos. Exemplos de doenças: 1. Doença de Parkinson: destruição das conexões dopaminérgicas da substancianegra parte compacta com o estriado tanto na via direta como na indireta. Receptores para dopamina (D1 na via direta causando facilitação e D2 na via indireta causando inibição). 2. Coréia de Hunyington: enfermidade de Huntington perda de 90% de neurônios do corpo estriado. 3. Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): comprometimento dos dois circuitos pré- frontais. Líquor (líquido cerebrospinal) • Características: liquido translucido, com poucas células, pouco conteúdo proteico. Aproximadamente 150 mL. • Função: produzir uma proteção mecânica do encéfalo, acomodando-o para que ele não se choque contra os ossos da calota craniana e também a depuração de metabolitos do tecido nervoso durante o sono para os vasos sanguíneos, no qual o liquor é reabsorvido. • Produção: 60% do seu volume é produzido no plexo corióide (enovelamento de uma arteríola na tela corióide, que está presente em algumas regiões do sistema ventricular, notadamente no véu medular inferior, no teto do 3º ventrículo, no assoalho da parte central do ventrículo lateral e no teto do corno inferior do ventrículo lateral. Produzido no interior do sistema ventricular. É exteriorizado do sistema ventricular através das aberturas do IV ventrículo (duas aberturas laterais e a abertura mediana). Dessa forma, ele ganha o espaço subaraquinoideo, contorna todo o encéfalo, parte da medula espinal. Outra estrutura produtora é o epêndima (40%), que compreende o epitélio que reveste os plexos corióides e também a parede dos ventrículos. • Absorção: em grande medida, será reabsorvido em uma estrutura conhecida como granulação aracnoidea, que se projeta da aracnoide para o interior dos seios venosos da dura-máter, fazendo com que o líquor seja absorvido pelo sistema venoso. • Circulação: ocorre com uma renovação do liquor de a cada 8 horas, portanto, 3 vezes ao dia. Suzana Feltrin (Pandemira) – MED LVIII • Diagnóstico: por exemplo, a meningite. Presença de células e proteínas (anticorpos), indicativo de processos infecciosos no tecido nervoso ou nas meninges. • Ventriculos laterais – cavidades dos hemisférios cerebrais. o Ventrículos laterais ligados ao III ventrículo em cada lado por um forame interventricular. • III Ventriculo – cavidade do diencéfalo ligada ao IV ventrículo pelo aqueduto do mesencéfalo. • IV ventrículo se conecta ao espaço subaraquinoideo através dos recessos laterais e mediano. • IV ventrículo: ▪ Véu medular inferior ▪ Véu medular superior • III ventrículo ▪ Paredes anterior, superior, inferior, posterior • Ventrículos laterais o Adiante do ponto de comunicação com o III ventrículo no forame ventricular, está o corno anterior ou frontal do ventrículo lateral. o Entre o forame interventricular e a região de bifurcação do ventrículo lateral está sua parte central (átrio ou trígono colateral). Aqui surgem o corno posterior do ventrículo lateral, indo em direção ao lobo occiptal e o corno inferior do ventrículo lateral, indo em direção ao polo temporal. • Cisternas: acúmulo de líquor em espaços subaraquinoídeos aumentados. o Cisterna cerebelo-medular: entre o bulbo e o cerebelo. o Cisterna superior: na região do teto do mesencéfalo. o Cisterna basal: a frente dos pedúnculos cerebrais, entre ele e o hipotálamo. o Cisterna quiasmática: diante do quiasma óptico. o Cisterna pontina: à frente da ponte. o Cisterna ambiente: ao lado do mesencéfalo. o Cisterna interpeduncular. o Cisterna adiante da lâmina terminal. o Cisterna lateral: na região do sulco lateral. Suzana Feltrin (Pandemira) – MED LVIII • Espaço subaracnóideo, com as trabéculas subaracnóideas. • Granulações aracnoideas são projeções desse espaço no interior dos seios venosos da dura-máter, especialmente o seio sagital superior. Barreiras encefálicas Ocorrem entre o sangue e o liquor (barreira hematoliquórica), entre o liquor e o tecido nervoso (barreira líquorencefálica) e o sangue e o tecido nervoso (barreira hematoencefálica). A mais seletiva delas é a barreira hematoencefálica. A barreira hematoliquórica é bem mais permissiva, assim como a liquorencefálica, tendo permeabilidade muito alta. Correlação clínica: • Punção lombar (espinal) no espaço subarcnoideo, entre os processos espinhosos de L3-L4, L4-L5. Coleta de líquor para análise e inoculação de anestésicos. • Punção na cisterna magna. • Hidrocefalia: problema com a circulaçãoo liquórica do sistema ventricular para o espaço subaracnóideo, um aumento da sua produção ou uma dificuldade na sua reabsorção. Tratamento – derivação do líquor.
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